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DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO NACIONALIDADE E CIDADANIA A Nacionalidade faz parte do vínculo jurídico na sociedade política estatal, é o “status” do indivíduo em face do Estado, ou ele é nacional ou estrangeiro. Define Pontes de Miranda: Nacionalidade“é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão do Estado. É a qualidade de quem é nacional (natural do Estado), justamente no vínculo jurídico é que se distingue o estrangeiro do nacional, pois este sediado ou não, morando ou não neste território, é um cidadão nacional (no nosso caso, é um brasileiro). Manoel Gonçalves Ferreira Filho leciona que, “nacionalidade se traduz, em ultima analise, no status do individuo em face do Estado, considerando que, para o ente estatal, o individuo ou é um nacional ou um estrangeiro”. 1 Cada Estado é livre para dizer quais são os seus nacionais. Serão nacionais de um Estado, portando, aqueles que o seu Direito definir como tais. Os demais serão estrangeiros: todos aqueles que não são tidos por nacionais, em face de um determinado Estado são, perante este, estrangeiros. Em resumo →Nacionais: são todos aqueles que o Direito de um Estado define como tais; são todos aqueles que se encontram presos ao Estado por um vínculo jurídico que o qualifica como seu integrante. →Estrangeiros: são todos aqueles que não são tidos por nacionais, em face de um determinado Estado, isto é, aquela pessoa a que o Direito do Estado não atribuiu à qualidade de nacional. Como lembrete para diferenciar: Cidadão: é conceito restrito, para designar os nacionais (natos ou naturalizados) no gozo dos direitos políticos e participantes da vida do Estado e Cidadania: é atributo político decorrente do direito de participar do Governo e direito de ser ouvido pela representação política. ESPÉCIES E CRITÉRIOS DENACIONALIDADE A Constituição Brasileiraconsigna duas espécies de nacionalidade: A nacionalidade primária (de origem ou originária) ou secundária (adquirida).A nacionalidade primária resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, de acordo com os critérios adotados pelo Estado (sanguíneos ou territoriais) será estabelecida. Cuida-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado. A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato volitivo, depois do nascimento 1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. ’ – Curso de D. Constitucional. 23, ed. S.P, Saraiva,pág. 94). (em regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária de nacionalidade, resultante da manifestação de um ato de vontade. OS DOISCRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE: A nacionalidade é: “Jus solis” - nacionais são todos aqueles nascidos em seu território. (solo, terra), artigo 12, I, “a, b,c” da C. Federal “Jus sanguinis” - Nacional é todo aquele que for filho de nacionais, são os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileiros (direito de sangue)- artigo 12, II, “a, b,” da C.Federal. 11.3. A NACIONALIDADE PRIMÁRIA O critério Jus sanguinis se funda no vínculo do sangue, segundo o qual será nacional todo aquele que for filho de nacionais, independentemente do local de nascimento. O critério Jus solis atribui à nacionalidade a quem nasce no território do Estado de que se trata, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. Como se vê, a nacionalidade primária é conferida em razão de um fato natural: o nascimento. A partir dele, cada ordenamento constitucional é livre para adotar um daqueles critérios (jus sanguinis ou jus solis), ou a combinação de ambos. A adoção de um ou de outro critério é matéria livre de cada Estado, que normalmente a estabelece levando em conta suas características referentes à migração populacional: os Estados de emigração preferem o critério jus sanguinis, pois seguindo este, a diminuição de sua população pela saída para outros países não implicará diminuição de seus nacionais; os Estados de imigração, no geral, adotam o critério jus solis, pois assim os descendentes dos imigrantes passam a integrar a sua nacionalidade. Alguns Estados, como a Itália, adotam um terceiro critério:iuscommunicatio (relação familiar), segundo o qual a mulher, pelo matrimônio, adquire a nacionalidade do marido, e os filhos não emancipados, por filiação, adquirem a nacionalidade do genitor A Constituição Federal de 1988, adotou como regra o critério iussolis, admitindo, porém, ligeiras atenuações. Enfim: entre nós, não só o critério iussolis determina a nacionalidade, existem situações de preponderância do critério ius sanguinis, combinado com outros elementos Nossa Carta Política vigente, ao determinar quais são os brasileiros, distingue-os em dois grupos: Brasileiro Nato art. 12, I, (Pelo nascimento, ou seja, aquele que nasce no próprio país), regra iussolis. Brasileiro Naturalizado Art. 12, II, adotara como segunda nacionalidade a do Brasil comoa naturalização expressa ordinária e extraordinária Art. 12 - São brasileiros: I - natos:a)os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;(jus solis) O legislador constituinte, porém, estabeleceu uma exceção ao critério jus solis, excluindo da nacionalidade brasileira os filhos de pais estrangeiros, que estejam a serviço de seu país. Nessa exceção, adotou-se o critériojus sanguinis, combinado com o fato de o pai ou a mãe estar a serviço de seu país. São dois, portanto, os requisitos para o afastamento do critério jus solis: (a) ambos os pais estrangeiros; (b) pelo menos um deles estar a serviço de seu país de origem. Se aqui estiverem por conta própria, ou a serviço de outro país que não o seu de origem, o filho aqui nascido será brasileiro nato. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (jus sanguinis) Nessa hipótese ,o legislador constituinte adotou o critério ius sanguinis, combinado com um requisito adicional, qual seja, a necessidade de que o pai ou a mãe brasileiros (ou ambos, evidentemente), natos ou naturalizados, estejam a serviço da República Federativa do Brasil (critério funcional). São dois, portanto, os requisitos: (a) ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira; (b) o pai ou a mãe (ou ambos) devem estar a serviço da República Federativa do Brasil, abrangendo qualquer serviço público prestado pelos órgãos e entidades da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Alterado pela EC 54-2007)jus sanguinis com opção expressa Nessa hipótese, chamada nacionalidade potestativa, adotou o legislador constituinte o critério ius sanguinis, exigindo-se, porém, vínculo com o território brasileiro e expressa manifestação de vontade do interessado (opção pela nacionalidade brasileira). A Emenda 54/2007 restaurou o direito de aquisição da nacionalidade como nato de filhos de pai ou mãe brasileira, nascidos no estrangeiro desde que registrados em repartição competente e que venham residir no Brasil, optando em qualquer tempopela nacionalidade brasileira e para tanto, deverá já ter atingido a maioridade. A Emenda de Revisão 3/94 trazia em seu texto um grave equívoco haja vista que provocou a situação de apátridas a muitos filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro quando seus pais não estavam a serviço da República Federativa do Brasil, tendo a Emenda54/97 com a ajustado o direito, aplicando uma exceção ao principio da irretroatividade da norma constitucional através do artigo 95 do ADCT. Assim, conferindo efeito retroativo à alteração do artigo 12, I,c da Constituição Federal, os nascidos no estrangeiro entre 07 de junho de 1994 e a data da promulgação da Emenda 54/2007, os filhos de pai ou mãe brasileira nascidos no estrangeiro poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira ou em ofício de registro caso venham a residir na República Federativa do Brasil Importante registrar quea concepção mais primitiva de nacionalidade está adstrita a laços de filiação, ou seja, consanguinidade, mas o processo histórico de descolonização e independência, forjando novos Estados, incentivou sobremaneira uma nova caracterização do status de nacional, por meio de admissão do critério do local de nascimento. Portanto,o mundo passou a admitir a figura jurídica da POLIPATRIA, aquele que é aceito como nacional por mais de um Estado, por terem, nascidos em uma nação cujo critério seja territorial, mas sendo filho de nacionais de outra, cujo critério de aferição do status de nacional seja precedido por laços de consanguinidade. http://www.dji.com.br/constituicao_federal/ec054.htm Temos também a figura do APÁTRIDA, OU HEIMATLOS, situação em que o cidadão não é aceito como nacional por nenhum Estado em decorrência, por exemplo, de ter nascido em um País que não admite o critério territorial e por possuir filiação de nacionais cujo país de origem não aceita o critério de consanguinidade. José Cretela Júnior 2 critica as falhas contidas na emenda 3/94, que culminou com número grande de brasileiros em condição Apátrida, tendo em vista que muitos pais brasileiros vivem e trabalham no exterior e evidentemente a repartição consular tem que ser o órgão competente para tal regularização, somente readquirido o direito ao brasileiro com a EC 54/97) ATENÇÃO ! Em síntese Polipátrida – pessoa aceita como nacional por mais de um Estado(mais de uma nacionalidade) Apátrida (heimatlos)- sem Pátria - pessoa sem nacionalidade vez que não aceito em nenhum país como nacional 11.4.DA NATURALIZAÇÃO OU NACIONALIDADE SEGUNDÁRIA (ADQUIRIDA) Art. 12 - São brasileiros: II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Alterado pela EC3/94) No art. 12, II, “b”, está prevista a chamada naturalização extraordinária ou anteriormente chamada de trintenária , até a promulgação da Emenda de Revisão Constitucional n. 3/94. Não significava dizer, que após 15 anos, o cidadão é tacitamente naturalizado, mas sim, objetiva facilitar o procedimento, caso seja sua expressão de vontade. É reconhecimento especial da Constituição § 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Alterado pela ECR-000.003-1994) A Constituição Federal vigenteprevê duas hipóteses: aquisição de nacionalidade adquirida aos portugueses (caso em que obedecerá aos mesmos requisitos dos demais indivíduos originários de países de língua portuguesa), conforme entendimento do art. 12, inciso II, alínea a; ou aquisição de quase nacionalidade, hipótese prevista no art. 12, §1º, pela qual não perdem a nacionalidade portuguesa, possuindo todos os direitos atribuídos ao brasileiro naturalizado, desde que haja reciprocidade em favor dos brasileiros. Assim ,respeitado o princípio da reciprocidade, o qual "é a garantia recíproca que um Estado recebe do outro quanto ao tratamento aos respectivos nacionais". ambas as partes deverão ter os tratamentos correspondidos, ou seja, o tratamento a ser dispensado ao português no Brasil deverá ser o mesmo que o brasileiro recebe em Portugal. Importante frisar, que o indivíduo que solicitar a condição de naturalizado brasileironão perderá a sua nacionalidade portuguesa e não deverá cumprir os requisitos necessários para a naturalização dos originários de países de língua portuguesa, tendo a Convenção Sobre 2 Júnior, José Cretella, Direito Constitucional. 48. http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm http://www.dji.com.br/constituicao_federal/er003.htm Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses sido promulgada pelo Decreto n. 70.391/72 e recepcionado pela Carta Magna vigente. ATENÇÃO !A Constituição Federal do Brasil "concede aos portugueses residentes no Brasil a condição de brasileiro naturalizado". Portanto, o português equiparado não poderá exercer as atividades atribuídas exclusivamente aos brasileiros natos. .A Igualdade entre brasileiros e estrangeiros Dispõe a CF/88 em seuartigo5º caput -Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Destarte, o estrangeiro queé todo aquele que não é tido por nacional, embora protegido em nosso país pelo art. 5º, Caput, com igualdade dos direitos fundamentais, sofre algumas restrições no campo de direitos políticos e certo cargos. ATENÇÃO!Os cargos privativos dos brasileiros natos consignados no artigo12, § 3º, inciso de I a VII da CF/88 é tema de grande interesse nos questionamentos dos exames da OAB e Concursos Públicos, merecendo especial leitura nos estudos. Exceções ao Naturalizado e Garantias ao Brasileiro Nato: Cargos Privativos Artigo 12, II § 3° CF/88- São privativos de brasileiro nato oscargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII- de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) Convém ainda ressaltar que outro cargo privativo ao brasileiro nato consta doartigo 89, inciso VII –membro do Conselho da Republica Outras Distinções entre Brasileiros Natos e Naturalizados As distinções entre brasileiros natos e naturalizados estão previstas na Constituição Federal e somente essaspodem ser determinadas, dentre outras, Extradição, Expulsão, Deportação , Banimento, com os limites previstos na Constituição Federal, sendo a EXTRADIÇÃO – Requerida pelo País estrangeiro para retirada do indivíduo que cometera crime comum naquele Estado, podendo ser extraditado nos ditames do art. 5, LI e LII da CF/88, desde que não seja por crime de opiniãoou crime político e cometidos antes da naturalização “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; (Lei 6815/80 – Lei 6964/81) O Supremo Tribunal Federal pode legitimar o Poder Executivo da União a efetivar a entrega do reclamado solicitado por países estrangeiros, cabendo a esse órgão processar e julgar ordinariamente a extradição solicitada por Estado estrangeiro (artigo 102, I, “g” da C. Federal). O Estado entrega aquele indivíduo acusado de um delito, ou já condenado como criminoso à justiça de outro Estado, que é competente para julgar e punir, respeitados os limites previstosna Carta Magna e na legislação que rege as condições para esse fim. A doutrina aponta 3 as duas espécies de extradição: ATIVA – requerida pelo Brasil a outros Estados soberanos e aPASSIVA - neste caso, outros Estados soberanos pleiteiam ao Brasil a extradição do indivíduo. Ao referirmos da extradição do estrangeiro, de igual forma, as limitações persistem, pois a extradição poderá ocorrer desde que não esteja sendo o mesmo requisitado por outro Estado soberano por perseguição política ou crime de opinião, cabendo ao Supremo Tribunal Federal analisar tratar-se ou não desse tipo de imputação. EXPULSÃO – Na expulsão, o intuito é retirar o estrangeiro do nosso País, por estar ele cometendo atos perturbadores da ordem social e segurança interna (cometido no nosso País), portanto diferenciando da extradição onde o outro Estado reclama o retorno do indivíduo para responder por um delito (cometido no outro País). A pessoa competente para dirimir sobre a expulsão é o Presidente da República através deDecreto, analisando a conveniência ou não em expulsar o cidadão e evidentemente, garantindo-lhe acesso ao Judiciário caso discorde de tal decisão, ou por qualquer outro motivo que lhe seja importante, em face de segurança prevista no artigo 5, XXXV da Constituição Federal e condições previstas na Lei 6815/80 e Lei 6964/81. O referido ato de expulsão tem importante restrição no artigo 75 da Lei6815/80, que veda a aplicação de tal instituto ao : a)- cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de cinco anos, ou b)- filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. A Lei 6.815/80 embasa o estatuto do estrangeiro e as condições para extradição e ainda se remanesce dúvida, atinente a possibilidade de extradição do português, pois equiparado ao brasileiro, estaria protegido de tal instituto. Embora alguns doutrinadores exteriorizem interpretações dúbias, a maior doutrina e jurisprudência opostamente define que embora tenha o país irmão reciprocidade em inúmeros direitos e garantias, ainda assim, o português é um cidadão naturalizado e, portanto, pertinente sujeito ao instituto da extradição, respeitados os princípios da ampla defesa, como nos demais casos que envolvam indivíduos de outras nacionalidades. DEPORTAÇÃO-Neste caso, não há delito ou crime, mas sim permanência ilegal no território nacional, podendo o estrangeiro ser devolvido ao exterior compulsoriamente (ilegalidade documental). BANIMENTO - Ao brasileiro nato é garantida a imunidade contra extradição, expulsão ou até mesmo deportação, sob pena de estar o pais cometendo o banimento, proibida no sistema brasileiro através da Constituição Federal que ratifica os termos no artigo 5., inciso XLVII, alínea “d”. ATENÇÃO ! BANIMENTO E A ENTREGA DO INDIVIDUO Brasil ratificou integralmente o Estatuto de Romaque criou o Tribunal Penal Internacional e, portanto tem o dever de entregar o individuo contra o a qual tenha sido expedido pedido de detenção e entrega para que responda junto ao TPI por crime cometido e de competência daquela Corte, independentemente de ter originariamente a nacionalidade brasileira. Outras observações importantes:Outro ponto de divergência entre os autores concerne ao fato de ser o cidadão naturalizado ou estrangeiro casado com brasileiro ou brasileira, e de ter filhos sobre a sua dependência econômica. 3 Moraes, Alexandre, Direito Constitucional, p.223. Na expulsão, a Lei prevê tal impedimento, mas para extradição como consta da Súmula 421 STF essa proteção não ocorreria como regra., pois referida Súmula dispõe que não impede a extradição, a circunstância de ser o indivíduo casado com brasileiro ou ter filhos na sua dependência econômica. De igual forma, caberá ao Supremo Tribunal Federal, analisar a questão que indubitavelmente não deixa de ser complexa. Outros requisitos substanciais haverão que ser apreciados como: inocorrência de punição punitiva pelo Brasil ou pelo país que requer detração de pena, ou seja, o cômputo do tempo de prisão cumprido pelo extraditado no Brasil, a proibição de reextraditar o cidadão sem o consentimento do Brasil, não estar sendo o extraditado punido por crime político ou de opinião, a demonstração de que existe titulo penal condenatório ou mandado de prisão do país que pretende a extradição. É cediço, que o País soberano, deve fundar seu pedido de extradição nas hipóteses previstas constitucionalmente, respeitando o Estatuto do Estrangeiro – Lei 6815/80, bem como o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, mantendo reciprocidade com o Brasil os tratados internacionais a respeito. Perda da Nacionalidade Brasileira No ordenamento brasileiro, existem 2 (duas) formas para a perda de nacionalidade conforme artigo 12, § 4º, I e II da CF/88(Emenda 3/94). 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; A doutrina classifica como perda necessária da nacionalidade ou perda sanção , cabível somente ao brasileiro naturalizado e para se caracteriza quando presentes dois requisitos: cometer o naturalizado atividades nocivas ao interesse nacional como espionagem, crimes de traição ao País, terrorismo, tráfico de entorpecentes,etc. e o cancelamento for por sentença transitada em julgado A ação é proposta pelo Ministério Público Federal e após o trânsito em julgado da ação de cancelamento de naturalização, uma cópia da sentença deverá ser encaminhada ao Ministério da Justiça, "a fim de ser averbada à margem do registro do decreto" que concedeu a nacionalidade brasileira ao indivíduo. Obviamente, que a perda por sentença judicial deverá proporcionar ao acusado ampla e irrestrita defesa, e somente ocorrerá em face de prova evidente da atividade nociva ao interesse da Nação. A perda de nacionalidade nos termos do inciso II (voluntária) dispensam processo judicial e será decretada por processo administrativo e oficilializada através de Decreto do Presidente da República após ampla defesa. Requisitos para a perda da nacionalidade nos termos do inciso II: Voluntariedade da conduta Capacidade civil do interessado Aquisição da nacionalidade estrangeira Art. 12, II- Ao ser cancelada a nacionalidade, somente poderá ser readquirida por: 1- ação rescisória. 2- Por Decreto Presidencial. CASOS EM QUE NÃO SERÁ DECLARADA PERDA DA NACIONALIDADE(HIPOTESES DE DUPLA NACIONALIDADE ) EXCEÇÕES Art. 12, inciso II, § 4° da CF/88) - II -- adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Neste caso, a perda da nacionalidade é tratada na doutrina como perda-mudança que pode ser aplicada aos brasileiros natos e naturalizados. Os Símbolos Nacionais: O art. 13, parágrafos 1º e 2º, declinam os símbolos nacionais, como reconhecimento pelos próprios brasileiros da presença e tradição, permitindo que os Estados, Distrito Federal e Município, tenham símbolos próprios. A língua portuguesa é o idioma oficial da Republica Federativa do Brasil e os símbolos: Bandeira, Hino, As Armas e o Selo Nacional.
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