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medida cautelar de separação de corpos

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EXELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTARÉM/PA
BEATRIZ, qualificação completa, por sua advogada que esta subscreve, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.562 do Código Civil, propor 
MEDIDA CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS
Em face de HENRIQUE, qualificação completa, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I – DOS FATOS
A requerente é casada sob o regime de comunhão parcial de bens há 15 anos. Dessa união, nasceram 3 filhos, Pedro, Adolfo e Francisco, todos menores de idade. No entanto, Henrique sempre teve comportamento agressivo. No último dia 14/08/2020, Henrique chegou em casa e ameaçou a Requerente e aos 3 filhos com uma pistola. Além dessa ameaça, pegou Francisco no colo, que tem apenas 2 anos, apontou a arma pra cabeça da criança, ameaçando-a matá-la, caso a Requerente não deixasse de trabalhar como manicure em sua casa.
Deste modo, não restou a requerente outra alternativa senão propor a presente ação de separação de corpos antes de ingressar com a Ação de Divórcio, partilha de bens, regulamentação de guarda e alimentos.
II – DO DIREITO
A orientação majoritária da doutrina e jurisprudência é no sentido que, requerida a separação de corpos, deve o julgador partir do princípio de que são verdadeiras as alegações da requerente, mostrando-se prudente a concessão, inaudita autera pars, da medida de afastamento do cônjuge do lar. A intenção é preservar a integridade física e moral do cônjuge solicitante da medida, além do que, por se tratar de decisão provisória, poder ser revista a qualquer tempo.
Com efeito, a separação de corpos está prevista no §1º, do artigo 7º, da Lei 6.515/77, que estabelece que a separação de corpos poderá ser determinada como medida cautelar. Outrossim, o artigo 1.562 do Código Civil aduz que antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível breviedade.
Nesta seara temos que a requerente e requerido ainda coabitam, embora o amor já não é mais recíproco, de modo o requerido insiste em continuar o matrimônio mesmo contra a vontade da requerente. Assim, iniciar o processo de divórcio com os dois sob o mesmo teto seria temerário.
Diante de todo o exposto, fica evidente que a pretensão da requerente está amparada pela Lei, além dos fatos narrados explicitarem a necessidade da medida requerida.
II.I – DA MEDIDA LIMINAR
Pelo conteúdo da narrativa, é facilmente verificável a existência do direito ameaçado e a impossibilidade de se postergar a solução da questão ora trazida a juízo. Aguardar a decisão da ação principal de divórcio seria prolongar o sofrimento da requerente, além de correr-se desnecessariamente o risco de que esta seja ofendida física ou moralmente. A medida cautelar revela-se de suma importância no sentido de permitir o regular andamento do processo principal, no qual se discutirá os termos em que se dará o divórcio, a partilha de bens, a guarda dos filhos e alimentos deste, além de resguardar a integridade física da requerente.
É fundado, pois o receio da requerente de que, se esperar pela tutela definitiva, com requerido e requerente morando sob o mesmo teto, esta possa vir a sofrer novos abusos e maus tratos. A proteção do Estado dever ser completa, inclusive no que tange à preservação da vida dos jurisdicionados, a exemplo da medida cautelar de separação de corpos, que é deferida aquelas que se uniram pela instituição do matrimônio e se tornarão litigantes, quando presentes o periculum in mora e o fumus boni iuris.
O periculum in mora no caso em tela é patente, pois caso não seja concedido o provimento preventivo, a tutela jurisdicional não poderá ser prestada conforme o almejado pela requerente, pois que certamente o requerido poderá concretizar as ameaças perpetradas. Diante do comportamento agressivo do requerido, não há qualquer possibilidade de manutenção da vida em comum entre as partes, sendo perigosa a permanência dele junto ao lar conjugal durante o processo de divórcio.
O fumus boni iuris também é claro, já que o réu está descumprindo um dos deveres primordiais da união afetiva, que é o dever de respeito. Outrossim, o relato apresentado pela requerente se demonstra altamente verossímil e são corroborados pelo boletim de ocorrência ora apresentado. A plausibilidade do direito prescinde de maiores esclarecimentos, pois se trata de garantir os direitos básicos da requerente, primordialmente a sua vida e integridade física.
Desta feita, vê-se que a proteção da mulher deve ser garantida e efetiva, de forma que o Estado cumpra sua função ontológica, o papel que a Constituição Federal lhe incumbiu.
III – DO PEDIDO 
Ante todo o exposto requer a Vossa Excelência:
a) a concessão à requerente dos benefícios da assistência jurídica gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, por ser pessoa pbre, não podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família, conforme declaração em anexo;
b) seja decretado o segredo de justiça no presente processo, nos termos do artigo 189, II, do Código de Processo Civil;
c) a concessão da tutela antecipada, inaudita altera parte, para o fim de determinar a separação de corpos, com o consequente afastamento do requerido do lar conjugal, determinando a imediata retirada do réu da residência situada na Rua XXX;
d) caso assim não entenda Vossa Excelência, em atenção ao princípio da subsidiariedade, requer seja designada audiência de justificação, com a oitiva do requerido e de testemunhas que comparecerão espontaneamente em juízo, para deferimento do provimento liminar;
e) a citação do requerido para, caso queira, apresentar resposta dentro do prazo legal;
f) a intimação do representante do Ministério Público.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental e testemunhal.
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
, XX de março de 2021.

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