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ARTIGO FINAL VYGOTSKY

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17
AS CONTRIBUIÇÕES DE LEV VYGOTSKY PARA A EDUCAÇÃO FRENTE AO CENÁRIO DAS ESCOLAS BRASILEIRAS NO SÉCULO XXI
Maria E. A. dos Santos[footnoteRef:1] [1: Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior pela UNAMA; Bacharel em Serviço Social pela Universidade Paulista; andrade.elizabeth1@outlook.com] 
Ranelly Barreto Martins[footnoteRef:2] [2: Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior pela UNAMA; Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Pará – UEPA; ranellybm@hotmail.com] 
RESUMO
Este artigo tem como finalidade demonstrar quais foram às contribuições de Lev Semyonovitch Vigotsky para a Educação tendo como plano de fundo o atual cenário da Educação Brasileira. Primeiramente foram explanados os objetivos específicos da pesquisa como conhecer quem foi esse teórico e quais foram suas contribuições para a educação, reconhecer o atual cenário da Educação Brasileira e por fim elucidar quais contribuições de Vygotsky pode ser utilizadas em sala de aula atualmente. A presente pesquisa foi realizada por meio bibliográfico utilizando Freire (1996), Duarte (2001), Vygotsky (2008) e outros teóricos não menos específicos para essa investigação e elaborada a partir de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório. Os achados demonstram que na intervenção no espaço institucional devemos pensar a necessidade dos educadores oferecerem um ambiente privilegiado que atenda a diversidade dos alunos, permitindo a cada um desenvolver seu potencial a partir de seu ritmo, visando em última instância o exercício de sua autonomia de modo com que tais mudanças venham apresentar resultados significativos no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Palavras-chave: Vygotsky. Educação Brasileira. Ensino-aprendizagem
	1. INTRODUÇÃO
O último Censo Escolar foi divulgado em fevereiro desse ano e revela desafios para a universalização do acesso a todos os níveis de ensino no Brasil (Inep). As tendências dos anos anteriores permanecem inalteradas e ainda distantes das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
Nesse contexto, o presente artigo se justifica pela necessidade de buscar evidenciar contribuições para alteração desse cenário educacional a partir dos pensamentos que o teórico Lev Vygotsky trás para a educação, e propor de que maneira podemos considerar tais contribuições como um elemento a mais a se utilizar frente ao cenário nacional da Educação Brasileira de modo que os alunos possam vir a ter um processo de ensino aprendizagem mais qualitativo e autônomo. Surge assim nosso questionamento que justifica a presente pesquisa: Quais contribuições de Lev Vygotsky para a Educação no Século XXI?
 Para responder a problemática levantada, tendo em vista o tema apresentado, sob o ponto de vista dos autores deste estudo, aponta-se como objetivo principal deste artigo analisar o atual quadro educacional no Brasil e propor intervenções na Educação por meio das contribuições de Lev Vygotsky. Desta forma, para alcançar o objetivo proposto nesta pesquisa, estabeleceu-se os seguintes objetivos específicos: Identificar o teórico Lev Vygotsky e suas contribuições para a Educação; Analisar o cenário atual da educação no Brasil e Evidenciar a contribuição de Lev Vygotsky para a educação, e relacioná-la a Educação atual. O desenho metodológico da pesquisa foi o descritivo explicativo e a pesquisa adotou revisão de literatura para alcançar os objetivos propostos na presente investigação com um enfoque qualitativo para se trazer os resultados esperados.
 Justificamos a presente pesquisa por considerar que este estudo visa compreender a importância dos benefícios destas contribuições para a educação, principalmente por observar que as ideias de Vygotsky seguem atuais e possibilitam influências para novos olhares e práticas no cotidiano escolar e que nos permite enquanto profissionais da educação visualizar novas intervenções nos espaços escolas, sobretudo em escolas que carecem de novas referências. 
	
2. AS CONTRIBUIÇÕES DE LEV VYGOTSKY PARA A EDUCAÇÃO FRENTE AO CENÁRIO DAS ESCOLAS BRASILEIRAS NO SÉCULO XXI
2.1 LEV SEMYONOVITCH VYGOTSKY
Lev Semionovich Vigotsky nasceu em Orsha na Bielo-Russia em 05 de novembro de 1896. Em 1917 obteve graduação em Direito e Filosofia na universidade de Moscou onde se dedicou a estudos paralelos voltados as Ciências Sociais, Filosofia, Psicologia, Artes, Língua e Linguística.
Entre os anos de 1919 e 1920 contraiu tuberculose, doença que conviveu há 14 anos. Lecionou Psicologia e Literatura em Gomel desde sua formação acadêmica até o ano de 1924 quando inaugurou a revista literária Verask, onde publicou sua obra Psicologia da Arte (1925) que o direcionou permanentemente a Psicologia. A partir de então, iniciou várias pesquisas em Psicologia do Desenvolvimento, Educação e Psicopatologia com o auxílio de colaboradores e estudantes.
Vygotsky voltou para Moscou onde lecionou psicologia e pedagogia. Tornou-se colaborador do Instituto de Psicologia, criou o Instituto de Estudos das Deficiências. Ao mesmo tempo, dirigiu um departamento de educação de crianças com deficiências física e mental, em Narcompros (Comitês Populares de Educação) onde ministrou cursos na Academia Krupskaya de Educação Comunista, no Instituto Pedagógico Estadual de Moscou (antes chamado de Segunda Universidade Estadual de Moscou) e no Instituto Pedagógico Hertzen, em Leningrado.
Durante uma extraordinária década (1924-1934), cercado por um grupo de colaboradores adeptos como ele pela formação de uma fidedigna reforma da psicologia e estudos sobre as anormalidades físicas e mentais. Cria sua teoria histórico-cultural das manifestações psicológicas.
Vygotsky tinha um grande interesse pela Medicina, este o levou a fazer o curso de medicina, primeiro no Instituto Médico, em Moscou, e posteriormente em Kharkov, onde também deu um curso de psicologia na Academia de Psiconeurologia da Ucrânia. Um pouco antes de sua morte, Vygotsky foi convidado para dirigir o departamento de psicologia no Instituto Soviético de Medicina Experimental. Morreu de tuberculose em 11 de junho de 1934, neste ano, na Rússia, foi publicado seu livro titulado Pensamento e Linguagem.
É importante frisar que Vygotsky não foi um teórico marxista, mas um pensador marxista. A diferença entre essas duas concepções representa um fator determinante dentro da sua configuração intelectual, na medida em que o pensamento marxista representava o substrato teórico sobre o qual Vigotsky construiu a sua psicologia, mas não os limites aos quais ela estava circunscrita.
Fundamentava-se no materialismo histórico e dialético de Marx e Engels. Parte então, a noção de que a relação social implica na aprendizagem social, entendesse que o desenvolvimento é fruto da cultura no modo de agir e pensar. 
2.2 CONTRIBUIÇÕES DE VYGOTSKY PARA A EDUCAÇÃO
Vygotsky enfatiza o processo de desenvolvimento psicológico do ser humano, acreditando que vivemos em constante aprendizagem “um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas” (Vygotsky, 1984, p. 101)
Rivière (1985, p. 11) afirma que o pensamento de Vygotsky foi de tal forma revolucionário que em alguns aspectos ainda mantém a sua atualidade, enquanto em outros se encontra mesmo a frente do nosso tempo. (p. 16) aponta o fato de que a familiaridade de Vygotsky com a dialética como método, bem como os fundamentos essenciais do pensamento marxista, o impediu de desenvolver uma atitude reverencial como a imposta pelo stalinismo. A dialética não era para Vigotsky um dogma ou catecismo, mas simplesmente uma estrutura mesma do seu modo de pensar, quase tão natural quanto à respiração, tanto que compreender um problema significava situá-lo em sua gênese dialética. 
Sobre a teoria do desenvolvimento infantil, Vygotsky (1932) diz:
É por meio de outros, por intermédio do adulto que a criança se envolve em suas atividades. Absolutamente, tudo no comportamento da criança está fundido, enraizado no social. [E prossegue:] Assim, as relações da criançacom a realidade são, desde o início, relações sociais. Neste sentido, poder-se-ia dizer que o bebê é um ser social no mais elevado grau.
Portanto, ele acredita que a criança aprende por meio de duas zonas, Zona de Desenvolvimento Proximal onde a criança por meio de interação social aprende a fazer sozinha o que antes precisava de ajuda, Zona de Desenvolvimento Real onde ela irá ajudar outra criança a fazer sozinha o que antes ela também não sabia.
GÓES (2002), reforçando as idéias Vygoskianas afirma que:
Isso não significa que o deficiente mental chegará a ter as mesmas capacidades de outros alunos considerados normais; mas não podemos estabelecer limites ao seu desenvolvimento. Essa visão decorre da diretriz segundo a qual as ações sociais propiciadoras de desenvolvimento devem ser orientadas para a compensação, a plasticidade dos processos sociopsicológicos. (p.103)
A aprendizagem é de suma importância para o ser humano, é complexa, tem vários núcleos como alunos, professores, contexto escolar, família, concepção teórica, organização curricular. No entanto, o professor é uma peça insubstituível para o desenvolvimento da aprendizagem no processo de ensinar e aprender.
O trabalho do docente é intermediar o processo de conhecimento do aluno, onde ele aprende no ambiente social em que vive. A escola tem que proporcionar aos alunos atividades que permitam o desenvolvimento mental e um ambiente que favoreça sua cultura.
Especificando a teoria de Vygotsky, temos uma série de palavras, mencionaremos oito palavras, são as seguintes: história, signo e instrumento, cultura, sociabilidade do homem, interação social, funções mentais superiores.
As ideais docentes de Vygotsky ligadas à psicologia revolucionaram o campo do aprendizado, onde há uma reestruturação das didáticas pedagógicas, criança e aluno são valorizados no convívio escolar. Pensava-se que a criança não conseguiria aprender, enquanto não crescesse fisicamente e psicologicamente, porém, a teoria de Vygotsky rasgou esta tese, afirmando que a criança tem capacidade psíquica de aprender desde o seu nascimento e consegue estabelecer relações crescentes com outros e consigo mesma. Deste inovador ponto de vista, colocou-se a educação como papel essencial no nosso aprendizado. O papel do educador também foi modificado, antes como autoridade dentro de sala, agora como mediador de conhecimentos.
Para Vygotsky, só há aprendizagem quando o ensino incidir na zona de desenvolvimento próximo do indivíduo que aprende. Se ensinarmos para o indivíduo aquilo que ele já sabe, não haverá nem aprendizagem e nem desenvolvimento. O trabalho da escola é guiar o aluno a processos ainda não desenvolvidos, impulsionando-o a novas conquistas e habilidades a partir daquilo que ele já sabe. Desafiando aquilo que ele acha que não pode fazer, mais é capaz. Conforme Vygotsky, ao fazer com ajuda de parceiro mais experiente uma tarefa que não consegue ainda fazer sozinho, o aluno se prepara para realizá-la sozinho.
3. O CENÁRIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
3.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A história da educação no Brasil inicia-se no período colonial, quando começa as primeiras relações entre estado e Educação através dos jesuítas que chegaram ao Brasil em 1549 que tinham como objetivo primeiro catequizar os nativos que aqui habitavam. Assim ensino ministrado pelos jesuítas era para proporcionar ao morador da colônia a cultura geral básica. Os jesuítas foram os principais educadores quase todo o período colonial e aqueles que queriam estudar outras áreas tinham que ir pra outros pais. Aqueles que iam para outros países estudar eram filhos de barões, dos grandes proprietários de terra da colônia, os índios juntamente com os negros não tinham esse privilegio, pois eram eles que serviam de mão-de-obra para a colônia, para os colonizadores os índios e os negros só tinham serventia para trabalhar e mais nada. Ainda vale ressaltar que o processo educacional era somente para filhos homens, as mulheres eram preparadas somente para o casamento e tomar conta do lar
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o ensino tradicional se fortalece no Brasil, o pais começa a passar por transformações no processo educacional, agora a mão de obra que era escrava para a exigir qualificação. E com os movimentos dos pioneiros, vários debates sobre a forma de ensino são realizados com o intuito de se buscar uma educação de qualidade. Pelo alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o seu afastamento. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava
A mudança da Família Real, em 1808, permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para atender as necessidades de sua estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária em 1826, um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas.
3.2 A EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS.
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que "educação" é "um direito para todos e um dever do Estado e da família”. Todo brasileiro deve estar voltado para a Educação. Este é o princípio do Papel da Educação. Mas isto é muito relativo.
A Constituição de 1988, promulgado após amplo movimento pela redemocratização do País, procurou introduzir inovações e compromissos, com destaque para a universalização do ensino fundamental e erradicação do analfabetismo. Ao longo da história educacional brasileira, o país passou por inúmeras mudanças. A constituição de 1988 significou uma grande mudança no quadro legal da política educacional brasileira. Pela primeira vez na história, a educação passa a ser um direito. Mais que esse direito é o resultado conquistado através de lutas traçadas ao longo do tempo.
No intuito de oferecer uma educação igualitária, como direitos de todos, foi proposto a criação da lei de diretrizes e bases (LDB) que vem assumir a característica indicativa, de modo a permitir o aperfeiçoamento de questões educacionais amplamente discutidas. Tais discussões proporcionaram autonomia e organização nas instituições de ensino. É a lei de diretrizes e bases (LDB), que define e regulariza o sistema de educação brasileira com base nos princípios presentes na constituição. Ela situa-se abaixo da constituição Federal e define as linhas mestras do ordenamento geral da educação.
Diante de vários problemas enfrentados na sociedade contemporânea, como a desvalorização profissional, desemprego, violência e relações familiares, o setor educacional tem um papel de suma importância que é fornecer o conhecimento, para que as pessoas possam ter possibilidade e autonomia de participar efetivamente das políticas, consciente de seus direitos e deveres na sociedade, buscando assim uma educação includente, libertadora e que valorize a diversidade.
Muitos fatores contribuíram e contribuem até hoje para a mudança no processo da educação, já que antes não se tinha um olhar tão importante com a mesma, onde a educação era apenas um repasse de conhecimento do adulto para a criança, onde somente os filhos de nobres tinham acesso às escolas.
Com o passar do tempo, chegando ao século XXI o mundo vive uma verdadeira revolução tecnológica, grandes transformações e avanços vem dar um novo olhar para o processo educacional, passou-se a ter uma preocupação maior com a educação tanto no contexto de desenvolvimento do aluno quanto na formação de profissionais da educação. O ato de ensinar nas escolas passa por uma organizaçãode forma que o aluno não é mais apenas um receptor e sim um sujeito que também é capaz de participar do processo. Surgem também vários pensadores que discutem como se dá o desenvolvimento de aprendizagem do aluno.
Ser professor hoje é uma tarefa bem difícil, mas prazerosa, pois ele precisa se dedicar, e muito, aos estudos, a pesquisa, ao seu desenvolvimento profissional e aos seus alunos. A profissão docente é uma das mais difíceis, pois temos desafios todos os dias, como ensinar o aluno a pensar, a pesquisar, etc.
Apesar de todos os avanços que hoje fazem parte do cenário da educação brasileira, ainda há muitos anseios para alcançar a meta de um cenário ideal. Mesmo com tantos avanços conquistados para uma educação brasileira de qualidade, ainda convivemos com a exclusão social, onde não se respeita as diferenças reconhecendo as necessidades básicas de cada cultura. 
Poucas profissões, em todo o mundo, gozam de tanto prestígio junto à sociedade quanto os professores. Transmitir conhecimento, a crianças ou adultos, é tido como uma bela 'vocação' pela maioria das pessoas. Como toda a sociedade, porém, o trabalho realizado pelos docentes sofreu profundas alterações nos últimos anos. As bases para as transformações estão na própria evolução vivida no mundo. E não apenas tecnológica, mas também de comportamento, pedagógica, na administração do ensino, no comportamento dos alunos e no reconhecimento pelo trabalho.
Muito já se falou sobre a Educação no Brasil. A Educação em todas as suas dimensões é um desafio. Paulo Freire dizia que não se pode falar de Educação sem falar de amor. O Amor que é um sentimento próprio, terno, quebra paradigmas, barreiras e nos move para a construção de um mundo mais humano e educativo. Desta maneira, a Educação no Brasil teve personagens ilustres, que souberam amar, e que fizeram ser o que é a Educação hoje, que vivenciamos que continuamos a vivenciar no dia-a-dia. A formação do Brasil implica necessariamente na estruturação de nosso modelo de ensino porque desde os primeiros anos de nossa descoberta sofremos da falta de estrutura e investimento nessa área. Aparentemente temos a impressão de que o grande problema de nossa deficiência educacional se resume a o problema da rigidez do modelo tradicional de ensino, mas ao aprofundarmos nossa investigação constáramos que a péssima qualidade de ensino presente nas escolas do Brasil acontece devida, em parte tanto a falta de estrutura educacional adequada como pela desestruturação das poucas bases presentes na pedagogia tradicional, causada pela critica dos escolanovistas, que acreditavam piamente que puramente pela crítica se atingiria uma melhoria no aprendizado. A escola tradicional procurava ensinar e transmitia conhecimento, a escola nova estava preocupada em apenas considerara o aprender a aprender. A escola não pode e não deve continuar da mesma maneira, usando métodos tradicionais e alheios as novas mudanças. Mas a diferença entre a escola tradicional e nova, não o maior problema na Educação. Ela infelizmente não é prioridade no Brasil. Muitos recursos que chegam do governo não chegam a escola, ou se chegam, as obras ficam pela metade, impossibilitando o aluno a ter um pouco mais de conforto. As divergências sociais são outro grande problema na Educação. Enquanto há Escolas modernas, com tecnologia adequada, há outras escolas com telhado de palha, bancos de madeira, sem conforto, sem merenda. Estudar se transformou num sinônimo de decorar. O nível intelectual dos alunos hoje tem caído, razoes pela falta de interesse do aluno e/ou também pelo falta de motivação do professor, que sua razão está em seu pouco salário. Apesar destes e de outros detalhes e pontos negativos de nossa Educação atual aqui no Brasil, o país teve e tem seus méritos no crescimento educacional, tais como a LDB, Fundeb, PCN, Pro Uni, entre outros, que fazem parte do utópico crescimento da Educação brasileira.
4. MATERIAL E MÉTODO
O presente trabalho teve como referências metodológicas a pesquisa bibliográfica que tem como objetivo pesquisar, ler, relacionar, referenciar e fichar materiais disponíveis que discutem a temática apresentada pelo artigo. Como resultado obtém-se uma lista com as referências e resumos dos documentos que foram localizados no decorrer do estudo. Pela relevância da pesquisa bibliográfica com base do conhecimento científico, destacamos aqui a conceituação de Severino (2007): 
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos. (p. 122) 
Dessa maneira, conforme Severino (2007) colocou, a pesquisa bibliográfica é uma investigação com o intuito de saber o que se há publicado sobre o assunto, quais foram às respostas encontradas? Que questionamentos foram apontados? E quais conclusões vieram dessas pesquisas? Na pesquisa bibliográfica se faz com base no que se tem disponível um novo estudo, nos dando um novo olhar sobre a temática e possíveis novos resultados e questionamentos. Justificamos aqui enfim, que a pesquisa apresentada é de caráter qualitativo, por ter sido realizado um levantamento bibliográfico; descritivo porque descreveu a bibliografia do teórico estudado na pesquisa, bem como quais foram suas contribuições para a Educação; exploratória porque discutiu relações transversais, conforme os métodos referenciados por Gil (2010) que justifica a pesquisa qualitativa, por proporcionar uma investigação de casos para análises. 
Este estudo possibilitou demonstrar a contribuição de Lev Vygotsky para a educação, bem como apresentar sugestões para que o cenário educacional possa melhorar partindo de idéias e reflexões realizadas pelo teórico que seguem atuais e que podem ser inseridas como novas propostas para a educação. Assim, esta técnica serviu para validar o questionamento levantado neste artigo.
5. DESCRIÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS
5.1 – VYGOTSKY FRENTE À EDUCAÇÃO BRASILEIRA: UMA REALIDADE POSSÍVEL? 
A escola é um ambiente para construção da aprendizagem, é lá que a criança aprender a ler, escrever, calcular, entre outras coisas que expandem seus conhecimentos e as deixam preparadas para a vida. Buscamos com esse estudo evidenciar as contribuições de Vygotsky para a Educação Brasileira. Pontuamos abaixo os resultados da pesquisa e a análise dos resultados: 
· Valores Sociais - Segundo Vygotsky o homem possui natureza social, ou seja, nasce em um ambiente carregado de valores sociais. Sendo assim, o professor da escola precisa levar em consideração o que o aluno trás consigo. Sua identidade, suas crenças e cultura, afim de que ele possa compartilhar suas diferenças com os demais alunos e construa assim um ambiente rico em diversidade, fato que também será importante para um processo de ensino aprendizagem favorável ao aluno. 
· Individualidade do Aluno – Outro aspecto que o teórico trouxe foi com relação à construção do conhecimento e o desenvolvimento mental que segundo ele possuam características individuais e particulares do indivíduo, dessa maneira o professor precisa colocar-se num local de apoio ao aluno, e não de cobrança. Para que o aluno ao seu tempo se desenvolva e consiga acompanhar o andamento dos conteúdos e atividades propostos pela escola. 
· O erro – Ainda nesse sentido, Vygotsky em suas contribuições buscou evidenciar a questão do “erro” em sala de aula que na grande maioria das escolas é entendido como algo ruim para esse teórico deve ser tratada com cuidado e muita atenção, pois é a partir do erro do aluno que ele poderá reaver seu aprendizado e reaver formas de melhorar seu aprendizado.
· Zona de Desenvolvimento Real e Proximal – Para Vygotsky existem dois momentos em que ocorre a aprendizagem,no primeiro momento na Zona Real é o que o indivíduo já consegue fazer sozinho sem a ajuda do outro, e a proximal que é quando a pessoa com a ajuda de alguém consegue realizar as tarefas para que no futuro venha a fazer isso sozinha. Para o teórico, é imprescindível que o professor saiba aproveitar o momento que o aluno está na Zona de Desenvolvimento proximal para que com a ajuda de outro colega construa o conhecimento, valorizando assim o papel do outro no processo de ensino aprendizagem. 
· Papel do Educador – Na teoria de Vygotsky o professor é um intermediário no processo de ensino aprendizagem, não se deve mais colocar o professor como único detentor de conhecimento, mas sim alguém que junto ao educando irá construir formas de aprendizagem. 
· Interdisciplinaridade - Um ponto que também ganhou destaque na teoria de Vigotsky é a questão da articulação dos conteúdos escolares com os extras curriculares para que se haja uma contribuição de ambas as partes na construção do conhecimento por parte dos alunos. 
Apesar de todas as contribuições positivas a serem aplicadas na Educação vindas de Vygotsky, precisamos ressaltar que este teórico foi um pensador marxista, logo, voltado para uma educação socialista. No livro Vigotski e o “aprender a aprender” de Newton Duarte os estudos nos indicam que para podermos aplicar a teoria de Vygotsky teríamos que mudar toda a sociedade capitalista para socialista. Ou seja, os estudos demonstram que atualmente uma educação integralmente inspirada em suas teorias não é uma realidade possível na sociedade Brasileira. Segundo Duarte (2001):
Uma pedagogia crítica e historicizadora precisa, antes de mais nada, constituir um referencial com base no qual os educadores se rebelem contra essas formas de alienação, caso contrário, qualquer tentativa de realização de ações educativas humanizadoras não passará de voluntarismo ingênuo e correrá o sério de servir, sem o saber nem o desejar, para legitimação de políticas educacionais alinhadas com o projeto político e econômico neoliberal e com o universo ideológico pós moderno. (p. 283) 
	Apesar dos achados, consideramos que Vygotsky propõe alguns subsídios possíveis de serem aplicados em sala de aula, e que apesar da totalidade das suas contribuições não terem espaço no cenário educacional capitalista atual ainda há muito que se aprender com este teórico a fim de contribuir para a melhoria da Educação do nosso País, ainda que a passos lentos. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A teoria de Vygotsky é de grande valor para o desenvolvimento humano, e deve ser implantada nas práticas das escolas brasileiras. Com a pesquisa vimos que a teoria de Vygotsky foi muito importante para educação e trouxe consigo novas propostas para a construção da aprendizagem em ambiente escolar que merecem ser utilizados no cotidiano escolar. 
Vygotsky apresenta o conceito de interdisciplinaridade em seus estudos onde no ambiente escolar diferentes saberes trabalhem juntos para obter um resultado único e positivo para os alunos. Também aponta o professor como intermediador, onde este leve em consideração a cultura que o indivíduo obtém desde o seu nascimento, tais contribuições se aplicadas no cotidiano escolar devem apresentar melhorarias frente ao cenário da Educação Brasileira. Dessa maneira, se torna cada vez mais necessário que os profissionais da educação busquem na teoria de Vygotsky contribuições para se aplicar em sala de aula. 
Outro importante aspecto levantado pelo teórico confere a interação social que deve existir entre professor e aluno. Indo frente a essa temática, Freire (2011) diz que:
Dessa maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado também educa. Ambos assim se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessidade de estar sendo com as liberdades e não contra elas. (p.95-96)
	Portanto, concordando com Vygotsky Paulo Freire pontua que a aprendizagem é resultado de um fazer compartilhado entre o educador e o aluno, dessa maneira o aluno irá assumir uma postura ativa frente ao conhecimento.
	Todavia, apesar de todas as contribuições para a Educação, cabe ressaltar que as teorias de Vygotsky acabam por colidir com os impasses do atual cenário educacional: baixos salários, a falta de estruturas nas escolas, grade curricular apertada, superlotação nas classes, descaso do governo, entre outros. Ainda assim, como profissionais da educação essa pesquisa nos propiciou um entendimento de que apesar das dificuldades encontradas nas escolas, a muito de Vygotsky a se fazer em busca de melhorias para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. 
	Assim, é imprescindível que a escola oportunize aos alunos a conciliação da cultura acumulada histórica e socialmente e com ela se leve em consideração aptidões, capacidades e habilidades de cada indivíduo.
7. REFERÊNCIAS
DUARTE, Newton. Vigotsky e o “aprender a aprender”: críticas as apropriações neoliberais e pós modernas da Teoria Vygotskiana. – 2. ed. rev. e ampli. – Campinas, SP: Autores Associados, 2001. (Coleção educação contemporânea). 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50.ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Paz e terra, 2011.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.
GÓES, Maria Cecília Rafael; LAPLANE, Adriana Lia Frezzmande (orgs.) Políticas e práticas da Educação Inclusivas. São Paulo; autores associados, 2004.
KOLL, Marta de Oliveira. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2010.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico – 23. ed. rev. e atual. – São Paulo: Cortez, 2007.
VYGOTSKY, L.S. Obras Escogidas, Vol. III. Madrid: Visor, 1995.
___________. A Formação Social da Mente, Martins Fontes 7 edição. São Paulo, 2007.

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