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UNIVERITAS UNG - CENTRO PEDAGOGIA ADENICE ARAÚJO DE SÁ MENDES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO Guarulhos 2021 ADENICE ARAÚJO DE SÁ MENDES A INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de PEDAGOGIA da UNIVERITAS UNG - CENTRO Guarulhos 2021 Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL M538i Mendes, Adenice Araújo de Sá. A Inclusão e Acessibilidade de Pessoas Com Deficiência no Ambiente Escolar: um Estudo Bibliográfico / Adenice Araújo de sá Mendes. - UNIVERITAS: Guarulhos - 2021 16 f. : il Artigo Científico (Curso de Pedagogia) - Univeritas Ung - Centro - Orientador(es): Dr(a) Anderson Douglas Pereira Rodrigues da Silva 1. Acessibilidade. 2. Barreiras. 3. Deficiência. 4. Educação. 5. Inclusão. 6. Accessibility. 7. Barriers. 8. Deficiency. 9. Education. 10. Inclusion. I.Título II.Dr(a) Anderson Douglas Pereira Rodrigues da Silva UNIVERITAS - GUA CDU - 37.015 A INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO Autor 1 : Adenice Araújo de Sá Mendes Instituição: Univeritas/UNG E-mail: adennycesa@gmail.com Coautor/orientador 2 : Anderson Rodrigues Instituição: Univeritas/UNG E-mail: Anderson.rodrigues@sereducacional.com Resumo A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular depende da preparação da comunidade escolar para promover a participação de todos os alunos. Foi objetivo deste estudo conhecer, do ponto de vista do professor do ensino fundamental da rede pública municipal, as estratégias pedagógicas que utilizavam para a inclusão de crianças com deficiência na classe comum. Após diversas leituras foi possível identificar como temáticas principais: sentidos e imaginários do professor sobre a deficiência, formação do professor para efetivação do processo de inclusão, bem como a utilização de estratégias pedagógicas diferenciadas e formação de rede de apoio na escola. Assim, foi identificado em relação aos educadores a necessidade de apoio institucional para seu trabalho, incluindo possibilidades de formação a partir das demandas cotidianas. Responder às necessidades levantadas é parte dos desafios para implementar a Educação Inclusiva na perspectiva da Educação para Todos, para a efetivação dos direitos de crianças com necessidades educacionais especiais. Palavras-chave: Deficiência 1. Inclusão 2. Acessibilidade 3. Educação 4. THE INCLUSION AND ACCESSIBILITY OF PEOPLE WITH DISABILITIES IN THE SCHOOL ENVIRONMENT Abstract The inclusion of students with special educational needs in mainstream education depends on the preparation of the school community to promote the participation of all students. The objective of this study was to know, from the point of view of the elementary school teacher in the municipal public network, the pedagogical strategies they used for the inclusion of children with disabilities in the common class. After several readings, it was possible to identify the main themes: the teacher's senses and imagery about disability, teacher training to carry out the inclusion process, as well as the use of different pedagogical strategies and the formation of a support network at school. Thus, it was identified in relation to educators the need for institutional support for their work, including possibilities for training based on daily demands. Responding to the needs raised is part of the challenges to implement Inclusive Education from the perspective of Education for All, for the realization of the rights of children with special educational need Keywords: deficiency 1. inclusion 2. accessibility 3. education 4 1 Autor: Acadêmica de Pedagogia. 2 Coautor/orientador: Pedagogo; Mestre e Doutor em Educação Matemática e Tecnológica pela UFPE. 2 1 INTRODUÇÃO A escola, a família, a sociedade, devem olhar para os educandos pessoas com algum impedimento em sua limitação, também possuem habilidades, e dentro delas ajudarem na descoberta de caminhos para seu desenvolvimento emocional e cognitivo. [...] uma verdadeira transformação da escola, de tal modo que o aluno tenha a oportunidade de aprender, mas na condição de que sejam respeitados as suas peculiaridades, necessidades e interesses, a sua autonomia intelectual, o ritmo e suas condições de assimilação dos conteúdos curriculares (MANTOAN 1998, P3). Sendo assim, o que levou a escolha dessa temática para o presente estudo foi a tentativa de chamar a atenção da sociedade, como um todo, a fim de transformar o preconceito das pessoas com deficiência num olhar de apoio e entendimento as limitações de cada um, incluindo-os como referenciais na educação. Por conseguinte, deve-se refletir se o espaço escolar está preparado para acolher os alunos especiais, ou seja, se a infraestrutura da instituição está adequada em sua acessibilidade. Ademais, os educadores devem estar preparados tanto emocionalmente quanto profissionalmente, atentos as particularidades da deficiência apresentada pelo educando em questão e principalmente se o currículo da instituição de ensino é condizente e eficiente no que propõe para capacitação e inserção no mundo da aprendizagem. Essa pesquisa tratará sobre a inclusão e acessibilidade na escola de pessoas com deficiência. Assim sendo, o conceito de dignidade humana implica no respeito e reconhecimento de nobreza a toda e qualquer pessoa, simplesmente por existir. A ideia de homem como centro do mundo surge no final da Idade Média e é consolidada em documento internacional quando da promulgação dos Direitos Humanos pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948. Uma vez que o reconhecimento da dignidade da pessoa com deficiência é fundamental, por opor – se a ideia de que a deficiência rebaixa esse ser a uma condição subumana ou a uma anomalia que “danifica” a sua condição de pertencer à humanidade. O direito à igualdade perante a lei e em virtude dela é tido como regra de equilíbrio entre as pessoas que têm e as que não têm uma deficiência, uma vez que determina a todos, que todas as pessoas foram à população de um país. À vista disso, no direito sempre se diz que a igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas igualdades, cuidando para que não haja desequiparações fortuitas ou 3 injustificadas. Nesse sentido, para a pessoa com deficiência significa que não pode haver nenhuma restrição ou impedimento apenas em razão da sua incapacidade. Desse modo, deve-se em garantir que todos os serviços e instalações da comunidade, que estejam ou vieram a estar disponíveis para a população em geral, sejam tornados adequados às pessoas com deficiência atendendo às suas necessidades. Isto é, não se trata de “adaptar” os sistemas comuns para as pessoas especiais, mas sim de “adequar” os sistemas comuns às diversidades humanas e diferenças de todas as pessoas. Pois quando adequamos os sistemas comuns que ainda não estiverem acessíveis, estamos atendendo aos requisitos dos conceitos de “equiparação de oportunidades” e de “desenho universal” e tornando inclusivas todas as estruturas da sociedade no mesmo nível de importância. À vista disso, a inclusão escolar é o processo de adequação da escola para que todos os alunos possam receber uma educação de qualidade, cada um a partir da realidade com que ele chega à escola, independentemente da raça, etnia, gênero, situação socioeconômica, deficiências. É a instituiçãoescolar que deve ser capaz de acolher todo tipo de aluno e de lhe oferecer uma educação de qualidade, ou seja, respostas educativas compatíveis com as suas habilidades, necessidades e expectativas. Assim, a integração escolar é o processo tradicional de adequação do aluno às estruturas física, administrativa, curricular, pedagógica e política da escola. Ela trabalha com o pressuposto de que todos os alunos precisam ser capazes de aprender no nível pré-estabelecido pelo sistema de ensino. No caso de alunos com deficiência (intelectual, auditiva, visual, física ou múltipla), a escola comum condicionava a matrícula a uma certa prontidão que somente as escolas especiais (e, em alguns casos, as classes especiais) conseguiriam produzir. Dessa maneira, para uma pessoa com deficiência, algumas limitações são impostas: como eu não posso me mexer do pescoço para baixo, têm pessoas que não andam, pessoas que têm algum membro amputado. Quando o meio é ferramentado por tecnologias assistivas, as deficiências das pessoas desaparecem. Essas tecnologias podem ser próteses ou órteses (equipamentos que substituem parte do corpo humano podendo ser implantadas ou não), aparelhos auditivos, sistemas de comunicação alternativos (principalmente usados por pessoas com paralisia cerebral), telefones para surdos, softwares de voz para pessoas com deficiência visual e equipamentos tecnológicos em geral (pedalar em uma bicicleta adaptada e ando por eletroestimulação, por exemplo). A presente pesquisa visa responder ao questionamento de como a comunidade escolar pode buscar alternativas para incluir alunos com necessidades educacionais especiais em algumas atividades interativas desenvolvidas na escola. Com isso, todas as iniciativas em 4 termos de políticas públicas devem buscar neutralizar ou minimizar os efeitos negativos da desvantagem no deslocamento das pessoas com mobilidade reduzida, causados pela existência de barreiras físicas. Diante disso, o objetivo geral desse estudo delimita-se em conhecer sobre o processo de inclusão e acessibilidade na escola de pessoas com deficiência e os objetivos especificam circundam-se em identificar como acontece o processo de inclusão e acessibilidade na escola; conhecer o significado de inclusão e acessibilidade e compreender como a tecnologia pode ser uma aliada da inclusão. Portanto, a escola em processo de modificação sob o paradigma da inclusão é aquela que adota medidas concretas de acessibilidade. E, desse modo os professores, alunos, familiares devem adotar estas medidas. Logo, o estado e a sociedade se responsabilizam pela proteção da pessoa com deficiência quanto à reabilitação, a saúde, a acessibilidade, a educação e o acesso ao emprego em condições de igualdade. Nesse contexto, esse projeto de pesquisa fala sobre o processo de inclusão e acessibilidade no âmbito escolar de pessoas que possuem alguma incapacidade e tipos de barreiras para pessoas com deficiência. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Inclusão de Pessoas com Deficiência na Escola A inclusão é um conceito defendido por educadores de todas as partes do mundo. Os defensores da inclusão acreditam que a entrada dos alunos com deficiência no ambiente educacional regalar vai pressionar as escolas a se reestruturarem física e pedagogicamente, respeitando o ritmo de aprendizagem de cada aluno, tenha ele uma deficiência física ou não. Abenhaim (2005) trata da proposta de inclusão do Plano Nacional de Educação que apresenta como discurso uma “escola de qualidade para todos” e que, no entanto, não rompe com o modelo de “educação classificatória”, segundo ela: A educação de cada povo (...) é construída a partir de a possibilidade de cada um participar do processo educativo, favorecendo a socialização do saber, as relações sociais, a incorporação de valores, as decisões sobre a qualidade de vida e a conscientizarão sobre a preservação da vida no planeta (BENHAIM, 2005). A consciência da importância da inclusão ainda engatinha, pois causa estranhamento, gera preconceitos e medos que acaba por mitificado essa inclusão. Os professores do ensino 5 regular temem não conseguir desenvolver um trabalho satisfatório com o aluno com deficiência dentro dos parâmetros estabelecidos pelo sistema educacional desenvolvido para o aluno regular. Então, o professor deve desviar a atenção do ato de ensinar e criar condições que promovam a aprendizagem, e isso se dá através da interação humana de cordialidade entre professor e aluno. Desse modo, a Constituição Brasileira de 1988 garante o acesso ao Ensino Fundamental regular a todas as crianças, sem exceção. A inclusão ganhou reforço com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001, que proíbe qualquer tipo de restrição baseada na deficiência de uma pessoa. Então, todos os instrumentos nacionais e internacionais criados para proteger os direitos da criança, embora o âmbito possa variar, giram em torno do tema comum de promover seu bem-estar e desenvolvimento. Nesse sentido, a acessibilidade é uma ferramenta para que as pessoas com deficiência atinjam sua autonomia em todos os aspectos da vida, o que demonstra uma visão atualizada das especificidades destas pessoas, que buscam participar dos meios mais usuais que a sociedade em geral utiliza para funcionar plenamente nos dias de hoje, não se reduzindo apenas à acessibilidade ao meio físico. Nesse sentido, Mantoan (1998) propõe: [...] uma verdadeira transformação da escola, de tal modo que o aluno tenha a oportunidade de aprender, mas na condição de que sejam respeitados as suas peculiaridades, necessidades e interesses, a sua autonomia intelectual, o ritmo e suas condições de assimilação dos conteúdos curriculares (MANTOAN, 1998, p. 3). Enquanto o espaço for produzido a partir dos referenciais do chamado “homem – padrão” (Possuidor de todas as habilidades físicas, mentais e neurológicas), é comum que a construção de rampas nas esquinas e de uma determinada percentagem de vagas para estacionamento de veículos adaptados às pessoas com deficiência física, sejam considerados como “suficientes” para taxar o projeto urbano de “projeto incluso”. A percepção e a experiência de todos os usuários, no entanto, nem sempre é levada em consideração nestes momentos. Em função da idade, estado de saúde, estrutura e outros fatores, muitas pessoas têm que ter um atendimento adequado para receberem informações, chegarem até os terminais e pontos de ônibus, entrarem nos veículos e realizarem seus deslocamentos pelos espaços públicos. 6 Uma escola consegue organizar um currículo inclusivo quando reconhece a complexidade das relações humanas, a amplitude e os limites de seus objetivos e ações; quando entende o ambiente escolar como um espaço relacional que estabelece laços que contribuem para a formação de uma identidade individual e social (MINETTO, 2008, p. 32). Desse modo, as instituições escolares devem realizar o acolhimento de todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Sendo assim, devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos/zonas desfavorecidas ou marginalizadas. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, p. 17-18). Assim sendo, torna-se necessária uma visão que considera o acesso universal ao espaço, a partir de cenas no dia a dia, onde muitos enfrentam dificuldades para realização de ações simples, como o deslocamento até a escola ou ao serviço. As barreiras encontradas, muitas vezes são vistas com naturalidade por todas as pessoas, ou até mesmo não reconhecida. Portanto, todas as iniciativas em termos de políticaspúblicas devem buscar neutralizar ou minimizar os efeitos negativos da desvantagem no deslocamento das pessoas com mobilidade reduzida, causados pela existência de barreiras físicas. Mas estes processos têm que garantir os princípios de independência, autonomia e dignidade, de forma coletiva e individual. 2.2 A Tecnologia Como liada da Inclusão As pessoas não sabem o que é, nem que importância tem a acessibilidade associada aos meios de informação e comunicação, incluindo várias pessoas com deficiência que não se utilizam de tecnologias específicas para tornar o acesso a elas pleno e possível. Hoje em dia, existe tecnologia para se comunicar por telefone com uma pessoa surda, apesar desse meio de comunicação ser prioritariamente auditivo; a pessoa cega ou com limitação física severa pode ser comunicar via internet, escrever, ler e navegar por suas páginas. Já é possível assistir televisão, filmes e noticiários, sem que alguém tenha que ajudar a descrever as cenas mudas para um assistente cego ou narrar, por meio de sinais, os diálogos televisivos para uma pessoa surda. 7 É importante olharmos para as tecnológicas como ferramentas que foram concebidas para responder a uma determinada função na sociedade em que vivemos. [...] As ferramentas tecnológicas, entre outras razões, são utilizadas para registrar e reproduzir dados; acessar e recolher informações; organizar, produzir e divulgar informações; criar, expressar, comunicar e cooperar; colaborar, brincar, jogar, etc. (FOLQUE, 2011, p.9) Ademais, pessoas com deficiência visual ou auditiva podem participar de conferências que tenham vídeos, palestras somente falada ou qualquer outro tipo de barreira de comunicação que, sem a tecnologia assistivas adequadas, impediriam o entendimento das informações. A utilização do braile, da língua brasileira de sinais, da audiodescrição, da legenda oculta ou não, do sistema DAISY para livros em formatos acessíveis, e muitas outras formas de adequação da informação às pessoas com deficiência estão atualmente disponíveis, apesar de muito pouco ou nada utilizadas pelas emissoras de televisão, editoras de livros, companhias telefônicas e conferencistas, pois permanecem desconhecidas pelas pessoas em geral. A internet, por exemplo, oferece serviços de utilidade pública, comerciais e de entretenimento, que ajudam a todos. Parece ser natural que as pessoas que tenham mais dificuldades de mobilidade para irem a um banco, supermercado, lojas de compras, de verificarem andamento de processos, lerem jornais e outros serviços que demandariam locomoção ou ajuda de outras pessoas para serem realizados, sejam nela incluídas, proporcionando – lhes liberdade de ação, comunicação e obtenção de informação. 2.3 Tipos de Barreiras para Pessoas com Deficiência A inclusão de pessoas com deficiências na escola regular é alvo de discussões, mesmo que esta decisão esteja resguardada em várias legislações mundiais e no Brasil, ainda se encontra explícita na LDBEN/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), especialmente no Capítulo V, Artigos 58 e 59. Em dezembro de 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinou a Lei 10.098, a qual estabelece normas para a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência. Trata-se de normas gerais, bem como de critérios para a promoção de acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. A lei define acessibilidade como a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação. 8 Gil (2006) afirma que as principais barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam são os preconceitos, a discriminação e os ambientes sem acessibilidade, visto que estes foram criados a partir da concepção idealizada de uma pessoa normal, do homem perfeito. Para Gil (2006), antes a acessibilidade estava voltada para a eliminação de barreiras, como a construção de rampas, embora estas sejam sempre fundamentais. Rampas precisam levar a escolas, centros de saúde, teatros, cinemas, museus, shows. Hoje, contudo, a acessibilidade atinge outras esferas do fazer humano; assim, existe a acessibilidade na educação, no trabalho, lazer, cultura, esportes, informação, internet. Barreiras arquitetônicas têm sido definidas como obstáculos construídos no meio urbano ou nos edifícios, que impedem ou dificultam a livre circulação das pessoas que sofrem de alguma incapacidade transitória ou permanente (EMMEL; CASTRO, 2003). Estas se caracterizam por obstáculos aos acessos internos ou externos existentes em edificações de uso público ou privado. Dentre as barreiras que impedem a acessibilidade do deficiente na educação regular/escolar é a comunicação, pois é necessária uma adequação de códigos e dos profissionais da educação em libras (Língua brasileira de Sinais) para com as pessoas surdas e mudas e o Braile para os cegos. A Lei n. 10.098 de 2000 no seu artigo 17 estabelece que: “o Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldades de comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.” Discutindo a acessibilidade comunicacional, a Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada em Nova Iorque 2006 e promulgada pelo Decreto Legislativo n. 197 de 2009, amplia a noção de comunicação, afirmando que esta abrange: [...] as línguas, a visualização de textos, o braile, a comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de multimídia acessível, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, inclusive a tecnologia da informação e comunicação (art. 2. Definições). Não obstante, as barreiras pedagógicas, curricular, físicas e de treinamento tendem a comprometer o ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência e isso tem que ser trabalhado e implementado para um método de inclusão e melhoria. O artigo 27 da lei nº 9 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) delimita que a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. 3 METODOLOGIA 3.1 Classificação da pesquisa Está pesquisa tem uma abordagem qualitativa, do tipo exploratória e bibliográfica. A metodologia utilizada para realização desse estudo foi uma revisão bibliográfica baseada em teorias de 28 autores que tratam sobre acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência na escola. O método de busca consiste em sites de pesquisas, como Google Acadêmico e Google Livros, dentre outros artigos e publicações pertinentes ao tema. Sendo utilizada uma pesquisa explicativa. As palavras chaves representativas foram: deficiência, inclusão, acessibilidade e educação. 3.2 Fontes de busca da Pesquisa O trabalho é constituído através de análise de dados e buscas de conceitos com uma revisão de literatura bibliográfica. Com isso, apresenta análise de artigos, livros e obras de autores renomados. O artigo é elaborado através de pesquisa em livros e artigos científicos. Esta base teórica é composta por conceitos dos autores: (Abenhaim, 2015); (Almeida, 1977); (Carvalho,2010), (Folque, 2011); (Rodrigues, 2008), (Galvão Filho, 2012), (Goulart), (Mantoan, 1988); (Mello, 1988); (Minetto, 2008); (Moran, 2013); (Rodrigues, 2008); (Sánchez, 2005); (Stainback, 1999); (Silveira, 2008). 10 3.4 Instrumentos de coleta de dados e procedimentos Quadro 1 – Instrumento da Pesquisa. Instrumento de coleta de dados Universo pesquisado Finalidade do Instrumento Documentos documentos, artigos, livros etc.). Identificar como acontece o processo de inclusão e acessibilidade na escola; Dados Arquivados Documentos on-line, home- pages, artigos digitais etc.). Compreender como a tecnologia pode ser uma aliada da inclusão. . Fonte: CAVALCANTI e MOREIRA (2008) 4 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS A discussão a cerca das pessoas com deficiência na sociedade é uma pauta enriquecedora e que envolve várias categorias e profissionais. Quando a delimitação se trata sobre a inclusão dos deficientes no âmbito escolar e principalmente na turma regular tende-se a indagar e estudar várias prerrogativas que implementem os tópicos da acessibilidade, da inclusão e da preparação da equipe pedagógica para lhe dar com essas pessoas. Não obstante, é de suma significação salientar que a legislação brasileira como a Constituição Federal de 1988; A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Estatuto da Pessoa com Deficiência delimitam direitos garantidos que circundam na atenção; inclusão; benefícios e educação. Quando se estuda sobre as pessoas com deficiência se pode identificar suas variedades como deficiência física; visual; auditiva; deficiência da fala; cognitiva, entre outras. 11 Essa presente pesquisa delimitou-se a estudar algumas barreiras que impossibilitam a acessibilidade; como a tecnologia pode ajudar no ensino e aprendizado e a inclusão no ambiente escolar. O tema em si aqui pesquisado, analisado e estudado delimita-se na inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência no ambiente escolar. Trabalhar o respeito ao próximo, a ética e a moral também vão contribuir muito para o trabalho com esse segmento educacional. A inclusão segundo Abenhaim (2005), tende a combater a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, oferecer oportunidades iguais de acesso a bens e serviços a todos. Sendo assim, a acessibilidade tende a ser uma ferramenta que proporciona autonomia aos deficientes em todos os seus aspectos. Diante disso, chegou-se ao resultado de que os educadores precisam de uma formação de qualidade que proporcione um trabalho inclusivo e adaptável a todo o público na esfera educacional. O ambiente escolar deve proporcionar um excelente meio de acesso para todos e as pessoas com deficiência devem ser tratadas com igualdade e ter suas limitações respeitas e um profissional que o auxilie. Diante disso, a tecnologia aqui apresenta pode facilitar a didática e proporcionar o aprendizado dos alunos. O trabalho com aplicativos que permitem a inclusão de pessoas com deficiência auditiva e da falar é alfo fantástico e inclusivo. O acesso por meio do braile também é outra forma interativa e inclusiva. Jogos digitais educativos também são oura forma de socializar os alunos com deficiência, sempre respeitando suas limitações. Para o deficiente físico é necessária uma rampa de acesso, a infraestrutura da escola não pode impedir ou dificultar a sua locomoção, a carteira deve seguir as normas da legislação. O deficiente auditivo e da fala precisa de um profissional com bom entendimento em libras e os deficientes visuais precisa de um ambiente e de profissionais que saibam trabalhar com o braile. O trabalho interdisciplinar entre equipe pedagógica, administrativa, a família e a comunidade tendem a contribuir muito para o desenvolvimento de uma boa educação. A Lei nº 7.853 estipula a obrigatoriedade de todas as escolas em aceitar matrículas de alunos com deficiência – e transforma em crime a recusa a esse direito. Aprovada em 1989 e regulamentada em 1999, a lei é clara: todas as crianças têm o mesmo direito à educação. Os gestores estaduais e municipais devem organizar sistemas de ensino que sejam voltados à diversidade, firmando e fiscalizando parcerias com instituições especializadas e administram os recursos que vêm do governo federal. 12 Infográfico do Instituto Unibanco aponta tipos de deficiência identificadas em alunos no Ensino Médio No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que há 6,7% de pessoas com deficiência (12,5 milhões), que possuem grande ou total dificuldade para enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus, além daquelas com deficiência mental ou intelectual. 13 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Construir e possibilitar a autonomia das pessoas com deficiência é um método prático e eficaz que permite o desenvolvimento da acessibilidade e tenderá para a aplicabilidade da inclusão. Dar uma atenção especial para a formação dos professores e para a adaptação da escola permitindo a cessibilidade aos alunos com deficiência são medidas essenciais e que são garantidas pela legislação do Brasil. Desenvolver uma didática que permita o ensino, aprendizado, a dinâmica, a socialização e a inclusão são fatores propensores e educadores. A denúncia de qualquer descaso relacionado aos direitos dos deficientes deve ser atendida e fiscalizada, projetos com desenvolturas de políticas públicas para essas pessoas também são fatores que tendem a implementar ainda mais a autonomia, identificação e importância das pessoas com deficiência. A problemática representativa, alternativas para inclusão das pessoas especiais na educação, foi desenvolvida e abordada detalhadamente. Os objetivos específicos, identificar o processo de inclusão e acessibilidade na escola; conhecimento acerca do significado de inclusão e acessibilidade e compreensão da tecnologia aliada a educação, foram atendidos e representados construtivamente. O presente estudo bibliográfico proporciona um entendimento acerca das ferramentas e formas de acessibilidade para a inclusão de atividades que proporcionem o aprendizado aos portadores com algum impedimento. Assim, chegou-se a seguinte conclusão: as instituições educacionais têm a obrigação de realizar o acolhimento das crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. A pesquisa bibliográfica pode evidenciar a importância e as formas de trabalho pedagógico para com as crianças com algum impedimento. Os capítulos abordaram sobre as legislações pertinentes, as formas de inclusão, a inserção da tecnologia diante desse processo educativo e de acessibilidade e os principais tipos de barreiras que impedem e até complicam o as formas de acesso das crianças com deficiência. Toda essa informação foi bastante pertinente para resolução da problemática apresentada. Diante disso, a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente escolar é uma temática que merece um estudo contínuo onde possa proporcionar novas descobertas e incluir novas formas de atividades e contextos para que o trabalho com esse público se torne mais 14 dinâmico e interativo. Viabilizar a inclusão e a acessibilidade é fundamentalmente importante e essencial em sua esfera educativa e social. REFERÊNCIAS ABENHAIM, Evanir. Psicologia e Direitos Humanos – Educação Inclusiva – Direitos Humanos na Escola. Casa do Psicólogo. 2005. ALMEIDA, P. M. de. Carta para Carlos Drummond de Andrade. São Paulo, 10 de nov. de 1977. 5 f. 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