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Introdução à virologia

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1 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
 
Os vírus foram primeiramente descritos como “agentes filtráveis”. Seu pequeno 
tamanho permite‑lhes passar através de filtros projetados para reter bactérias. 
Diferentemente da maioria das bactérias, dos fungos e dos parasitas, os vírus são parasitas 
intracelulares obrigatórios, que dependem do maquinário bioquímico da célula do 
hospedeiro para a sua replicação. Além disso, a reprodução dos vírus ocorre pela 
montagem dos componentes individuais, em vez de fissão binária. 
Os vírus mais simples consistem em um genoma de ácido desoxirribonucleico (DNA) 
ou ácido ribonucleico (RNA) empacotado em um envoltório protetor de proteína e, em alguns 
vírus, em uma membrana. 
 O conhecimento das características estruturais (tamanho e morfologia) e genéticas 
(tipo e estrutura do ácido nucleico) de um vírus fornece compreensão de como ele se replica, 
dissemina e causa doenças. 
 
 
Seus nomes podem descrever 
características virais, as doenças às quais 
estão associados ou até mesmo o tecido ou 
a localização geográfica onde eles foram 
primeiramente identificados. Nomes como 
picornavírus (pico, “pequeno”; rna, “ácido 
ribonucleico”) ou togavírus (toga, palavra 
grega para “manto”, referindo‑se a um 
envelope de membrana envolvendo o vírus) 
descrevem a estrutura do vírus. O nome 
retrovírus (retro, “reverso”) refere‑se à síntese 
do DNA dirigida pelo vírus a partir 
de um molde de RNA, enquanto os poxvírus 
são nomeados a partir do nome da doença 
smallpox (varíola), causada por um de seus 
membros. Os adenovírus (adenoides) e os 
reovírus (respiratório, entérico, órfão) são 
denominados pela parte do corpo da qual 
foram isolados pela primeira vez. 
Os vírus podem ser agrupados por 
características, tais como doença (p. ex., 
hepatite), tecido‑alvo, meio de transmissão 
(p. ex., entérico, respiratório) ou pelo vetor (p. 
ex., arbovírus; vírus transportado por 
antrópode). A forma mais consistente e atual 
de classificação é pelas características 
físicas e bioquímicas, tais como tamanho, 
morfologia (p. ex., presença ou ausência de 
um envelope de membrana), tipo de genoma 
e meios de replicação. Os vírus DNA 
associados com doenças humanas são 
divididos em sete famílias. Os vírus RNA 
podem ser divididos em pelo menos 13 
famílias. 
 
Formas de Classificação e Denominação 
dos Vírus: 
 Estrutura: tamanho, morfologia e ácido 
nucleico (p. ex., picornavírus [pequeno 
RNA], togavírus) 
 Características bioquímicas: estrutura 
e modo de replicação* 
 Doença: os vírus da encefalite e da 
hepatite, por exemplo 
 Meios de transmissão: o arbovírus é 
disseminado por insetos, por exemplo 
 Célula hospedeira (espectro de 
hospedeiros): animal (homem, 
camundongo, pássaro), planta, 
bactéria 
 Tecido ou órgão (tropismo): adenovírus 
e enterovírus, por exemplo. 
 
Famílias de Vírus DNA e Alguns Membros 
Importantes: 
 POXVIRIDAE: Vírus da varíola, vírus 
vacínia, vírus da varíola do macaco, 
varíola do canário, molusco 
contagioso 
 Herpesviridae: Vírus do herpes 
simples dos tipos 1 e 2, vírus 
varicela-zóster, vírus Epstein-Barr, 
citomegalovírus, herpes- 
vírus humano 6, 7 e 8 
 Adenoviridae: Adenovírus 
 Hepadnaviridae: Vírus da hepatite B 
 Papillomaviridae: Papilomavírus 
 Poliomaviridae: Vírus JC, vírus BK, 
SV40 
 Parvoviridae: Parvovírus B19, vírus 
adeno associados. 
 
Famílias de Vírus de RNA e Alguns Membros 
Importantes 
 PARAMYXOVIRIDAE: Parainfluenza, 
vírus Sendai, vírus do sarampo, vírus 
da caxumba, vírus sincicial 
respiratório, metapneumovírus. 
 
2 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
 ORTOMYXOVIRIDAE: Vírus influenza 
dos tipos A, B e C 
 CORONAVIRIDAE: Coronavírus, 
síndrome respiratória aguda grave 
 Arenaviridae: Vírus da febre de Lassa, 
complexo de vírus Tacaribe (vírus 
Junino e Machupo), vírus da 
coriomeningite linfocítica 
 Rhabdoviridae: Vírus da raiva, vírus da 
estomatite vesicular 
 Filoviridae: Vírus Ebola, vírus Marburg 
 Bunyaviridae: Vírus da encefalite da 
Califórnia, vírus La Crosse, vírus da 
febre do mosquito‑pólvora, vírus da 
febre hemorrágica, hantavírus 
 Retroviridae: Vírus da leucemia de 
células T humana dos tipos I e II, vírus 
da imunodeficiência humana, 
oncovírus de animais 
 Reoviridae: Rotavírus, vírus da febre do 
carrapato do Colorado 
 Togaviridae: Vírus da rubéola, vírus da 
encefalite equina do oeste, do leste e 
venezuelana; vírus do Rio Ross; vírus 
Sindbis; vírus da Floresta Semliki 
 Flaviviridae: Vírus da febre amarela, 
vírus da dengue, vírus da encefalite de 
St. Louis, vírus do oeste do Nilo, vírus 
da hepatite C 
 Caliciviridae: Vírus Norwalk, calicivírus 
 Picornaviridae: Rinovírus, poliovírus, 
ecovírus, coxsackvírus, vírus da 
hepatite A 
 Delta: Agente delta 
 
 
 
 
O vírion (partícula do vírus) consiste 
em um genoma de ácido nucleico 
empacotado numa cobertura proteica 
(capsídeo) ou numa membrana (envelope). O 
virion pode conter também certas enzimas 
essenciais ou acessórias ou outras proteínas 
para facilitar a replicação inicial na célula. 
As proteínas do capsídeo ou as proteínas de 
ligação do ácido nucleico podem associar‑
se com o genoma para formar um 
nucleocapsídeo, que pode ser o mesmo do 
virion ou envolto por um envelope. 
 
 
O genoma do vírus consiste em DNA 
ou RNA. O DNA pode ser de fita simples ou 
dupla, linear ou circular. 
O RNA pode ser de sentido positivo (+) 
(como o RNA mensageiro [RNAm]) ou 
negativo (–) (análogo a um negativo 
fotográfico), de dupla‑fita (+/–) ou de duplo 
sentido (contendo regiões + e – de RNA 
ligadas extremidade a extemidade). O 
genoma do RNA pode também ser 
segmentado em pedaços, com cada pedaço 
codificando um ou mais genes. 
 
3 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
A camada externa do virion é o 
capsídeo ou envelope. Essas estruturas são 
o pacote, a proteção e o veículo de liberação 
durante a transmissão do vírus de um 
hospedeiro para outro e para a dispersão 
para a célula‑alvo dentro do hospedeiro. As 
estruturas da superfície do capsídeo e do 
envelope medeiam a interação do vírus com 
a célula‑alvo por meio de uma proteína de 
fixação viral (VAP) ou estrutura. A remoção 
ou o rompimento da parte externa deste 
pacote inativa o vírus. Os anticorpos 
gerados contra os componentes dessas 
estruturas impedem a infecção viral. 
O capsídeo é uma estrutura rígida 
capaz de resistir a severas condições 
ambientais. Os vírus com capsídeos sem 
cobertura são geralmente resistentes ao 
ressecamento, ao ácido e a detergentes, 
incluindo o ácido e a bile do trato entérico. 
Muitos desses vírus são transmitidos pela 
rota fecal‑oral e podem preservar a 
capacidade de transmissão mesmo no 
esgoto. 
O envelope é uma membrana 
composta de lipídios, proteínas e 
glicoproteínas. A estrutura membranosa do 
envelope pode ser mantida apenas em 
soluções aquosas. É prontamente rompida 
por ressecamento, condições ácidas, 
detergentes e solventes, tais como éter, o 
que resulta na inativação do vírus. Como 
consequência, vírus envelopados devem 
permanecer úmidos e são geralmente 
transmitidos em fluidos, perdigotos, sangue 
e tecidos. A maioria não pode sobreviver às 
condições severas do trato gastrointestinal. 
Vírus com capsídeo 
O capsídeo viral é montado a partir de 
proteínas individuais associadas em 
unidades progressivamente maiores. 
Proteínas estruturais individuais associam‑
se em subunidades, as quais se associam em 
protômeros, capsômeros (distinguíveis em 
eletromicrografias) e, finalmente, um 
procapsídeo ou um capsídeo reconhecível. 
Um procapsídeo requer processamento 
subsequente para tornar‑se o capsídeo final 
e transmissível. Para alguns vírus, o capsídeo 
forma‑se em torno do genoma; para outros, 
o capsídeo forma‑se como uma capa vazia 
(procapsídeo) para ser preenchidopelo 
genoma. 
As estruturas virais mais simples que 
podem ser construídas passo a passo, são 
simétricas, e incluem estruturas helicoidais e 
icosaédricas. As estruturas helicoidais 
aparecem como bastões, enquanto o 
icosaedro é uma aproximação de uma 
esfera montada a partir de subunidades 
simétricas. Os capsídeos assimétricos são 
formas complexas e estão associados com 
certos vírus bacterianos (fagos). 
Vírus Envelopados 
O envelope do virion é composto de 
lipídios, proteínas e glicoproteínas. Ele 
possui uma estrutura de membrana similar à 
das membranas celulares. As proteínas 
celulares são raramente encontradas no 
envelope viral, mesmo que este tenha sido 
obtido a partir de membranas celulares. A 
maioria dos vírus envelopados é redonda ou 
pleomórfica. 
 Duas exceções são os poxvírus, que 
possuem uma estrutura interna complexa e 
uma estrutura externa parecida com um 
tijolo, e o rabdovírus, que tem o formato de 
uma bala. 
A maioria das glicoproteínas virais 
possui carboidratos ligados à asparagina (N
‑ligados) e se estende através do envelope e 
para fora da superfície do virion. Em muitos 
vírus, estes podem ser observados como 
espículas. Algumas glicoproteínas agem 
como VAP, capazes de se ligar a estruturas 
nas células‑alvo. As VAP, que também se 
ligam aos eritrócitos, são denominadas 
hemaglutininas (HA). Algumas glicoproteínas 
possuem outras funções como a 
neuraminidase (NA) dos ortomixovírus 
 
4 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
(influenza) e os receptores Fc e C3b 
associados com glicoproteínas do vírus do 
herpes simples (HSV), ou as glicoproteínas de 
fusão dos paramixovírus. As glicoproteínas, 
especialmente as VAP, também são 
importantes antígenos que desencadeiam a 
imunidade protetora. 
 
 
Etapas da Replicação Viral: 
1. Reconhecimento da célula‑alvo 
2. Fixação 
3. Penetração 
4. Desencapsidação 
5. Síntese macromolecular 
a. Síntese do RNA mensageiro (RNAm) 
inicial e de proteínas não estruturais: genes 
para enzimas e proteínas de ligação ao 
ácido nucleico 
b. Replicação do genoma 
c. Síntese do RNAm final e de proteínas 
estruturais 
d. Modificação pós‑tradução das 
proteínas 
6. Montagem do vírus 
7. Brotamento dos vírus envelopados 
8.Liberação do vírus 
 
 
Reconhecimento e Fixação à 
Célula-Alvo 
A ligação das VAP ou estruturas na 
superfície do capsídeo do virion aos 
receptores na célula inicialmente determina 
quais células podem ser infectadas por um 
vírus. 
Os receptores para o vírus na célula 
podem ser proteínas ou carboidratos em 
glicoproteínas ou glicolipídios. Os vírus que 
se ligam aos receptores expressos em tipos 
específicos de célula podem ser restritos a 
certas espécies (espectro de hospedeiros) (p. 
ex., humanos, camundongos) ou tipos 
específicos de células. A suscetibilidade da 
célula‑alvo define o tropismo tecidual (p. ex., 
neurotrópico, linfotrópico). 
Penetração 
Interações entre múltiplas VAP e os 
receptores celulares iniciam a internalização 
do vírus para dentro da célula. O mecanismo 
de internalização depende da estrutura do 
virion e do tipo de célula. 
A maioria dos vírus não envelopados 
entra na célula por endocitose mediada por 
receptor ou por meio de viropexia. 
Os vírus envelopados fundem suas 
membranas com as membranas celulares 
para liberar o nucleocapsídeo ou o genoma 
diretamente dentro do citoplasma. O pH 
ideal para a fusão determina se a 
penetração ocorre na superfície celular em 
pH neutro ou se o vírus deve ser 
internalizado por endocitose e a fusão 
ocorrer em um endossomo em pH ácido. A 
atividade de fusão pode ser provida pela 
VAP ou por outra proteína. 
Desencapsidação 
Uma vez internalizado, o 
nucleocapsídeo deve ser transferido para o 
sítio de replicação dentro da célula e o 
capsídeo ou o envelope, removido. O 
genoma dos vírus DNA, exceto dos poxvírus, 
deve ser transferido para o núcleo, 
enquanto a maioria dos vírus RNA 
permanece no citoplasma. O processo de 
desencapsidação pode ser iniciado por uma 
fixação ao receptor ou promovido por 
ambiente ácido ou por proteases 
encontradas em um endossomo ou 
lisossomo. 
Os vírus envelopados são 
desencapsidados na fusão com as 
membranas das células. 
Síntese Macromolecular 
Uma vez dentro da célula, o genoma 
deve dirigir a síntese de RNAm viral e de 
proteínas e gerar cópias idênticas de si 
próprio. O genoma é inutilizado a menos que 
possa ser transcrito em RNAm funcionais 
 
5 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
capazes de se ligar aos ribossomos e serem 
traduzidos em proteínas. O modo pelo qual 
cada vírus cumpre essas etapas depende da 
estrutura do genoma e do sítio de 
replicação. 
 DNA: integra-se ao genoma do 
hospedeiro para ser transcrito e 
replicado. 
 Retrovírus: RNA é molde para cDNA, que 
se integra ao genoma do hospedeiro. 
 + RNA: mRNA – produção de proteínas 
virais. A RNA- polimerase produz um 
molde de RNA-, que é usado para gerar 
mais mRNA e para replicar o genoma. 
 - RNA: moldes para a produção de mRNA. 
Um RNA+ é produzido pela polimerase 
viral para agir como molde para gerar 
mais cópias do genoma. 
Propriedades dos Vírus de 
RNA 
 O RNA é instável e transitório 
 A maioria dos vírus de RNA replica‑se 
no citoplasma 
 As células não podem replicar o RNA. 
Os vírus RNA devem codificar uma RNA 
polimerase RNA‑ dependente 
 A estrutura do genoma determina os 
mecanismos de transcrição e 
replicação 
 Os vírus de RNA são propensos à 
mutação 
 A estrutura do genoma e a polaridade 
determinam como o RNA mensageiro 
(RNAm) viral é gerado e as proteínas são 
processadas 
 Os vírus de RNA, exceto o genoma do 
RNA (+), devem levar polimerases 
 Todos os vírus de RNA (–) são 
envelopados 
 Picornavírus, Togavírus, Flavivírus, 
Calicivírus e Coronavírus: O genoma 
RNA (+) assemelha‑se ao RNAm e é 
traduzido em uma poliproteína, que é 
proteolisada. Um molde de RNA (–) é 
usado para a replicação. Para os 
togavírus, coronavírus e calicivírus, as 
proteínas precoces são transcritas a 
partir do genoma e as proteínas 
tardias, a partir do molde 
 Ortomixovírus, Paramixovírus, 
Rabdovírus, Filovírus e Buniavírus :O 
genoma do RNA (–) é um molde para 
RNAm individuais, mas um molde de 
RNA (+) de tamanho total é requerido 
para a replicação. Ortomixovírus 
replicam‑se e são transcritos no núcleo, 
e cada segmento do genoma codifica 
um RNAm e um molde 
 Reovírus: O genoma segmentado de 
RNA (+/-) é um molde para o RNAm. O 
RNA (+) pode também ser encapsulado 
para gerar o RNA (+/–) e então mais 
RNAm 
 Retrovírus: O genoma do RNA (+) do 
retrovírus é convertido em DNA, o qual 
é integrado na cromatina do 
hospedeiro e transcrito como um gene 
celular. 
Propriedades dos Vírus de 
DNA 
 O DNA não é transitório ou instável 
 Muitos vírus de DNA estabelecem 
infecções persistentes (p. ex., latentes 
imortalizados) 
 Os genomas de DNA residem no 
núcleo (exceto nos poxvírus) 
 O DNA viral assemelha‑se ao DNA do 
hospedeiro quanto à transcrição e à 
replicação 
 
6 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
 Genes virais devem interagir com o 
maquinário transcricional do 
hospedeiro (exceto nos poxvírus) 
 A transcrição do gene viral é 
temporariamente regulada 
 Genes precoces codificam proteínas 
de ligação ao DNA e enzimas 
 Genes tardios codificam proteínas 
estruturais e outras proteínas 
 As DNA polimerases requerem um 
primer para replicar o genoma viral 
 Os maiores vírus de DNA codificam 
meios de promover a replicação 
eficiente de seus genomas 
 Parvovírus: requer células sofrendo 
síntese de DNA para se replicar 
 Papovavírus: estimula o crescimento 
da célula e a síntese do DNA 
 Hepadnavírus: estimula o 
crescimento celular, a célula cria RNA 
intermediário e codifica uma 
transcriptase reversa 
 Adenovírus: estimula a síntese doDNA celular e codifica sua própria 
polimerase 
 Herpes‑vírus: estimula o crescimento 
da célula, codifica sua própria 
polimerase e enzimas para prover 
desoxirribonucleotídeos para a 
síntese do DNA, estabelece uma 
infecção latente no hospedeiro 
 Poxvírus: codifica sua própria 
polimerase e enzimas para prover 
desoxirribonucleotídeos para a 
síntese do DNA, maquinário de 
replicação e maquinário de 
transcrição no citoplasma. 
Liberação 
Os vírus podem ser liberados das 
células após a lise celular, por exocitose ou 
pelo brotamento da membrana plasmática. 
Os vírus de capsídeo descoberto são 
geralmente liberados depois da lise celular. 
A liberação de muitos vírus envelopados 
acontece após o brotamento da membrana 
plasmática, sem matar a célula. A 
sobrevivência da célula permite a liberação 
contínua de vírus a partir dessa fábrica. 
Reinício e replicação 
A disseminação da infecção ocorre 
quando o vírus é liberado para o meio 
extracelular, mas alternativamente, o vírus, o 
nucleocapsídeo ou o genoma pode ser 
transmitido através das pontes 
célula-célula, em fusão célula-célula 
ou verticalmente para as células-filhas. 
Essas rotas alternativas permitem que o 
vírus escape da detecção do 
anticorpo. Alguns herpes-vírus, retrovírus e 
paramixovírus podem induzir a fusão 
célula-célula para unir as 
células em células gigantes multinucleadas 
(sincícios), que se tornam grandes fábricas 
de vírus. Os retrovírus e alguns vírus de DNA 
podem transmitir sua cópia integrada do 
genoma verticalmente para as células-filhas 
na divisão celular. 
 
 
As mutações ocorrem espontânea e 
prontamente nos genomas virais, criando 
novas linhagens virais com propriedades 
que diferem dos vírus parentais ou 
selvagens. Essas variantes podem ser 
identificadas por suas sequências de 
nucleotídeos, diferenças antigênicas 
(sorótipos) ou diferenças em propriedades 
funcionais ou estruturais. 
A maioria das mutações ou não tem 
qualquer efeito ou é prejudicial ao vírus. As 
mutações em genes essenciais inativam os 
vírus, mas as mutações em outros genes 
podem produzir resistência à droga antiviral 
ou alterar a antigenicidade ou a 
patogenicidade do vírus. 
Erros ao copiar o genoma viral durante a 
replicação do vírus produzem muitas 
mutações. Isto se dá por causa da baixa 
fidelidade da polimerase viral e pela rápida 
taxa de replicação do genoma. Além disso, 
os vírus de RNA não possuem um mecanismo 
de checagem de erro genético. 
Em consequência, as taxas de 
mutação para os vírus de RNA são 
usualmente maiores do que as do vírus de 
DNA. 
As vacinas de vírus vivo são 
frequentemente de mutantes condicionais 
ou de espectro de hospedeiros e atenuados 
para doença humana. 
O intercâmbio genético 
intramolecular entre os vírus ou entre estes 
e o hospedeiro é denominado 
recombinação. A recombinação pode 
ocorrer prontamente entre dois vírus de DNA 
relacionados. 
Os vírus com genomas segmentados 
(p. ex., os vírus influenza e os reovírus) 
formam cepas híbridas na infecção da célula 
com mais de uma linhagem de vírus. Esse 
 
7 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
processo, chamado reagrupamento, é 
análogo a pegar 10 bolinhas de gude numa 
caixa contendo 10 bolinhas pretas e 10 
brancas. Novas cepas do vírus influenza A 
são criadas na coinfecção com um vírus de 
espécies diferentes. 
 
 
 
Os vírus geneticamente manipulados 
podem ser excelentes sistemas de 
transferência para genes estranhos. Os vírus 
podem prover uma terapia de reposição de 
gene, podem ser usados como vacinas para 
promover a imunidade a outros agentes ou 
tumores e podem agir como assassinos 
direcionados a tumores. As vantagens de 
utilizar os vírus são as de que eles podem ser 
prontamente amplificados pela replicação 
em células apropriadas, e eles apontam 
para tecidos específicos e liberam o DNA ou 
RNA dentro da célula. 
Os vetores virais são usualmente vírus 
defeituosos ou atenuados, nos quais o DNA 
estranho substitui um gene de virulência ou 
um gene não essencial. O gene estranho 
pode estar sob o controle de um promotor 
viral ou até mesmo de um promotor 
específico de um tecido. 
O gene estranho pode estar sob o 
controle de um promotor viral ou até mesmo 
de um promotor específico de um tecido. Os 
vetores de vírus defeituosos crescem em 
linhagens celulares que expressam as 
funções virais que estão faltando, 
“complementando” o vírus. A progênie pode 
transferir seu ácido nucleico, mas não 
produzir um vírus infeccioso. 
Os vírus causam doenças quando 
atravessam as barreiras de proteção natural 
do corpo, escapam do controle imune e 
matam as células de um tecido importante 
(p. ex., o cérebro) ou então desencadeiam 
resposta imune e inflamatória destrutiva. As 
consequências de uma infecção viral são 
determinadas pela natureza da interação 
vírus‑hospedeiro e pela resposta do 
hospedeiro à infecção. 
Muitos vírus codificam atividades 
(fatores de virulência) que promovem maior 
eficiência da replicaçãoviral, transmissão, 
acesso e ligação do vírus ao tecido‑alvo ou 
escape das defesas do hospedeiro e da 
resolução pelo sistema imune. Essas 
atividades podem não ser essenciais para o 
crescimento viral em cultura de células, mas 
são necessárias à patogenicidade ou à 
sobrevivência do vírus no hospedeiro. A 
perda desses fatores de virulência resulta na 
atenuação do vírus. Muitas vacinas 
constituídas por vírus vivos são, na verdade, 
constituídas por variantes atenuadas 
desses vírus. 
 
 
Progressão das doenças virais 
1. Aquisição (entrada no organismo) 
2. Início da infecção no sítio primário 
3. Ativação da imunidade inata 
4. Período de incubação, quando o vírus é 
amplificado e pode se disseminar para um 
sítio secundário 
 
8 
Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
5. Replicação no tecido‑alvo, que causa os 
sinais característicos da doença 
6. Respostas imunes que limitam e 
contribuem (imunopatogênese) para a 
doença 
7. Produção de vírus em um tecido ou órgão 
que permita a disseminação para outro 
hospedeiro, ocorrendo o contágio 
8. Resolução ou infecção persistente/doença 
crônica 
 
Viremia é o nome dado ao transporte 
do vírus na corrente sanguínea. O vírus pode 
ou estar livre no plasma ou associado com 
linfócitos ou macrófagos. 
Os vírus fagocitados pelos 
macrófagos podem estar inativados, podem 
se replicar ou podem ser carreados para 
outros tecidos. A replicação de um vírus em 
macrófagos, no revestimento endotelial de 
vasos sanguíneos ou no fígado pode causar 
a amplificação da infecção e iniciar o 
desenvolvimento de viremia secundária. Em 
muitos casos, essa viremia secundária 
antecede o envio dos vírus ao tecido‑alvo (p. 
ex., fígado, cérebro, pele) e a manifestação 
dos sintomas específicos. 
 
 As quatro consequências principais 
de uma infecção viral em uma célula são: 
1. Falha da infecção (infecção abortiva) 
2. Morte da célula (infecção lítica) 
3. Replicação sem morte da célula 
(infecção persistente) 
4. Presença de partículas virais sem 
replicação viral, mas com potencial 
para reativação (infecção latente‑
recorrente). 
 
Infecções Líticas 
Se desenvolvem quando a replicação 
do vírus resulta na destruição da célula‑alvo. 
Alguns vírus impedem o crescimento e o 
reparo inibindo a síntese de 
macromoléculas celulares ou produzindo 
enzimas de degradação e proteínas tóxicas. 
A replicação do vírus e o acúmulo de 
componentes virais e da progênie viral no 
interior da célula podem romper a estrutura 
e o funcionamento da célula ou romper os 
lisossomos, causando a morte celular. 
A infecção por vírus ou as respostas 
citolíticas imunes podem induzir a apoptose 
na célula infectada. Esse processo pode 
facilitar a liberação do vírus da célula, mas 
também limita a quantidade de vírus 
produzidos ao destruir a “fábrica” viral. 
Como resultado, muitos vírus (p. ex., herpes‑
vírus, adenovírus, vírus da hepatiteC) 
codificam métodos para inibir a apoptose. 
Algumas infecções virais ocasionam 
alterações características na aparência e 
nas propriedades das células‑alvo. Uma vez 
que a natureza e localização desses 
corpúsculos de inclusão sejam 
características de infecções virais 
específicas, a presença dessas estruturas 
facilita o diagnóstico laboratorial. 
Infecções não Líticas 
Infecção persistente é aquela que 
ocorre em uma célula infectada que não é 
destruída pelo vírus. Alguns vírus causam 
infecção persistente produtiva porque o 
vírus é liberado gradualmente da célula por 
meio da exocitose ou de brotamento (vírus 
envelopados) a partir da membrana 
citoplasmática. 
Infecção latente é aquela que resulta 
da infecção com vírus de DNA de uma célula 
que restringe ou perde o maquinário para a 
transcrição de todos os genes virais. Os 
fatores de transcrição específicos exigidos 
por esse tipo de vírus podem ser expressos 
somente em tecidos específicos e em células 
 
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Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
em crescimento, mas não em repouso, ou 
após a indução de hormônio ou citocina. Por 
exemplo, o HSV estabelece uma infecção 
latente em neurônios que perdem os fatores 
nucleares exigidos para transcrever os 
genes virais precoces imediatos, mas o 
estresse e outros estímulos podem ativar as 
células para permitir a replicação viral. 
Vírus Oncogênicos 
Alguns vírus de DNA e retrovírus 
estabelecem infecções persistentes que 
também podem estimular o crescimento 
celular descontrolado, causando a 
transformação ou imortalização da célula. 
As características das células 
transformadas incluem: 
 Crescimento contínuo sem 
envelhecimento, 
 Alterações na morfologia e no 
metabolismo celular, 
 Taxa aumentada de crescimento 
celular e de transporte de açúcar, 
 Perda de inibição de crescimento por 
contato celular e habilidade de 
crescerem em suspensão ou 
agrupadas, quando cultivadas em 
meio de ágar semissólido. 
Diferentes vírus oncogênicos possuem 
mecanismos diferentes para imortalização 
de células: 
 Ativando ou fornecendo genes de 
estimulação de crescimento; 
 Removendo os mecanismos inerentes 
de interrupção da síntese do DNA e do 
crescimento celular; ou 
 Evitando a apoptose. 
 
A resposta imune é a melhor e, na 
maioria dos casos, o único meio de controlar 
infecção viral. As respostas inata, imune e 
humoral são importantes para a imunidade 
antiviral. 
O interferon e as respostas das 
células T citotóxicas são os principais 
mecanismos iniciais de defesa antiviral. 
A pele é a melhor barreira de defesa 
contra infecção viral. Os orifícios do corpo 
são protegidos por muco, lágrimas e pelo 
ácido gástrico e pela bile do trato 
gastrointestinal. 
As moléculas virais, incluindo o RNA de 
dupla‑fita (que é o intermediário replicativo 
dos vírus de genoma RNA), certas formas de 
DNA e o RNA de fita simples, além de algumas 
glicoproteínas virais, ativam a produção de 
interferon do tipo I e respostas celulares 
inatas por meio da interação com 
receptores citoplásmicos ou os receptores 
toll‑like (TLR) em endossomos presentes na 
superfície celular. 
O anticorpo é eficaz contra vírus no 
meio extracelular e pode ser suficiente para 
controlar vírus citolíticos, pois a fonte de 
novos virions é eliminada com a lise da 
célula infectada. Os anticorpos são 
essenciais para controlar a disseminação do 
vírus para tecidos‑alvo por meio de viremia. 
A imunidade mediada por células é 
necessária para a destruição de células 
infectadas por vírus não citolíticos (p. ex., 
vírus da hepatite A) e infecções causadas 
por vírus envelopados. 
 
 
 
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Resumo microbiologia – livro Microbiologia médica - Murray Kézia Signer Santos 
 Citólise pós-infecção: a imunidade parcial a um vírus relacionado ou inativado pode 
resultar em resposta mais intensa do hospedeiro e doença no desafio subsequente 
com um vírus relacionado ou virulento. 
 Antibody derived enhancement: facilita a captação dos vírus. 
 
A relativa suscetibilidade de uma pessoa a uma infecção viral e a intensidade da 
doença dependem dos seguintes fatores: 
 Mecanismo de exposição e sítio da infecção. 
 Estado do sistema imune, a idade e a saúde geral da pessoa. 
 Dose viral. 
 Genética do vírus e do hospedeiro.

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