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Documento assinado pelo Shodo
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região - 1º Grau
O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0010629-94.2020.5.03.0140
em 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec e assinado eletronicamente por:
- ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL
Consulte este documento em: 
https://pje.trt3.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código:20121111213090400000119063238
 
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA 40ª VARA DO TRABALHO 
DE BELO HORIZONTE – MG 
 
REFERENTE PROCESSO N°: 0010629-94.2020.5.03.0140 
TRAMITAÇÃO: 40ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE 
RECLAMANTE: SIMONE ALVES DE SOUZA 
RECLAMADA: GR SERVICOS E ALIMENTACAO LTDA. + 01 
OBJETO: PERÍCIA JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE INSALUBRIDADE 
 
 
 ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL, Arquiteta e 
Engenheira de Segurança do Trabalho, CAU – A53023-9, nomeada PERITA 
OFICIAL nos autos do Processo em epígrafe, vem respeitosamente à 
presença de V. Exa. requerer a juntada de seu Laudo Técnico Pericial em 
anexo. 
 Pede a fixação dos seus honorários periciais no valor de R$ 
2.800,00 (dois mil e oitocentos reais), atualizáveis de acordo com os mesmos 
índices aplicáveis aos débitos trabalhistas, tendo-se em vista os custos 
decorrentes de deslocamentos, levantamentos de dados, e elaboração do 
presente laudo. 
 Colocando-se a inteira disposição desse Douto e Nobre Juízo de 
V. Exa. e agradecendo por oportuno a confiança em mim depositada. 
 Termos em que. 
 P. E. deferimento. 
 
 Belo Horizonte, 09 de dezembro de 2020. 
 
 
ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL 
ENGENHEIRA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
PERITA OFICIAL – CAU – A53023-9 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
LAUDO TÉCNICO PERICIAL 
 
REFERENTE PROCESSO N°: 0010629-94.2020.5.03.0140 
TRAMITAÇÃO: 40ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE 
RECLAMANTE: SIMONE ALVES DE SOUZA 
RECLAMADA: GR SERVICOS E ALIMENTACAO LTDA. + 01 
OBJETO: PERÍCIA JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE INSALUBRIDADE 
 
I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A realização desta perícia foi determinada pelo(a) Exmo(a). Sr(a). 
Dr(a). Juiz(a) Federal da 40ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, para 
apuração da ocorrência ou não de insalubridade. 
A Perita obteve os dados necessários para elaboração desse laudo, 
realizando visita e inspeção técnica no dia 25 de novembro de 2020, a partir 
das 08h00, nas dependências internas da cozinha do Hospital Unimed (2ª 
Reclamada), localizado na Avenida do Contorno, 3097, Bairro Santa Efigênia, 
Belo Horizonte, MG. Local onde foi verificada as atividades executadas 
habitualmente pela Reclamante e as suas condições ambientais de trabalho. 
 
II – PARTICIPANTES 
 
 
Acompanharam os trabalhos periciais: 
 Sr. Simone Alves de Souza (Reclamante); 
 Sra. Anna Luiza Torres de Castro (Gerente de Unidade da 1ª 
Reclamada); 
 Sra. Marina Pereira da Silva (Assistente Técnica de Nutrição da 1ª 
Reclamada, desde o ano 2015) 
 Sra. Mislene Souza Dias Alves (Procuradora da Reclamante). 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
 III - DADOS FUNCIONAIS DO RECLAMANTE 
 
 Admissão: 11/05/2015 
 Demissão: 20/12/2020 
 Função: Ajudante de Cozinha 
 
IV – METODOLOGIA 
 
Esta perícia técnica foi elaborada com base na CLT, na Lei No. 
6.514/77, nas Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego, em especial a 
N° 3.214/78 com suas Normas Regulamentadoras, dentre as quais se 
destacam: NR-06, NR-09, NR-15 e, seus respectivos Anexos. 
 Foram colhidas informações junto aos trabalhadores do item II retro; 
 Examinou-se as atividades e locais de trabalho do Reclamante; 
 Examinou-se toda a documentação apresentada nos autos e, caso 
fornecidas, documentações adicionais da Reclamada e da Reclamante; 
 Foram realizadas avaliações quantitativas e qualitativas dos agentes 
insalubres identificados; 
 
V – DESCRIÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO 
 
A Reclamante informou que iniciou o seu pacto laboral na Reclamada 
executando as suas atividades diárias e habituais nas dependências internas 
da cozinha do hospital da 2ª Reclamada (Hospital Unimed Contorno), 
localizado na Avenida do Contorno, 3097, Bairro Santa Efigênia, Belo 
Horizonte, MG. Permaneceu trabalhando nesse local até o final do mês de 
julho de 2019. 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
A Reclamante alegou que não se lembrava precisamente das datas 
que atuou em cada posto de trabalho que ocupou e informou que durante o 
período do seu pacto laboral em que atuou no local supracitado acima 
executou as suas atividades nos seguintes postos de trabalho ao longo do 
período não prescrito do seu pacto laboral na 1ª Reclamada: 
 11/05/2015 ao dia 11/08/2015): executou as suas atividades na área 
de cocção e na área de lavagem de panelas da cozinha do hospital da 
2ª Reclamada. A cozinha conta com dois fogões industriais de seis 
bocas e uma caldeira para cozimento de alimentos, todos dotados com 
sistema de exaustão, dois fornos, dois pass through (armários em inox 
para guarda temporária de alimentos - um frio e um quente), uma 
bancada com pia e duas caldeiras, ventilação e iluminação artificial. 
Atuava na parte da manhã na área de cocção de alimentos e na parte 
da tarde atuava na área de lavagem de panelas; 
 12/08/2015 ao dia 12/10/2016: executou as suas atividades diárias e 
habituais no refeitório do hospital servindo refeições aos empregados 
do hospital da 2ª Reclamada. Atuava na rampa de servir refeições; 
 13/10/2016 ao dia 13/10/2018: executou as suas atividades diárias e 
habituais na área de cafeteria do refeitório do hospital da 2ª 
Reclamada. Após preparar o café realizava a entrega do mesmo na 
área administrava e técnica do bloco cirúrgico do hospital, na área 
administrativa e técnica do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do 
hospital e na área administrativa do Pronto Atendimento do hospital; 
 14/10/2018 ao dia 14/01/2019: executou as suas atividades na área 
de preparação de saladas; 
 15/01/2019 ao dia 15/10/2019: executou as suas atividades diárias e 
habituais atuando na copa do hospital da 2ª Reclamada. Preparava o 
café e lanches e servia aos pacientes internados no hospital. 
Acessava as enfermarias e leitos de internação; 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
 16/10/2019 ao dia 20/12/2019: executou as suas atividades diárias e 
habituais realizando a limpeza e higienização da cozinha do hospital 
da 2ª reclamada localizado no bairro Grajau. 
 
 
 
 
 
 
 
VI – DAS ATIVIDADES DESEMPENHADAS 
 
A Reclamante informou que durante todo o desenvolvimento do seu 
pacto laboral na Reclamada sempre executou as suas atividades diárias e 
habituais na função de Ajudante de Cozinha. 
Informou que durante o período em que trabalhou nas dependências 
internas do Hospital Unimed Contorno (propriedade da 2ª Reclamada) 
executou as seguintes atividades conforme as áreas que atuou ao longo do 
seu pacto laboral na 1ª Reclamada: 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
 Área de Cocção e área de lavagem de panelas: picava e lavava 
verduras, ajudava na separação da comida para ser servida na rampa 
e realizava a limpeza da cozinha. Realizava a lavagem das panelas 
utilizadas na cozinha com uso de detergente. Alegou que durante esse 
período adentrava uma média de dez vezes na câmara fria (que opera 
com temperatura média de 6ºC) de armazenamento de hortifrútis e 
laticínios para retirar e armazenar verduras e leite. Alegou que cada 
acesso durava um tempo médio de um minuto; 
 Refeitório: executavaas suas atividades servindo as refeições na 
rampa aos funcionários do hospital da Reclamada. Também realizava 
a limpeza dos pisos do refeitório com uso de hipoclorito de sódio e a 
limpeza das mesas e cadeiras do refeitório com uso de detergente 
multiuso; 
 Área de preparo de café: preparava o café na cafeteira elétrica e 
assava pão de queijo. Após o preparo entregava na área administrava 
e técnica do bloco cirúrgico do hospital, na área administrativa e 
técnica do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital e na área 
administrativa do Pronto Atendimento do hospital. Não acessava 
quartos ou consultórios com pacientes internados ou em atendimento; 
 Área de salada: lavava e picava frutas, legumes e verduras. Para 
lavagem dos alimentos utilizava sanitizante marca “sumaveg”. Alegou 
que durante esse período adentrava uma média de dez vezes na 
câmara fria (que opera com temperatura média de 6ºC) de 
armazenamento de hortifrútis para retirar e armazenar verduras, frutas 
e legumes. Alegou que cada acesso durava um tempo médio de um 
minuto; 
 Copa: preparava o café e lanches e servia aos pacientes internados no 
hospital. Acessava as enfermarias e leitos de internação. Adentrava 
nas enfermarias e apartamentos de internação servindo os 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
lanches/dietas e depois retornava para recolher os alimentos não 
consumidos e garrafas de café, leite e agua; 
A Reclamante informou que nos dois últimos meses do seu pacto 
laboral na 1ª Reclamada, passou a executar as suas atividades diárias e 
habituais no hospital da 2ª Reclamada localizado no bairro Grajau. Nesse 
local atuou somente executando atividades de limpeza da cozinha com uso 
de detergente neutro e detergente multiuso. 
A Sra. Marina Pereira da Silva (Assistente Técnica de Nutrição da 1ª 
Reclamada desde o ano 2015) confirmou as informações da Reclamante. 
 
VII – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
A 1ª Reclamada apresentou fichas de comprovação do fornecimento 
de EPIs à Reclamante. A Reclamante informou que todos os EPIs que 
recebeu foram assinados em fichas de comprovação de fornecimento de 
EPIs. 
Informou que adentrava nas câmaras frias utilizando a japona que 
ficava dependurada junto à entrada das câmaras frias. Informou que recebeu 
treinamentos quanto ao uso de EPIs. 
 
VIII – DAS CONSIDERAÇÕES DE ORDEM TÉCNICA 
 
 
1- PESQUISA DAS ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 
1.1 - ANEXO Nº 1 DA NR15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
níveis de ruído continuo ou intermitente superiores aos limites de 
tolerância fixado no quadro constante do Anexo nº 1 e no item 6 do 
mesmo anexo.” 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela Reclamante e os seus 
postos de trabalho, não ficou identificada a sua exposição ao ruído continuo 
ou intermitente superior ao limite de tolerância fixado no quadro constante 
deste anexo. 
 
1.2 – ANEXO Nº 2 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados 
itens 2 e 3 do Anexo nº 2.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado exposição ao ruído de impacto. 
1.3 – ANEXO Nº 3 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
exposição ao calor com valores IBUTG (Índice de Bulbo Úmido – 
Termômetro de Globo) superior aos limites de tolerância fixado nos 
quadros nº 1 e 2.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela Reclamante e o seu posto 
de trabalho, não foi identificada sua exposição ao calor artificial com valores 
IBUTG superiores aos limites de tolerância fixados para as suas atividades. 
De acordo com o apurado durante a diligência técnica pericial “in loco” 
constatou-se que a Reclamante executou as suas atividades próxima à 
fontes geradoras de calor significativas somente no período do seu pacto 
laboral compreendido entre o dia 11/05/2015 ao dia 11/08/2015, quando 
executou as suas atividades na área de cocção e na área de lavagem de 
panelas da cozinha do hospital da 2ª Reclamada. A cozinha conta com dois 
fogões industriais de seis bocas e uma caldeira para cozimento de alimentos, 
todos dotados com sistema de exautão, dois fornos, dois pass through 
(armários em inox para guarda temporária de alimentos - um frio e um 
quente), uma bancada com pia e duas caldeiras, ventilação e iluminação 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
artificial. Atuava na parte da manhã na área de cocção de alimentos e na 
parte da tarde atuava na área de lavagem de panelas. 
Nos demais períodos do seu pacto laboral na Reclamada não foi 
identificada a execução de atividades pela Reclamada em locais com fontes 
geradoras de calor significativas e que ensejasse a avaliação quantitativa do 
agente. 
 De acordo com as atividades executadas pela Reclamante durante o 
período do seu pacto laboral compreendido entre o dia 11/05/2015 ao dia 
11/08/2015 constatou-se que a mesma permanecia exposta diariamente por 
mais de uma hora continua executando atividades em exposição às maiores 
fontes geradoras de calor artificial (fogão e fornos) do seu local de trabalho. 
Portanto, foi identificada a exposição habitual da Reclamante às fontes 
geradoras de calor artificial por um tempo superior a 60 minutos diariamente 
durante o período do seu pacto laboral supracitado acima. 
 Tem por objetivo o presente laudo técnico, avaliar a exposição 
ocupacional da Reclamante ao calor conforme determinado por esse Anexo. 
 Foram colhidas as informações necessárias para a melhor forma de 
avaliar as condições de trabalho, bem como feita às observações pertinentes 
no local de trabalho, acompanhado pelo Reclamante e representantes da 
Reclamada. 
 As avaliações foram realizadas nos postos de trabalho e locais de 
atividade em sua normalidade de funcionamento na área de preparo e 
cocção de alimentos do restaurante atendido pelas atividades da Reclamada, 
local provido dos fogões industriais, da caldeira de cozimento e dos fornos, 
equipamentos que geravam a emissão de calor para o ambiente de trabalho 
da Reclamante. O local conta com exaustores de ar quente sobre os fogões 
industriais e caldeira de cozimento, que é uma medida de controle adotada 
com fim de minimizar a emissão de calor. 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
 O equipamento utilizado para avaliação da exposição da Reclamante 
ao calor foi calibrado com seu módulo de calibração segundo o padrão 
especificado pelo fabricante. A unidade foi programada para leitura em grau 
Célsius coincidente com as impressas no módulo, com tolerância de + ou – 
0,5ºC. As medições foram realizadas a altura da região do corpo mais 
atingida, através da utilização de tripé regulável, conforme estabelece a NHO 
06 da FUNDACENTRO. 
 O equipamento utilizado para avaliação de calor foi o Termômetro de 
Globo Medidor de Stress Térmico, modelo TGD-200. 
Características: 
* Display de cristal líquido (LCD) de 3 1/2 dígitos. 
* Escala: - 10 + 150ºC. 
* Resolução: 0.1ºC. 
* Precisão: ± 0.1ºC ± último dígito significativo. 
* Indicador e módulo-sensor (destacável) c/ 3 sondas. 
* Efetua o cálculo de IBUTG interno e externo. 
* Taxa de amostragem: 3 / seg. 
* Com congelamento de leitura. 
* Temperatura de operação: -10 a 40ºC. 
Módulo Sensor: 
* Sonda de Bulbo úmido: Haste c/copo de 100ml e cordão de pano. 
* Sonda de Bulbo seco: Haste para temperatura ambiente (PT100 Classe A, 
Norma DIN 43760). 
*Sonda de Globo (Esfera Térmica de6"): Cobre com haste central. 
 A avaliação foi realizada na área de cocção de alimentos onde fica 
localizados os fogões industriais, a caldeira de cozimento e os fornos, local 
onde o Reclamante ficava por um tempo superior a mais de uma hora 
continua em exposição às maiores fontes geradoras de calor do seu local de 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
trabalho, ou seja, local onde o Reclamante possuía a situação mais crítica de 
exposição ao calor durante a sua jornada diária de trabalho. 
ATIVIDADE: Picar e lavar verduras, fritar ovos com uso de frigideira, ajudar 
na separação da comida para ser servida na rampa, realizar a limpeza da 
cozinha e lavar vasilhas. 
 Nesse local permanecia EM PÉ, EXECUTANDO TRABALHO LEVE 
COM OS DOIS BRAÇOS, cuja Taxa Metabólica é de 216W conforme 
determinado no quadro nº 2 abaixo: 
 
 Durante a avaliação técnica pericial foi apurado o IBUTG (Índice de 
Bulbo Úmido Termômetro Globo) de 21,2ºC. 
 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
 De acordo com o tipo de atividade executada pelo Reclamante e o 
IBUTG apurado, verificou-se que a exposição do Reclamante ao calor está 
abaixo do Limite de Tolerância determinado pelo quadro 1, não configurando 
a atividade como sendo desenvolvida de forma insalubre. 
 
 
 
 São caracterizadas como insalubres as atividades ou operações 
realizadas em ambientes fechados ou ambientes com fonte artificial de calor 
sempre que o IBUTG (médio) medido ultrapassar os limites de exposição 
ocupacional estabelecidos com base no Índice de Bulbo Úmido Termômetro 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
de Globo apresentados no Quadro 1 e determinados a partir da taxa 
metabólica das atividades, apresentadas no Quadro 2, ambos deste anexo. 
De acordo com o apurado, o IBUTG (Índice de Bulbo Úmido – 
Termômetro de Globo) Médio obtido no período de 60 (sessenta) 
minutos corridos na condição mais crítica de exposição da Reclamante 
ao calor, aferido em 21,2ºC, encontra-se com valor inferior ao valor do 
Limite de Tolerância determinado por esse Anexo para as suas 
atividades, ou seja, abaixo de 29,8ºC, NÂO FICANDO CONFIGURADA A 
INSALUBRIDADE por exposição ao calor nas atividades desenvolvidas 
pela Reclamante durante todo seu pacto laboral em que executou 
atividades na área cocção de alimentos do restaurante do hospital da 2ª 
Reclamada. 
IBUTG máximo permitido pelo quadro 1 desse Anexo = 29,8ºC 
IBUTG Médio apurado nas atividades da Reclamante durante a condição 
mais crítica em exposição ao calor = 21.2ºC 
Conclusão: Limite de tolerância não ultrapassado. 
Insalubridade não caracterizada durante todo o período não 
prescrito do pacto laboral da Reclamante em que executou as suas 
atividades na cozinha do restaurante do hospital da 2ª Reclamada. 
 
1.4 – ANEXO Nº 4 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
 Anexo revogado pela portaria nº 3.751/90. 
 
 
 
1.5 – ANEXO Nº 5 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
 “Radiação Ionizantes” – O Ministério do Trabalho, através da 
Portaria 3.393/87, de 17-12-87, passou a considerar como periculosas as 
atividades envolvendo radiações ionizantes, adotando o critério de avaliação 
qualitativa. 
 
 
 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
1.6 – ANEXO Nº 6 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“Atividades ou operações que exponham o trabalhador aos 
trabalhos sob condições hiperbáricas. 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado envolvimento com trabalho sob 
condições hiperbáricas. 
1.7 – ANEXO Nº 7 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de 
inspeção realizada no local de trabalho.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado envolvimento com fonte de radiação 
não ionizante. 
 
1.8 – ANEXO Nº 8 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador às 
vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção 
realizada no local de trabalho.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado envolvimento com fonte de vibração. 
 
1.9 – ANEXO Nº 9 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador ao frio 
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local 
de trabalho.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela Reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, foi identificado trabalho executado no interior de câmara 
frigorífica ou ambientes similares. 
A Reclamante informou que durante o período em que trabalhou nas 
dependências internas do Hospital Unimed Contorno (propriedade da 2ª 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
 
Reclamada) acessou câmaras frias durante os seguintes períodos do seu 
pacto laboral na 1ª Reclamada: 
 11/05/2015 ao dia 11/08/2015: executou as suas atividades na área 
de cocção e na área de lavagem de panelas da cozinha do hospital da 
2ª Reclamada. Picava e lavava verduras, ajudava na separação da 
comida para ser servida na rampa e realizava a limpeza da cozinha. 
Realizava a lavagem das panelas utilizadas na cozinha com uso de 
detergente neutro. Alegou que durante esse período adentrava 
uma média de dez vezes na câmara fria (que opera com 
temperatura média de 6ºC) de armazenamento de hortifrútis e 
laticínios para retirar e armazenar verduras e leite. Alegou que 
cada acesso durava um tempo médio de um minuto; 
 14/10/2018 ao dia 14/01/2019: executou as suas atividades na área 
de preparação de saladas. Lavava e picava frutas, legumes e 
verduras. Para lavagem dos alimentos utilizava sanitizante marca 
“sumaveg”. Alegou que durante esse período adentrava uma 
média de dez vezes na câmara fria (que opera com temperatura 
média de 6ºC) de armazenamento de hortifrútis para retirar e 
armazenar verduras, frutas e legumes. Alegou que cada acesso 
durava um tempo médio de um minuto; 
A Sra. Marina Pereira da Silva (Assistente Técnica de Nutrição da 1ª 
Reclamada desde o ano 2015) confirmou as informações da Reclamante. 
Este anexo normativo preceitua que a avaliação seja qualitativa, não 
determinando limites de tolerância, concentrações, tempo de exposição ou 
quantidades e, se apurado o agente fica caracterizada a insalubridade em 
grau médio de 20% (vinte por cento). 
A Legislação brasileira, regulamentada neste anexo, não estabelece e 
nem fixa limites de tolerância para exposição ao frio, exigindo para 
caracterização do trabalho em ambiente “frio” como agressivo à saúde 
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humana, tão somente que seja feita uma inspeção no local de trabalho do 
Reclamante. 
 Dentro da CLT, mais especificamente no título III – Artigo 253 
 “Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que 
for inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas* do mapa oficial 
do Ministério do Trabalho, a 15°C (quinze graus), na quarta zona, a 12°C 
(doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10°C (dez graus)”. 
 
 Consideremos então que a Região de Belo Horizonte e regiões 
próximas, estejam inseridas em zona climática mesotérmica, ou seja, 
“regiões de calor moderado e ao menos em certas épocas do ano, de muita 
umidade onde a faixa de temperatura de bulbo seco varia de 10 A -17,9°C”. 
 Para esta situação, a CLT artigo 253, considera-se como friona 
região da grande Belo Horizonte, aqueles expostos a temperaturas 
inferiores a 12°C. 
 De acordo com o que foi apurado em diligência técnica pericial, a 
temperatura das câmaras refrigeradas que foram acessadas habitualmente 
pela Reclamante durante os períodos do seu pacto laboral compreendido 
entre o dia 11/05/2015 ao dia 11/08/2015 e entre o dia 14/10/2018 ao dia 
14/01/2019, sempre trabalham com temperaturas inferiores à 12°C, sendo 
necessário o uso obrigatório de EPIs para proteção contra o frio ao acessar 
essas câmaras. 
 O trabalho habitual em ambientes com temperaturas inferiores à 12°C 
na região da grande Belo Horizonte é considerado insalubre, desde que não 
seja comprovada a utilização correta de EPIs que proteja de forma eficaz o 
trabalhador contra este agente 
De acordo com o apurado, a Reclamante durante todos os períodos 
supracitados acima, acessou habitualmente câmara fria (que opera com 
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temperatura média em torno de 5ºC, que após aberta fica com uma 
temperatura média de 8ºC). 
Identificado o acesso habitual da Reclamante à câmara refrigerada 
durante os períodos supracitados acima, cabe à Reclamada comprovar que 
forneceu à mesma EPI para a sua proteção contra o frio, treinando-a quanto 
ao uso do referido EPI. 
No caso, como a exposição da Reclamante ao frio ocorria em curtos 
intervalos de tempo, o risco à sua saúde era o choque térmico, adentrando 
em um ambiente frio e depois em um ambiente quente, alterando 
bruscamente a sua temperatura corporal. Como o tronco do trabalhador é a 
maior parte do seu corpo que fica exposta ao frio, o uso de um blusão térmico 
com capote é suficiente para manter o corpo da Reclamante sem alterações 
significativas de temperatura ao adentrar nas câmaras refrigeradas em curtos 
intervalos de tempo (um ou dois minutos em cada acesso). 
A Reclamada apresentou comprovantes de treinamentos de 
segurança do trabalho ministrados à Reclamante e comprovantes de 
fornecimentos de EPIs à Reclamante. A referida documentação encontra-se 
anexada aos autos. A Reclamante informou que todos os EPIs que recebeu 
foram assinados em fichas de comprovação de fornecimento de EPIs. 
Informou que adentrava nas câmaras frias utilizando a japona que 
ficava dependurada junto à entrada das câmaras frias. Informou que recebeu 
treinamentos quanto ao uso de EPIs. 
Analisando a ficha de comprovação do fornecimento de EPIs para a 
Reclamante constatou-se que foi fornecido à mesma dois blusões térmicos 
(capote), sendo um no dia 11/05/2015 e outro no dia 17/05/2018. Também foi 
constatado que a Reclamante foi treinado quanto ao uso, guarda e 
conservação de EPIs. A Reclamante informou que utilizava o referido EPI 
para acessar as câmaras frias. 
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De acordo com o apurado, verificou-se que a Reclamante recebeu EPI 
para proteção contra o frio (choque térmico), foi treinada quanto ao uso do 
mesmo e acessava as câmaras refrigeradas utilizando o referido EPI, 
portanto, protegida quanto ao choque térmico, ficando neutralizada a 
insalubridade por exposição ao frio durante o período do seu pacto laboral 
em que adentrou em câmaras frias. A vida útil do blusão térmico depende da 
frequência de uso e tipo de atividade, porém, dura no mínimo dois anos 
quando bem conservado. 
De acordo com o exposto acima, verificou-se que a Reclamada 
protegeu adequadamente a Reclamante durante os seus acessos habituais 
às câmaras frias que ocorreram nos períodos compreendidos entre o dia 
11/05/2015 ao dia 11/08/2015 e entre o dia 14/10/2018 ao dia 14/01/2019, 
restando neutralizada a insalubridade gerada pelo agente frio durante os 
respectivos períodos do seu pacto laboral. 
Nos demais períodos do pacto laboral da Reclamante não foi 
identificada a execução de atividades em exposição ao agente insalubre 
“frio”. 
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1.10 – ANEXO Nº 10 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
 “As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
umidade consideradas insalubre em decorrência de inspeção realizada 
no local de trabalho.” 
 Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado trabalho com umidade excessiva. A 
Reclamante não mantinha as suas vestes molhadas durante a execução das 
suas atividades. 
 
1.11 – ANEXO Nº 11 DA NR 15 DA PORTARIA Nº 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
agentes químicos cujas concentrações ultrapassam os limites de 
tolerância fixado no quadro nº I da portaria.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado envolvimento rotineiro e habitual com 
produtos químicos contendo agentes químicos listados n° 1 deste anexo. 
 
1.12 – ANEXO Nº 12 DA NR 15 DA PORTARIA 3.214/78 
“As atividades ou operações que exponham o trabalhador a 
poeiras minerais cujas as concentrações sejam superiores aos limites 
de tolerância fixado neste anexo. 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, não foi identificado exposição a asbestos, manganês e 
seus compostos e sílica livre cristalizada. 
 
1.13 – ANEXO Nº 13 DA NR 15 DA PORTARIA 3.214/78 
“As atividades ou operações envolvendo agentes químicos, 
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local 
de trabalho.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela Reclamante e os seus 
postos de trabalho, não foi identificado o trabalho com agentes químicos, cujo 
contato é considerado insalubre por este Anexo. 
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A Reclamante alegou que durante as suas atividades de limpeza da 
cozinha e de vasilhas sempre utilizava detergente neutro, detergente 
multiuso, hipoclorito de sódio. Alegou que utilizava o produto sanitizante 
marca “sumaveg” para lavar as frutas e verduras. 
O produto sanitizante marca “sumaveg” pela sua composição química 
não é prejudicial à saúde e não é considerado insalubre por esse Anexo. 
 Para execução de suas atividades, a Reclamante utilizava, 
majoritariamente, os seguintes produtos de limpeza: detergente neutro, 
detergente multiuso, desinfetante e hipoclorito de sódio. Todos os produtos 
utilizados pela Reclamante são diluídos em água e similares aos produtos 
utilizados em residências. 
Os produtos de limpeza utilizados em serviços de limpeza e 
higienização (detergente multiuso, detergente neutro, hipoclorito de sódio, 
desinfetantes, etc.) de uso doméstico inclusive, detêm concentração 
reduzida de substâncias químicas (álcalis cáusticos), destinadas à remoção 
dos resíduos, não oferecendo risco à saúde do trabalhador. 
Na situação de limpeza de pisos, onde é empregado sabão líquido, em 
pó ou em barra, existe a alcalinidade em torno de 10,5, ou seja, tais produtos 
são elementos de baixa alcalinidade. 
Cabe salientar que o termo alcalinidade refere-se ao número de íons 
(OH) disponíveis para reação e, causticidade é o fato relativo ao efeito 
causado pela corrosão. Assim sendo, o termo álcali cáustico aplica-se aos 
produtos que tem efeito imediato sobre a pele pelo processo de corrosão, 
como é o caso do hidróxido de amônia, hidróxido e óxido de cálcio, potássio, 
sódio, peróxido e silicatos sódicos e fosfato trisódico em soluções 
concentradas, onde o pH situa-se acima de 13. 
Ressalte-se, ainda, que o cloro (hipoclorito de sódio - NaClO) é uma 
substância obtida pelo borbulhamento de Cloro em solução de Hidróxido de 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ecSódio, apresentando-se sob o aspecto de solução aquosa alcalina e 
integrando a composição dos tradicionais produtos de limpeza doméstica 
vendidos nos supermercados. 
Segundo informações do fabricante Carbocloro, seu pH varia entre 9 e 
11, não se caracterizando, portando, como um "álcalis cáustico". 
Diante do exposto, não se pode considerar como gerador de 
insalubridade o trabalho de limpeza com o emprego de desinfetante, sabão 
liquido, água sanitária, multiuso e hipoclorito de sódio, pois não se tratam de 
produtos caracterizados como "álcalis cáusticos". 
A título de exemplo, cabe relatar que a Resolução nº 12 da Comissão 
Nacional de Normas e Padrões para Alimentos – Ministério da Saúde, aprova 
como norma técnica sobre águas de consumo alimentar (água potável) à 
característica de faixa de tolerância permitida entre 5 e 10 de pH. Assim, se 
uma água de poço apresentar pH 10 é plenamente, pelos padrões de 
potabilidade destinada ao consumo humano e, evidentemente, não se trata 
de substância "cáustica", termo restrito a indicar produtos que ocasionem "o 
que queima" ou "que carboniza os tecidos". 
Analogia similar deve ser efetuada para os produtos de limpeza em 
geral, assim como o sabão não provoca queimaduras, não é correto 
classificá-lo como elemento álcalis cáustico. 
Diante do exposto, não se pode considerar como gerador de 
insalubridade o trabalho de limpeza com o emprego de sapólio, veja, 
hipoclorito de sódio e detergente amoniacal, pois não se tratam de produtos 
caracterizados como "álcalis cáusticos". Corrobora com este entendimento, 
inclusive, as próprias donas de casa que, habitualmente, fazem uso destes 
produtos sem que se tenha notícia dos efeitos danosos daí advindos. 
A Reclamante alegou que durante a lavagem de panelas utilizava 
produto desincrustante. Durante a diligência técnica pericial “in loco” não foi 
encontrado o referido produto. Também foi apurado que a Reclamante 
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recebeu e utilizou luvas de PVC para executar as suas atividades de lavagem 
de panelas, sendo o referido EPI eficiente para neutralização do contato 
dermal com os referidos produtos químicos utilizados durante a execução das 
suas atividades. 
De acordo com o apurado, foi constatado que o contato da 
Reclamante com os produtos de limpeza ocorria de forma difusa, indireta ou 
após diluição em água, circunstância inábil a caracterizar a fabricação e 
manuseio de álcalis cáusticos. 
 
1.14 – ANEXO Nº 14 DA NR 15 DA PORTÁRIA 3.214/78 
“As atividades ou operações envolvendo agentes biológicos, 
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local 
de trabalho.” 
Avaliada as atividades desenvolvidas pela Reclamante e os seus ex-
postos de trabalho, foi identificada a sua exposição a agentes biológicos 
considerados insalubres de acordo com as normas do Ministério do Trabalho. 
A Reclamante informou que durante o período em que trabalhou nas 
dependências internas do Hospital Unimed Contorno (propriedade da 2ª 
Reclamada) executou as seguintes atividades conforme as áreas que atuou 
ao longo do seu pacto laboral na 1ª Reclamada: 
 Copa: 15/01/2019 ao dia 15/10/2019: executou as suas atividades 
diárias e habituais atuando na copa do hospital da 2ª Reclamada. 
Preparava o café e lanches e servia aos pacientes internados no 
hospital. Acessava as enfermarias e leitos de internação. Adentrava 
nas enfermarias e apartamentos de internação servindo os 
lanches/dietas e depois retornava para recolher os alimentos não 
consumidos e garrafas de café, leite e agua; 
A Sra. Marina Pereira da Silva (Assistente Técnica de Nutrição da 1ª 
Reclamada desde o ano 2015) confirmou as informações da Reclamante. 
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A Reclamante informou que durante o período do seu pacto laboral 
compreendido entre o dia 15/01/2019 ao dia 15/10/2019 adentrava várias 
vezes ao dia nos leitos onde estavam internados os pacientes em tratamento 
médico, deixava as refeições para os pacientes e posteriormente recolhia as 
embalagens dos alimentos, que eram descartadas ou lavadas para serem 
novamente utilizadas. 
Alegou que esse processo era repetido numa média de seis vezes ao 
dia e todas as vezes acessava todos os leitos sob à sua reponsabilidade de 
entrega de refeições. Alegou que chegou a acessar alguns leitos de 
isolamento de pacientes, porém, não soube informar quantas vezes isso 
ocorreu e qual seria o tipo de isolamento. 
De acordo com o levantamento técnico pericial das atividades 
executadas rotineiramente pela Reclamante durante todo o período do seu 
pacto laboral na 1ª Reclamada compreendido entre o dia 15/01/2019 ao dia 
15/10/2019 ficou constatado que o risco da sua exposição aos agentes 
biológicos oriundos das patologias dos pacientes internados nas unidades de 
saúde que visitava era inevitável, sendo inerente à execução de suas 
atividades no período supracitado, que consistiam em entregar as refeições 
ao pacientes e posteriormente recolher as embalagens dessas refeições para 
descarte no lixo ou reaproveitamento, lavando-as. 
 Portanto, durante todo o período do seu pacto laboral na 1ª 
Reclamada compreendido entre o dia 15/01/2019 ao dia 15/10/2019, em que 
adentrava frequentemente em quartos com leitos contendo pacientes 
internados, fornecendo refeições e posteriormente recolhendo as 
embalagens dessas refeições, que foram manuseadas pelos pacientes e não 
previamente desinfetadas, o que induz à conclusão de que sempre esteve 
exposta, de modo habitual e sistemático, a condições insalubres no seu 
ambiente laboral durante todo o período supracitado acima. 
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Portanto, há evidencias claras de que as suas atividades executadas 
habitualmente nas áreas internas do hospital da 2ª reclamada durante o 
período do seu pacto laboral compreendido entre o dia 15/01/2019 ao dia 
15/10/2019 se inserem no rol das atividades de risco biológico, encontrando 
respaldo legal para serem consideradas insalubres de grau médio 
envolvendo agentes biológicos durante todo o período supracitado 
acima. 
O enquadramento legal determinando a insalubridade durante a 
execução destas atividades encontra-se descrito abaixo: 
INSALUBRIDADE EM GRAU MÉDIO: 
Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, 
animais ou com material infecto-contagiante, em: 
- Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, 
ambulatórios, postos de vacinação e outros 
estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde 
humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha 
contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam 
objetos de uso desses pacientes, não previamente 
esterilizados); “Grifos desta Perita” 
 De acordo com o exposto acima, o labor executado pela Reclamante 
durante todo o período do seu pato laboral na 1ª Reclamada compreendido 
entre o dia 15/01/2019 ao dia 15/10/2019 atende a premissa básica para 
enquadramento de suas atividades no risco biológico capaz de gerar a 
percepção do adicional de insalubridade em grau médio. 
 O tempo de exposição é fundamental no conceito de insalubridade, 
sobretudo quando envolvem agentes, tais como ruído, calor, agentes 
químicos etc., os quais têm limites de tolerância. Entretanto, no presente 
caso, em que o agente insalubre é caracterizado por avaliação qualitativa, 
envolvendo agentes biológicos, o tempo de exposição deixa de ser tão 
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importante, eis que no contato habitual, mesmo que por pequeno período de 
tempo da jornada, caracteriza o risco normatizado. Possível contaminação 
por agentes biológicos independedo tempo de exposição. 
Conforme analise realizada por essa Perita e informações sobre as 
atividades da Reclamante, não foram encontrados elementos que pudessem 
configurar o contato rotineiro e habitual da Reclamante com pacientes 
internados em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como o 
contato rotineiro e habitual com objetos de uso desses pacientes, não 
previamente esterilizados. A Reclamante alegou que chegou a acessar 
alguns leitos de isolamento de pacientes, porém, não soube informar quantas 
vezes isso ocorreu e qual seria o tipo de isolamento ou a patologia do 
paciente isolado. 
De acordo com o apurado constatou-se que as atividades executadas 
pela Reclamante durante todo o seu pacto laboral na Reclamada não 
encontram respaldo legal para serem consideradas insalubres de grau 
máximo. 
Também foi constatado que a Reclamante durante os demais períodos 
do seu pacto laboral na 1ª Reclamada não executou qualquer tipo de 
atividades que seja enquadrada como sendo insalubres por exposição aos 
agentes biológicos, em conformidade com o determinado por esse Anexo. 
 
2 - PESQUISAS DAS ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS 
 
2.1 – A Periculosidade não foi objeto de pedido na inicial, cingindo-se essa 
perícia aos exatos termos constante da Ata de Audiência acostada aos autos. 
 
IX – RESPOSTA AOS QUESITOS DA 1ª RECLAMADA 
(i) Quais as atividades desempenhadas pelo Reclamante na Reclamada? 
RESPOSTA: Fineza verificar a descrição pormenorizada no item VI desse 
laudo pericial. 
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(ii) Informe o Sr. Perito se o Reclamante exercia suas atividades em 
mais de um local e qual o tempo ou período de permanência em cada 
um dos locais (Exemplo: sala de escritório, sanitário, corredores, 
escadas, etc). 
RESPOSTA: Fineza verificar a descrição pormenorizada no item V desse 
laudo pericial. 
(iii) Favor descrever, minuciosamente, as tarefas executadas e os 
períodos em que o Reclamante permanecia nos diferentes setores da 
Reclamada. 
RESPOSTA: Fineza verificar a descrição pormenorizada no item VI desse 
laudo pericial. 
(iv) O I. Perito utilizou as prerrogativas do artigo 473, § 3º do CPC, 
especialmente da oitiva de paradigmas, relativo às informações 
referentes aos locais de trabalho e atividades realizadas pelo 
Reclamante? 
RESPOSTA: Sim. 
(v) A atividade laboral exercida pelo Reclamante se desenvolvia em 
contato permanente com agentes insalubres? 
RESPOSTA: Fineza verificar o embasamento técnico pericial descrito no item 
VIII desse laudo pericial. 
(vi) Queira o Sr. Perito descrever detalhadamente o local de trabalho do 
Reclamante, bem como informar se neste há exposição a fatores 
agressivos à saúde. 
RESPOSTA: Fineza verificar o embasamento técnico pericial descrito no item 
VIII desse laudo pericial. 
(vii) A Reclamada fornecia Equipamentos de Proteção Individual ao 
Reclamante? Quais? Tais equipamentos neutralizavam os agentes 
agressores? 
RESPOSTA: A 1ª Reclamada apresentou fichas de comprovação do 
fornecimento de EPIs à Reclamante. A Reclamante informou que todos os 
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EPIs que recebeu foram assinados em fichas de comprovação de 
fornecimento de EPIs. 
Informou que adentrava nas câmaras frias utilizando a japona que 
ficava dependurada junto à entrada das câmaras frias. Informou que recebeu 
treinamentos quanto ao uso de EPIs. 
(viii) Caso seja constatada a existência de condições insalubres, queira 
o Sr. Perito informar o grau de insalubridade em que estão 
classificadas, bem como a fundamentação legal que embasou tal 
entendimento. 
RESPOSTA: Fineza verificar o embasamento técnico pericial descrito no item 
VIII desse laudo pericial. 
(ix) Reconhece o Sr. Perito que a exposição eventual não ampara a 
concessão do adicional de insalubridade? 
RESPOSTA: Sim. 
(x) Caso o Ilustre Perito entenda como insalubres as atividades do 
Reclamante na Reclamada, queira explicitar qual a aparelhagem 
utilizada e a fundamentação técnica que subsidiou o seu entendimento. 
RESPOSTA: Fineza verificar o embasamento técnico pericial descrito no item 
VIII desse laudo pericial. 
 
X – RESPOSTA AOS QUESITOS DA RECLAMANTE 
 
 
A Reclamante não apresentou quesitos à serem respondidos por essa 
Perita. 
 
XI – RESPOSTA AOS QUESITOS DA 2ª RECLAMADA 
 
A 2ª Reclamada não apresentou quesitos à serem respondidos por 
essa Perita. 
 
 
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XII – CONCLUSÃO PERICIAL 
 
 INSALUBRIDADE 
 
Pelo exposto, apurou esta Perita em diligência técnica pericial que a 
Reclamante, durante todo o período do seu pacto laboral na Reclamada 
compreendido entre o dia 15/01/2019 ao dia 15/10/2019, desenvolveu 
atividades caracterizadas como insalubres de Grau Médio pela 
exposição aos agentes biológicos. Em conformidade com o 
enquadramento legal à luz da NR-15 da Portaria 3.214/78 do Ministério do 
Trabalho e Emprego, com fundamentação explanada no corpo deste laudo 
técnico pericial. 
Nos demais períodos do pacto laboral da Reclamante não foi 
identificada a sua exposição aos agentes morbigenos ensejadores do 
pagamento do adicional de insalubridade. 
 
 Esta Perita oferece fundamentação técnica e detalhada destas 
conclusões no corpo do Laudo Técnico Pericial, e desde já se curva às 
elevadas considerações e r. decisão desse Nobre e Douto Magistrado. 
 
 Belo Horizonte, 09 de dezembro de 2020. 
 
 
ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL 
ENGENHEIRA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
PERITA OFICIAL – CAU/A53023-9 
Assinado eletronicamente por: ISABEL CRISTINA DOS SANTOS RANGEL - Juntado em: 11/12/2020 11:21:50 - 262d4ec
https://pje.trt3.jus.br/pjekz/validacao/20121111213090400000119063238?instancia=1
Número do processo: 0010629-94.2020.5.03.0140
Número do documento: 20121111213090400000119063238

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