Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
As doenças do sistema imune podem ser divididas em 3 grupos: Reações de hipersensibilidade: reações imunológicas que causam danos. Doenças autoimunes: falha na tolerância aos antígenos. Doenças da imunodeficiência: causadas por um sistema imunológico defeituoso. Reação excessiva ou danosa a um antígeno. Algumas características gerais são: Podem ser desencadeadas por antígenos ambientais (alergias) ou autoantígenos (doenças autoimunes). Resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos efetores e os mecanismos de controle. Associação à herança de genes de susceptibilidade específicos (genes HLA). Os mecanismos de lesão tecidual são os mesmos usados na defesa contra patógenos. As doenças por hipersensibilidade podem ser classificadas com base no mecanismo imunológico que medeia a doença. Hipersensibilidade imediata. Lesão causada por células TH2, anticorpos IgE, mastócitos e outros leucócitos. Frequentemente chamadas de alergias, os antígenos que as induzem são chamados de alérgenos. Pode ser sistêmica (anafilaxia) ou local (alergia cutânea, rinite alérgica, asma brônquica). Fases das reações de hipersensibilidade tipo 1 localizadas: o Reação imediata: vasodilatação, extravasamento vascular, espasmo muscular liso, secreções glandulares. o Reações de fase tardia: infiltração de leucócitos e células T CD4+, destruição tecidual. A maioria dos distúrbios são causados por respostas TH2 excessiva que estimulam a produção de IgE e promovem a inflamação. Em resposta ao antígeno as células T se diferenciam em células TH2 que produzem várias citocinas que atuam na célula B estimulando a troca classe do anticorpo para IgE, ativam eosinófilos que são importantes efetores da hipersensibilidade tipo 1, além disso, as células TH2 produzem quimiocinas que atraem mais células TH2 e mais leucócitos para o local da reação. Os anticorpos IgE se ligam a um receptor de alta afinidade nos mastócitos que ficam sensibilizados e quando exposto ao mesmo antígeno, a célula é ativada resultando na liberação de vários mediadores, tais quais são responsáveis pelos aspectos clínicos das reações de hipersensibilidade imediata. Esses mediadores incluem: o Aminas vasoativas, mediadores lipídicos: envolvidos na reação imediata. o Citocinas: envolvidas na reação de fase tardia. Exemplos de síndromes clínicas: Distúrbios mediados por anticorpos. Lesão causada pelos anticorpos IgG e IgM que causam doenças porque destroem as células desencadeando inflamação ou interferindo nas funções celulares normais. o Dano celular: causada por indução da fagocitose. o Lise e dano tecidual: causada por indução da inflamação. Os anticorpos podem ser específicos para antígenos endógenos ou exógenos. Principais mecanismos de lesão mediada por anticorpos: opsonização e fagocitose, inflamação, disfunção celular. Célula opsonizada por anticorpos IgG -> reconhecidas pelos receptores Fc dos fagócitos. Anticorpos IgG e IgM ativam o sistema complemento pela via clássica -> gera subprodutos e depositados na superfície das células -> reconhecidos por receptores específicos expressos pelo fagócito => fagocitose das células. Pode ocorrer em reações transfusionais, eritoblastose fetal, anemia hemolítica autoimune, reações a fármacos. Inflamação: anticorpos se depositam em determinados tecidos e se ligam a antígenos celulares ou teciduais -> ativa o sistema complemento -> os produtos desempenham funções como recrutar neutrófilos e monócitos -> Sistema Imune Reações de Hipersensibilidade Hipersensibilidade tipo 1 Hipersensibilidade tipo 2 liberam enzimas e outras moléculas que promovem inflamação e lesão tecidual. Podem provocar glomerulonefrite, febre reumática aguda, rejeição vascular em enxertos de órgãos. Distúrbios mediados por imunocomplexos. Lesão causada por complexos antígeno- anticorpo (imunocomplexos). o IgG e IgM se ligam a antígenos e os complexos antígeno-anticorpo se depositam nos tecidos e induzem a inflamação. Os antígenos que formam os imunocomplexos podem ser exógenos ou endógenos. Tendem a ser sistêmicas, mas envolvem preferencialmente os rins, as articulações e os pequenos vasos sanguíneos. Etapas da patogenia da doença por imunocomplexos sistêmica: 1. Formação de imunocomplexos: a exposição ao antígeno desencadeia a formação de anticorpos que são secretados no sangue onde reagem com os antígenos presentes na circulação e, formam os complexos antígeno-anticorpo. 2. Deposição de imunocomplexos: os complexos circulantes são depositados em vários tecidos, os órgãos nos quais o sangue é filtrado sob alta pressão para formar outros fluídos, são os locais onde os imunocomplexos tornam-se concentrados e tendem a se depositar Assim as doenças por imunocomplexos geralmente afetam os glomérulos e as articulações. 3. Inflamação e lesão tecidual: surgimento dos aspectos clínicos (febre, urticária, dores articulares, etc.). Os mecanismos de lesão e inflamação são os mesmos da lesão mediada por anticorpos (fixadores de complemento e os que se ligam a receptores FC dos leucócitos) induzem as lesões patológicas dos distúrbios por imunocomplexos. Distúrbios mediados por células. Lesão causada por linfócitos T. Esse tipo de sensibilidade é causado pela inflamação mediada por citocinas produzidas pelas células T CD4+, e pela morte celular ocasionadas por células T CD8+. A hipersensibilidade mediada por células T CD4+ é a causa de muitas doenças inflamatórias crônicas, incluindo as doenças autoimunes. o Hipersensibilidade do tipo retardado (DTH), nessa reação um antígeno administrado na pele de um indivíduo previamente imunizado resulta numa reação cutânea detectável dentro de 24 a 48 horas. o TH1 e TH17: contribuem para a inflamação mediada por células T CD4+. o Etapas: exposição ao antígeno -> APCs secretam citocinas -> diferenciação das células T em TH1 e TH17. TH1: secretam citocinas que ativam macrófagos com maior capacidade de fagocitar e matar microrganismos. TH17: secretam citocinas que recrutam neutrófilos e monócitos. As células T CD8+ podem estar envolvidas em algumas dessas doenças autoimunes e podem ser as células efetoras dominantes em certas reações, principalmente após infecções virais. Citotoxidade mediada por células T CD8+. o Células T citotóxicas (CTLs) CD8+ matam as células-alvo que expressam antígenos. o Destruição tecidual pelos CTLs é um componente importante de algumas doenças mediadas por células T como o diabetes tipo 1. o Mecanismo de morte: Via perforina-granzima: mediadores pré-formados contidos nos grânulos do tipo lisossômico dos linfócitos. CTL reconhecem as células-alvo e secretam o complexo que consiste em perforina (facilita a liberação das granzimas), granzima (proteases que clivam e ativam caspases que induzem apoptose das células-alvo) e outras proteínas que entram nas células-alvo através da endocitose. Via receptor de morte: os linfócitos citotóxicos também expressam o fazligante que se liga ao faz que é um receptor de morte expressa e desencadear uma apoptose por essa via. Hipersensibilidade tipo 3 Hipersensibilidade tipo 4 Doenças nas quais os mecanismos de controle falham e como resultado temos uma falha na tolerância aos autoantígenos. Autoimunidade: reações imunes contra autoantígenos. As doenças autoimunes podem ser: Específicas de um órgão: diabetes tipo 1, esclerose múltipla. Sistêmicas ou generalizadas: lúpus eritematoso sistêmico. Tendem a ser crônicas e o dano é frequentemente progressivo. Motivos para a cronificação o O sistema imune contém muitas alças de amplificação intrínsecas que permitem que um pequeno número de linfócitos antígenosespecíficos eliminem infecções complexas. Quando a resposta é inadequadamente dirigida contra os próprios tecidos, os mesmos mecanismos de amplificação exacerbam e prolongam a lesão. o Disseminação do epítopo, ao qual a resposta imunológica contra o antígeno causa dano tecidual, liberando outros antígenos e resultando na ativação de linfócitos por esses epítopos recém encontrados. As manifestações clínicas e patológicas são determinadas pelas naturezas da resposta imunológica subjacente, causados por: o Autoanticorpos. o Respostas anormais e excessivas de TH1 e TH17. o Morte celular por CTLs CD8+.7 Fenômeno de falta de responsividade a um antígeno devido a exposição dos linfócitos aquele antígeno. Auto tolerância: falta de responsividade a antígenos do próprio indivíduo. Quando perdemos a auto tolerância o organismo passa a reagir contra nossos próprios antígenos desencadeando as doenças autoimunes. Os mecanismos de auto tolerância são classificados em dois grupos: Tolerância central: clones imaturos dos linfócitos T e B que reconhecem autoantígenos durante a maturação nos órgãos linfoides centrais são mortos ou se tornam inofensivos. Quando os linfócitos reagem contra autoantígenos no timo, eles morrem por apoptose (deleção). Uma ampla variedade de antígenos é processada e apresentada por células apresentadoras de antígenos no timo em associação com as moléculas do MHC. Esses antígenos podem ser reconhecidos por: o Linfócitos T potencialmente auto reativos: quando acontece esses linfócitos são destruídos. Algumas células (T CD4+) não morrem e se tornam células T reguladoras. o Linfócitos B: quando reconhecem autoantígenos na medula óssea, o mecanismo de rearranjo genético dos receptores antigênicos é ativado e as células B passam a expressar novos receptores antigênicos que não são específicos para autoantígenos (processo chamado edição do receptor). Se esse processo não ocorrer as células autorreativas sofrem apoptose. Tolerância periférica: vários mecanismos silenciam células T e B potencialmente autorreativas nos tecidos periféricos. Doenças Autoimunes Aspectos Gerais das DI Tolerância Imunológica o São mais definidos para as células T, incluem a anergia, os linfócitos que reconhecem autoantígenos podem se tornar não respansivos funcionalmente. A ativação das células T específicas para um antígeno precisam de 2 sinais: Reconhecimento do antígeno em associação com as moléculas de MHC na superfície das células apresentadoras de antígenos. Conjunto de sinais co- estimuladores dessas células apresentadoras de antígenos. Se um antígeno é apresentado às células T sem os níveis adequados de co- estimuladores, as células se tornam anérgicas (não respondem), devido as moléculas co-estimuladoras não serem expressas ou serem expressas fracamente, o encontro entre células T autorreativas e seus autoantígenos específicos leva a anergia. o Outro mecanismo de tolerância periférica é a supressão por células T reguladoras, sua atividade inibitória pode ser mediada em parte pela secreção de citocinas imunossupressoras que inibem a ativação linfocitária e as funções efetoras. o Outro mecanismo é a apoptose: as células T que reconhecem autoantígenos recebem sinais que promovem sua morte por apoptose. A autoimunidade vai resultar de uma combinação de herança de genes de suscetibilidade + causas ambientais. Modificações que contribuem para o desenvolvimento da autoimunidade: Tolerância ou regulação defeituosas. Apresentação anormal de autoantígenos. Inflamação ou uma resposta imunológica inata inicial. Genes HLA: apresentam maior contribuição. Algumas doenças em que ele está envolvido: artrite reumatoide, diabetes tipo 1, esclerose múltipla, doença celíaca, lúpus eritematoso sistêmico. o Espondilite anquilosante: indivíduos que possuem o alelo HLA-B27 possuem de 100 a 200 vezes mais chances de desenvolver a doença. Genes não HLA: As reações autoimunes também podem ser desencadeadas por infecções. Mecanismos: As infecções podem aumentar a expressão de co-estimuladores nas células apresentadoras de antígenos e se essas células apresentam autoantígenos não ocorre anergia, as células T específicas para os autoantígenos são ativadas. Alguns microrganismos podem expressar antígenos que têm as mesmas sequências de aa que os autoantígenos, assim as respostas imunológicas contra os antígenos microbianos resultam na ativação de linfócitos autorreativos, fenômeno chamado de mimetismo molecular. Doenças causadas por um sistema imune defeituoso. As imunodeficiências se manifestam clinicamente pelo aumento das infecções. Podem ser divididas em: Imunodeficiência primária (congênita): determinadas geneticamente. A maioria é detectada na infância, sendo a suscetibilidade a infecções recorrentes um sinal indicativo. Afeta mecanismos de defesa: o Imunidade inata: afetam com defeitos nas funções dos leucócitos, fagócitos, células NK ou complemento. Quando o defeito é na função dos leucócitos geralmente vai afetar a sua adesão ao endotélio ou a função do fagolisossoma ou a atividade microbicida dos leucócitos. Mecanismos de Autoimunidade Genes de Suscetibilidade Papel das Infecções Doenças da Imunodeficiência o Imunidade adaptativa: linfócitos B e T. Geralmente resultam de anomalias na maturação dos linfócitos ou na ativação e função dos linfócitos. Maturação dos linfócitos: defeito na sinalização do receptor de citocinas. Deficiência da enzima ADA. Mutações na Btk. Deleções cromossômicas que afetam o desenvolvimento do timo. Ativação e função dos linfócitos: mutação em CD40L que afeta a mudança de classe Ig. Mutações que afetam a produção de anticorpos. Defeitos que afetam a sinalização do receptor de antígenos. Imunodeficiência secundária (adquirida): se origina de doenças, fatores ambientais, imunossupressão, envelhecimento. Pode ser causada por: o Maturação defeituosa dos linfócitos: medula óssea lesada ou envolvida por tumores. o Síntese inadequada de Igs: desnutrição. o Depleção linfocitária: fármacos ou infecções graves. o Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou AIDS): causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH). Depleção das células T auxiliares CD4+. Infecções oportunistas, neoplasias secundárias e manifestações neurológicas.
Compartilhar