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Laura Costa Anatomia FPS MED20 2021.2 Vascularização do Sistema Nervoso Central Objetivos: Irrigação SNC Polígono de Willis Artéria Carótida Interna: Artéria Cerebral Anterior; Artéria Cerebral Média; Artéria Comunicante Anterior; Artéria Comunicante Posterior Artéria Vertebral: Artéria Basilar; Artéria Cerebelar Posterior Inferior; Artéria Cerebelar Anterior Inferior; Artéria Cerebelar Superior; Artéria Cerebral Posterior; Artéria Espinal Anterior; Artérias Espinais Posteriores Veias e Seios Durais: Seio Sagital Superior; Seio Sagital Inferior; Seio Reto; Seio Transverso; Seio Sigmóide; Seio Cavernoso; Veia Jugular Interna (Bulbo jugular); Plexo Venoso Vertebral; Tórcula de Herófilo; Veia de galeno; Veia de Labbé Resumo: Irrigação O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no pescoço, onde não geram nenhum ramo importante, pois é especializada na irrigação do encéfalo. Na base do crânio essas artérias se anastomosam formando o polígono de Willis, que sai as principais artérias para a vascularização cerebral. As artérias cerebrais têm, de modo geral, paredes finas, comparadas as de mesmo calibre de outras partes do corpo, tornando propensa a hemorragias; a túnica média tem menos fibras musculares, e com túnica elástica interna mais espessa e tortuosa, que artérias de outras áreas; as artérias que penetram o cérebro são envolvidas pelo liquor nos espaços perivasculares. Os dois sistemas de irrigação encefálica são: Sistema carotídeo interno e sistema vértebro-basilar Artéria carótida interna Ramo de bifurcação da carótida comum. Passa por um trajeto no pescoço, penetra na cavidade craniana, pelo canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso, que faz uma dupla curva, formando um S (sifão carotídeo), perfura a dura-mater e a aracnoide, no início do sulco lateral. Após isso, divide-se em dois ramos terminais: artérias cerebrais média e anterior. Além dos ramos terminais a A. Carótida interna dá origem aos seguintes ramos: -Artéria oftálmica: irriga o bulbo ocular e formações anexas; emerge da carótida interna, após ela atravessar a dura-máter, inferiormente ao processo clinóide; -Artéria comunicante posterior: contribui para a formação do polígono de Willis, pela anastomose com a artéria cerebral posterior, ramo basilar; -Artéria coróidea anterior: irriga os plexos coroides e parte da cápsula interna, os núcleos da base e o diencéfalo; dirige-se para trás, ao longo do trato óptico, penetra no corno inferior do ventrículo lateral. As artérias cerebrais anteriores e médias se subdividem em ramos menores superficiais e profundos, em direção a estruturas internas. Artérias vertebral e basilar As artérias vertebrais direita e esquerda, ramos das A. subclávias correspondentes, sobem pelo pescoço por dentro dos forames transversos das vertebras cervicais e perfuram a membrana atlantoccipital, a dura-máter e aracnoide, penetrando o crânio pelo forame magno. Depois, percorrem a face ventral do bulbo e, aproximadamente no nível do sulco bulbo-pontino, fundem-se para construir um tronco único, a Artéria basilar. As artérias vertebrais dão origem a duas artérias espinhais posteriores e a artéria espinhal anterior, que vascularizam a medula. Ainda, dão origem a artérias cerebelares inferiores posteriores, que irriga a porção inferior e posterior do cerebelo. A artéria basilar passa pelo sulco basilar da ponte e termina anteriormente, bifurca-se Laura Costa Anatomia FPS MED20 2021.2 em artérias cerebrais posteriores direita e esquerda Os ramos da artéria basilar são: -Artéria cerebelar superior- tem origem na basilar logo atrás das cerebrais posteriores, distribuindo-se ao mesencéfalo e à parte superior do cerebelo; -Artéria cerebelar inferior- distribui-se na parte anterior da face inferior do cerebelo; -Artéria do labirinto- penetra no meato acústico interno junto com os Nn. Facial e vestíbulo coclear, irrigando estruturas do ouvido interno; -Ramos pontinos O Círculo arterial do cérebro Circuito arterial do cérebro ou polígono de Willis Anastomose arterial de forma poligonal, situada na base do cérebro Circunda o quiasma óptico e o túber cinério, relacionando-se com a fossa interpeduncular. Formada por: Porções proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior; Artéria comunicante anterior (pequena e anastomosa-se com as duas artérias cerebrais anteriores, adiante do quiasma óptico) e comunicante posteriores (unem, de cada lado, as carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondente), direita e esquerda A anastomose, em condições normais, é só potencial, pois não há a passagem significativa de sangue do sistema vertebral para o carotídeo, nem ao contrário. *o círculo arterial permite a manutenção do fluxo, quando há obstrução de uma (ou mais) aterias Ramos corticais (vascularização do córtex e sub branca subjacente) e Ramos centrais (porção proximal, núcleos da base, diencéfalo e cápsula interna) - origem da artéria cerebrais anterior, média e posterior Substância perfurada (anterior e posterior) - passagem desses ramos centrais; artérias estriadas (ramos centrais e importantes) - destacam-se os ramos centrais anteriores, que penetram a substância perfurada anterior, vascularizando maior parte do corpo estriado e capsula interna. Território cortical das três artérias cerebrais Possuem anastomoses, ao menos no trajeto na superfície do cérebro. Em geral, são insuficientes para manutenção da circulação colateral adequada Artérias cerebrais: -Artéria cerebral anterior: Um dos ramos da bifurcação da carótida interna Dirige-se para diante e cima, curva-se em torno do joelho do corpo caloso e ramifica- se na face medial de cada hemisfério *obstrução: paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto, decorrente de lesões de partes das áreas corticais motoras e sensitivas (lóbulo paracentral -Artéria cerebral média: Ramo principal da carótida intenra Percorre: sulco lateral, distribuindo ramos, que vascularizam a maior parte da face dorsolateral de cada hemisfério (área motora, somestésica, centro da palavra falada e outras) *obstruções não fatais: paralisia e diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo (exceto membro inferior), podendo haver distúrbios da linguagem -Artéria cerebral posterior: Ramos da bifurcação da artéria basilar Dirigem-se para trás, contornando o pedúnculo cerebral e, percorrendo a face inferior do lobo temporal, e seguem para o lobo occipital Irriga área visual, situada nos lábios do sulco calcarino *obstrução causa cegueira em uma parte do campo visual Drenagem As veias do encéfalo, em grande parte, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas que elas Drenam para seios da dura-máter, que convergem para as veias jugulares internas Os seios da dura-máter ligam-se a veias extracranianas por pequenas veias emissárias O Leito venoso é maior que o arterial Dois principais sistemas de veias do encéfalo: Laura Costa Anatomia FPS MED20 2021.2 -Sistema venoso superficial -Sistema venoso profundo Sistema venoso superficial Veias que drenam o córtex e a substância branca subjacente, anastomosam-se na superfície do cérebro. Formam grandes troncos venosos, veias cerebrais superficiais, que desembocam nos seios da dura-máter, distinguem-se em superior e inferior. As veias cerebrais superficiais superiores provêm da face medial e da metade superior da face dorsolateral de cada hemisfério, drenando para o seio sagital superior As veias cerebrais superficiais inferiores provêm da metade inferior da face dorsolateral de cada hemisfério e face inferior, terminam nos seios da base (petroso superior e cavernoso) e seio transverso Veia cerebral média superficial, principal, percorre o sulco lateral e terminal no seiocavernoso Sistema venoso profundo Veias que drenam o sangue de regiões situadas profundamente no cérebro (corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro) Veia cerebral magna ou veia de galeno, que converge quase todo sangue do sistema venoso profundo Veia cerebral magna é um curto tronco venoso ímpar e mediano, formado pela confluência das veias cerebrais internas, desembocando no seio reto (são facilmente rompidas) Vascularização da medula A medula espinhal é irrigada pelas artérias espinhais anteriores e posteriores, ramos da artéria vertebral, e artérias radiculares, que penetram na medula junto as raízes dos nervos espinhais Artéria espinhal anterior- tronco único formado por ramos das artérias vertebrais direita e esquerda; localiza-se superficialmente a medula, ao longo da fissura mediana anterior, até o cone medular Emite as artérias sulcais, são perpendiculares e penetram no tecido nervoso Vascularizam as colunas e funículos anterior e lateral da medula. Artérias espinhais posteriores direita e esquerda- emergem das artérias vertebrais correspondentes, dirigem-se dorsalmente, contornam o bulbo e percorrem longitudinalmente a medula, medialmente aos filamentos radiculares das raízes dorsais dos nervos espinhais Vascularizam a coluna e o funículo posterior da medula Artérias radiculares- tem origem dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e do tronco; penetram nos forames intervertebrais com os nervos espinhais e dão origem a artéria radiculares anterior e posterior; As artérias radiculares anteriores anastomosam-se com a espinhal anterior As artérias radiculares posteriores anastomosam-se com as Aa. espinhais posteriores. Fonte: MACHADO, A. “Neuroanatomia funcional”; 3. ed,7 2014