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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Biologia Disciplina: Genética Básica – Prova 3 Integrantes: Diego Martins Sanson Jardel Antônio da Silva Moura Júlia Andrade Marques Kellen Luanny Silva Umberto Dias Baesso Questão 1 – Os oncogenes são porções disfuncionais do material genético se originam dos proto- oncogenes. Quando ele sofre uma série de mutações especificas, esse gene pode se tornar hiperativo por ganho de função. Nesse sentido, a alteração pode desencadear uma superexpressão gênica caso ocorra translocação cromossômica. No entanto, mesmo mudanças pontuais altamente especificas podem gerar a ativação do oncogene. Isso se dá, uma vez que elas podem promover uma hiperatividade de determinado polipeptídio. Em ambos os casos, ocorre uma excessiva estimulação da divisão celular. Desse modo, inicia-se o processo de proliferação desordenada que gera o tumor. Diante do exposto, pode-se concluir que um tratamento farmacológico que busca a inibição desses genes provavelmente seria efetivo no tratamento. Por outro lado, os genes supressores tumorais expressos ativam mecanismos de defesa que podem impedir o desenvolvimento de um câncer. A título de exemplo, pode-se citar a indução da apoptose. Destarte, é necessário ao desenvolvimento tumoral que ocorra mutações condutivas que culminem na perda de função dos supressores. Ao contrário dos oncogenes, as alterações deles devem acometer ambos os alelos. Ela pode ocorrer de várias formas, incluindo deleção gênica e casos de aneuploidia.Com isso, esses genes não devem ser inibidos, havendo altas chances de iatrogenia nesses casos. Questão 2 – Uma das origens dos distúrbios cromossômicos advém de erros durante a meiose, principalmente, de não disjunção. Sabe-se que a meiose é composta de duas etapas, a meiose I (reducional) e a meiose II (equacional), assim, podem ocorrer erros em ambas as etapas gerando gametas que apresentam anormalidade para determinado par. Destacando, também, a íntima relação desses erros com alterações numéricas, como nas trissomias. Outra origem dos distúrbios cromossômicos é oriunda de alterações estruturais, podendo ser motivadas por duplicação ou deleção de informações, podendo ainda serem balanceados e sem manifestação fenotípica ou desbalanceado, com manifestação fenotípica. Dessa forma, a translocação robertsoniana ocorre entre os braços pequenos de cromossomos que não são homólogos e normalmente os indivíduos que apresentam esse cromossomo robertsoniano não possuem manifestação fenotípica. Letra A: Durante a meiose esse indivíduo pode produzir 6 gametas distintos: 1. Um gameta normal: onde os cromossomos 13 e 22 segregaram para essa célula formando o gameta normal 2. Um gameta contendo o cromossomo robertsoniano 3. O cromossomo robertsoniano que segregou junto com o 22 4. Cromossomo 13 5. O cromossomo robertsoniano que segregou junto com o 13 6. Cromossomo 22 A figura abaixo ilustra os gametas de uma forma mais didática Letra B: Se ele tentar ter um filho com sua mulher (normal) consequentemente existe a chance de ter 6 tipos distintos de zigotos: 1. Normal: contém dois cromossomos 22 e dois cromossomos 13 2. Gameta que apresenta a translocação robertsoniana fecundar o gameta normal da mulher, será gerado um indivíduo que do ponto de vista fenotípico é normal com cariótipo igual ao do pai, sem manifestação fenotípica 3. Gameta contendo somente o cromossomo 22 fecundar um gameta normal, vai ser formado um zigoto contendo a monossomia do cromossoma 13 4. Outra possibilidade é a formação de um indivíduo com trissomia do 13 (dois cromossomos 13 e um cromossomo robertsoniano apresentando um braço maior do cromossomo 13) trissomia do 13 5. Gameta masculino contendo somente o cromossomo 13 fecunda o gameta normal, formação de um indivíduo que é monossomico do 22 6. Gameta que apresenta o cromossomo 22 e o cromossomo robertsoniano quando fecunda o gameta feminino normal, será formado um indivíduo que apresenta uma trissomia do 22 (dois cromossomos 22 normais mais o cromossomo robertsoniano, que tem o braço pequeno do 22) A figura abaixo ilustra os zigotos de uma forma mais didática: Letra C: De acordo com os zigotos formados a partir do cruzamento dos gametas do casal, elucidados na letra B, podemos perceber a presença de zigotos que sofreriam abortos espontâneos por serem monossomicos ou trissomicos, conforme informado pelo enunciado da questão. Dessa maneira 4 dos 6 possíveis zigotos seriam abortados e, portanto, não entram para o cálculo. Assim, ficamos com apenas dois possíveis zigotos: Um normal e o portador da translocação robertsoniana Logo, a proporção de descendentes sobreviventes que poderiam ser por portadores da translocação robertsoniana é de ½ ou 50%. Questão 3 – Segundo o livro Thompson e Thompson, dissomia uniparental pode ser definida como a presença de uma linhagem celular dissômica contendo dois cromossomos, ou porções destes, herdadas de um único genitor. Se o cromossomo idêntico estiver presente em duplicata, a situação é descrita como isodissomia; se amos os homólogos de um dos genitores estiverem presentes, a situação é de heterodissomia. O imprinting é um processo normal provocado pelas alterações na cromatina que ocorrem na linhagem germinativa de um dos genitores, mas não no outro, em localizações características no genoma. Essas alterações incluem a modificação covalente do DNA, tal como a metilação da citosina para formar 5 metil-citosina, ou a modificação ou substituição na cromatina de tipos histônicos específicos, que pode influenciar a expressão genética dentro de uma região cromossômica. O imprinting afeta a expressão de um gene, mas não a sequência primária do DNA. A característica distintiva dos genes "imprintados" que os diferencia dos outros loci autossômicos é que somente um alelo, tanto materno quanto paterno, é expressado no tecido relevante. Ao contrário, os loci não imprintados" (i. c., a imensa maioria dos loci no genoma) são expressados tanto a partir dos alelos maternos quanto dos paternos em cada célula. Os distúrbios que talvez foram os mais estudados envolvendo imprinting genômico são as Síndromes de Prader-Willi e de Angelman. A síndrome de Prader-willi é uma síndrome isomórfica relativamente comum caracterizada por obesidade, hábitos alimentares excessivos e indiscriminados, mãos e pés pequenos, baixa estatura, hipogonadismo e retardo mental. Em aproximadamente 70% dos casos da síndrome existe uma deleção genética envolvendo a porção proximal do braço longo do cromossomo 15 (15q11-q13), ocorrendo somente no cromossomo 15 herdado do pai do paciente. Portanto, os genomas desses pacientes possuem a informação genética no 15q11-q13 que deriva somente das suas mães. Ao contrário, em aproximadamente 70% dos pacientes com a rara síndrome de Angelman, caracterizada pelo incomum aspecto facial, baixa estatura, grave retardo mental, espasticidade e convulsões, ocorre a deleção de, aproximadamente, a mesma região cromossômica, mas agora no cromossomo 15 herdado da mãe. Os pacientes com a síndrome de Angelman, portanto, possuem a informação genética no 15q11-q13 derivado somente dos seus pais. Esta circunstância rara demonstra impressionantemente que a origem parental do material genético (reste caso, o cromossomo 15) pode ter um profundo efeito sobre a expressão clínica de um defeito. Cerca de 30% dos pacientes com a síndrome de Prader-Willi não possuem deleções citogeneticamente detectáveis, ao invés disso, eles possuem dois cromossomos 15 citogeneticamente normais, ambos os quais foram herdados da mãe, o que ilustra uma dissomia uniparental. E cerca de 3% a 5% dos pacientes com a síndrome de Angelman, também possuem dissomia uniparental, no seu caso, com dois cromossomos 15 intactosde origem paterna. Estes pacientes confirmam também que as síndromes de Prader-Willi e de Angelman resultam da perda das contribuições paterna e materna aos genes 15q11-q13, respectivamente. Questão 4 – Os medicamentos que promovem a desmetilação do DNA atuam ativando enzimas responsáveis pela retirada do metil de determinada região do DNA. A desmetilação torna a ligação entre o DNA e as histonas menos intensas, aumentando a exposição da região promotora e, consequentemente, a transcrição do gene desmetilado. Por isso, para o tratamento do câncer, espera-se que ocorra a desmetilação dos genes supressores de tumor. Isso se explica pelo fato de que esses genes são responsáveis por ações contrárias ao desenvolvimento do tumor: promovem a parada do ciclo celular, senescência e apoptose em casos de hiperproliferação, danos ao DNA, dentre outros. Os oncogenes, por outro lado, promovem a permanência da célula em ciclos de divisão celular, e por isso não é desejado que se encontrem expostos para serem expressos. Dessa forma, conclui-se que, para o tratamento de cânceres, os genes supressores de tumor devem estar pouco silenciados (e, para isso, pouco metilados), em razão de sua ação de controle do desenvolvimento de tumores. Questão 5 – Mais de 90% das mulheres portadoras de mutações no gene DMD é assintomática. Isso explica tamanha falta de dados populacionais significativos em relação a prevalência dessas portadoras tanto assintomáticas quanto sintomáticas. No entanto, a mulher portadora da mutação pode ser afetada pela DMD como resultado de mudanças no padrão da inativação do cromossomo X, em que um cromossomo X é compactado para formar uma estrutura pequena e densa denominada de corpúsculo de Barr, que possui a maioria dos genes inativos, o que significa que eles não são transcritos. Esse quadro configura a síndrome de Turner (45, X). Também pode ocorrer a translocação do cromossomo X para um autossomo, a qual envolve o fenômeno de inativação do X. No caso da inativação do cromossoma X envolvido na translocação, este fenômeno pode originar uma deleção funcional do segmento autossômico. Além disso, translocações do autossomo X com ponto de interrupção no lócus Xp21 também mostraram manifestar sinais e sintomas de DMD. Uma interpretação é que o lócus do gene está nessa região, e que o locus no X normal está inativado, um mecanismo denominado inativação preferencial do X. Em raras ocasiões, um cromossomo X pode estar completamente ausente ou presente com um ponto de ruptura específico interromper o gene da distrofina. Ademais, foi identificado casos recentes em que houve a adição de 23 novos resíduos de aminoácidos antes da terminação do códon de parada. Mulheres com sintomas de distrofia muscular são geralmente consideradas pacientes com distrofia muscular de cintura.
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