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DIABETES MELITO -Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, por defeito na secreção e ou/ ação da insulina. -Fatores de risco para DM: →História familiar de diabetes (i. e., pais ou irmãos com diabetes) →Obesidade (i. e., ≥ 20% acima do peso corporal desejado ou IMC ≥ 27 kg/m2 ) →Raça/etnicidade (p. ex., afrodescendentes, hispânicos, indígenas, orientais, nativos das Ilhas do Pacífico) →Idade ≥ 45 anos →Comprometimento da glicose em jejum ou comprometimento da tolerância à glicose previamente identificados → Hipertensão (≥ 140/90 mmHg) → Nível de colesterol HDL 35 mg/dℓ (0,90 mmol/ℓ) e/ou nível de triglicerídios ≥ 250 mg/dℓ (2,8 mmol/ℓ) →História de diabetes gestacional ou parto de recém-nascido com mais de 4,5 kg -Consequências do diabetes: →Amputações não traumáticas, cegueira em adultos em idade produtiva e doença renal terminal. → Terceira causa principal de morte por doença, principalmente devido à elevada taxa de doença cardiovascular entre diabéticos. → Hospitalização 2,4x maiores para adultos e 5,3x para crianças do que a população sem diabetes. CLASSIFICAÇÃO -Principais classificações: diabetes do tipo 1, tipo 2, gestacional e diabetes melito associado a outras condições ou síndromes. → pacientes podem passar de uma categoria para outra, exceto os com diabetes tipo 1. -Pré – Diabetes (comprometimento da tolerância à glicose (CTG) ou comprometimento da glicose em jejum (CGJ): níveis de glicemia entre valores normais e os considerados para diabetes. FISIOPATOLOGIA -Insulina: secretada pelas células beta (um dos tipos de células das ilhotas de Langerhans no pâncreas). → Hormônio anabólico ou de armazenamento. -Secreção de insulina após ingestão de alimento faz glicose se mover do sangue p/ músculo, fígado e células adiposas. Nelas, a insulina: → Transporta e metaboliza glicose= energia. → Estimula armazenamento da glicose no fígado e músculo (forma de glicogênio). → Sinaliza o fígado para interromper liberação de glicose. → Intensifica armazenamento de lipídios dietéticos no tecido adiposo. → Acelera o transporte de aminoácidos para dentro das células. → Inibe a degradação da glicose armazenada, da proteína e lipídios. -Pâncreas libera continuamente um pouco de insulina (insulina basal) durante períodos de jejum. → Outro hormônio dele (o glucagon), é liberado quando glicemia diminui, estimulando o fígado a liberar glicose armazenada. -Insulina e glucagon mantêm nível constante de glicose no sangue estimulando sua liberação pelo fígado. Diabetes do tipo 1 -Início agudo em indivíduos < 30 anos. -Destruição das células beta do pâncreas. → combinação de fatores genéticos, imunológicos e possivelmente ambientais. -Possível suscetibilidade genética como fator subjacente comum para seu desenvolvimento. → predisposição ou tendência genética. -Tendência observada em pessoas com determinado tipo de antígeno leucocitário humano (HLA). -Evidências de reposta autoimune no DIA tipo 1. → Resposta anormal: Anticorpos atacam tecidos normais do organismo como se fossem estranhos. -Fatores ambientais, como vírus ou toxinas, que podem iniciar destruição da célula beta, são investigados. -Destruição das células beta: Diminui produção de insulina, produção não controlada de glicose pelo fígado e hiperglicemia em jejum. → Não armazenamento da glicose do alimento no fígado, fica no sangue e causa hiperglicemia pós-prandial (depois da refeição). -Glicosúria: quando glicose no sangue ultrapassa limiar renal, aparecendo na urina. → Perda excessiva de líquidos e eletrólitos, denominada diurese osmótica. -Processo descontrolado da insulina contribuem ainda mais para hiperglicemia. → Insulina normalmente inibe glicogenólise (degradação da glicose armazenada) e gliconeogênese (produção de nova glicose a partir de aminoácidos e outros substratos). -Também ocorre degradação das gorduras = produção aumentada de corpos cetônicos (subprodutos da degradação dos lipídios). → acumulo excessivo compromete equilíbrio acidobásico do organismo. → cetoacidose diabética (CAD) provoca: dor abdominal, náuseas, vômitos, hiperventilação, hálito com odor de fruta (não tratada, alteração consciência, coma e morte). Diabetes tipo 2 -Comum em indivíduos >30 anos e obesos. -Aumento em mais jovens → obesidade. -Problemas com insulina: resistência à insulina e comprometimento de sua secreção. → Resistência: sensibilidade tecidual diminuída à insulina. Ela torna-se menos efetiva na estimulação e captação de glicose pelos tecidos e na regulação de sua liberação pelo fígado. -Grandes quantidades de insulina são secretadas para manter nível normal de glicose, ou elevado → síndrome metabólica. → Não conseguir acompanhar demanda da insulina aumenta glicose e leva a diabetes 2. -Quantidade de insulina ainda é suficiente para evitar degradação de lipídios e → corpos cetônicos. -Não ocorre na DIA 2 CAD, mas pode ocorrer síndrome não cetótica hiperosmolar hiperglicêmica. -DIA 2 lenta e progressiva → despercebido por anos. → sintomas discretos: fadiga, irritabilidade, poliúria, polidipsia, cicatrização deficiente de feridas cutâneas, infecções vaginais ou visão turva. -Demora no diagnóstico → complicações em longo prazo de diabetes antes de saber que tem, ex.: doença ocular, neuropatia periférica, doença vascular periférica. PREVENÇÃO -Mudanças apropriadas no estilo de vida. -Indivíduos com alto risco de diabetes tipo 2: → IMC de 24 ou mais. → Níveis plasmáticos de glicose em jejum e pós-prandiais elevados (Mas, sem atingir níveis diagnósticos de diabetes). -Recomendações que receberam: → Estilo de vida padronizadas + metformina; → Estilo de vida padronizadas + placebo; → Programa intenso de modificações do estilo de vida. -Programa intenso de modificações o estilo de vida: → 16 lições focando na redução de >7% do peso inicial e atividade física moderada. → estratégias de mudanças de comportamento e participação no programa de exercícios. -Diabetes tipo 2 pode ser evitada ou retardado em indivíduos com alto risco da doença. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Quatro P: poliúria, polidipsia, polifagia e perda inexplicada de peso. → Poliúria e polidipsia: pela perda excessiva de líquidos associada à diurese osmótica. → Polifagia: consequência do estado catabólico induzido pela deficiência de insulina e degradação das proteínas e lipídios. -Outros: fadiga e fraqueza, alterações súbitas da visão, formigamento ou dormência das mãos e dos pés, pele seca, lesões cutâneas ou feridas de cicatrização lenta e infecções recorrentes -Diabetes tipo 1 também pode estar associado a: súbita perda de peso ou náuseas, vômitos ou dores abdominais, se houver desenvolvimento de CAD. HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICO -Critério básico: nível de glicemia anormalmente elevado. -Utiliza-se: glicemia casual, glicemia de jejum, teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TTG) e, em alguns casos, hemoglobina glicada (HbA1c). → utilização de cada um depende do contexto diagnóstico. -Diagnóstico imediato por glicemia casual: ponto e corte indicativo ≥ 200mg/dL na presença de sintomas de hiperglicemia. -Glicemia em jejum: alterações entre 110 mg/dL e 125mg/dL tem alta probabilidade de diabetes, necessário fazer TTG - 75g. -TTG – 75g: teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em jejum, verificando antes e 2hrs após ingerir. → duas horas após ≥ 200mg/L = diabetes. → Entre 140 mg/dL e 200 mg/dL = intolerância à glicose diminuída. -Hiperglicemia intermediária ou pré- diabetes: orientar para prevenção, alimentação saudável, hábitos ativos de vida e reavaliaçãoanual com glicemia de jejum. -A hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada ou glico-hemoglobina (A1C e HbA1C ): → indica percentual de hemoglobina ligada à glicose. → níveis médios nos últimos 2 a 3 meses. → não é necessário jejum. MANEJO CLÍNICO Terapia Nutricional[ -Objetivo mais importante no manejo dietético e nutricional: → controle do aporte calórico total. → controle dos níveis de glicemia. → Normalização dos lipídios e PA (evitar doença cardíaca). -Sucesso: Reversão da hiperglicemia da DIA 2. -Nutricionista é o principal responsável por ensino do plano terapêutico. -Metas do manejo nutricional: 1. Atingir e manter → Níveis de glicemia dentro da faixa normal ou o mais próximo possível e seguro do normal. →Perfil dos lipídios e das lipoproteínas para reduzir o risco de doença vascular. → Pressão arterial dentro da faixa normal ou o mais próximo e seguro possível do normal. 2. Evitar ou pelo menos alentecer a velocidade de desenvolvimento das complicações crônicas do diabetes, modificando o aporte de nutrientes e o estilo de vida. 3. Considerar as necessidades individuais de nutrição, levando em conta as preferências pessoais e culturais e a vontade de fazer mudanças. 4. Manter o prazer de alimentar-se, limitando apenas as escolhas dos alimentos quando indicado por evidências científicas. -Pacientes com diabetes tipo 2 podem eliminar necessidade de medicamentos pela perda de peso. -Distribuir o consumo de alimentos ao longo do dia faz com que as demandas sobre o pâncreas sejam mais controláveis. -GERAL: Importante na prevenção de DM e no retardo de suas complicações. → integra conjunto de autocuidado e educação em saúde. → alimentação relacionada a fatores que interferem na prevenção e/ou controle do DM tipo 2 e seus agravos, são eles: → Excesso de peso, dislipidemia, mau controle glicêmico e padrão alimentar com consumo excessivo de gordura saturada e pouca ingestão de frutas e vegetais. -Modificações na alimentação podem ser um recurso para controle glicêmico e pressórico, manutenção ou perda de peso, com redução de riscos para doenças cardiovasculares. Atividade física -Diminuição do nível de glicemia e redução dos fatores de risco cardiovasculares. → diminuição dos níveis de glicemia = aumento da captação de glicose por músculos (melhora utilização insulina). → melhora circulação e tônus muscular. -Levantamento de peso: aumento massa muscular sem gordura → elevação da taxa metabólica em repouso. → efeitos úteis para perda de peso, diminuição do estresse e manutenção da sensação bem-estar. -Alteração das concentrações sanguíneas de lipídios → aumento dos níveis das LDL e diminuição níveis de colesterol total e triglicerídeos. -Importante pelo risco aumentado de doença cardiovascular nesses. Monitoramento dos níveis de glicose e cetonas -Automonitoramento da glicemia (AMG): → Saber responder aos resultados pode ajudar no ajuste do tratamento e melhor controle glicêmico. →Detecção e prevenção de hipoglicemia e hiperglicemia p/ normalizar os níveis logo e reduzir riscos a longo prazo. → Métodos para AMG → Maioria é de furar o dedo e coletar uma gota → Glicosímetro: oferecem médias mensais, identificação de eventos, como exercício, consumo de alimento e downloading. → alguns glicosímetricos são biossensores, com tirada de sangue alternativa, como o antebraço.