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Aléxia Sousa Guimarães – 7 º período NEFROLOGIA glomerulonefrites A glomerulonefrite, no Brasil, é a terceira causa que leva o indivíduo a perder função renal e necessitar da diálise e/ou transplante. -As estruturas acometidas são os capilares glomerulares. -Como a albumina é eletronegativa, normalmente não é perdida em grandes quantidades na urina, visto que a sua maioria é repulsada quando consegue ultrapassar o endotélio e a membrana basal. -Por outro lado, proteínas eletroneutros ou eletropositivas conseguem passar, desde que tenham um tamanho adequado. -As glomerulopatias sempre acontecem devido alguma alteração na região da barreira de filtração (formada pelo endotélio do vaso, membrana basal e pelos podócitos, que se apoiam na membrana basal) -Região do mesangio capilar, que contem as células mesangiais, pode ser acometida por glomerulopatias, levando a uma proliferação de células nessa região. As alças capilares, juntamente com podócitos e com a célula endotelial formam a barreira de filtração. Essa é a região acometida pelas glomerulopatias. síndrome nefrítica -Etiologia: 1. Primária: -Nefropatia por IgA -Gn membranoproliferativa -Gn por imunocomplexos idiopática -Gn pauciimune: geralmente associadas às vasculites 2. Secundária -Gn pós-estreptocócia (GNPE) -Relacionadas a doenças sistêmicas · LES · Púrpura de Henoch-Scgholein · PAN microscópica · Crioglobulinemia GN PÓS-ESTREPTOCÓCICA (gnpe) -Ex: paciente com quadro prévio de amigdalite ou piodermite · Faringoamigdalites: -Taxa estreptocócica de ataque é de 5% -Cepa: M-12 -Incubação 7-21 dias antes do comprometimento renal, quando o paciente começa a perda de sangue na urina -Afeta principalmente: escolares e adolescentes · Piodermites estreptocócicas -Taxa estreptocócica de ataque é de 25% -Cepa M-49 -Incubação: 15-28 dias antes do comprometimento renal -Afeta principalmente escolares Obs: O comprometimento renal é marcado pela perda de sangue na urina. -É importante pensar, na GN pós-estreptocócica, na relação do início do quadro renal com a infecção prévia, seja de amigdala ou de pele. FISIOPATOLOGIA -A fisiopatologia simples dessa doença é o reconhecimento de antígeno pelo sistema imune, desenvolvendo uma reação antígeno-anticorpo. Esse complexo circula, se deposita no glomérulo, ativando o completo e causando uma reação inflamatória. - -GLOMÉRULO ACOMETIDO: · No glomérulo acometido há um grande aumento do número de células. · Aumento da permeabilidade da barreira de filtração glomerular · Hematúria: grande número de Ht na urina, cilindros de hemácias, acantocitúria (percentual aumentado de acontócitos – tipo de hemácia), dimorfismo eritrocitário · Queda na taxa de filtração glomerular, pela diminuição da superfície de filtração. Isso leva à oligúria, edema (retenção de líquido) e hipertensão arterial. QUADRO CLÍNICO -Essa doença se caracteriza por: · Anormalidade no glomérulo que causa perda protéica e de hemácias: -Hematúria -Oligúria -Edema -IRA -Hipertensão arterial -Proteinúria < 3,5 g/24h DIAGNÓSTICO LABORATORIAL -Sangue · Creatinina · Hemograma: visto que a doença é secundária a um processo infeccioso · Eletrólitos (K): quando a filtração glomerular cai o paciente pode fazer uma hiperpotassemia, pois o potássio é eliminado pelos rins. · Complemento: C3 (85-185 mg/dL); CH50 (64-145 mg/dL) Há um ativação do sistema de complemento pela reação inflamatória imunológica que ocorre no glomérulo · Anticorpos (anti estreptolisina ou ASLO, anti DNAase B, Anti hialuronidase, Anti estreptoquinase) -Urina · Sedimentoscopia (hematúria) · Proteinúria -Biópsia renal (casos especiais): geralmente não se faz biópsia renal, apenas em casos especiais achados importantes para localizar a hematúria CILINDROS DE HEMÁCIAS -A localização dos cilindros hemáticos é muito importante para localizar a hematúria do paciente, se ela é glomerular ou pós-glomerular. -Sua presença é totalmente sensível e específico para lesão glomerular. ACANTOCITÚRIA -A presença das células denominadas acantócitos caracteriza que a hematúria apresentada pelo indivíduo é de origem glomerular MORFOLOGIA DAS HEMÁCIAS – DIMORFISMO ERITROCITÁRIO -Achado importante para localizar a hematúria do paciente · Hematúria isomórfica: hemácias com tamanhos e formas iguais. Geralmente a causa é pós-glomerular. Ex: cálculo e tumores renais · Dimorfismo de hemácias: tamanho e formas diferentes. diferenciação das hematúrias glomerulares e pós-glomerulares -São utilizados esses parâmetros quando há um paciente que apresenta apenas hematúria microscópica: quando biopsar -Na maioria dos casos de GNPE não há necessidade de biópsia, exceto se: · Oligúria prolongada: acima de 4 a 8 semanas · Hipocomplementemeia que não melhora após 2 meses · Proteinúria maciça (>3,5 g/24h) · Evidências clínicas ou sorológicas de doenças sistêmicas (Ex: LES) · Diminuição rápida da TFG com necessidade de diálise: história semelhante à GNPE, mas com perda da função renal muito rapidamente a ponto de necessidade de dialisar Obs: nesses casos já começa a se pensar em outra possível causa, outra glomerulopatia que não a GNPE, visto que essa não é a evolução natural da doença. DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO Obs: feito quando há necessidade de biopsar. Não é habitual -Microscopia ótica: Gn proliferativa – aumento da celularidade ao nível do glomérulo -Imunofluorescência: presença de depósito de Ig G e C3 -Microscopia eletrônica: Imunodepósito subendoteliais caso clínico -Diagnóstico: Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica tratamento -Cuidados gerais: tratamento inespecífico · Repouso na fase aguda da doença · Monitoramento: peso, diurese, controle da PA, congestão pulmonar (linha “B”) e dieta sem sal (pois não urina sal de forma adequada) -Diuréticos de alça -Vasodilatadores -Antibiótico: se evidência de infecção Prognóstico -Remissão: na maioria das vezes o prognóstico é bom, sendo que os seguintes sinais tendem a desaparecer · Oligúria: 1 semana · Sintomas congestivos (retenção líquidos): 1-2 semanas · Hipocomplementemia: cerca de 8 semanas · Hematúria: 6-12 meses · Proteinúria: 2-5 anos -O prognóstico é pior nos adultos do que nas crianças síndrome nefrótica -É caracterizada pelo aumento da permeabilidade ao nível da barreira de filtração glomerular, seguida de grande perda de proteína (albumina) na urina: · Proteinúria maciça >3,5 g/24h · Hipoalbuminemia · Edema · Hiperlipidemia (hipercolesterolemia) QUADRO CLÍNICO -Edema de início progressivo (periorbital ou MMII) -Urina espumosa: sugere grande perda de proteína na urina -PA: normal ou aumentada -TVP associada ou não à embolia pulmonar -Infecção PRINCIPAIS CAUSAS FISIOPATOLOGIA -A partir de uma lesão podocitária o paciente começa a perder uma grande quantidade de proteína na urina, principalmente albumina (>3,5 g/24h), acarretando uma hipoalbuminemia, a qual gera um sinal positivo para o fígado produzir albumina, mas ele produz também colesterol, o que leva a uma hipercolesterolemia. -A hipoalbuminemia leva à diminuição da pressão oncótica que gera retenção de líquido e eletrólitos que diminuem a volemia, reduzindo o fluxo sanguíneo renal, diminuindo a ativação do SRAA, ocasionando a retenção de sódio e água. Esses fatores levam a um quadro de anasarca. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Obs: é um pouco mais abrangente -Sangue: · Creatinina · Hemograma · Glicemia · Complemento: C3 · Imunoglobulinas · Sorologia para LES, VHB, VHC e HIV -Urina · Sedimentoscopia (Lipidúria – gordura na urina): visto que o paciente possui hipercolesterolemia · Proteinúria maciça (>3,5 g/24h) -US: avaliação renal (se há dois 2 rins, se tem um aspecto de rim preservado), anasarca (ascite, derrame pleural e derrame pericárdico , congestão pulmonar (linhas “B”) -Biópsia renal: sempre fazer biópsia renal no adulto. Feita com o paciente em decúbito ventral. Pode ser guiada ou não(estática) por ultrassom. INDICAÇÃO DE BIÓPSIA RENAL: -Todos os pacientes adultos, exceto no DM com proteinúria maciça. -Inicialmente não é feitonas crianças, pois em 80% dos casos decorre de GN por lesão mínima. Logo, são tratadas imediatamente. CASO CLÍNICO -Hipótese diagnóstica: Síndrome nefrótica por glomérulonefrite por lesões mínimas. Visto que o paciente é adolescente, com síndrome nefrótica, função renal normal e sem hematúria. TRATAMENTO -Líquido e dieta · Ingesta de sódio (3 g/dia) · Líquido (1,5 L/dia) -Diurético · Furosemida (80-120 mg/d – IV) · Tiazídicos: a associação dos tiazídicos com diuréticos é discutida, mas pode ser feita eventualmente na tentativa de melhorar o débito urinário do paciente -Inibidores da ECA · Ação anti-proteinúria · Dose: depende da PA -Corticosteroide · Efeito benéfico maior em crianças do que em adultos -Albumina · Eficácia duvidosa, visto que toda albumina adm é perdida -Tratamento para hipercolesterolemia · Objetivo: diminuir a aterosclerose, doença coronariana -Antibióticos · Eficácia duvidosa. Mas pode ser usado, visto que há perda de imunoglobulina, deixando o paciente mais susceptível a infecções. Logo, se houver suspeita de infecção, fornecer antibiótico. -Anticoagulante · Maior benefício nas Gn membranosas Prognóstico - Melhor em crianças do que em adultos
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