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Diurétic� Fisiologia renal Diuréticos são fármacos utilizados para aumentar a eliminação de urina: As funções do rim são controlar o conteúdo de eletrólitos, o volume do líquido extracelular e o equilíbrio ácido-base. Sendo assim, ele atua na homeostase do equilíbrio hidroeletrolítico do organismo, por meio do mecanismo de contracorrente: Componentes do néfron: glomérulo, cápsula de Bowmann, alça de Henle (ramos ascendente e descendente), tubo contorcido distal e ducto coletor. A rede vascular do néfron é composta por arteríola aferente e eferente. O filtrado glomerular entra no néfron e sofre uma série de trocas iônicas que varia de acordo com o segmento do néfron: no túbulo contornado proximal, ocorre a reabsorção isotônica proximal; ao entrar pelo ramo descendente na alça de Henle, ocorre uma reabsorção de sódio, que atinge a medula renal com uma alta concentração de eletrólitos; em seguida, as características de permeabilidade são alteradas e ocorre uma reabsorção ativa de sódio e perda de água, retomando a isotonicidade somente em direção ao córtex renal; no túbulo contornado distal, a situação de isotonicidade ou até de hipotonicidade; por fim, no ducto coletor, o filtrado sofre uma perda de solutos e é eliminada a urina concentrada. A urina é, portanto, um ultrafiltrado do plasma, pois a membrana basal bloqueia a filtração de substâncias de alto peso molecular e de elementos figurados do sangue. O equilíbrio é mantido pelo mecanismo de contracorrente, ou seja, a diferença de permeabilidades ao longo do néfron intensifica a etapa do próximo segmento, por exemplo, quanto mais água for perdido no ramo descendente da alça de Henle, mais soluto é perdido no ramo ascendente e, consequentemente, mais água é perdida no ducto coletor, formando gradientes de concentração ao longo do néfron (córtex hipotônico e medula hipertônica). Portanto, o fármaco pode agir em diferentes pontos do néfron, alterando a composição da urina. Outro mecanismo importante no controle da pressão arterial e da filtração glomerular é o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que regula a excreção de sódio e do volume extracelular, resultando em controle da pressão arterial. O sistema renina-angiotensina-aldosterona é mais eficiente quando a hipertensão arterial já está instalada e sua principal ação se dá pela síntese de angiotensina II, a qual assegura a taxa de filtração glomerular mesmo quando o fluxo sanguíneo renal está reduzido, além de promover a vasoconstrição arteriolar eferente, o que aumenta a filtração glomerular O aparelho justaglomerular é composto por arteríola aferente, arteríola eferente e células da mácula densa, além de ser sensível às mudanças da circulação sistêmica. A medida que ocorre o controle da constrição do vaso, da pressão de filtração e do fluxo sanguíneo renal, as células da parede justaglomerular secretam renina sob hipotensão, a qual age sobre o angiotensinogênio, secretado pelo fígado, convertendo-o em angiotensina I. A angiotensina I é convertida em angiotensina II sob a ação da enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II provoca a inibição de renina por retroalimentação e estimula a secreção de aldosterona, estando envolvida no mecanismo da sede por meio de ação hipotalâmica. Para um rim para de filtrar, a pressão sistólica estará cerca de 40 a 60 mmHg, ou seja, praticamente chocado. Isso interrompe a eliminação de metabólitos tóxicos, levando à toxemia e, consequentemente, óbito. A secreção de renina é controlada por três fatores: tonicidade na mácula densa (diminuição da concentração de sódio promove a liberação de renina), baroceptores nas arteríolas aferente e eferentes (o aumento da pressão promove um estiramento que, ao relaxar com a queda dessa pressão, estimula a liberação de renina) e sistema nervoso simpático (receptores beta estimulados resultam na liberação de angiotensina II). A angiotensina II promove aumento da reabsorção de sódio no túbulo proximal (efeito direto), estimula a liberação de aldosterona e altera a hemodinâmica renal (vasoconstrição renal, aumento da neurotransmissão de noradrenalina no rim decorrente da sensibilização das terminações simpáticas e aumento do tônus simpático). A angiotensina II estimula a produção de aldosterona pelo córtex adrenal, o que resulta no estímulo da reabsorção de sódio e na secreção de potássio e hidrogênio por meio da ação sobre a porção final do túbulo coletor distal. Esse hormônio apresenta ação nuclear, induzindo a síntese de canais de sódio, que aumentam a reabsorção de sódio e a liberação de potássio e hidrogênio por simporte. A única substância de efeito contrário ao diurético é o hormônio antidiurético. A ação do ADH sobre receptores V1 na musculatura lisa vascular promove vasoconstrição, resultando no aumento da pressão arterial. Já a ação do ADH sobre receptores V2 acoplados a proteínas G promovem a ativação de adenilato ciclase, que resulta em aumento de AMPc e, consequentemente, na inserção de canais de água. Quando cessa o efeito da vasopressina, a membrana rica em canais de água é endocitada e armazenada novamente nos endossomas. Os fármacos diuréticos são utilizados no tratamento de edemas, como edemas intracranianos e glaucoma. Os edemas não são resolvidos simplesmente pela eliminação de água, mas sim pelo controle da concentração de íons sódio no espaço extracelular. No túbulo proximal, a reabsorção de sódio é isosmótica, ou seja, sódio, água e ânions são reabsorvidos na mesma proporção. É importante que, independentemente do mecanismo que esteja ocorrendo no lúmen, haja sempre um mecanismo de troca sódio-potássio na membrana basolateral. Vasareta: néfron, vaso arterial e vaso venoso. No segmento fino da alça de Henle, ocorre somente a saída de água, pois não há mecanismo ativo. Isso faz com que o filtrado glomerular nesse ramo seja hipertônico. Nesse mesmo segmento, há reabsorção passiva de cloro e simporte sódio-potássio-cloro, o que faz com que as drogas que ali agem sejam as mais potentes. No túbulo distal, há uma classe de drogas importantes que agem sobre o simporte sódio-cloro e o simporte sódio-hidrogênio. No ducto coletor, ocorre reabsorção de sódio e água pela ação de ADH e a homeostase é mantida pela bomba sódio-potássio na membrana basolateral, o que resulta na eliminação de urina hipertônica. Uso de diuréticos Uso terapêutico: diminuição da retenção hídrica (edemas) e diminuição da pressão arterial. Nos edemas, a eliminação de sódio resulta em eliminação de água e, consequentemente, na diminuição de líquido no espaço extracelular. Um dos fatores que interferem na pressão arterial é a volemia, portanto, a diminuição da volemia diminui a pressão arterial. Tipos de diurese Aquosa: bloqueio da liberação de ADH → ineficiente, pois não ocorre eliminação de sódio. Osmótica: aumento da carga osmótica (ex.: administração de solução glicosada), o que também é ineficiente, pois não há retirada de soluto, e bloqueio da reabsorção de sódio. Filtração: aumento da pressão de filtração glomerular aumenta a diurese. Diuréticos osmóticos (ex.: isossorbida e manitol) Substâncias sem efeito farmacológico que são filtradas pelos glomérulos. Elas são pouco reabsorvidas e sua presença provoca sobrecarga osmótica, aumentando a quantidade de água excretada, que carrega um pouco de sódio. Usos clínicos: prevenção de insuficiência renal aguda, edema cerebral e glaucoma. O efeito não é diretamente sobre o edema, mas sobre a circulação sanguínea. Diuréticos de alça ou de alto teto (ex.: furosemida, ácido etacrínico, torsemida e bumetanida) Inibidores do simporte sódio-potássio-cloro: diurese mais eficiente. Atuam sobre o ramo ascendente da alça de Henle. A solução apresentada ao túbulo distal é hipertônica devido ao bloqueio da reabsorção de sódio. Isso resulta na maior eliminação de potássio. Efeitos terapêuticos: Aumento da excreção de sódio a 25% da carga filtrada: edema severo. Aumento do volume urinário: insuficiência renal aguda oligúrica. Aumento da excreção de potássio: hipercalcemia. Alteraçãoda reabsorção de água livre (desequilíbrio entre equilíbrio osmótico e equilíbrio hídrico no plasma): hiponatremia. Aumento da capacitância venosa: edema pulmonar. Usos clínicos: Edema pulmonar agudo, insuficiência cardíaca crônica, cirrose hepática por ascite, síndrome nefrótica e insuficiência renal. Tratamento da hipertensão complicada por comprometimento renal. Tratamento agudo de hipercalcemia após reposição do volume plasmático com solução isotônica intravenosa de cloreto de sódio. Efeitos adversos: depleção profunda do volume de líquido do espaço extracelular, hipocalemia, alcalose metabólica, ototoxicidade, hiperuricemia, hipocalcemia, hipomagnesemia e hiperglicemia. Diuréticos tiazídicos ou tiazídicos-like (ex.: clorotiazida, hidroclorotiazida, clortalidona e metolazona) Maior classe de drogas utilizada como anti-hipertensivos Inibidores do simporte sódio-cloro: membrana basolateral deve ser funcionante. Efeitos terapêuticos: excreção de 5% da carga filtrada de sódio. Tratamento de edema leve, hipertensão e diabetes insipidus nefrogênica. Aumento da excreção de cálcio: nefrolitíasis cálcio-dependente (cálculo renal). Isso ocorre porque a reabsorção de sódio altera o potencial de membrana, o que faz com que o canal de sódio abra, aumentando a excreção de cálcio devido ao gradiente elétrico. Usos clínicos: hipertensão, insuficiência cardíaca leve, edema resistente grave, prevenção de formação recorrente de cálculos na hipercalciúria idiopática e diabete insipidus nefrogênica. Efeitos adversos: depleção ECFV, hipercalcemia, hipocalemia, hiponatremia, alcalose metabólica, hiperuricemia, hipomagnesemia, hiperglicemia, impotência e aumento de LDL. Diuréticos poupadores de K+ (triantereno e amilorida) Em associação com com diuréticos depletores de K+, esses medicamentos são utilizados para prevenir a perda de potássio, sobretudo quando a hipocalemia é particularmente perigosa, como em pacientes que necessitam de digoxina ou amiodarona. 1.) Inibidores de canal de Na+: usados em associação com os medicamentos espoliadores de K+. Efeitos terapêuticos: aumenta a natriurese causada por outros diuréticos e previne hipocalemia, por isso, é usado em combinação com diuréticos de alça e tiazídico; além disso, o bloqueio dos canais de sódio é importante no tratamento da síndrome de Liddle e da diabetes insipidus induzida por lítio. Efeitos adversos: hipercalemia, cálculos renais, nefrite intersticial e megaloblastose. 2.) Antagonistas do receptor mineralocorticóide (espironolactona): antagonistas da aldosterona. A aldosterona estimula a reabsorção de sódio. Efeitos terapêuticos: aumenta a natriurese causada por outros diuréticos e previne hipocalemia, por isso, é usado em combinação com diuréticos de alça e tiazídico; além disso, é utilizado em tratamento de hiperaldosteronismo primário, edema da cirrose hepática, hipertensão e insuficiência cardíaca. A espironolactona é utilizada para aumento de sobrevida na insuficiência cardíaca, no tratamento de hiperaldosteronismo primário (Síndrome de Conn) e no hiperaldosteronismo secundário causado por cirrose hepática complicada por ascite. Efeitos adversos: hipercalemia, acidose metabólica, gastrite, úlceras pépticas, ginecomastia, irregularidades menstruais, hirsutismo, engrossamento da voz e impotência. Interações medicamentosas NSAIDS, sal, descongestionantes de probenecida diminuem a resposta diurética. Inibidores ECA, betabloqueadores, suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio e heparina podem causar hipercalemia induzida por diuréticos poupadores de potássio. Drogas ototóxicas aumentam a toxicidade dos diuréticos de alça. Resumindo… Inibidores da anidrase carbônica agem no túbulo proximal e é importante pela alteração do pH urinário devido à retenção de bicarbonato na urina. Além disso, estão envolvidos na produção de humor aquoso (glaucoma) e de líquido cefalorraquidiano (edema cerebral).
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