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resumo de direitos politicos, nacionalidade e institutos de defesa

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DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO 
 
NACIONALIDADE E CIDADANIA 
 
 A Nacionalidade faz parte do vínculo jurídico na sociedade política estatal, é o “status” 
do indivíduo em face do Estado, ou ele é nacional ou estrangeiro. 
 
 Define Pontes de Miranda: Nacionalidade“é o vínculo jurídico-político de Direito Público 
interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão do Estado. 
 
 É a qualidade de quem é nacional (natural do Estado), justamente no vínculo jurídico é 
que se distingue o estrangeiro do nacional, pois este sediado ou não, morando ou não neste 
território, é um cidadão nacional (no nosso caso, é um brasileiro). 
 
 Manoel Gonçalves Ferreira Filho leciona que, “nacionalidade se traduz, em ultima 
analise, no status do individuo em face do Estado, considerando que, para o ente estatal, o 
individuo ou é um nacional ou um estrangeiro”.
1
 
 
 Cada Estado é livre para dizer quais são os seus nacionais. Serão nacionais de um 
Estado, portando, aqueles que o seu Direito definir como tais. Os demais serão estrangeiros: 
todos aqueles que não são tidos por nacionais, em face de um determinado Estado são, 
perante este, estrangeiros. 
 
 
 Em resumo 
→Nacionais: são todos aqueles que o Direito de um Estado define como tais; são todos 
aqueles que se encontram presos ao Estado por um vínculo jurídico que o qualifica como seu 
integrante. 
 
→Estrangeiros: são todos aqueles que não são tidos por nacionais, em face de um 
determinado Estado, isto é, aquela pessoa a que o Direito do Estado não atribuiu à qualidade 
de nacional. 
Como lembrete para diferenciar: 
Cidadão: é conceito restrito, para designar os nacionais (natos ou naturalizados) no gozo dos 
direitos políticos e participantes da vida do Estado e 
Cidadania: é atributo político decorrente do direito de participar do Governo e direito de ser 
ouvido pela representação política. 
 ESPÉCIES E CRITÉRIOS DENACIONALIDADE 
 A Constituição Brasileiraconsigna duas espécies de nacionalidade: A 
nacionalidade primária (de origem ou originária) ou secundária (adquirida).A 
nacionalidade primária resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, de 
acordo com os critérios adotados pelo Estado (sanguíneos ou territoriais) será 
estabelecida. Cuida-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do 
simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado. 
 
A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato volitivo, depois do nascimento 
 
1
 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. ’ – Curso de D. Constitucional. 23, ed. S.P, Saraiva,pág. 94). 
(em regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária de nacionalidade, 
resultante da manifestação de um ato de vontade. 
 
 OS DOISCRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE: A nacionalidade é: 
 “Jus solis” - nacionais são todos aqueles nascidos em seu território. (solo, terra), artigo 12, 
I, “a, b,c” da C. Federal 
 “Jus sanguinis” - Nacional é todo aquele que for filho de nacionais, são os nascidos no 
estrangeiro de pai ou mãe brasileiros (direito de sangue)- artigo 12, II, “a, b,” da C.Federal. 
 
11.3. A NACIONALIDADE PRIMÁRIA 
 O critério Jus sanguinis se funda no vínculo do sangue, segundo o qual será nacional todo 
aquele que for filho de nacionais, independentemente do local de nascimento. 
O critério Jus solis atribui à nacionalidade a quem nasce no território do Estado de que se trata, 
independentemente da nacionalidade dos ascendentes. 
Como se vê, a nacionalidade primária é conferida em razão de um fato natural: o nascimento. 
A partir dele, cada ordenamento constitucional é livre para adotar um daqueles critérios (jus 
sanguinis ou jus solis), ou a combinação de ambos. 
 
A adoção de um ou de outro critério é matéria livre de cada Estado, que normalmente a 
estabelece levando em conta suas características referentes à migração populacional: os 
Estados de emigração preferem o critério jus sanguinis, pois seguindo este, a diminuição de 
sua população pela saída para outros países não implicará diminuição de seus nacionais; os 
Estados de imigração, no geral, adotam o critério jus solis, pois assim os descendentes dos 
imigrantes passam a integrar a sua nacionalidade. 
 
Alguns Estados, como a Itália, adotam um terceiro critério:iuscommunicatio (relação familiar), 
segundo o qual a mulher, pelo matrimônio, adquire a nacionalidade do marido, e os filhos não 
emancipados, por filiação, adquirem a nacionalidade do genitor 
A Constituição Federal de 1988, adotou como regra o critério iussolis, admitindo, porém, 
ligeiras atenuações. Enfim: entre nós, não só o critério iussolis determina a nacionalidade, 
existem situações de preponderância do critério ius sanguinis, combinado com outros 
elementos 
Nossa Carta Política vigente, ao determinar quais são os brasileiros, distingue-os em dois 
grupos: 
 
Brasileiro Nato 
 art. 12, I, (Pelo nascimento, ou seja, aquele que nasce no 
próprio país), regra iussolis. 
 
Brasileiro Naturalizado 
 Art. 12, II, adotara como segunda nacionalidade a do Brasil 
comoa naturalização expressa ordinária e extraordinária 
 
Art. 12 - São brasileiros: 
 
I - natos:a)os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;(jus solis) 
 
O legislador constituinte, porém, estabeleceu uma exceção ao critério jus solis, excluindo da 
nacionalidade brasileira os filhos de pais estrangeiros, que estejam a serviço de seu país. 
Nessa exceção, adotou-se o critériojus sanguinis, combinado com o fato de o pai ou a mãe 
estar a serviço de seu país. São dois, portanto, os requisitos para o afastamento do critério jus 
solis: (a) ambos os pais estrangeiros; (b) pelo menos um deles estar a serviço de seu país de 
origem. Se aqui estiverem por conta própria, ou a serviço de outro país que não o seu de 
origem, o filho aqui nascido será brasileiro nato. 
 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (jus sanguinis) 
 
Nessa hipótese ,o legislador constituinte adotou o critério ius sanguinis, combinado com um 
requisito adicional, qual seja, a necessidade de que o pai ou a mãe brasileiros (ou ambos, 
evidentemente), natos ou naturalizados, estejam a serviço da República Federativa do Brasil 
(critério funcional). São dois, portanto, os requisitos: (a) ser filho de pai brasileiro ou mãe 
brasileira; (b) o pai ou a mãe (ou ambos) devem estar a serviço da República Federativa do 
Brasil, abrangendo qualquer serviço público prestado pelos órgãos e entidades da 
Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Alterado pela EC 54-2007)jus sanguinis com opção expressa 
 
Nessa hipótese, chamada nacionalidade potestativa, adotou o legislador constituinte o critério 
ius sanguinis, exigindo-se, porém, vínculo com o território brasileiro e expressa manifestação 
de vontade do interessado (opção pela nacionalidade brasileira). 
 
A Emenda 54/2007 restaurou o direito de aquisição da nacionalidade como nato de filhos de 
pai ou mãe brasileira, nascidos no estrangeiro desde que registrados em repartição 
competente e que venham residir no Brasil, optando em qualquer tempopela nacionalidade 
brasileira e para tanto, deverá já ter atingido a maioridade. 
A Emenda de Revisão 3/94 trazia em seu texto um grave equívoco haja vista que provocou a 
situação de apátridas a muitos filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro quando seus pais 
não estavam a serviço da República Federativa do Brasil, tendo a Emenda54/97 com a 
ajustado o direito, aplicando uma exceção ao principio da irretroatividade da norma 
constitucional através do artigo 95 do ADCT. 
 
 Assim, conferindo efeito retroativo à alteração do artigo 12, I,c da Constituição Federal, 
os nascidos no estrangeiro entre 07 de junho de 1994 e a data da promulgação da Emenda 
54/2007, os filhos de pai ou mãe brasileira nascidos no estrangeiro poderão ser registrados em 
repartição diplomática ou consular brasileira ou em ofício de registro caso venham a residir na 
República Federativa do Brasil 
 
Importante registrar quea concepção mais primitiva de nacionalidade está adstrita a 
laços de filiação, ou seja, consanguinidade, mas o processo histórico de descolonização e 
independência, forjando novos Estados, incentivou sobremaneira uma nova caracterização do 
status de nacional, por meio de admissão do critério do local de nascimento. 
 
Portanto,o mundo passou a admitir a figura jurídica da POLIPATRIA, aquele que é 
aceito como nacional por mais de um Estado, por terem, nascidos em uma nação cujo critério 
seja territorial, mas sendo filho de nacionais de outra, cujo critério de aferição do status de 
nacional seja precedido por laços de consanguinidade. 
 
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/ec054.htm
Temos também a figura do APÁTRIDA, OU HEIMATLOS, situação em que o cidadão 
não é aceito como nacional por nenhum Estado em decorrência, por exemplo, de ter nascido 
em um País que não admite o critério territorial e por possuir filiação de nacionais cujo país de 
origem não aceita o critério de consanguinidade. 
 
 José Cretela Júnior
2
 critica as falhas contidas na emenda 3/94, que culminou com 
número grande de brasileiros em condição Apátrida, tendo em vista que muitos pais brasileiros 
vivem e trabalham no exterior e evidentemente a repartição consular tem que ser o órgão 
competente para tal regularização, somente readquirido o direito ao brasileiro com a EC 54/97) 
 
ATENÇÃO ! Em síntese 
Polipátrida – pessoa aceita como nacional 
por mais de um Estado(mais de uma 
nacionalidade) 
Apátrida (heimatlos)- sem Pátria - pessoa sem 
nacionalidade vez que não aceito em nenhum 
país como nacional 
 
11.4.DA NATURALIZAÇÃO OU NACIONALIDADE SEGUNDÁRIA (ADQUIRIDA) 
 
Art. 12 - São brasileiros: 
II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral;b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes 
na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Alterado pela 
EC3/94) 
 
 
No art. 12, II, “b”, está prevista a chamada naturalização extraordinária ou anteriormente 
chamada de trintenária , até a promulgação da Emenda de Revisão Constitucional n. 3/94. 
 
Não significava dizer, que após 15 anos, o cidadão é tacitamente naturalizado, mas sim, 
objetiva facilitar o procedimento, caso seja sua expressão de vontade. É reconhecimento 
especial da Constituição 
 
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição. (Alterado pela ECR-000.003-1994) 
 
 
A Constituição Federal vigenteprevê duas hipóteses: aquisição de nacionalidade adquirida aos 
portugueses (caso em que obedecerá aos mesmos requisitos dos demais indivíduos originários 
de países de língua portuguesa), conforme entendimento do art. 12, inciso II, alínea a; ou 
aquisição de quase nacionalidade, hipótese prevista no art. 12, §1º, pela qual não perdem a 
nacionalidade portuguesa, possuindo todos os direitos atribuídos ao brasileiro naturalizado, 
desde que haja reciprocidade em favor dos brasileiros. 
 
Assim ,respeitado o princípio da reciprocidade, o qual "é a garantia recíproca que um Estado 
recebe do outro quanto ao tratamento aos respectivos nacionais". ambas as partes deverão ter 
os tratamentos correspondidos, ou seja, o tratamento a ser dispensado ao português no Brasil 
deverá ser o mesmo que o brasileiro recebe em Portugal. 
 
Importante frisar, que o indivíduo que solicitar a condição de naturalizado brasileironão perderá 
a sua nacionalidade portuguesa e não deverá cumprir os requisitos necessários para a 
naturalização dos originários de países de língua portuguesa, tendo a Convenção Sobre 
 
2
 Júnior, José Cretella, Direito Constitucional. 48. 
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm
Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses sido promulgada pelo Decreto 
n. 70.391/72 e recepcionado pela Carta Magna vigente. 
 
 
ATENÇÃO !A Constituição Federal do Brasil "concede aos portugueses residentes no Brasil a 
condição de brasileiro naturalizado". Portanto, o português equiparado não poderá exercer as 
atividades atribuídas exclusivamente aos brasileiros natos. 
 
.A Igualdade entre brasileiros e estrangeiros 
 Dispõe a CF/88 em seuartigo5º caput -Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
Destarte, o estrangeiro queé todo aquele que não é tido por nacional, embora protegido em 
nosso país pelo art. 5º, Caput, com igualdade dos direitos fundamentais, sofre algumas 
restrições no campo de direitos políticos e certo cargos. 
 
ATENÇÃO!Os cargos privativos dos brasileiros natos consignados no artigo12, § 3º, 
inciso de I a VII da CF/88 é tema de grande interesse nos questionamentos dos exames 
da OAB e Concursos Públicos, merecendo especial leitura nos estudos. 
 
Exceções ao Naturalizado e Garantias ao Brasileiro Nato: Cargos Privativos 
 
Artigo 12, II § 3° CF/88- São privativos de brasileiro nato oscargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII- de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 23, de 1999) 
 
 Convém ainda ressaltar que outro cargo privativo ao brasileiro nato consta 
doartigo 89, inciso VII –membro do Conselho da Republica 
 
Outras Distinções entre Brasileiros Natos e Naturalizados 
 As distinções entre brasileiros natos e naturalizados estão previstas na Constituição 
Federal e somente essaspodem ser determinadas, dentre outras, Extradição, Expulsão, 
Deportação , Banimento, com os limites previstos na Constituição Federal, sendo a 
 
EXTRADIÇÃO – Requerida pelo País estrangeiro para retirada do indivíduo que cometera 
crime comum naquele Estado, podendo ser extraditado nos ditames do art. 5, LI e LII da 
CF/88, desde que não seja por crime de opiniãoou crime político e cometidos antes da 
naturalização “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime 
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; (Lei 6815/80 – Lei 6964/81) 
O Supremo Tribunal Federal pode legitimar o Poder Executivo da União a efetivar a 
entrega do reclamado solicitado por países estrangeiros, cabendo a esse órgão processar e 
julgar ordinariamente a extradição solicitada por Estado estrangeiro (artigo 102, I, “g” da C. 
Federal). 
 
 O Estado entrega aquele indivíduo acusado de um delito, ou já condenado como 
criminoso à justiça de outro Estado, que é competente para julgar e punir, respeitados os 
limites previstosna Carta Magna e na legislação que rege as condições para esse fim. 
 
 A doutrina aponta 
3
as duas espécies de extradição: ATIVA – requerida pelo Brasil a 
outros Estados soberanos e aPASSIVA - neste caso, outros Estados soberanos pleiteiam ao 
Brasil a extradição do indivíduo. 
 
 Ao referirmos da extradição do estrangeiro, de igual forma, as limitações persistem, 
pois a extradição poderá ocorrer desde que não esteja sendo o mesmo requisitado por outro 
Estado soberano por perseguição política ou crime de opinião, cabendo ao Supremo Tribunal 
Federal analisar tratar-se ou não desse tipo de imputação. 
 
EXPULSÃO – Na expulsão, o intuito é retirar o estrangeiro do nosso País, por estar ele 
cometendo atos perturbadores da ordem social e segurança interna (cometido no nosso 
País), portanto diferenciando da extradição onde o outro Estado reclama o retorno do 
indivíduo para responder por um delito (cometido no outro País). 
 
 A pessoa competente para dirimir sobre a expulsão é o Presidente da República 
através deDecreto, analisando a conveniência ou não em expulsar o cidadão e evidentemente, 
garantindo-lhe acesso ao Judiciário caso discorde de tal decisão, ou por qualquer outro motivo 
que lhe seja importante, em face de segurança prevista no artigo 5, XXXV da Constituição 
Federal e condições previstas na Lei 6815/80 e Lei 6964/81. 
 
 O referido ato de expulsão tem importante restrição no artigo 75 da Lei6815/80, que 
veda a aplicação de tal instituto ao : a)- cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou 
separado, de fato ou de direito e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais 
de cinco anos, ou b)- filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e 
dele dependa economicamente. 
 
A Lei 6.815/80 embasa o estatuto do estrangeiro e as condições para extradição e 
ainda se remanesce dúvida, atinente a possibilidade de extradição do português, pois 
equiparado ao brasileiro, estaria protegido de tal instituto. Embora alguns doutrinadores 
exteriorizem interpretações dúbias, a maior doutrina e jurisprudência opostamente define que 
embora tenha o país irmão reciprocidade em inúmeros direitos e garantias, ainda assim, o 
português é um cidadão naturalizado e, portanto, pertinente sujeito ao instituto da extradição, 
respeitados os princípios da ampla defesa, como nos demais casos que envolvam indivíduos 
de outras nacionalidades. 
 
DEPORTAÇÃO-Neste caso, não há delito ou crime, mas sim permanência ilegal no território 
nacional, podendo o estrangeiro ser devolvido ao exterior compulsoriamente (ilegalidade 
documental). 
 
BANIMENTO - Ao brasileiro nato é garantida a imunidade contra extradição, expulsão ou até 
mesmo deportação, sob pena de estar o pais cometendo o banimento, proibida no sistema 
brasileiro através da Constituição Federal que ratifica os termos no artigo 5., inciso XLVII, 
alínea “d”. 
 
ATENÇÃO ! BANIMENTO E A ENTREGA DO INDIVIDUO 
Brasil ratificou integralmente o Estatuto de Romaque criou o Tribunal Penal 
Internacional e, portanto tem o dever de entregar o individuo contra o a qual tenha sido 
expedido pedido de detenção e entrega para que responda junto ao TPI por crime 
cometido e de competência daquela Corte, independentemente de ter originariamente 
a nacionalidade brasileira. 
Outras observações importantes:Outro ponto de divergência entre os autores 
concerne ao fato de ser o cidadão naturalizado ou estrangeiro casado com brasileiro ou 
brasileira, e de ter filhos sobre a sua dependência econômica. 
 
 
3 Moraes, Alexandre, Direito Constitucional, p.223. 
Na expulsão, a Lei prevê tal impedimento, mas para extradição como consta da Súmula 421 
STF essa proteção não ocorreria como regra., pois referida Súmula dispõe que não impede a 
extradição, a circunstância de ser o indivíduo casado com brasileiro ou ter filhos na sua 
dependência econômica. 
 
De igual forma, caberá ao Supremo Tribunal Federal, analisar a questão que indubitavelmente 
não deixa de ser complexa. 
 
Outros requisitos substanciais haverão que ser apreciados como: inocorrência de punição 
punitiva pelo Brasil ou pelo país que requer detração de pena, ou seja, o cômputo do tempo de 
prisão cumprido pelo extraditado no Brasil, a proibição de reextraditar o cidadão sem o 
consentimento do Brasil, não estar sendo o extraditado punido por crime político ou de opinião, 
a demonstração de que existe titulo penal condenatório ou mandado de prisão do país que 
pretende a extradição. 
 
É cediço, que o País soberano, deve fundar seu pedido de extradição nas hipóteses previstas 
constitucionalmente, respeitando o Estatuto do Estrangeiro – Lei 6815/80, bem como o 
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, mantendo reciprocidade com o Brasil os 
tratados internacionais a respeito. 
 
Perda da Nacionalidade Brasileira 
No ordenamento brasileiro, existem 2 (duas) formas para a perda de nacionalidade conforme 
artigo 12, § 4º, I e II da CF/88(Emenda 3/94). 
4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional; 
 
A doutrina classifica como perda necessária da nacionalidade ou perda sanção , cabível 
somente ao brasileiro naturalizado e para se caracteriza quando presentes dois requisitos: 
cometer o naturalizado atividades nocivas ao interesse nacional como espionagem, 
crimes de traição ao País, terrorismo, tráfico de entorpecentes,etc. e o cancelamento for 
por sentença transitada em julgado 
 
A ação é proposta pelo Ministério Público Federal e após o trânsito em julgado da ação de 
cancelamento de naturalização, uma cópia da sentença deverá ser encaminhada ao Ministério 
da Justiça, "a fim de ser averbada à margem do registro do decreto" que concedeu a 
nacionalidade brasileira ao indivíduo. 
 
Obviamente, que a perda por sentença judicial deverá proporcionar ao acusado ampla e 
irrestrita defesa, e somente ocorrerá em face de prova evidente da atividade nociva ao 
interesse da Nação. 
 
A perda de nacionalidade nos termos do inciso II (voluntária) dispensam processo judicial e 
será decretada por processo administrativo e oficilializada através de Decreto do Presidente 
da República após ampla defesa. 
 
Requisitos para a perda da nacionalidade nos termos do inciso II: 
 Voluntariedade da conduta 
Capacidade civil do interessado 
Aquisição da nacionalidade estrangeira 
 
Art. 12, II- Ao ser cancelada a nacionalidade, somente poderá ser readquirida por: 
 1- ação rescisória. 2- Por Decreto Presidencial. 
 
 
CASOS EM QUE NÃO SERÁ DECLARADA PERDA DA NACIONALIDADE(HIPOTESES DE 
DUPLA NACIONALIDADE ) EXCEÇÕES 
 Art. 12, inciso II, § 4° da CF/88) - II -- adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de 
direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) 
 
Neste caso, a perda da nacionalidade é tratada na doutrina como perda-mudança que pode 
ser aplicada aos brasileiros natos e naturalizados. 
 
Os Símbolos Nacionais: 
 
 O art. 13, parágrafos 1º e 2º, declinam os símbolos nacionais, como reconhecimento pelos 
próprios brasileiros da presença e tradição, permitindo que os Estados, Distrito Federal e 
Município, tenham símbolos próprios. 
 
 A língua portuguesa é o idioma oficial da Republica Federativa do Brasil e os símbolos: 
Bandeira, Hino, As Armas e o Selo Nacional.

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