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Aula 1 - Introdução e técnicas de necropsia

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Patologia Geral 
 
Estuda de forma geral os ​aspectos das 
doenças,​ para compreender o processo 
da ​lesão/doença​, com o objetivo de 
definir um ​diagnóstico, tratamento e 
prognóstico​. 
 
Conceitos gerais: 
Lesão​: Alteração em um tecido. Conjunto 
de alterações após uma agressão. Pode 
ser uma alteração macro ou microscópica. 
 
Patogenia​: Descreve o processo da 
doença. 
 
Saúde​: Estado de adaptação do 
organismo ao ambiente, sem apresentar 
alterações orgânicas. 
 
Doença​: Estado de falta de adaptação ao 
ambiente, apresentando alterações 
orgânicas evidenciáveis. 
 
Necropsia​ ​(exame post mortem ou 
mesmo autópsia)​: 
É uma ferramenta para diagnosticar, 
determinar medidas de controle e também 
para a prevenção de doenças. 
Objetivos da necropsia são: 
● Determinar a causa da morte, 
quando desconhecida; 
● Confirmar ou esclarecer um 
diagnóstico clínico prévio, e excluir 
outra possibilidade diagnóstica; 
● Evitar prejuízos futuros, pois, se 
um animal morre sem diagnóstico 
clínico, e este não for estabelecido 
na necropsia, o próximo caso 
clínico da mesma enfermidade, 
tampouco será corretamente 
diagnosticado antes do próximo 
animal morrer; 
● Buscar enfermidades subclínicas 
que possam estar levando a 
redução de produtividade, como 
por exemplo abscesso hepático e 
paraqueratose ruminal; 
● Compilar dados de determinada 
área/região, inclusive identificando 
enfermidades exóticas e 
emergentes; 
● Como método de treinamento de 
estudantes de veterinária acerca 
dos aspectos clínico-patológico 
das enfermidades. 
Quando eu devo realizar uma 
necropsia? 
As ​mudanças nos tecidos ​ocorrem assim 
que o animal vem a óbito e podem ser 
observadas após ​20 minutos​. Uma vez 
que essas alterações podem obscurecer a 
causa verdadeira da morte de um animal, 
é importante coletar ​amostras o mais 
breve ​possível para um diagnóstico mais 
acurado. Isso é particularmente 
importante​ se o ​clima é quente​, se o 
animal estava ​febril ou se este se agitou 
bastante antes da morte, ou quando os 
sinais clínicos da doença envolvem o ​trato 
gastrointestinal​. 
 
Onde eu devo realizar uma necropsia? 
Na medida do possível deve ser distante 
de outros animais, alimentos 
armazenados e pessoas. Recomenda-se 
que seja numa superfície de cimento para 
uma fácil desinfecção posterior, caso 
necessária. Se está indisponível, um local 
no campo, inacessível aos animais 
(cercado), com ação direta dos raios 
solares, é a próxima opção mais segura, 
pois o calor e a luz ajudarão a matar os 
patógenos. 
Equipamentos de proteção individual 
(EPI): 
● Luvas de procedimento; 
● Botas; 
 
 
● Macacão; 
● Óculos de proteção. 
Materiais necessários para a 
necropsia: 
 
 
Antes de começar a necropsia: 
Necessário tentar obter ​informações ​por 
meio do ​histórico e anamnese do 
animal. ​Importante ​fotografar ​e ​pegar 
amostras​ (​fatia fina de 1cm de 
espessura, conservado em formol 10:1​) 
para análise histopatológica. 
1. Identificação do animal: ​Em 
bovinos normalmente se refere ao 
nome dado ao animal, ao número 
do brinco, número de tatuagem, ou 
ainda o ​chip​ de identificação em 
animais que possuem; 
2. Espécie; 
3. Raça; 
4. Sexo; 
5. Idade; 
6. Morte espontânea ou eutanásia; 
7. Método de eutanásia: ​Forma que 
foi realizada e medicamentos 
utilizados; 
8. Data e hora da morte: ​Não se 
refere a hora que o animal foi 
encontrado morto como a real data 
da morte. Estabeleça a hora 
acurada, se possível; 
9. Proprietário: ​Nome, endereço e 
contato (telefone e/ou ​e-mail​); 
10. Veterinário ou requisitante: 
Nome, empresa que trabalha, 
endereço e contato (telefone e/ou 
​e-mail​); 
11. Diagnóstico macroscópico 
provisório: ​Preencha após a 
necropsia para ajudar outras 
pessoas do laboratório a 
determinar os procedimentos de 
teste necessários. 
É importante questionar também o ​local 
que o animal foi encontrado morto; parece 
que o animal apenas ​deitou e morreu ou 
parece que ele sofreu​?; anote se houver 
sangue ​no nariz, boca, reto, vulva, etc.; 
considere ​analisar os alimentos​ se você 
suspeita de problemas nutricionais. 
Coletar e fotografar: 
Se possível, ​sempre colete fragmentos de 
todos os órgãos​. Nunca esqueça os 
órgãos principais: ​fígado, pulmão, rins, 
intestinos, abomaso, coração e útero​. 
Colete ​qualquer órgão ou 
tecido que não pareça normal​. Por 
exemplo, ​tecido inflamado ​(​hiperêmico e 
edemaciado​) ou qualquer tecido que 
apresente ​coloração anormal ​ou uma 
superfície não homogênea. 
● Amostras devem ser coletadas de 
acordo com os sinais clínicos que 
o animal apresentou. Por exemplo, 
 
se o animal apresentou dificuldade 
respiratória, colete o pulmão; se o 
animal apresentou sinais 
neurológicos (andar em círculos, 
cegueira, head pressing, etc.), 
colete o sistema nervoso central. 
Se não forem observadas lesões 
macroscópicas durante a 
necropsia, colete fragmentos de 
todos os órgãos! Secções de 
cérebro e coração são indicadas 
em necropsias nesses casos, pois 
podem ter lesões fatais não vistas 
macroscopicamente. 
Exame histopatológico: 
● Use formol 10% tamponado para 
fixar o tecido para histologia. 
● Tecidos necessários para 
isolamento ​bacteriano ou viral 
não devem ser colocados em 
formol​. 
● O​ tecido deve ser fixado em 
formol na proporção de 10:1 de 
formol ​para tecido, por no mínimo 
24 horas​. Utilize frascos de boca 
larga, para facilitar a posterior 
retirada dos órgãos. 
● Ao coletar o tecido,​ corte fatias 
com até 1 cm ​de espessura 
(aproximadamente o tamanho do 
seu dedo mínimo). 
● Tenha certeza de enviar mais que 
uma amostra de cada órgão para a 
histopatologia. 
● Inclua tecido normal adjacente à 
lesão. 
● Nunca esmague​ o parênquima ou 
raspe ​a mucosa dos órgãos que 
você esteja coletando; 
● Sempre colete secções de todos 
os tecidos com uma​ faca afiada​, 
nunca com um par de tesouras; 
● Quando coletar fatias de tecido 
para estudo histológico de órgão 
pareados,​ faça as fatias do órgão 
esquerdo mais compridas ​ou 
mais largas (não mais espessas) 
para facilitar a posterior 
identificação ​no momento da 
clivagem. 
Cultivo microbiológico: 
● Coleta de amostra para cultivo 
microbiológico ​(bacteriano ou viral) 
deve ser a primeira coisa a ser 
feita, ​visando minimizar 
contaminação​. 
● Use uma ​faca limpa​, sem 
deposição de material orgânico 
sobre a lâmina, e bem afiada. O 
melhor jeito de garantir uma faca 
limpa é ​embeber ​ela, ou qualquer 
outro instrumento usado, ​em álcool 
70% por 5 a 10 minutos​. 
● Colete​ intestino por último​, para 
evitar a contaminação de outras 
amostras pelas bactérias da flora 
intestinal. 
● Acondicione a amostra em ​sacos 
plásticos ou potes estéreis​. 
● Tecidos enviados para cultura 
precisam ter ​aproximadamente 
2,5 cm de espessura​. 
● Tenha certeza em obter de ​duas a 
três amostras de cada órgão 
necessário para coleta. 
● Quando ​submeter intestino​, você 
deve obter uma ​alça intestinal de 
até 15 cm de comprimento. 
● Amarre as pontas do intestino 
com um barbante para evitar 
extravasamento do conteúdo 
intestinal. 
● Para ​cultivo bacteriano​ também 
pode ser realizado ​swab​,​ que 
deve ser acondicionado em​ tubos 
com meio de transporte Stuart​. 
● As amostras devem ser 
imediatamente refrigeradas​ após 
a coleta. O resfriamento deve ser 
rápido e atingir 4ºC​. É essencial 
manter a amostra sempre a 4ºC. 
Se não for possível enviar a 
amostra dentro de​ 24 horas, ela 
pode ser congelada a -20ºC até 
 
o envio​, mas não é o ideal, pois 
pode matar os microrganismos e 
prejudicar o cultivo futuro. 
● Envie as amostras devidamente 
identificadas ​ao laboratório em 
tríplice embalagem​, que consiste 
no ​saco plástico​ ou ​pote ​estéreis 
que a amostra foi colocada 
diretamente, dentro de ​outro saco 
plástico, e então dentro de uma 
caixa de isopor com gelo​. 
Coleta de amostras para fetos 
abortados 
● Medir o feto da base da nuca à 
base da cola; 
● Coletar em sacos plásticos 
individuais para bacteriologia(manter resfriado ou congelado): 
fígado, pulmão, sistema nervoso 
central, rim, timo, baço e conteúdo 
do abomaso; 
● Coletar em um tubo para 
bacteriologia (manter resfriado ou 
congelado): líquido da cavidade 
abdominal ou torácica; 
● Coletar em formol: placenta, 
músculo, pálpebra, timo, coração, 
pulmão, fígado, rim, baço, 
abomaso e sistema nervoso 
central. 
Considerações importantes antes de 
iniciar a necropsia: 
● Se realizar a necropsia no 
laboratório, deixe a mesa com os 
instrumentos necessários para a 
necropsia prontos e a disposição. 
Isso evita perda de tempo, 
confusão ou contaminação ao ter 
que ficar pegando outros 
instrumentos que estejam 
guardados. 
● Deixe suas facas de necropsia 
sempre bem afiadas, elas são o 
instrumento mais importante. Uma 
faca propriamente afiada necessita 
de apenas algumas passadas no 
afiador durante a necropsia de um 
animal grande. Uma faca afiada é 
entendida como sendo capaz de 
depilar os pelos de um braço com 
cuidado. 
● O uso da própria carcaça como 
superfície para corte previne 
perder o fio da faca. Evite ao 
máximo cortar o pelo, pois isso 
causa a perda do fio da faca. 
● Molhe a superfície da mesa ou do 
piso onde será realizada a 
necropsia para prevenir a adesão 
de sangue e outros fluidos e 
facilitar a posterior limpeza. 
● Leia o histórico para indicações de 
técnicas especiais e cuidados a 
serem tomados durante a 
necropsia. 
● Uma bandeja de fundo branco é 
muito útil para examinar o 
conteúdo do abomaso e de 
porções intestinais e procurar por 
parasitas. 
● Ao examinar órgãos bilaterais, 
sempre examine o órgão direito 
antes, para facilitar lembrar as 
lesões de cada um na hora de 
descrição. 
Durante a necropsia 
● Ao fazer uma necropsia, sempre 
use os EPIs; 
● Mantenha a sua faca sempre bem 
afiada; 
● Cuide onde sua faca está o tempo 
todo; 
● Cuide onde você está posicionado 
o tempo todo; 
● Tenha cuidado ao trabalhar em 
pisos que ficam escorregadios 
quando molhados com água e/ou 
sangue; 
● Sempre esteja atento com a 
enfermidade suspeita. 
 
Preocupe-se em não infectar 
outros animais, assim como não 
infectar a si mesmo em casos de 
zoonoses. 
Após a necropsia 
● Limpe as mãos, roupa, botas e a 
área onde foi realizada a necropsia 
antes de entrar em contato com 
outros animais ou pessoas. 
Antes de iniciar o procedimento no 
animal, observe: 
● Posição do animal na hora da 
morte; 
● Aparência geral da carcaça (se 
está com timpanismo, ​rigor mortis​, 
decomposição ​post mortem​, 
desidratação, etc.); 
● Escore de condição corporal 
(​status​ nutricional aparente); 
● Condição da pelagem e ocorrência 
de ectoparasita; 
● Coloração e aparência de todas as 
membranas mucosas visíveis; 
● Ocorrência de secreção de todas 
as aberturas corporais e glândula 
mamária; 
● Evidência de edema, feridas, 
hérnias e fraturas; 
● Avalie linfonodos superficiais; 
● Avalie a genitália externa; 
● Palpe membros e articulações; 
Necropsia parte 1: abertura externa 
● O procedimento a seguir explica 
através de texto, fotos e vídeos 
como realizar adequadamente 
uma necropsia de um bovino 
adulto. 
● Quando se trata de necropsia de 
ruminantes, comece com o animal 
posicionado em decúbito lateral 
esquerdo: assim, com o rúmen 
para baixo, fica mais fácil de 
visualizar os órgãos abdominais. 
Também, quando o rúmen está 
cheio, é mais fácil retirar primeiro o 
intestino e fígado, separadamente, 
deixando então somente os 
pré-estômagos, por último. 
● Entretanto, há situações 
específicas em que esse decúbito 
pode ser alterado. Por exemplo, 
quando há suspeita de 
enfermidade envolvendo o rúmen 
ou que o acesso rápido e primário 
ao órgão pode ser benéfico. Como 
em casos de intoxicação por ácido 
cianídrico (ingestão de plantas 
cianogênicas como ​Prunus ​sp., 
Manihot ​sp. ​Sorghum ​sp., entre 
outras). Nessa intoxicação, o 
conteúdo ruminal adquire odor de 
“amêndoas”, e ao abrir o animal 
pelo decúbito lateral direito, dando 
de cara com o rúmen, é possível 
puncioná-lo, permitindo que o gás 
ruminal seja liberado e você possa 
sentir o odor do conteúdo. Em 
casos de timpanismo gasoso ou 
espumoso, a distensão abdominal 
do lado esquerdo é severa, 
dificultando com que o cadáver 
fique em decúbito lateral esquerdo, 
então o animal pode ser aberto 
também com o lado esquerdo para 
cima. 
● Mesmo nestes casos, 
recomenda-se a abertura da 
carcaça pelo lado direito. 
● Outras vezes, o animal morre em 
decúbito lateral direito em um local 
de difícil acesso e que não há a 
possibilidade de virá-lo, como 
neste caso: 
● Com o animal em decúbito lateral 
esquerdo, abduza o membro 
torácico direito e faça uma incisão 
na axila direita. Rebata o membro 
torácico direito cortando entre os 
músculos da escápula e da parede 
do corpo. Corte esse tecido 
 
conectivo enquanto puxa para trás 
o membro. 
● Depois que isso está feito, o 
membro torácico direito deve 
deitar no mesmo ângulo do resto 
do corpo. 
● Abduza completamente o membro 
pélvico direito, seccione a 
musculatura até chegar à 
articulação coxofemoral e seccione 
o ligamento da cabeça do fêmur. É 
importante verificar a integridade 
deste ligamento e o perfeito 
encaixe entre a cabeça do fêmur e 
o acetábulo. Pois este momento é 
quando deve ser avaliado possível 
luxação ou sub-luxação. 
● Uma vez que você tenha feito isso, 
o membro também deve deitar no 
mesmo ângulo do corpo do animal. 
● Rebata a glândula mamária ou 
pênis e testículos​. 
● Para liberar a pele da parede 
abdominal no lado direito do 
animal, faça uma incisão 
longitudinal próximo a medula 
vertebral e então corte o tecido 
conectivo entre a pele e a 
musculatura. Tente não fazer 
muitos furos na pele para não 
perder o fio da faca. 
● Em recém-nascidos, nesse 
momento, avalie o umbigo. 
Necropsia parte 2: abertura da 
cavidade abdominal e torácica 
● Cuidadosamente, faça uma incisão 
inicial próxima ao arco costal. 
Tente não cortar tão 
profundamente para evitar perfurar 
as vísceras, principalmente se o 
animal já morreu há algumas 
horas e as vísceras gastrintestinais 
estão repletas de gás. Insira sua 
mão e a faca empunhados na 
cavidade na incisão que você criou 
previamente. Dessa forma você 
protege as vísceras distendidas da 
lâmina. 
● Continue a incisão até o flanco 
dorsal e através do aro pélvico. 
● Rebata esse flap de musculatura e 
examine a cavidade peritoneal e 
as vísceras. Note a quantidade e o 
tipo de fluídos da cavidade e 
outros conteúdos assim que é 
aberta.Puncione (pequeno orifício) 
com a faca o diafragma​ ​e note 
(ouça) a saída de ar da cavidade. 
Normalmente o tórax​ ​fica em 
pressão negativa, mantendo os 
pulmões inflados. Depois da morte 
deve haver ainda pressão 
negativa, a não ser que haja 
trauma no tórax causando 
pneumotórax. Corte todo o lado 
direito do diafragma ao longo do 
arco costal. 
● Corte os músculos cobrindo as 
costelas​ ​ao longo do topo do gradil 
costal, próximo às articulações 
costovertebrais. 
● Com o podão ou um machado, 
corte as costelas ao longo da 
incisão que você acabou de criar 
no músculo. 
● A primeira costela, a mais cranial, 
é mais larga, o que dificulta 
quebrar a articulação 
esternocostal. Recomendamos 
que com o podão ou machado 
quebre-a o mais próximo possível 
da articulação esternocostal e 
então a remova com a faca; ou 
tracione com força a costela ao 
mesmo tempo que passa a lâmina 
da faca na articulação 
esternocostal. 
● Cheque a posição de todos os 
órgãos torácicos e anote se houver 
líquido ou outros conteúdos dentro 
da cavidade. 
 
Necropsia parte 3: retirada do trato 
gastrointestinal 
● Com uma mão agarre o omento, 
corte e remova-o. 
● Agora você deve ser capaz de 
examinar os órgãos abdominais. 
Observe a cor, posição e tamanho 
de todos os órgãos. Examine a 
cavidade abdominal por qualquer 
aderência, nódulos ou outras 
anormalidades. 
● Antes de remover qualquer víscera 
da cavidade abdominal, procure 
por vasos anormais (​shunts ​-foto 
abaixo) do ou para o fígado ou 
intestinos, e especialmente 
levando à veia cava caudal. 
● Examine o pâncreas aderido ao 
duodeno. 
● Em animais com icterícia, no 
duodeno, faça uma incisão 
longitudinal na porção caudal 
adjacente onde se encontra o 
esfíncter de Oddi. Então, aperte a 
vesícula biliar​ ​e observe a saída 
de bile​ ​pelo esfíncter no intestino. 
Esta é a Manobra de Virchow que 
possibilita verificar se os ductos 
que levam a bile para o duodeno 
estão obstruídos ou não, assim 
descartando icterícias de origem 
pós-hepática (obstrutivas). 
● Puxe dorsalmente os intestinos 
sobre a medula lombar. "Ordenhe" 
(retire o conteúdo interior para ao 
secciona-lo não "sujar" a cavidade) 
o conteúdo do duodeno e, com 
auxílio de outra pessoa, segure-o 
em dois pontos, seccionando no 
meio e evitando que extravase 
conteúdo intestinal dentro da 
cavidade. 
● "Ordenhe" o conteúdo da porção 
final do cólon cranialmente e corte 
o reto. 
● Seccione o mesentério que segura 
os intestinos na porção dorsal da 
cavidade. Assim o intestino foi 
completamente liberado e pode 
ser removido. 
● Os intestinos também podem ser 
removidos puxando-os 
ventralmente, e não sobre a área 
lombar como mostrado antes. 
Utilize a gravidade a seu favor. 
● Por alguma razão, o reto inteiro e 
o ânus não são removidos neste 
momento. Sairão conjuntamente 
com o gênito-urinário. Caso haja 
suspeita de lesão no reto, será 
necessário quebrar e tirar os ossos 
pélvicos para removê-los. 
● O fígado​ ​é facilmente removido ao 
cortar as conexões anteriores com 
o diafragma e os ligamentos 
laterais, conforme realizado nos 
vídeos abaixo. Antes de retirá-lo, 
examine os bordos buscando 
possível aderência entre o fígado, 
diafragma e retículo. Após a 
retirada do órgão, isso não será 
mais possível! 
● Busque por lesões de retículo 
pericardite traumática entre 
retículo e diafragma antes de 
remover o rúmen. 
● Seccione o esôfago próximo à 
inserção do cárdia.​ ​Corte os 
ligamentos dorsais do rúmen da 
parede abdominal. Agarre 
firmemente o rúmen 
(frequentemente um corte no 
próprio órgão permite segurar 
melhor para esse esforço - 
entretanto, isso poderá liberar 
conteúdo ruminal na cavidade: 
evite esta opção) e puxe os 
pré-estômagos e o abomaso para 
fora da cavidade abdominal. 
● O baço normalmente vem junto 
com o rúmen. 
● Posicione o TGI em uma ordem 
relativa para ser aberto 
posteriormente, como o último 
processo principal da necropsia, 
 
prevenindo a contaminação fecal 
dos tecidos e instrumentos. 
Necropsia parte 4: avaliação do trato 
gastrointestinal 
● O TGI, apesar de ser removido 
inicialmente, é deixado de lado e 
aberto apenas depois de todas as 
outras vísceras serem removidas e 
examinadas. 
● Posicione-o da forma abaixo, para 
que possa abrir de forma completa 
e sequencial. Algumas vezes há 
que dissecar um pouco entre o 
omaso e retículo e entre o omaso 
e abomaso; mas sempre sem 
cortar a parede do órgão 
completamente. Corta-se só a 
serosa e alguns ligamentos. 
● Corte ao longo da curvatura maior 
do abomaso​ ​e pré-estômagos​. 
● O maior compartimento é o rúmen 
(1). Sua superfície interna se 
parece com um tapete felpudo, 
feito de milhares de papilas. O 
retículo​ ​(2) é o próximo 
compartimento. É um saco menor 
que tem aparência de favo de mel 
dentro. É onde deve estar o imã 
intrareticular, se utilizado. O 
omaso (3) deve ser firme e conter 
folhas como um livro. Essas são 
usadas para moer partículas de 
comida que passam para o rúmen, 
além de absorver água. O 
abomaso (4) tem uma superfície 
macia e normalmente contém 
liquido. 
● As papilas dos pré-estômagos não 
devem se desprender quando 
você raspa a faca através dela, a 
não ser que o animal esteja morto 
há mais de uma hora. Se essas 
papilas desprendem e o animal 
acabou de morrer, pode-se 
considerar coletar o conteúdo 
ruminal para sinais de mudança de 
pH, como uma acidose ou alcalose 
ruminal, ou perturbações 
gastrointestinais. 
● Examine todos os compartimentos 
e anote a aparência dos tecidos, 
assim como dos conteúdos. 
● Lembre-se que em fetos, 
natimortos e recém-nascidos, os 
pré-estômagos possuem outra 
aparência, como na foto abaixo, 
pois não chegaram a ingerir 
alimentos sólidos e realizar 
fermentação. 
● Faça várias fatias no baço​ ​para 
inspecioná-lo. Em órgãos com 
cápsula (baço, fígado, rins) 
deve-se fazer primeiramente uma 
incisão única, e verificar se há 
protrusão. A cápsula não expande, 
portanto se ao corte o parênquima 
expandir, é porque está 
aumentado e comprimido dentro 
da cápsula. Após isso, deve-se 
fazer vários outros cortes para 
examinar o parênquima em busca 
de qualquer alteração, por 
exemplo, um abscesso, um 
trombo, etc. 
● O fígado deve ter margem afiadas 
e superfície macia. Corte-o para 
avaliar o parênquima e incise os 
vasos maiores. Avalie a sua 
coloração. Para avaliar a sua 
consistência, corte uma fatia e a 
aperte. 
● Localizada dentro dos lobos 
hepáticos está a vesícula biliar. 
Esse órgão é verde e é 
tipicamente do tamanho de uma 
laranja em uma vaca adulta. Há 
ductos associados com a vesícula 
biliar que vão em direção ao 
fígado. Corte a vesícula biliar e 
esses ductos para procurar por 
anormalidades. Observe a 
consistência e aspecto da bile. 
● Incise várias porções dos 
intestinos, abrangendo 
 
comprimentos representativos de 
cada porção.Examine a mucosa, 
observando a coloração e 
aparência, assim como a 
aparência do conteúdo intestinal. 
Todo o intestino deve ser brilhante 
e suave. 
● Tecidos decompostos, incluindo 
intestinos, são mais frágeis que 
um tecido fresco. É necessário 
cuidado redobrado na hora de 
remover os órgãos de um animal 
em estado avançado de autólise. 
● Existem vários tipos de úlceras, 
mas deve haver evidência de uma 
resposta inflamatória com fibrina, 
necrose, hiperemia e edema. 
Necropsia parte 5: retirada dos 
sistemas urinário e reprodutor 
● O rim direito se encontra na 
gordura próximo à medula 
vertebral, perto do fígado. 
● Na porção crânio medial adjacente 
a cada rim, você encontrará as 
adrenais​ ​(foto acima). Ambas 
ficam no meio do tecido adiposo. 
Para removê-las basta dissecar o 
tecido adiposo ao redor. Tenha 
cuidado para não espremer a 
glândula com os dedos ao retirá-la. 
● O rim esquerdo é encontrado ao 
rebater todo o intestino sobre a 
coluna vertebral do animal. Onde 
todos os intestinos se encontram, 
recém acima do rúmen, com uma 
outra área de gordura recobrindo o 
rim.Se não houverem suspeitas de 
doença renal, os rins​ ​podem ser 
retirados dissecando o tecido 
adiposo ao redor e seccionando 
nos ureteres​ ​próximo a pelve 
renal. 
● Caso tenha suspeita de doenças 
como urolitíase, hidronefrose, 
pielonefrite, etc., os rins​ ​devem ser 
removidos unidos aos ureteres​ ​e 
vesícula urinária. Para isso será 
necessário abrir a cavidade pélvica 
com uma serra, podão ou 
machado, quebrando através da 
púbis​ ​até o forame obturador, 
então através do ísquio, em ambos 
os lados, para no fim remover a 
sínfise púbica. 
● Então corte próximo ao osso, 
seccionando os tecidos conectivos 
entre a cavidade pélvica e o útero 
e vesícula urinária. Remova os rins 
com ureter, vesícula urinária, 
uretra, útero e vagina​ ​nas fêmeas, 
ou com o pênis e testículos​ ​no 
macho. 
● Se a vesícula urinária estiver cheia 
de urina, colete uma amostra com 
uma seringa e agulha limpas antes 
de retirar o órgão. 
Necropsia parte 6: avaliação dos 
sistemas urinário e reprodutor 
● As cápsulas renais adiposa e 
fibrosa recobrem o rim e precisam 
ser removidas para examinar 
completamente a superfície 
externa renal. Corte o rim 
longitudinalmente da porção 
cortical​ ​em direção à pelve​ ​e 
examine o tecido interno. Faça 
várias fatias transversas para 
inspecionar através do órgão. 
Colete uma fatia de tecido que 
inclua o córtex, medula e o epitélio 
pélvico. 
● Faça uma incisão no ureter com 
uma tesoura ou uma faca com 
ponta fina até chegar à vesícula 
urinária.Corte para abrir a 
vesícula urinária e examinar a 
mucosa. 
● Ou inicie da uretra, indo em 
direção à vesícula urinária​ ​e então 
os ureteres. 
● Incise a adrenal​ ​longitudinalmente. 
Note a relação 
 
córtex-medula-córtex que deve ser 
aproximadamente 1:2:1. 
● Corte os ovários​ ​primeiro 
longitudinalmente, e então 
transversalmente. 
● Comece cortando da vagina, 
seguindo para a cérvix​ ​e cornos 
uterinos. Se há um feto, examine-o 
e examine a placenta. 
● Na glândula mamária, corte todos 
os quartos mamários e observe o 
parênquima mamário. Corte 
através do canal do teto também. 
● Nos machos, inicie dissecando a 
glande para expor a uretra. Então, 
incise a uretra até a vesícula 
urinária. 
● Avalie a flexura sigmoide e os 
corpos cavernosos e corpo fibroso 
do pênis. Depois abra o escroto, 
observe as túnicas e faça um corte 
longitudinal ou diversos cortes 
transversais nos testículos para 
examina-los. 
Necropsia parte 7: retirada do sistema 
cardiorrespiratório 
● Para a retirada do sistema 
cardiorrespiratório​. 
● Faça uma incisão na pele iniciando 
da região mandibular até a entrada 
da cavidade torácica. 
● Após isso, examine as veias 
jugulares. 
● Corte o frêmito lingual e libere a 
língua manualmente. Puxe a 
língua para traz e pra baixo. 
● Agora, no hioide, coloque a faca 
por dentro da articulação entre o 
basi-hioide (ou corpo) e o 
tireo-hioide, e faça um movimento 
de alavanca, com força, para 
desarticular. Corte o palato mole. 
● Continue tracionando, removendo 
a traqueia e esôfago​ ​ao cortar os 
tecidos adjacentes no pescoço, até 
chegar na cavidade torácica. 
● Rebata o pulmão direito agarrando 
a ponta do pulmão próximo ao 
diafragma. Puxe o pulmão em 
direção à cabeça, cortando 
qualquer tecido conjuntivo. 
Seccione o esôfago e a aorta 
próximo ao diafragma. Seccione 
os tecidos que unem o saco 
pericárdico à região ventral da 
cavidade torácica. Para remover o 
pulmão esquerdo seccione o 
mediastino que separa os lados da 
cavidade e corte qualquer tecido 
conjuntivo que fixa o órgão na 
cavidade. 
Necropsia parte 8: avaliação do 
sistema cardiorrespiratório 
● Examine a língua fazendo secções 
transversais. 
● Iniciando da laringe, corte o 
esôfago longitudinalmente em 
direção aos pulmões. Examine a 
mucosa do esôfago​. 
● Agora corte a laringe​ ​no meio, 
seccionando entre as cartilagens 
aritnóide e cricóide. 
● Corte a traqueia longitudinalmente 
em direção à carina e examine por 
qualquer lesão. 
● Corte da traqueia em direção aos 
brônquios maiores e observe os 
finais de corte das artérias 
pulmonares por embolia. 
● Pode haver um pouco de comida 
ou espuma nas vias aéreas. Isso 
normalmente ocorre durante os 
últimos respiros terminais, 
contanto você deve anotar a 
quantidade e cor. 
● Agora corte o pulmão​ ​para 
observar o parênquima​ ​profundo 
do órgão. 
● Examine a aparência geral dos 
pulmões, que devem ter uma 
coloração levemente rosa e 
consistência esponjosa ao toque. 
 
● O timo​ ​de um bezerro atinge seu 
desenvolvimento máximo próximo 
a um ano de vida, sendo uma 
estrutura que se prolonga desde a 
laringe até o pericárdio. Já em 
bezerros recém-nascidos, como 
observado na foto abaixo, 
observa-se mais facilmente a 
porção torácica do timo. Para 
removê-lo e examina-lo, basta 
dissecar os tecidos adjacentes. 
● In situ​, abra o pericárdio e examine 
o conteúdo do saco pericárdico 
assim como a superfície externa 
do próprio coração. Note a 
quantidade e tipo de fluído. 
● Normalmente o saco não é aderido 
ao coração e há uma pequena 
quantidade de líquido dentro. 
Anote se houver quantidade 
grande de líquido, fluído, sangue 
ou pus no saco pericárdico. 
● Segure o coração com a mão 
esquerda, com o ápice em sua 
direção, e faça um corte no 
ventrículo direito adjacente ao 
septo e estenda o corte 
dorsalmente e caudalmente na 
veia cava caudal, Estenda o corte 
anteriormente da veia cava caudal 
abrindo a veia cava cranial. 
Estenda o corte inicial no 
ventrículo direito 
dorsocranialmente adjacente ao 
septo continuando para fora do 
conus arteriosus​ e artéria 
pulmonar. 
Examine todas as valvas e 
aberturas no ventrículo e átrio 
direito. 
Rotacione o coração no sentido 
horário até que o átrio esquerdo 
esteja em evidência. Segure o 
coração na mão esquerda com o 
dedo polegar sobre a aurícula 
esquerda. Corte o ventrículo 
esquerdo, próximo ao ápice, e 
estenda o corte dorsalmente nas 
veias pulmonares. Examine a 
valva atrioventricular esquerda. 
Com o dedo indicador e dedo 
polegar agarre a metade da 
parede esquerda do ventrículo, 
corte através do ventrículo 
esquerdo indo por baixo da valva 
atrioventricular esquerda. 
Estenda a incisão para fora até a 
aorta. Examine as artérias 
coronárias, subclávias e 
braquiocefálicas. 
Você observará sangue coagulado no 
coração e nos vasos. Aparecerá como um 
material avermelhado ou amarelado ou 
misto, brilhante, gelatinoso, elástico e não 
deve estar aderido à parede do coração 
ou dos vasos. Anote se houver aderência 
do coágulo na parede, isso pode ser um 
trombo. 
Em casos específicos, como suspeita de 
fibrose ou necrose miocárdica, miocardite 
abscedativa ou retículo pericardite 
traumática (RPT), o coração pode ser 
aberto fazendo fatias transversais. Após a 
abertura do coração, meça a parede dos 
dois ventrículos. A proporção entre 
ventrículo esquerdo e direito deve ser. 
3:1.​Necropsia parte 9: retirada e 
avaliação do sistema nervoso central 
Para remover a cabeça, estenda-a para 
trás e corte os músculos do pescoço 
diretamente atrás da mandíbula. Você 
deve ir em direção à articulação 
atlanto-ocipital. Obtenha o líquido 
cefalorraquidiano nessa hora, se 
necessário, de uma abordagem dorsal ou 
ventral. Corte todos os ligamentos​ ​e a 
medula vertebral. A pele e os músculos 
 
sobre a vértebra agora devem ser 
cortados, liberando a cabeça do corpo. 
Olhe no forame magno e note a ausência 
normal de vermis cerebelar. Suspeite de 
uma lesão cerebral se visto (prolapsado). 
Remova a maior porção de pele da 
cabeça e remova as orelhas. 
Examine as glândulas salivares 
maiores nessa hora. 
Quanto mais velho o animal, mais 
espessos são os ossos craniais que 
devem ser quebrados. Se o bovino tem 
chifres, é melhor cortá-los fora próximo a 
sua base. Os seios frontais de grandes 
animais aumentam de tamanho com a 
idade, e consequentemente, animais mais 
velhos terão duas camadas de ossos 
distintas, separadas por um espaço 
sinusal, que deve ser cortado antes do 
cérebro ser exposto. 
Para expor o cérebro é preciso remover a 
calota craniana. Com um machado ou 
serrote, há três incisões necessárias para 
fazer isso, e um pouco de experiência é 
necessária para fazer os cortes profundos 
o suficiente para permitir a remoção da 
calota sem danificar o tecido cerebral 
abaixo. 
O primeiro corte é transverso, 
atravessando o crânio ao longo de uma 
linha desenhada entre a comissura 
posterior de cada olho. O segundo corte é 
da parte dorsal do côndilo occipital direito 
lateralmente na região atrás da orelha e 
anteriormente desse ponto para 
intersectar com o primeiro corte 
imediatamente medial ao olho. Um corte 
similar é feito do outro lado da cabeça. O 
terceiro corte é logo acima dos côndilos 
occipitais. Assim deve ser possível 
remover a calota craniana. 
Será necessário realizar mais uma incisão 
vertical nos côndilos para facilitar a 
remoção do cerebelo. 
Em bovinos com chifre, as batidas 
no crânio devem ser feitas 
conforme a foto abaixo. 
Em suínos, o corte inicial deve ser 
feito imediatamente cranial às 
órbitas oculares. 
As meninges são examinadas e então 
removidas cortando com a faca ou 
tesouras. Os nervos craniais, 
principalmente os nervos olfatórios, 
devem ser seccionados. Uma vez que o 
cérebro está solto da base, assim que 
inclinar a cabeça, ele cairá na sua mão, 
junto com o cerebelo. 
É normal encontrar uma única massa 
branca firme com ½-1 cm suspensa na 
calota craniana mediana aderidaas 
meninges. Essa é a glândula pineal. 
● Faça de duas a três secções 
transversas no cérebro e uma 
secção sagital no cerebelo para 
fixar no formol. 
● Para remover o gânglio de Gasser, 
hipófise e ​rete mirabile ​(GRH), 
pegue a dura-máter da parte 
basilar do osso occipital entre os 
côndilos serrados/quebrados. 
Descasque para frente para incluir 
o​ ​GRH. Corte a hipófise 
transversalmente antes de colocar 
no formol. 
● Para remover a medula vertebral, 
corte os músculos e tendões dos 
processos dorsais, ventrais e 
transversos da medula vertebral. 
Um machado pode ser usado para 
expor os processos transversos ao 
longo da coluna. Com o machado, 
continue lascando paralelo aos 
processos transversos até que o 
 
lado direito da coluna vertebral 
esteja removido e a medula 
vertebral seja exposta. 
Iniciando da articulação atlantoccipital, a 
medula vertebral é removida ao agarrar as 
meninges com os dedos ou uma pinça e 
cortando as raízes ventrais e dorsais, 
liberando-a do canal vertebral. Não 
aperte, esmague, ou puxe-a bruscamente. 
Depois da medula ser removida, corte as 
meninges em todo o comprimento e 
examine-a. Cortes transversos podem ser 
feitos para procurar por lesões com o 
órgão ainda fresco e para ajudar na 
fixação no formol. 
Para remover o olho aperte, com um 
mínimo de tração, a pele ao redor. Com a 
barriga da faca, corte o tecido macio, mas 
resistente ao redor da órbita. Corte 
profundamente ao redor da orbita, ficando 
perto do osso. Seccione o nervo óptico e 
remova o olho. 
Necropsia parte 10: avaliação do 
sistema músculoesquelético e coleta 
de medula óssea 
Cinco articulações são rotineiramente 
checadas, na ordem dada, na necropsia 
da maioria das espécies; sete são 
checadas em animais jovens, 
especialmente em bezerros. Essas são 
representativas e facilmente acessadas. 
● Quadril direito; 
● Joelho direito ​e​ esquerdo; 
● Ombro direito; 
● Atlanto-occipital; 
● Jarrete direito ​e​ esquerdo ​em 
animais jovens. 
 
Rebata a pele da articulação de interesse. 
Dobre a articulação em sua direção 
normal e corte através dos músculos em 
direção ao meio da articulação. 
● Todas as articulações são 
rodeadas por uma fina camada de 
tecido conectivo, corte para expor 
o interior da articulação. 
● Cuidadosamente examine o 
líquido sinovial e os ossos 
envolvidos na articulação. 
Normalmente o líquido sinovial é 
transparente a levemente 
amarelado e viscoso. Não pode ter 
sangue ou pus. Os ossos devem 
ser lisos e brancos. 
● Músculos diferentes devem ser 
observados se o animal 
apresentava qualquer claudicação. 
Simplesmente corte o músculo e 
procure por qualquer 
anormalidade. O músculo todo 
deve ter a mesma cor e textura. 
Colete áreas pálidas ou 
enegrecidas. 
● Para fazer um esfregaço ou obter 
uma secção de medula óssea, 
quebre qualquer osso de um 
animal jovem, ou um osso que 
ainda tenha medula óssea 
vermelha em um animal adulto, 
usando o quebrador de costelas 
para cortar obliquamente o osso. 
Registrando a necropsia 
Se possível, sempre tire fotos de todas as 
lesões observadas nas necropsias. 
Anote e descreva os achados o quanto 
antes, no máximo em até 24 horas, para 
diminuir as chances de esquecer alguma 
lesão, como no laudo feito pelo LPV 
abaixo: 
Aqui no site, você pode acessar e realizar 
o curso de descrição de lesões para 
aprender a descrever corretamente os 
achados necroscópicos. Uma boa 
descrição deve ser capaz de retratar as 
lesões com acurácia, para que quando 
 
outras pessoas leiam, possam imaginar o 
que foi observado com exatidão.

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