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Ação Separação de Corpos

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Prof. MS. Leonardo Amaral Pinheiro da Silva
7uAO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA A QUEM COUBER POR DISTRIBUIÇÃO
	MÁRCIA SILVA, brasileira, casada, médica, CI nº 2222 (CRM-PA) e do CPF n. , e-mail sss@nassau.com.br (caso a parte não tenha e-mail, fazer referência ao §3º do art. 319, do CPC/15, conforme abaixo), residente e domiciliado nesta cidade (endereço completo com CEP), por um de seus advogados, ao final assinado, consoante instrumento de mandato em anexo, VEM, perante V. Exª., com fulcro nos art. 319 e seg. do CPC/2015 C/C os arts. 1.562 do CC/02, propor a presente
AÇÃO DE SEPARAÇÃO DE CORPOS
contra MARCELO SOUZA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da CI nº 2222 (CREA-PA) e do CPF n. , e-mail mmm@nassau.com.br, residente e domiciliado nesta cidade (endereço completo com CEP), aduzindo, para tanto, as razões que passa a expor:
I – DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL.
A autora informa não possuir endereço eletrônico, destarte, não há infringência ao inciso II, na forma do § 3º do art. 319 do Código de Processo Civil/2015.
II – DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS.
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/2015, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
III – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO.
O autor pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição, comprometendo-se a parte autora a comparecer na referida assentada.
IV – DAS RAZÕES DE FATO E DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DOS PEDIDOS (ART. 319, III, CPC/ 2015).
	A Requerente conheceu o Requerido no ano de 2013 em uma festa com amigas, eles se conheceram e começaram a namorar e conviver juntos, após alguns meses juntos o Réu a pediu em casamento. Em 05 de janeiro de 2014 a união foi devidamente oficializada, tendo o casamento o número de registro 14423367, deste casamento nasceu um filho, Matheus Silva e Souza, nascido em 17 de setembro de 2014 e a família não poderia estar mais feliz.
	Porém, com o passar do tempo Marcelo começou a mostrar uma face mais agressiva e impaciente a qual Márcia nunca havia visto. Inicialmente durante pequenas discussões do casal Marcelo começou a ofender a Requerida deliberadamente, não demonstrando nenhum respeito pela mulher com quem se casou.
	Com o passar do tempo as brigas começaram a ficar mais frequentes e o Réu se exaltava cada vez mais, bastava a Autora discordar de qualquer coisa que ele dizia para que ele se excedesse, chegando até mesmo a ofender o filho do casal e a gritar com ele, uma pobre criança que nem sequer entendia o que estava acontecendo.
	A requerida começou a ficar preocupada com o tipo de trauma que o seu então marido poderia causar em seu filho, foi quando ela decidiu conversar calmamente com ele para que ele parasse com aquilo. Entretanto, a tentativa foi totalmente sem sucesso. Marcelo se exaltou e agrediu Márcia fisicamente, com vários tapas no rosto e puxando o seu cabelo.
	Por ainda amar o seu marido e querer que seu filho crescesse em um lar feliz com uma família estruturada Márcia continuou tentando cesar as discussões, mas não adiantava, cada vez mais o Réu se mostrava mais agressivo e violento, ameaçando até mesmo agredir o próprio filho, durante uma briga em um jantar da família.
	As agressões chegaram a um ponto em que Márcia começou a temer pela sua integridade física e a de seu filho, não aceitando mais aquele tipo de convivência doentia. 
	Dito isso, não restou à requerente outra alternativa senão propor a presente ação de separação de corpos antes de ingressar com a Ação de Divórcio, partilha de bens, regulamentação de guarda e alimentos.
V – DO DIREITO:
	Conforme tudo que foi exposto, Vossa Excelência pode partir do princípio de que são verdadeiras as alegações da requerente, mostrando-se prudente a concessão da medida de afastamento do cônjuge do lar com a intenção de preservar a integridade física e moral da Autora e de seu filho. 
	A separação de corpos está prevista no art. 7º, § 1º, da Lei nº 6.515/77, que estabelece que “A separação de corpos poderá ser determinada como medida cautelar”. Desta forma, pode ser revista a qualquer tempo conforme o melhor julgamento de Vossa Excelência. 
	Vale ressaltar também o art. 1.562 do Código Civil-CC.
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
	Conforme demonstrado, Requerente e Requerido ainda coabitam, embora durmam em quartos separados e quase não haja comunicação uma vez que a Autora teme pela sua integridade e bem estar, e apesar de muita insistência o Réu se recusa a sair da casa e por fim à união.
	Destacasse também entendimentos jurisprudenciais aplicáveis ao caso em questão.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE DIVÓRCIO. DECISÃO QUE INDEFERIU PEDIDO DE AFASTAMENTO DO LAR CONJUGAL, CONCEDEU VERBA ALIMENTAR À FILHA MENOR E INDEFERIU ALIMENTOS PROVISÓRIOS À EX-CÔNJUGE. RECURSO DA AUTORA/ALIMENTANDA. ADMISSIBILIDADE. ALIMENTOS À EX-CONSORTE. QUESTÃO NÃO CONHECIDA NA DECISÃO MONOCRÁTICA PROFERIDA POR ESTA CORTE DE JUSTIÇA. PRECLUSÃO. ANÁLISE QUE, ADEMAIS, CAUSARIA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. MÉRITO. PRETENSA SEPARAÇÃO DE CORPOS. RETIRADA DO AGRAVADO DO IMÓVEL. ACOLHIMENTO. MERA INSUPORTABILIDADE DA VIDA COMUM QUE JUSTIFICA A PROVIDÊNCIA PLEITEADA. MEDIDA DE CUNHO CAUTELAR. PROPRIEDADE IRRELEVANTE NO CASO. PRESERVAÇÃO DOS INTERESSES DA MENOR QUE ESTÁ SOB A GUARDA DA GENITORA. [. . .] o mero aforamento, pela mulher, de cautelar de separação de corpos com expresso pedido de afastamento do marido da habitação comum, revela, por si só, a insuportabilidade da continuidade da vida a dois, tornando desnecessária a colação de qualquer outra prova para a concessão da medida
(TJ-SC - AI: 40239919820178240000 Timbó 4023991-98.2017.8.24.0000, Relator: Rubens Schulz, Data de Julgamento: 11/04/2019, Segunda Câmara de Direito Civil)
SEPARAÇÃO DE CORPOS. MEDIDA DE AFASTAMENTO DO MARIDO DO LAR CONJUGAL. GUARDA PROVISÓRIA DE FILHA. DECISÃO CONFIRMADA. A propositura da medida cautelar preparatória de separação de corpos constitui, independentemente de outras provas, a evidência mais patente do colapso e da insuportabilidade da vida em comum do casal. Sendo assim, um dos cônjuges deve, a bem da segurança familiar, deixar o lar, cedendo-o, via de regra, àquele que arcará com a responsabilidade da guarda provisória da prole.
(TJ-SC - AI: 447584 SC 2007.044758-4, Relator: Newton Janke, Data de Julgamento: 09/04/2008, Segunda Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Agravo de Instrumento n. , de Joinville)
	Além da farta narrativa dos fatos que corroboram para a concessão da separação de corpos, nos ensinamento de CAHALI, na cautelar de separação de corpos, a única prova necessária é a da existência do casamento:
Na separação provisória de corpos, como processo cautelar, a única prova a ser examinada é a da existência do casamento, revelando-se inoportuna e impertinente qualquer discussão sobre os fatos que devam ser apreciados e julgados na ação de separação judicial.
	Pelo conteúdo da narrativa, verifica-se a existência do direito ameaçado e a impossibilidade de se postergar a solução da questão ora trazida a Juízo.
	Aguardar a decisão da ação principal de divórcio seria prolongar o sofrimento da Requerente, além de correr-se desnecessariamente o risco de que esta seja ofendida física ou moralmente.
	A tutela antecipada torna-se de suma importância no sentido de permitir o regular andamento do processo principal, no qual se discutirá os termos em que se dará o divórcio, a partilha de bens, a guarda do filho menor e os alimentos deste, além de resguardar a integridade física da requerente.
	É fundado, pois, o receio da requerente de que, se esperar pela tuteladefinitiva, com requerido e requerente morando sob o mesmo teto, esta possa vir a sofrer novos abusos e maus tratos.
	Atente-se que o artigo 804 do Código de Processo Civil de 1973, conferia ao Juiz a possibilidade de conceder a liminar sem oitiva prévia do requerido.
	Sobre o assunto, a doutrinadora Maria Helena Diniz nos esclarece:
O juiz concederá, com a brevidade possível, a separação de corpos, que poderá ser requerida pela parte que, antes de mover a ação de nulidade ou de anulabilidade do casamento, de separação judicial, de divórcio direto ou de dissolução da união estável, comprovar a necessidade de afastar o outro do lar, por ser insuportável a convivência.
		Diante do exposto, fica evidente que a pretensão da requerida está amparada pela lei e pela jurisprudência, além dos fatos narrados explicitarem a necessidade da medida requerida.
	
VI – DA CONCLUSÃO:
	ANTE TODO O EXPOSTO, a autora, respeitosamente, a fim de resguardar sua integridade física assim como a do único filho das partes, requer:
a) A concessão à requerente dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, por ser pessoa pobre, não podendo arcar com a custas do processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família, conforme declaração em anexo;
b) Seja decretado o segredo de justiça no presente processo, nos termos do artigo 189, II, do Código de Processo Civil;
c) A concessão da tutela antecipada, inaudita altera parte, para o fim de determinar a separação de corpos, com o consequente afastamento do requerido do lar conjugal, determinando a imediata retirada do réu da residência situada em (endereço);
d) Caso assim não entenda Vossa Excelência, em atenção ao princípio da subsidiariedade, requer seja designada audiência de justificação, com a oitiva do requerido e de testemunhas que comparecerão espontaneamente em juízo, para deferimento do provimento liminar;
e) A citação do requerido para, caso queira, apresentar resposta dentro do prazo legal;
f) A intimação do representante do Ministério Público;
g) Após, seja intimada a requerente para que adite a petição inicial, nos termos do artigo 303, § 1º, I, do Código de Processo Civil;
h) A condenação do Réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.
	Provas: todas admitidas em direito.
	Valor da causa: R$ 1100,00 (um mil e cem reais).
Nestes termos. Pede deferimento.
Belém, PA, 24 de fevereiro de 2020.
Karina Santos Rebêlo
Gabriely Campos de Oliveira
Ana Beatriz Rebouças

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