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23/04/19 Kathlyn Póvoa 1 FUNDAMENTOS MEDICOS II SONDA GASTRICA E ENTERICA SONDA NASOGASTRICA/OROGASTRICA - Um cateter oco e flexível inserido pela nasofaringe/orofaringe do paciente até o estomago ou intestino. PRINCIPAIS: • Calibre pequeno ou fino: administraçao de medicação e alimentação enteral; • Calibre grande ou grosso: acima 12 Fr, descompressão gástrica, remoção de secreções gástricas. → Sonda gástrica: alcança até o fundo do estomago → Sonda entérica: ela passa do fundo do estomago, a nível de duodeno e chega até o jejuno. FINALIDADES DAS SONDAS: Descompressão: remoção de secreção ou substancias. (Salem carter, Levine, Miller Abbot.) Alimentação enteral: instalação de suplementos nutricionais líquidos ou alimentações no estomago. (Duo, Dobhoff, Levine) Compressão: aplicação interna de pressão por meio de balão inflado para prevenir hemorragia GI esofágica interna. (Sengstaken-Blakemore) Lavagem: irrigação estomacal em casos de sangramento ativo, envenenamento ou dilatação gástrica. (Levine, Ewald, Salem carter). SONDA GASTRICA - É uma técnica limpa, pois o trato gastrointestinal naturalmente é colonizado. - Costuma ser um procedimento desconfortável para os pacientes; - O paciente experimenta uma sensação de queimação enquanto a sonda passa pela mucosa nasal sensível; - Quando a sonda alcança a parte posterior da faringe algumas vezes o paciente começa a engasgar; - Ajude o paciente a relaxar, para que o processo seja mais tranquilo. GASTROSTOMIA - A inserção do cateter é feita diretamente no estomago. Criando-se uma comunicação do estomago com o meio externo. (Corpo do estomago) - É indicada para pacientes neurológicos, esclerose múltipla, ou que não possuem mais habilidade na deglutição. - É uma alternativa que comunica o estomago com o meio externo. Utilizada para alimentação ou suporte nutricional; - É preferida em pcts idosos, debilitados e comatosos, não permitindo que o esfíncter gastroesofagico fique aberto sempre, causando assim um relaxamento dele. - Regurgitação e aspiração são menos prováveis nesse caso. SONDA PARA GASTROSTOMIA o Pequena o Material de silicone o Acesso continuo o Anel de fixação o Marcada a cada cm para colocação apropriada. o Abertura com tampa o Material radiopaco COMPLICAÇÕES ❖ Úlcera e sangramento gástrico ❖ Retirada acidental ❖ Vazamento local e intrabdominal ❖ Infecções locais da sonda e sutura abdominal (sempre importante avaliar a pele ao redor da incisão) ❖ Deiscência de sutura ❖ Aspiração pulmonar (incidência menor comparada aos outros tipos de sonda) SONDA OROGASTRICA E OROENTERICA ❖ SONDA OROGASTRICA (SOG): Introdução de uma sonda até o estomago, entrando pela boca. Utilizada principalmente em trauma de base de crânio. ❖ SONDA OROENTÉRICA (SOE): Introdução de uma sonda até o intestino, entrando pela boca. 23/04/19 Kathlyn Póvoa 2 FUNDAMENTOS MEDICOS II Esta forma é muito utilizada em recém nascidos. SONDA NASOGASTRICA E NASOENTERICA ❖ SONDA NASOGASTRICA (SNG): Introdução de uma sonda na cavidade nasal até o alcance do estomago. É utilizada para dietas enterais por menos de 6 semanas. ❖ SONDA NASOENTERICA (SNE): Introdução de uma sonda na cavidade nasal até o intestino delgado. É utilizada, quando a dieta no estomago não é tolerada. MATERIAL DA SONDA - Borracha -Derivados do petróleo (plástico, nelaton, polietileno) SONDA SEGSTAKEN BLAKEMORE É uma sonda de 3 vias: Uma para inflar o balonete a nível de estomago; Outro para inflar o balonete a nível de esôfago; Outro para drenagem e irrigação do estomago. Geralmente é utilizado em casos de sangramento das varizes esofágicas e gástricas. TIPOS DE SONDA SNG Fechada: indicada para alimentação e medicação de pacientes impossibilitados de digerir. Quando eu quero que aquilo que eu introduzo a partir dela, fique na cavidade desejada. SNG aberta: drenagem de secreções existentes na cavidade gástrica. Quando eu quero retirar aquilo que está na cavidade. INDICACOES DO CATETERISMO GÁSTRICO: - Descompressão de estomago; - Lavagem do estomago; - Administrar medicamentos e alimentos - Aspirar conteúdo gástrico para analise - Prevenção ou alívio de náuseas e vômitos, após cirurgias ou eventos traumáticos. COMPLICAÇÕES ➢ Aspirações pulmonares; ➢ Inserção acidental no pulmão; ➢ Diarreia; ➢ Constipação. CONTRAINDICAÇÕES Obstrução de nasofaringe Coagulopatia grave Trauma maxilo facial grave Lesão de placa cribiforme (base de crânio) PREPARO DO PACIENTE 1. Explicar ao paciente a necessidade do procedimento (mesmo que esteja sedado); 2. Verificar o histórico do pcte e avaliar as contra indicações para passagem de sonda; 3. Remover próteses dentarias em caso de SOG; 4. Explicar as razoes para não mexer ou puxar a sonda; 5. Solicitar ao pcte que repita o que foi explicado. MATERIAIS NECESSÁRIOS - Na bandeja: ✓ SNG com calibre adequado; ✓ Toalha de papel ou rosto; ✓ Luvas procedimento; ✓ Seringa 20ml; ✓ Gaze; ✓ Xilocaína gel 2%; ✓ Adesivo para fixação; ✓ Estetoscópio; ✓ Cuba rim. PROCEDIMENTO 1. Lavar as mãos; 2. Levar os materiais necessários ao quarto do cliente; 3. Orientar o cliente; 4. Remover prótese dentária; 5. Elevar a cabeceira da cama; 6. Posicionar o paciente em decúbito dorsal e inclinar a cabeça para trás; 7. Proteger o tórax do cliente com uma toalha; 8. Calçar luvas de procedimento. 9. Com o auxílio de uma gaze, medir a extensão da sonda do lóbulo da orelha até a asa do nariz, da asa do nariz até o apêndice xifoide ou do nariz até o lóbulo da orelha até o apêndice xifoide. (GRUPO NEX) 10. Marcar a mensuração com fita adesiva; 11. Lubrificar a sonda com o auxílio de gaze; 23/04/19 Kathlyn Póvoa 3 FUNDAMENTOS MEDICOS II 12. Pedir ao cliente para deglutir, se possível, a fim de ajudar a introdução da sonda (fecha a epiglote); 13. Introduzir a sonda até a marca. 14. Verificar se a sonda está localizada no estômago (fazer testes); 15. Fixar a sonda de modo que evite compressão da asa do nariz; 16. Deixar o cliente confortável e se possível a cabeceira da cama elevada 17. Deixar a unidade em ordem; 18. Retirar as luvas; 19. Lavar as mãos; 20. Registrar no prontuário o procedimento realizado OBS: Se houver obstáculos não use força; em caso de sinais de cianose, dispneia e tosse interromper o procedimento. FIXAÇÃO DA SONDA É feita com esparadrapo ou micropore, fixando a sonda ao nariz do paciente, evitando assim que a sonda se exteriorize. VERIFICACAO DO POSICIONAMENTO DA SNG • Examinar a boca do pcte, acercando-se de que a sonda não se enovelou na boca dele. • Posicionar o estetoscópio abaixo do apêndice xifoide ou no QSE do abdômen. • Introduzir 10 a 20ml de ar pela sonda com auxilio de seringa • Auscultar o som de borbulha • Aspirar o ar introduzido • Medir o ph do aspirado gástrico com fita de ph (Normal entre 0 e 4,0) + de 6, provável inserção pulmonar • Rx tórax e abdome SONDA ENTERAL OU DOBBHOFF Introdução de uma sonda, por meio da nasofaringe até o intestino (delgado ou jejuno). Introdução em adultos: Estomago: 90cm Duodeno: 110cm Jejuno: 120cm Pode ser feita de silicone, poliuretano ou polivinil. Possui um peso na sua extremidade, que permite que a sonda chegue até o intestino. O peso é chamado de “Peso de Tungstenio” É radiopaca, ou seja, pode ser visualizada em radiografias. As mais utilizadas são de 12 ou 14f. INDICAÇÕES Alimentação enteral e manutenção nutricional PROCEDIMENTO São utilizados os mesmos materiais da Sonda Gástrica. 1. Lavar as mãos; 2. Levar os materiais necessários ao quarto do cliente; 3. Orientar o cliente; 4. Remover prótese dentária; 5. Elevar a cabeceira da cama; 6. Posicionar o paciente em decúbito dorsal e inclinar a cabeça para trás; 7. Proteger o tóraxdo cliente com uma toalha; 8. Calçar luvas de procedimento. 9. Com o auxílio de uma gaze, medir a extensão da sonda do lóbulo da orelha até a asa do nariz, da asa do nariz até o apêndice xifoide ou do nariz até o lóbulo da orelha até o apêndice xifoide e acrescentar mais 23 cm para que chegue ate o intestino. 10. Marcar a mensuração com fita adesiva; 11. Injetar agua dentro da sonda com o mandril para ativar o lubrificante; 12. Lubrificar a sonda com o auxílio de gaze; 13. Pedir ao cliente para deglutir, se possível, a fim de ajudar a introdução da sonda (fecha a epiglote); 14. Introduzir a sonda até a marca. 15. Verificar se a sonda está localizada no estômago (fazer testes); 16. Fixar a sonda de modo que evite compressão da asa do nariz; 17. Deixar o cliente confortável e se possível a cabeceira da cama elevada 18. Aguardar a migração da sonda para o intestino; solicitar após 24h um Raio X para a verificação do posicionamento da sonda no intestino. 19. Deixar a unidade em ordem; 20. Retirar as luvas; 23/04/19 Kathlyn Póvoa 4 FUNDAMENTOS MEDICOS II 21. Lavar as mãos; 22. Registrar no prontuário o procedimento realizado * OBS: A sonda enteral deve ser substituída no máximo em 4 semanas ou antes S/N. MIGRAÇÃO DA SONDA PARA O INTESTINO Para que a sonda chegue mais rápido ao intestino do paciente, pode-se adotar manobras que acelerem o processo: » Colocar o paciente em Decubito Lateral Direito » Estimular a deambulação » Administrar drogas estimulantes da motilidade gástrica COMPLICAÇÕES DA SNG OU SNE Manipulação inadequada, mau posicionamento ou manutenção prolongada da sonda são os principais fatores que causam complicações. SÃO COMPLICAÇÕES RELACIONADAS: • Soluços. • Náuseas e vômitos. • Esofagite de refluxo. • Regurgitação com aspiração para o pulmão. • Ulceração/necrose da parede anterior do esôfago proximal. COMPLICAÇÕES POR LONGO PERÍODO DE SONDA: • Ulceração/necrose de asa de nariz. • Sinusite. • Esofagite. • Fístula esofagotraqueal. • Ulceração gástrica. • Infecção oral e pulmonar. COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO POSICIONAMENTO: • Pneumonia. • Pneumotórax. • Empiema. • Hemorragia pulmonar. ADMINISTRAÇÃO DE DIETAS Quem recebe uma dieta por via gastroenteral? → Preparo pré-operatório com dieta elementar. → Problemas gastrintestinais com dieta elementar. → Terapia para o câncer. → Coma, semiconsciência. → Alcoolismo, depressão crônica, anorexia nervosa. → Cirurgia maxilofacial. Quais materiais necessários? ✓ Seringa de 20ml. ✓ Gaze. ✓ Copo com água. ✓ Frasco com alimentação montado com equipo de soro. ✓ Estetoscópio. ✓ Bomba de infusão. PROCEDIMENTO 1. Lavar as mãos. 2. Verificar a temperatura da dieta. 3. Retirar ar do equipo do frasco, fechá-lo e levá-lo até a cabeceira da cama do cliente. 4. Posicionar o cliente em posição Semifowler (30º). 5. Orientar o cliente sobre o que vai ser feito. 6. Testar o posicionamento da sonda 7. Lavar a sonda com 20ml de água. 8. Conectar o equipo do frasco de alimento à SNG. 9. Abrir a pinça do equipo e deixar gotejar de acordo com as condições do cliente (30 a 40 gts/min). 10. Colocar o frasco com alimentação no suporte apropriado. 11. Deixar o cliente confortável se possível com a cabeceira da cama parcialmente elevada e o paciente em decúbito lateral direito por 30 min. 12. Lavar a extensão da sonda após a infusão da dieta com 20ml de água. 13. Remover o material. 14. Fechar a sonda. 15. Registrar no prontuário o procedimento ou reações que ocorram durante o procedimento. COMPLICAÇÕES Administração rápida: má absorção dos nutrientes, causando diarreia. Muitos nutrientes e pouca água: leva a hiperglicemia. 23/04/19 Kathlyn Póvoa 5 FUNDAMENTOS MEDICOS II ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA SNG OU SNE PROCEDIMENTO 1. Lavar as mãos. 2. Triturar o comprimido e colocá-lo em um copo com 30 mL de água, mexer bem com uma colher. 3. Levar a medicação até a cabeceira do cliente. 4. Orientar o cliente sobre o que lhe vai ser feito. 5. Posicionar o leito em Semifowler (30º). 6. Avaliar o posicionamento da sonda. 7. Lavar a sonda com 20ml de água. 8. Aspirar a medicação diluída em um recipiente e introduzi-la através da sonda. 9. Lavar a sonda com 20ml de água. 10. Feche a sonda e se possível deixar a cabeceira do leito do paciente parcialmente elevada e o paciente em decúbito lateral direito por pelo menos 30 min. 11. Registrar no prontuário. LAVAGEM GASTRICA É a introdução de líquido na cavidade gástrica através de uma SNG de grosso calibre, que após o procedimento, é drenado. INDICAÇÕES: Para a retirada urgente da substância ingerida para diminuir a absorção sistêmica; Para esvaziar o estômago antes do procedimento endoscópio; Para diagnosticar a hemorragia gástrica e contê-la. CONTRA INDICAÇÕES: Crise convulsiva; Ingestão de derivados de petróleo; Ingestão de agentes corrosivos. MATERIAIS: ✓ Sondas de grosso calibre (nº16 ou 18 para adultos) ✓ Solução para lavagem (Soro fisiológico) ✓ Xilocaína geleia a 2% ✓ Estetoscópio ✓ Esparadrapo ✓ Seringa de 20ml ✓ Luvas ✓ Toalha ✓ Equipo ✓ Cuba rim ✓ Seringa de 20mL ✓ Recipiente para coleta de material etiquetado ✓ Formulário de requisição laboratorial PROCEDIMENTO DE LAVAGEM 1. Explique o procedimento ao paciente, proporcione privacidade e lave as mãos. 2. Calce as luvas. 3. Proteja o tórax do paciente com uma toalha ou pano para evitar contatos com secreção. 4. Passe a SNG. 5. O paciente poderá apresentar êmese – preparar material para aspiração antes do procedimento. 6. Após fixar a sonda – via nasal ou oral – conecte a extremidade desta em uma extensão de drenagem para permitir que o conteúdo gástrico flua para o recipiente de drenagem. 7. Uma vez confirmado o posicionamento da sonda, inicie a lavagem gástrica, conforme prescrição médica. 8. Meça o volume infundido e o drenado, para evitar possível distensão gástrica acidental e vômitos. 9. Repita o ciclo de influxo-refluxo até que os líquidos retornados fiquem claros. 10. Avalie os sinais vitais e nível de consciência. 11. Se prescrito, remova a SNG e anote no Prontuário. RETIRADA MATERIAIS: • Toalha • Luvas de procedimento • Materiais para higiene oral • Seringa de 20mL PROCEDIMENTO • Certificar que o volume drenado é baixo (sonda em drenagem). • Confirmar o posicionamento da sonda auscultando. • Verificar se o paciente está eliminando flatos. • Reunir os materiais • Oriente o cliente • Coloque a toalha sobre o tórax • Posição de decúbito dorsal com cabeceira elevada • Lavar a mãos • Calçar as luvas • Aspirar o conteúdo gástrico com um seringa ( confirma a ausência de volume gástrico excessivo). • Oriente o paciente a fazer uma inspiração profunda e segurar (esta manobra fecha a epiglote). • Retirar a sonda de forma lenta, porém contínua, e cobri-la com uma toalha, a medida que é retirada. • Oferecer materiais para higiene oral. • Lavar as mãos. • Documentar a retirada e reações do paciente. OBS: monitorar após a retirada da sonda distensão gástrica, vômitos, aceitação da dieta por via oral e estado nutricional.
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