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FARMACOTERAPIA DA ASMA BRÔNQUICA E DA DPOC Alice Vitória Barros da Silva – MEDICINA UNISL ✔ AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: São qualquer processo patológico ou condição que interfira com as trocas gasosas. Provoca alterações graves nas concentrações de oxigênio e dióxido de carbono no sangue. A asma brônquica é uma doença inflamatória já a DPOC é causada por bronquite crônica e enfisema. ASMA BRÔNQUICA ✔ A asma é uma doença pulmonar obstrutiva e inflamatória que ocorre em decorrência da hiper- responsividade do músculo liso brônquico. ✔ A asma é doença complexa, caracterizada por inflamação das vias respiratórias, hiper- responsividade do músculo liso das vias respiratórias e broncoconstrição sintomática SINTOMAS DA ASMA Dispneia, sibilancia, produção de muco e tosse principalmente à noite. FISIOLOGIA DA ASMA – MUSCULO LISO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS ✔ As respostas involuntárias do músculo liso são reguladas pelo sistema nervoso autônomo. O tônus simpático (adrenérgico) provoca broncodilatação por meio da presença de receptores β2-adrenérgicos expressos no musculo liso respiratório, esses receptores são ativados pela epinefrina a qual é secretada pela medula adrenal causando a brondocilatação. ✔ O tônus parassimpático (colinérgico) causa broncoconstrição através do nervo vago que fornece inervação dos pulmões. As células do musculo liso respiratório expressam receptores muscarinicos do tipo M os quais são estimulados pela acetilcolina liberada pelos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos e assim geram broncoconstricao. ✔ Além disso, as fibras não adrenérgicas não colinérgicas (NANC) também inervam a arvore respiratória e podem gerar tanto broncoconstricao por meio da liberação de neuropeptideos por exemplo a neurocinina A, quanto broncorelaxamento através da liberação de óxido nítrico e polipeptideo intestinal vasoativo (VIP). FISIOPATOLOGIA DA ASMA ✔A pré disposição à asma brônquica está associada a uma hiper reatividade do indivíduo a desenvolver respostas imunes frente a substancias que normalmente não causam esse tipo de reação na maioria dos indivíduos. Estimulos como antígenos, infecções, ozônio, so2, no2, pó, ar frio e alguns fármacos podem desencadear em indivíduos asmáticos inflamações e por tanto crises asmáticas. ✔O indivíduo com asma brônquica não desencadeia essa resposta imediatamente, ele precisa inicialmente ser exposto pela primeira vez e isso faz com que o sistema imune se prepare para uma segunda exposição e nessa segunda o indivíduo desencadeia uma resposta imune intensa. Essa resposta intensa desenvolve um processo inflamatório desproporcional e uma hiper reatividade brônquica onde não somente mediadores inflamatórios mas também o próprio sistema nervoso autonômico gera uma contratilidade anormal dos brônquios e da musculatura bronquial fazendo com que ocorra broncoconstrição. Essa broncoconstricao é desencadeada em decorrência da ação de mediadores inflamatórios produzidos durante a inflamação e também por uma hiper reatividade do sistema nervoso autonômico parassimpático. ✔ A forma de reverter isso é a utilização de fármacos, geralmente utilizamos fármacos broncodilatadores os quais atuam na arvore brônquica e agem revertendo essa broncoconstricao então ele atua independente da origem, ele sempre vai promover a elasticidade pulmonar. Em uma crise asmática e na asma crônica pode-se utilizar também fármacos chamados de anti inflamatórios esteroidais. ✔A asma brônquica é uma condição semelhante a um processo alérgico. Os princípios da geração de uma crise asmática é basicamente os mesmos da resposta alérgica com a diferença que na crise alérgica se enfoca nos pulmões e vias aéreas já nas alergias pode ocorrer em todo o corpo. ✔A asma pode ser aguda ou crônica. Esta última é tratável e tende a se tornar cada vez mais danosa caso o indivíduo não se trate. ✔Algumas teorias constam que a asma resulte de um desequilíbrio imune, que favorece os linfócitos TH2 em relação aos TH1. ✔ Nos indivíduos normais (não atópicos), o alergênio é fagocitado por células apresentadoras de antígeno, estimulando resposta de baixo nível das células TH1 e produção de quantidades apropriadas de anticorpos IgG dirigidos contra o alergênico. Todavia, nos indivíduos atópicos, o mesmo alergênio induz intensa resposta das células TH2 mediada pela liberação de IL-4, que leva as células B a produzirem quantidades exageradas de anticorpos IgE dirigidos contra o alergênico. Os anticorpos IgE ligam-se a receptores de IgE de alta afinidade nos mastócitos, e a ligação cruzada subsequente dos receptores de IgE após nova exposição ao alergênio provoca a extrusão de grânulos dos mastócitos e desencadeia reação alérgica. ✔ No segundo mecanismo, células TH2 podem induzir diretamente uma reação de hipersensibilidade de tipo IV por meio da produção de IL-13 (e, em menor grau, de IL-4). Nas vias respiratórias, a IL-13 provoca hiperplasia das células caliciformes, produção aumentada de muco e hiperplasia e/ou hipertrofia do músculo liso. ✔ No terceiro mecanismo, os linfócitos TH2 recrutam eosinófilos por meio da produção de IL-5, bem como de GM-CSF e IL-4. Essas citocinas (particularmente a IL-5) induzem a proliferação de eosinófilos e sua liberação da medula óssea e também promovem a sobrevida dessas células na circulação e nos tecidos. ✔ Um dos mecanismos pelos quais os alergênios causam as manifestações patológicas e clínicas da asma consiste em resposta de hipersensibilidade de tipo I mediada por IgE. A resposta alérgica é desencadeada quando uma célula dendrítica fagocita um alergênio inalado. A célula dendrítica apresenta o alergênio processado às células TH2 e as ativa. Em seguida, as células TH2 ativadas ligam-se aos linfócitos B por meio de CD40 em sua superfície, ativando-os. As células TH2 ativadas também produzem IL-4 e IL- 13, que induzem a transformação das células B em plasmócitos produtores de IgE. ✔ O alergênio liga-se à IgE fixada aos mastócitos e estabelece ligações cruzadas entre os receptores de FCεRI, ativando, assim, os mastócitos. O mastócito ativado sofre extrusão de grânulos, liberando seus mediadores inflamatórios pré-formados. Essas moléculas incluem histamina, enzimas proteolíticas e certas citocinas (como o fator de ativação das plaquetas). O mastócito ativado também libera ácido araquidônico de sua membrana plasmática e produz leucotrienos e prostaglandina D2 ✔ Agudamente, a extrusão de grânulos dos mastócitos provoca broncoconstrição e inflamação das vias respiratórias. A histamina liberada pelos mastócitos promove extravasamento capilar, resultando em edema das vias respiratórias. Os mastócitos também liberam leucotrieno C4 (LTC4), que subsequentemente é convertido em LTD4 e LTE4 Esses três leucotrienos, denominados cisteinil leucotrienos, são fundamentais na fisiopatologia da asma, na medida em que induzem broncoconstrição acentuada. Leucotrienos também provocam hipersecreção de muco, extravasamento capilar e edema vasogênico e recrutam células inflamatórias adicionais.. ✔ Os mastócitos também liberam triptase, uma protease que ativa os receptores presentes nas células epiteliais e endoteliais, induzindo a expressão de moléculas de adesão que atraem eosinófilos e basófilos. A triptase também é mitógeno do músculo liso, que provoca hiperplasia das células do músculo liso das vias respiratórias, contribuindo para a hiper-responsividade das vias respiratórias. A produção de IL-1, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, GM-CSF, interferona-γ e TNF-α pelos mastócitos contribui para a inflamação crônica e a reação asmática crônica. Por fim, os mastócitos liberam proteases e proteoglicanos, que atuam sobre as estruturas de sustentação das vias respiratórias, produzindo alterações crônicas nas vias respiratórias (processo também denominado remodelagem das vias respiratórias). ✔ Os eosinófilos migramda corrente sanguínea para as vias respiratórias, ligando-se a moléculas de adesão específica, particularmente VCAM-1, e seguindo um trajeto ao longo de gradientes de quimiocinas para os locais de inflamação. Uma vez recrutados nas vias respiratórias, os eosinófilos desempenham complexo papel multifuncional na asma. Os eosinófilos ativados secretam grânulos citotóxicos, que provocam lesão tecidual local e induzem remodelagem das vias respiratórias, mediadores lipídicos e neuromodeladores que afetam o tônus das vias respiratórias, bem como citocinas e quimiocinas que recrutam outras células inflamatórias. ✔ Os grânulos tóxicos dos eosinófilos contêm diversas proteínas catiônicas – incluindo proteína básica principal (PBP), proteína catiônica eosinofílica (PCE), peroxidase dos eosinófilos e neurotoxina derivada dos eosinófilos – que provocam lesão direta do epitélio brônquico. A PCE, por exemplo, pode romper a integridade das membranas das células-alvo, formando poros seletivos para íons e insensíveis à voltagem, enquanto a peroxidase dos eosinófilos catalisa a produção de espécies de oxigênio altamente reativas, que oxidam as proteínas das células-alvo e induzem apoptose. Os eosinófilos também produzem metaloproteinases da matriz, que contribuem para a remodelagem das vias respiratórias. ✔ Os eosinófilos contribuem tanto direta quanto indiretamente para a hiper-responsividade das vias respiratórias. A PBP e a PCE afetam o tônus do músculo liso e induzem hiper- responsividade, aumentando as concentrações intracelulares de cálcio e danificando receptores muscarínicos M2 inibitórios, com consequente aumento do tônus vagal. Cisteinil leucotrienos derivados de eosinófilos e neuropeptídios (como a substância P) aumentam vasodilatação, permeabilidade vascular, hipersecreção de muco e contração do músculo liso das vias respiratórias. Por fim, os eosinófilos são células imunomoduladoras capazes de amplificar a resposta imune na asma. Os eosinófilos suprarregulam as moléculas de adesão endoteliais e, por conseguinte, recrutam outras células inflamatórias. Os eosinófilos também são células apresentadoras de antígenos, capazes de ativar os linfócitos T. ✔ Leucotrienos são alguns dos mais potentes broncoconstritores conhecidos e constituem mediadores importantes da inflamação nas vias respiratórias. Ocorre formação de leucotrienos quando o ácido araquidônico é liberado do folheto interno da membrana plasmática por ação da fosfolipase A2 (PLA2). O ácido araquidônico é convertido em leucotrieno A4 por ação da 5-lipo- oxigenase. A 5-lipo-oxigenase é ativada pela enzima ligada à membrana, a proteína de ativação da 5-lipo- oxigenase (PALO). O leucotrieno A4 é convertido em leucotrieno C4 por ação da leucotrieno C4 sintase em mastócitos e eosinófilos, e o leucotrieno C4 é transportado para fora da célula. O leucotrieno C4 é convertido em leucotrieno D4 e, a seguir, em leucotrieno E4; todos esses três cisteinil leucotrienos ligam-se a receptores CysLT1 expressos nas células do músculo liso das vias respiratórias, resultando em broncoconstrição e em edema. O leucotrieno A4 é convertido em leucotrieno B4 por epóxido hidrolase nos neutrófilos e monócitos. O leucotrieno B4 é transportado para fora da célula e liga-se a receptores BLT1 expressos nos leucócitos, resultando em quimiotaxia e recrutamento dos leucócitos. A via dos leucotrienos pode ser inibida pelo inibidor da 5-lipo-oxigenase, zileutona, ou pelos antagonistas do receptor CysLT1, montelucaste e zafirlucaste. ✔ Na asma temos uma resposta inflamatória com participação de linfócitos produtores de anticorpos e na dpoc não temos a participação da via de produção de anticorpos, nós temos uma resposta inflamatória que migra para uma resposta imune celular e envolve linfócitos T citotóxicos que são agressivos para a função pulmonar. ✔ Então, apesar dessas duas condições terem como base a produção de uma resposta inflamatória, nós temos duas condições que se distinguem por conta da especificidade da resposta inflamatória/imune que é desencadeada. Isso explica porque alguns fármacos utilizados no tratamento da asma brônquica não são uteis para o tratamento da dpoc. Alguns fármacos que interferem na produção de anticorpos como os monoclonais apresentam baixa efetividade na dpoc. FISIOPATOLOGIA DA ASMA ✔ Um indivíduo asmático desencadeia uma crise asmática quando é exposto a alérgenos pois estes estimulam o sistema imune a desencadear a resposta imune. Como esse indivíduo já possui um sistema imune apto a responder rapidamente a esses alérgenos, quando ele entra em contato com qualquer alérgeno este rapidamente estimula as células imunológicas a responderem. As células envolvidas com a resposta inflamatórias como os mastócitos vão identificar esse antígeno e os mastócitos vão degranular substancias que vão desencadear a primeira fase da crise asmática. Nessas vesículas dos mastócitos eles degranulam espasmogenos que são substancias que atuam diretamente na parede do pulmão fazendo com que o pulmão reaja contraindo rapidamente, então eles são substancias contráteis. E em paralelo a liberação dos espasmogenos tem-se a liberação de diversas substancias que estimulam ainda mais o sistema imune e atraem mais células do sistema imune para a resposta inflamatória. Entre essas substancias tem-se quimiotaxinas e quimiocinas que são substancias que estimulam novas células do sistema imune tanto da resposta imune inata quanto adiquirida. ✔ Ao mesmo tempo que essa fase inicial desencadeia uma resposta inflamatória aguda rápida nós temos também, caso o indivíduo se mantenha exposto a esse antígeno, o desenvolvimento de uma resposta imune tardia ou chamada fase tardia. Essa fase tardia se desenvolve em paralelo ao desencadeamento da degranulaçao de mastócitos temos células locais residentes chamadas de células apresentadoras de antígeno que estão preparadas para capturarem esses antígenos e conduzirem esses antígenos para o gânglio mais próximo. No gânglio mais próximo essas células apresentadoras de antígenos vão apresentar esses antígenos para linfócitos TCD4 e estes quando ativados vão ativar a via imune adquirida do tipo Th2. A via Th2 é a responsável pela estimulação de linfócitos B a se transformarem em plasmócitos e os plasmocitos produzidos são responsáveis por um tipo especifico de imunoglobulina que é a Ig E. A Ig E é extremamente importante durante a crise asmática porque é ela que vai reforçar a resposta inflamatória local durante uma crise asmática. Isso porque a Ig E é a responsável por estimular mais mastócitos a degranularem espasmogenos e substancias da cascata inflamatória e além disso a Ig E também vai recrutar um segundo tipo de células que são os eosinófilos e estes juntamente com os mastócitos vão liberar ainda mais espasmogenos fazendo com que a broncoconstricao se torne ainda mais intensa e além disso os esosinofilos vão liberar substancias extremamente agressivas para o tecido da arvore brônquica fazendo com que esse tecido fique progressivamente incapaz de gerar a troca gasosa. Existem 2 tipos de proteínas que causam esse efeito que é a proteína básica principal dos eosinófilos (PBP) e a proteína catiônica dos eosinófilos(PCE), essas proteínas geram lesão direta ao tecido muscular. ✔ Então, o indivíduo com asma crônica em que os eosinófilos se encontram frequentemente sendo estimulados, esse indivíduo vai estar sujeito a danos progressivos na arvore brônquica de forma que esta perca gradativamente a sua capacidade de realizar trocas gasosas. Além disso, juntamente com os mastócitos os eosinófilos também liberam mediadores inflamatórios. Um mediador extremamente importante na asma brônquica é o leucotrieno. ✔ Diferentemente da asma, a DPOC envolve uma via imune adquirida diferente. Enquanto a asma envolve a via Th 2, a DPOC envolve a via do tipo Th 1. A via Th 1 é estritamentecelular, ela vai ativar linfócitos T citotóxicos e estes vao ser capazes de estimular ainda mais as lesões causadas no local. Assim, na DPOC não temos o envolvimento da produção de Ig E. ✔ Alguns fármacos atuam modulando a Ig E e estes então não sao eficazes para tratar a DPOC uma vez que nesta não envolve a produção de Ig E. Essa é uma diferença importante!! ✔ Mastocitos e eosinófilos são estimulados durante a asma brônquica e eles liberam diversas substancias. Os mastócitos liberam histamina, leucotrienos, quimiocinas, quimiotaxinas e espasmogenos, citocinas. Essas duas substancias, histamina e leucotrienos são importantes na contração da musculatura lisa bronquial. Em decorrência dessas substancias liberadas pelos mastócitos e eosinófilos ocorre uma reação asmática crônica com broncoconstricao, edema vasogenico, hipersecreção de muco, inflamação crônica, remodelagem das vias respiratórias. Na asma brônquica a remodelagem não ocorre frequentemente, já na DPOC por ser uma coisa mais crônica ocorre a remodelagem das vias respiratórias pois o tecido está sendo frequentemente estimulado ✔ O processo inicial para a produção de leucotrieno se assemelha muito com o processo de produção da prostaglandina. O que diferencia a produção de mediadores inflamatórios na asma brônquica para a resposta inflamatória em outros locais do corpo? O que diferencia é que nessas células estimuladas durante a resposta inflamatória alérgica temos uma predominância de uma enzima que tende a favorecer a produção de leucotirenos e não de prostaglandinas, a 5 ciclolipooxigenase que transforma o ácido aracdonico em leucotrieno, já a ciclooxigenase favorece a produção de prostaglandina a partir do ácido aracdonico. ✔ Quando os mastócitos reconhecem um antígeno ocorre a ativação dos receptores Tol Like que são receptores que detectam antígenos e estimulam a atividade da fosfolipase A2 e essa enzima quebra fosfolipideos de membrana em ácido aracdonico. O ácido aracdonico livre vai ser convertido em um tipo de mediadores inflamatórios dependendo do tipo de enzima conversora que essa célula do sistema imune tem. Se fosse um neutrófilo ou um macrófago provavelmente eu teria uma maior produção de prostaglandina pois estes possuem maior quantidade de ciclo oxigenasse. ✔ O primeiro leucotrieno formado pelo ácido aracdonico a partir da estimulação de eosinófilos e mastócitos é o leucotrieno A4 e este, por meio da ação de enzimas, será convertido em alguns tipos de leucotrienos que são divididos em leucotrieno estimuladores de células do sistema imune e leucotrienos broncoespasmogenos. Então, o primeiro leucotrieno que é o P4 é ele que quando liberado por essas células vai estimular células do sistema imune, inclusive mais mastócitos e eosinófilos fazendo com que células do sistema imune cheguem efetivamente ao pulmão. ✔ Tem-se outros tipos de leucotrienos produzidos basicamente o C4 que é precursor de outros 2 tipos de leucotrienos que é o D4 e o E4 esses 3 leucotrienos são estimuladores do receptor de cistenilleucotrieno do tipo 1 e esse receptor está localizado na musculatura lisa bronquial. Por tanto, quando esses leucotrienos liberados por essas células atingem o musculo liso bronquial vão causar a estimulação da contração bronquial, além disso, esses leucotrienos terão papel semelhante ao D4 pois vão estimular a migração de mais células do sistema imune. Um outro efeito importante dos leucotrienos é o aumento da permeabilidade vascular causando edema pulmonar. Por tanto o leucotrieno tem um efeito biológico muito semelhante ao da prostaglandina. Assim o leucotrieno é um alvo importante para o tratamento da asma brônquica. ✔ Dentro da própria célula também existem outros alvos importantes como a enzima ciclolipooxigenase. O ineucutona é um inibidor dessa enzima ciclolipooxigenase. Um outro alvo importante é a fosfolipase A2. Ela é inibida pelo fármaco anti inflamatório esteroidal/glicocorticoides assim por isso esses medicamentos são importantes na asma brônquica. ´ DOEÇÃ PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ✔ É uma reação inflamatória anormal das vias aéreas em resposta a gases e partículas prejudiciais. A DPOC se caracteriza por uma diminuição prolongada e crescente do fluxo respiratório que não consegue ser completamente neutralizada pelos simpaticomiméticos Beta 2. FISIOPATOLOGIA DA DPOC ✔ A DPOC está mais associado a exposição do indivíduo a partículas ambientais, a partículas solidas e por um período curto. Essas partículas estimulam a resposta inflamatória. Uma dos fatores principais é o fumo, pois este apresenta muitas foligens as quais geram resposta inflamatória. Essas partículas, por serem solidas, são difíceis de retirar do organismo pois não são digeríveis pelas vesículas lisossomais. Assim essas partículas ficam à deriva na parede do pulmão e este desenvolve uma resposta inflamatória persistente acompanhada de uma resposta imune do tipo celular (Th 1). ✔Enquanto que na asma brônquica tem-se o predomínio de mastócitos e eosinófilos, na DPOC temos o predomínio de macrófagos e neutrófilos além das células Tcitotóxica que são células que estimulam a avidez das células fagociticas. Não só o fumo mas outros fatores como trabalhadores de minas, construção civil, etc também podem desenvolver a DPOC. Além do fator ambiental, o fator genético também influencia muito no desenvolvimento da DPOC. ✔O indivíduo que se expõe cronicamente a partículas gera uma resposta inflamatória apresentando sintomas característicos, enquanto na asma brônquica a tosse tende a ser seca, na DPOC a tosse é acompanhada de catarro (tosse produtiva), o indivíduo percebe por pelo menos 3 meses com esses sintomas. Quando o indivíduo desencadeia a DPOC ele fica com respostas inflamatórias severas e isso causa alterações morfológicas severa e rápida. O indivíduo com DPOC tem perda da elasticidade dos pequenos brônquios e assim a expiração se torna incompleta e as trocas gasosas ficam prejudicadas, assim a pressão de oxigênio e CO2 se alteram drasticamente e causam a insuficiência respiratória. ✔ A perda da elasticidade ocorre por conta da enzima elastase e também por conta dos fibroblastos os quais passam a sintetizar tecido fibrotico o qual pode substituir tecidos e assim o musculo se torna enrijecido. ✔ Com a perda da elasticidade pulmonar e a troca do tecido por um tecido fibrotico começa a desenvolver o enfisema. O enfisema é a troca do tecido funcional por um tecido fibrotico incapaz de realizar a as trocas gasosas e além disso isso começa a causar prejuízo na vasculatura pulmonar e isso faz com que o fluxo sanguíneo pulmonar se torne obstruído. Então os capilares são os primeiros a perderem o seu fluxo adequado nas vias aéreas e isso gera um quadro extremamente importante que é o Cor Pulmonale ICC que é a insuficiência cardíaca congestiva. Então ele desenvolve uma insuficiência cardíaca porque o coração tenta mandar sangue para os pulmões mas o sangue não flui para os pulmões e dessa forma existe uma pressão contraria de volta ao coração e este com o passar do tempo perde gradativamente a capacidade de exercer o seu trabalho, ele fica hipertrofiado. Isso tudo gera edema adicional e isso vai dificultar ainda mais a capacidade respiratória desse paciente. ✔ Assim, deve-se tratar esse paciente na questão pulmonar e cardíaca. Isso é a diferença da patogenia da DPOC e da asma, pois na DPOC ocorre lesão do coração também. DIFERENÇA ENTRE DPOC E ASMA: Na asma brônquica envolve a produção de resposta Th 2 com anticorpos IgE e ocorre o envolvimento de eosinófilos e mastócitos, já na DPOC tem- se um perfil de resposta Th1 com predomínio de macrófagos e neutrófilos. Os macrófagos recrutam os neutrófilos. Ocorre a estimulação de fibroblastos o que faz com que o tecido fique fibrosado e torna o tecido rígido. O macrófago estimula neutrófilos a liberarem enzimascomo as proteazes que causam efeitos danosos no tecido funcional, além disso tem- se a produção de muco como fator agravante para a respiração. MEDICAMENTOS ✔ A via inalatória é a preferencia pois há uma atuação direta do medicamento, há um menor tempo de inicio de ação, as doses necessárias para o efeito são menores, e há menos efeitos colaterais sitêmicos. INALADORES PRESSURIZADOS COM DOSES MEDIDAS (IDMs) ✔ ‘’Bombinha’’, spray, aerosol, nebulimetro pressurizado ✔ São os mais utilizados ✔ Deve-se utilizalos sempre com espaçador pois este maximiza a liberação e minimiza a deposição na orofaringe) ✔O IDM não garante que o fármaco seja completamente jogado para as vias aéreas, uma parte do fármaco vai pros pulmões e a maior parcela cai no trato gastrointestinal e parte é absorvida e parte é eliminada, a absorvida cai na circulação sistêmica. Isso quer dizer que um fármaco administrado via inalatória não garante que não ocorra efeitos adversos pois eles caem na circulação sistêmica então podem agir em outros locais. FARMACOTERAPIA DA ASMA E DPOC ✔ Os agentes farmacológicos utilizados no tratamento da asma são os broncodilatadores, que aliviam a broncoconstrição do músculo liso, são utilizados como agentes de alívio, enquanto medicamentos anti- inflamatórios, que diminuem a inflamação das vias respiratórias, são utilizados como agentes de controle. ✔ Os fármacos para o tratamento da DPOC e asma são agrupados dessa forma: os broncodilatadores que atuam no musculo liso bronquial, esses fármacos atuam mimetizando o sistema nervoso autonômico simpático. O SN é extremamente importante para controlar a função das trocas gasosas no pulmão, e o quanto ele está contraído ou relaxado. O sistema parassimpático causa broncoconstrição e o simpático causa broncorelaxamento assim um dos fármacos mais utilizados são os que mimetizam o SN simpático por meio da estimulação do receptor pulmonar que causa broncodilatação. Então a noradrenalina causa broncodilatação. Utilizando fármacos que mimetizam a noradrenalina temos efeito broncodilatador. Isso explica o fato de a adrenalina ou noradrenalina reverter casos agudos de crise asmática isso porque essas substancias são agonistas de receptores beta 2 adrenergicos, assim ela adrenalina aplicada vai mimetizar a adrenalina produzida pela nossa suprarrenal que causa broncodilatação. BRONCODILATADORES AGONISTAS BETA 2 ADRENERGICOS MECANISMO DE AÇÃO (Agonistas β2 e teofilina): Nas células do músculo liso das vias respiratórias, a ativação da proteinoquinase A pelo AMPc leva à fosforilação de várias proteínas intracelulares e, por conseguinte, ao relaxamento do músculo liso e broncodilatação. Pode-se esperar que qualquer tratamento capaz de aumentar os níveis intracelulares de AMPc resulte em broncodilatação. Na prática, isso pode ocorrer de duas maneiras: por aumento da produção de AMPc ou inibição de sua degradação. A produção de AMPc é estimulada pela ativação mediada por agonistas β2 dos receptores β2-adrenérgicos, que são acoplados à proteína G. A degradação do AMPc é inibida pela inibição da fosfodiesterase mediada pela teofilina. ✔Existem ainda fármacos seletivos e não seletivos ao beta 2 adrenergico. Os fármacos menos seletivos aos receptores beta 2 adrenergicos podem produzir efeito broncodilatador mas acompanhado de efeitos cardíacos uma vez que são mais seletivos aos receptores beta 1 adrenergicos. Os receptores β-adrenérgicos estão acoplados à proteína G estimuladora GS. A subunidade α da GS ativa a adenililciclase, que catalisa a produção de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc). No pulmão, o AMPc provoca redução da concentração intracelular de cálcio e, por meio da ativação da proteinoquinase A, inativa a quinase da cadeia leve de miosina e ativa a fosforilase da cadeia leve de miosina. Além disso, os agonistas β2 abrem os canais de potássio ativados pelo cálcio (KCa) de grande condutância e, por conseguinte, hiperpolarizam as células do músculo liso das vias respiratórias. A combinação de redução do cálcio intracelular, aumento da condutância do potássio da membrana e diminuição da fosforilação da cadeia leve de miosina leva ao relaxamento do músculo liso e à broncodilatação. ✔ Como a estimulação β2-adrenérgica do músculo liso das vias respiratórias leva ao relaxamento, pode-se deduzir que a administração sistêmica ou por aerossol de agentes que estimulem os receptores β2- adrenérgicos deve ser efetiva no tratamento da asma. ✔ A adrenalina não é seletiva a receptores do SN autonômico, ela vai ativar vários receptores e causa um efeito broncodilatador muito eficiente mas isso vai causar efeitos sistêmicos fortes como aumento da PA. Então a noradrenalina e adrenalina é usada em emergências para reverter os casos. Mas utilizar constantemente pode trazer riscos para o paciente. ✔ Assim, seria importante trabalhar com fármacos seletivos aos receptores beta 2 adrenergicos localizados no pulmão. ✔Lembrar que o sistema autonômico simpático tem influência em diversos órgãos dentre eles o pulmão e coração e esse sistema se utiliza de receptores beta adrenérgicos tanto no coração quanto no pulmão. A diferença é que no pulmão o sistema nervoso simpático atua através da ativação de receptores beta 2 adrenergicos e no coração ele atua em receptores beta 1 adrenergicos. Quando o sistema nervoso simpático ativa o tecido muscular pulmonar ele causa broncodilatação. O SN parassimpático faz o oposto, casa broncoconstricao. ✔O SN parassimpático, através de receptores muscarinicos, causa interferência positiva, ou seja, permite que a maquinaria contrátil do pulmão funcione. Por isso existem fármacos broncodilatadores que inibem a ação do sistema nervoso parassimpático. ✔ Salbutamol foi o primeiro desses agentes fortemente β2-seletivos a tornar-se disponível na forma inalada, reduzindo ainda mais os efeitos sistêmicos. Os modernos agonistas β2-seletivos inalados foram os primeiros fármacos a proporcionar tratamento regular da asma, com perfil aceitável de efeitos adversos. Todavia, quando administrados em altas doses, particularmente se tomados por via oral, até mesmo esses fármacos podem causar estimulação cardíaca. Além disso, como os receptores β2-adrenérgicos são expressos no músculo esquelético periférico, a ativação desses receptores por agentes β2-seletivos pode resultar em tremor. LISTA DE FÁRMACOS AGONISTAS BETA 2 ADRENÉRGICOS FORMOTEROL (e a sua forma enantiomérica pura, arformoterol, aprovada apenas para DPOC) SALMETEROL, são conhecidos como agonistas β de ação longa (LABA). EPINEFRINA TERBUTALINA SALBUTAMOL ✏ Com efeito, o uso regular de formoterol ou salmeterol pode estar associado a aumento de mortalidade pela asma. Um comitê consultivo da FDA recomendou que formoterol e salmeterol fossem usados apenas em associação ao corticosteroide inalado. Como salmeterol apresenta início de ação mais lento que o do salbutamol, não deve ser utilizado para exacerbações da asma aguda. Formoterol apresenta rápido início de ação e pode ser utilizado como inalador de recuperação, embora ainda não tenha sido aprovado para essa indicação nos Estados Unidos. Uma estratégia tem sido a associação de formoterol com corticosteroide inalado (budesonida) para uso quando necessário em quadros de asma leve. Toda vez que o paciente faz uso dessa associação, formoterol fica disponível para proporcionar alívio agudo dos sintomas, porém é também administrada uma dose de corticosteroide inalado para ajudar a combater a inflamação subjacente AGONISTAS ALFA E BETA: fármacos não seletivos a receptores beta adrenérgicos. Como a epinefrina e isoproterenol. Quanto menos seletivos o fármaco for maior as reações adversas, por isso esses medicamentos são pouco utilizados. Os receptores alfa também são ativados e isso pode aumentar a resistência vascular periféricae isso, em conjunto com o aumento da frequência cardíaca pode causar elevação da PA. Assim para tratar a asma brônquica constantemente é preferível utilizar fármacos com baixa seletividade aos receptores beta adrenérgicos e dentre esses dar preferência a fármacos com seletividade aos beta 2 adrenergicos ✏ EPINEFRINA ✏ ISOPROTENEROL AGONISTAS BETA NÃO SELETIVO DE ACAO CURTA: São fármacos que atuam em receptores beta 2 adrenergicos mas também atuam pouco em receptores beta 1. Então, todos os fármacos dessa lista de medicamentos agonistas neta não seletivos de acao curta são fármacos que produzem ativação de receptores beta 2 nos pulmões causando broncodilatação mas também causam um significativo efeito cardíaco. Todos esses fármacos tem como característica uma menor seletividade a receptores beta adrenérgicos mas eles não atuam em receptores alfa adrenérgicos como a epinefrina pois ela é um fármaco pouco seletivo. ✏ ISOETARINA ✏ METAPROTERENOL ✏ SAIBUTAMOL ✏ TERBUTALINA ✏ LEVALBUTEROL ✏ PIRBUTEROL ✏ BITOLTERLOL FÁRMACOS AGONISTAS BETA 2 SELETIVOS E DE AÇÃO LONGA (LABA) : SÃO DE AÇÃO LONGA E POSSUEM ALTA SELETIVIDDE AOS RECEPTORES BETA 2 ADRENERGICOS. ✏ FORMOTEROL ✏ SALMETEROL ✏ ARFOMOTEROL ✏ INDACATEROL ✔ Entao, um indivíduo que já faz uso de fármacos agonistas beta adrenérgicos e possui uma frequência muito grande de reações adversas , uma opção para esses fármacos é a utilização de fármacos LABA. Esses fármacos possuem duas características importantes, eles são de longa duração e apresentam poucas reações adversas (cardíacas) como risco da elevação da pressão arterial. ✔ Com o passar dos tempos os fármacos geram uma tolerância pois os receptores passam a não se ativar mais. ✔ O fármaco básico preconizado pelo SUS para o tratamento da asma bronquica é o solbutanol, este faz parte do grupo dos fármacos agonistas beta de ação curta. Ele é amplamente utilizado. METILXANTINAS - XANTINAS MECANISMO DE AÇÃO: O principal efeito broncodilatador parece dever-se à inibição inespecífica de isoenzimas da fosfodiesterase. A inibição da fosfodiesterase dos tipos III e IV impede a degradação do AMPc nas células do músculo liso das vias respiratórias, resultando em relaxamento do músculo liso por diminuição do cálcio intracelular, aumento da condutância de potássio da membrana e redução da fosforilação da cadeia leve de miosina. O efeito broncodilatador das metilxantinas resulta da alteração da mesma via iniciada pelos agonistas β2, embora as metilxantinas atuem distalmente à estimulação dos receptores β2- adrenérgicos. Metilxantinas também inibem isoenzimas da fosfodiesterase das células inflamatórias. A inibição da fosfodiesterase do tipo IV em linfócitos T e eosinófilos exerce efeito imunomodulador e anti-inflamatório. ✔ As xantinas são fármacos que inibem a metabolização do AMPC produzido após a ativação dos receptores beta 2 adrenergicos. Esse fármaco consegue garantir um tempo maior de permanência do AMPC nas células musculares lisas e isso permite que o musculo liso bronquial fique um maior tempo relaxado. Esses fármacos basicamente inibem a enzima fosfodiesterse que é a enzima que degrada o AMPc produzido após a ativação de receptores beta 2 adrenergicos. ✔ Assim, existem 2 mecanismos de ação desses fármacos: um é o aumento do tempo de ação do AMPc dentro do musculo liso vascular fazendo com que a vasodilatação aconteça e o segundo é o impedimento da ação de uma substancia broncoconstritora fazendo com que o efeito broncodilatador se torne persistente. ✔ A TEOFILINA é uma antagonista dos receptores de adenosina. Os receptores de adenosina são expressos em células do músculo liso das vias respiratórias e mastócitos, e o antagonismo desses receptores poderia desempenhar um papel na prevenção de broncoconstrição e inflamação. Todavia, o antagonismo dos receptores de adenosina é responsável por muitos dos efeitos secundários de teofilina, incluindo aumento da ventilação durante a hipoxia, maior resistência dos músculos diafragmáticos e diminuição da liberação de mediadores estimulados pela adenosina dos mastócitos. Além disso, alguns dos efeitos adversos da teofilina, como taquicardia, agitação psicomotora, secreção gástrica de ácido e diurese, são mediados por meio do antagonismo dos receptores de adenosina. ✔ Como metilxantinas não são seletivas e apresentam múltiplos mecanismos de ação, provocam múltiplos efeitos adversos e apresentam índice terapêutico relativamente estreito. ✔ Fármacos que ficam na transição entre broncodilatadores e anti inflamatórios são os fármacos modificadores da atividade de leucotrienos. Esses fármacos são muito importantes e mais atuais. FÁRMACOS TEOFILINA AMINOFILINA ✔ Quando eu associo a teofilina e xantina com fármacos antagonistas beta 2 adrenergicos ai eu vou ter um efeito adicional pois enquanto os agonistas beta 2 adrenergicos causam produção de AMPc e relaxamento do musculo liso bronquial, a teofilina vai garantir que o AMPc produzido não seja degradado precocemente. ✔ O efeito adicional que as xantinas possuem também é a inibição da ação da adenosina que é produzida em grande quantidade durante um processo inflamatório assim, a adenosina ativa um receptor de adenosina tipo 1 que é acoplada a proteína G do tipo inibitória e esse receptor quando ativado inibe a enzima que é ativada pelos receptores beta 2 adrenergicos que é a adenilciclase . Por tanto, a adenosina impede que o bronco relaxamento ocorra. Assim, eu posso utilizar a teofilina para impedir a ação da adenosina porque a teofilina é um antagonista de receptores da adenosina, ela impede que a adenosina se ligue ao seu receptor e assim o efeito broncodilatador ocorre. O AMPc é o segundo mensageiro produzido pela ação do agonista beta 2 adrenergico e o AMPc é responsável por ativar a PKA e esta inibe a ativação de enzimas que regulam o acoplamento da miosina com a actina e ela ainda reduz os níveis de cálcio intracelular e isso leva ao relaxamento no musculo liso. ✔ O efeito principal da teofilina é o efeito croncodilatador mas ela também tem efeitos adicionais sobre o sistema imune. Existem evidencias de que a teofilina causa redução da atividade das principais células do sistema imune dentre elas eosinófilos, linfócitos, mastócitos e macrófagos e isso explica o porquê a teofilina acaba sendo útil para o tratamento não só da asma brônquica mais também da DPOC porque ela consegue modular a atividade de células da resposta inflamatória da DPOC e da asma. A teofilina ajuda também na redução do edema, pois ela ajuda a diminuir o extravasamento de liquido dos vasos sanguíneos. E ela também melhora a eficiência do musculo estriado esquelético fazendo com que o indivíduo tenha maior força dos movimentos respiratórios. MAGNÉSIO Os íons magnésio inibem o transporte de cálcio nas células do músculo liso e podem interferir nas reações de fosforilação intracelulares que induzem a contração do músculo liso. Por esse motivo, o sulfato de magnésio é comumente usado como agente tocolítico para produzir relaxamento uterino e retardar o trabalho de parto prematuro. O magnésio tem efeitos semelhantes sobre o músculo liso das vias respiratórias e tem sido usado experimentalmente nas exacerbações da asma aguda. Embora os resultados dos estudos clínicos tenham sido variáveis, duas metanálises sugeriram benefício com uso de sulfato de magnésio em pacientes com exacerbações graves da asma que procuram um serviço de emergência. ANTAGONISTAS DE RECEPTORES MUSCARÍNICOS M3 MECANISMO DE AÇÃO: O SN parassimpático causa broncoconstricao. Durante a asma e a DPOC ocorre uma hiperatividade autonomautonômica parassimpatica e isso é favorecido e agravado pelo processo inflamatório e pela liberação de substancias espasmogenas. Então, para tratamento é interessante utilizar substancias queimpedem essa ação do parassimpático sobre os pulmões através da inibição da atividade do principal neurotransmissor do SN parassimpático que é a acetilcolina sobre o seu receptor muscarinico do tipo M3 que é um receptor existente nos pulmões assim eu impeço a broncoconstricao desencadeada pela liberação de acetilcolina no muculo liso bronquial. ✔ Assim o SN parassimpático atua pelo nervo vago liberando acetilcolina nos pulmões e dessa forma essa acetilcolina ativa receptores muscarinicos M3 e produz um efeito semelhante ao efeito da adenosina, ou seja, é o efeito inibitório sobre a ativação dos mecanismos vasodilatadores assim a ativação do sn parassimpático sobre o pulmão causa broncoconstricao. FÁRMACOS IPATRÓPICO, OXITRÓPICO E TIOTRÓPICO CLORIDRATO DE IPATRÓPIO (ATROVENT) MODIFICADORES DA ATIVIDADE DE LEUCOTRIENOS MECANISMO DE AÇÃO: A via dos leucotrienos começa quando o ácido araquidônico é convertido em leucotrieno A4 pela enzima 5-lipo-oxigenase. A inibição da 5-lipo-oxigenase por zileutona diminui a síntese de LTA4 e seus derivados ativos, os cisteinil leucotrienos. Distalmente, os fármacos montelucaste e zafirlucaste inibem a ligação de LTC4, LTD4 e LTE4 ao receptor de cisteinil leucotrienos (CysLT1). Por fim, a inibição da proteína que ativa a 5-lipo- oxigenase (proteína de ativação da 5-lipo-oxigenase ou PALO) está sendo ativamente explorada, embora nenhum agente aprovado até o momento atue por meio desse mecanismo. ✔ Esses fármacos já se encontram na transição entre fármacos anti inflamatórios e broncodilatadores. ✔ Eles não atuam essencialmente como broncodilatadores. Esses fármacos interferem diretamente na cascata inflamatória envolvida na produção de leucotrienos. Esses fármacos atuam especialmente na asma mas também na DPOC pois nesta existe também leucotrienos. O leucotrieno tem um papel na asma porque ele tem função de recrutar células do sistema imune e atua também ativando a contratilidade pulmonar. Assim, se eu utilizo um fármaco que interfira os leucotrienos eu impeço esses eventos. ✔ Temos os fármacos que impedem a ação do leucotrieno no musculo liso bronquial, que são os antagonistas do receptor cistenil-leucotrieno 1. E temos o fármaco que impede a formação do leucotrieno dentro da célula do sistema imune que são os inibidores da 5- lipoxigenase. Os mais utilizados são os antagonistas do receptor cistenil-leucotrieno 1. ✔ Esses fármacos aliviam o broncoespasmo e inibem o recrutamento de mais células do sistema imune. ✔ O zileutom inibe a enzima responsável pela transformação do ácido aracdonico em leucotrieno porem ele não é utilizado no brasil. ✔ Células como os mastócitos, ao reconhecerem antígenos, eles ativam a enzima fosfolipase A2 e esta converte fosfolipideos de membrana em ácido aracdonico. O ácido aracdonico vai ser convertido em leucotrieno a partir de uma enzima chamada de 5 lipooxigenase. Essa enzima produz o leucotrieno A4 e a partir da ação de outras enzimas teremos a formação de quatro leucotrienos, o leucotrieno B4 que vai atuar em receptores de leucotrienos do tipo 1 localizado em células da resposta inflamatória asmática fazendo com que células sejam recrutadas. E outros três leucotrienos, o C4, E4 e A4 os quais vão atuar no receptor cistenil leucotrieno do tipo 1 o qual está localizado no musculo liso vascular e em células da resposta inflamatória asmatica como os eosinófilos. Assim quando esses 3 leucotrienos ativam o receptor cistenil leucotrieno tipo 1 eles causam broncoconstricao, assim se eu bloquear esses receptor e impedir a ação desses leuctrienos eu impeço que a broncoconstricao ocorra. Esses receptores também estão envolvidos com a migração de mais células do sistema imune para o local da inflamação especialmente eosinófilos e também estão localizados em células vasculares do endotélio estimulando a permeabilidade vascular e causando uma maior fluxo de liquido pro meio externo levando a formação de edema. ✔ Assim, se esses fármacos bloquearem esses receptor pode ocorrer pelo menos 3 coisas: 1. Inibição da contratilidade do musculo liso bronqual causando broncodilatacao 2. Inibicao da migração de leucócitos especialmente eosinófilos dessa forma eu tenho menos células da resposta inflamatória asmática chegando no pulmão 3. Menor extravasamento de liquido pois eu impediria o aumento da permeabilidade vascular e evitaria edema ✔ Reações adversas não são significativas por isso eles são caros AGENTES ANTI-INFLAMATÓRIOS ✔ Para controlar a asma persistente e evitar a ocorrência de exacerbações da asma aguda, o tratamento de todas as formas da doença, exceto os casos mais leves, geralmente deve incluir agentes anti-inflamatórios. ✔ Os agentes anti inflamatórios são fármacos que não causam broncodilatacao, eles apenas limitam a resposta imune após o desencadeamento de uma crise crônica asmática. CORTICOSTEROIDES ✔ O primeiro fármaco anti inflamatório, que não é broncodilatador, é o glicocorticoide. Este causa redução da atividade do sistema imune. ✔ Corticosteroides inalados constituem o principal tratamento preventivo para a grande maioria dos pacientes com asma. Como corticosteroides inalados produzem concentrações locais mais altas nas vias respiratórias que as produzidas por dose equivalente de corticosteroides administrados sistemicamente, pode-se administrar dose total mais baixa, reduzindo, assim, a probabilidade de efeitos sistêmicos significativos. MECANISMO DE AÇÃO: Corticosteroides diminuem a transcrição de genes que codificam numerosas proteínas pró-inflamatórias (e outras proteínas); os exemplos incluem IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-11, IL-13, IL-15, TNF-α, GM-CSF, SCF, moléculas de adesão endoteliais, quimiocinas, sintase de óxido nítrico induzível (iNOS), ciclo-oxigenase (COX), fosfolipase A2, endotelina-1 e receptor de NK1-2. Como mencionado, a IL-4 é importante na indução da produção de IgE pelas células B, enquanto a IL-5 constitui importante fator de recrutamento de eosinófilos. Por conseguinte, a inibição de IL-4 e IL-5 diminui acentuadamente a resposta inflamatória na asma. Além disso, os corticosteroides induzem apoptose em diversas células inflamatórias, particularmente eosinófilos e linfócitos TH2. Corticosteroides diminuem a quantidade de células inflamatórias nas vias respiratórias, bem como reduzem a lesão do epitélio dessas vias. A permeabilidade vascular também é reduzida, com consequente resolução do edema das vias respiratórias. Além disso, embora os esteroides não afetem diretamente a função contrátil do músculo liso das vias respiratórias, a inflamação reduzida leva, com o passar do tempo, a diminuição da hiper-responsividade das vias respiratórias. FÁRMACOS CORTICOSTEROIDES BECLOMETASONA TRIANCINOLONA FLUTICASONA BUDESONIDA FLUNISOLIDA MOMETASONA CICLESONIDA ✔ Os anti inflamatórios não tratam a contratilidade do musculo liso vascular. Eles tratam o processo inflamatório instalado, podendo contribuir para o relaxamento do musculo liso vascular indiretamente mas normalmente eles devem ser utilizados em associação com fármacos broncodilatadores. ✔ Esses fármacos apresentam uma eficácia muito boa na asma brônquica mas uma eficácia mais restrita na DPOC ✔ Os glicocorticoides são fármacos imunossupressores, eles atuam reduzindo a atividade da resposta inflamatória imune de forma efetiva, ele vai ter ação na resposta imune do tipo Th2 na asma brônquica e Th1 que é importante para a DPOC, vai ter influência no funcionamento das células como eosinófilos e macrófagos que são importantes para a inflamação da asma brônquica,, vai ter ação sobre neutrófilos e macrófagos na DPOC e vão inibir a produção de mediadores inflamatórios como prostaglandinas e leucotrienos. ✔ Um efeito adicional dos glicocorticoides é que eles aumentam a expressão de receptores beta 2 adrenergicosno musculo liso pulmonar e isso justifica a utilização de fármacos agonistas beta 2 adrenergicos com glicocorticoides pois este último vai atuar no processo inflamatório e vai aumentar a quantidade de receptores beta 2 adrenergicos no musculo liso pulmonar e se associado com o fármaco agonista beta 2 adrenergico eu posso utilizar em uma dose menor porque isso me propicia reações adversas menores pois eu vou reduzir a dose. ✔ A candidíase orofacial e disfonia ocorre devido o uso de bombinha sem o espaçador, pois o medicamento se acumula na mucosa oral e na orofaringe e isso causa redução da imunidade no local e assim o deixa exposto a infecções. Além disso tem-se a supressão do eixo adrenal gerando a síndrome de cushing. ✔ Embora apenas 10 a 20% da dose administrada por inalação sejam liberados nas vias respiratórias (o restante fica depositado na orofaringe e é deglutido, a não ser que a boca seja lavada após o uso do inalador), isso produz concentração muito mais elevada do fármaco nas vias respiratórias que a obtida com dose semelhante administrada por via sistêmica. ✔Algumas vezes, entretanto, corticosteroides inalados são inadequados, e é necessário utilizar corticosteroides sistêmicos, como prednisona, na forma de “reforço” curto para as exacerbações agudas ou como terapia a longo prazo, quando a asma não consegue ser controlada com outros medicamentos. CROMOGLICATO E NEDOCROMIL: Os fármacos cromoglicato e nedocromil estão em desuso, sao imunomoduladores, e são utilizados atualmente para tratamento de respostas alérgicas oculares. ANTICORPOS ANTI-IgE ✔ O fármaco Anticorpo anti-imunoglobulina E (IgE), a IgE é importante para recrutar mais células da resposta imune inata, assim, se eu inibir a ação dessa imunoglobulina eu reduzo a resposta inflamatória. Tendo em vista a proeminência das respostas alérgicas mediadas por IgE na asma, pode-se deduzir que a inativação ou a remoção dos anticorpos anti-IgE da circulação pode atenuar a resposta aguda a um alergênio inalado. Na DPOC o processo inflamatório é diferente, a resposta imune é do tipo Th 1. Os fármacos broncodilatadores são bem utilizados na asma mas não são eficientes na DPOC. Os glicocorticoides também apresentam efetividade limitada quando utilizados para a DPOC apesar de serem incluídos na terapêutica. Fármacos que controlam a acao da IgE não é efetivo na DPOC pois esta envolve uma via inflamatória diferente. FÁRMACOS ANTI-IgE OMALIZUMABE: Omalizumabe diminui a quantidade de IgE circulante e também impede a remoção da IgE remanescente ao FcεRI dos mastócitos. Como não efetua ligação cruzada da IgE ligada ao FcεRI, omalizumabe geralmente não induz anafilaxia. Além disso, omalizumabe afeta as respostas asmáticas tanto da fase inicial quanto da fase tardia ao estímulo por alergênio inalado. Como se trata de um anticorpo, o omalizumabe precisa ser administrado por via subcutânea, a cada 2 a 4 semanas. Apesar de seu alto custo e da inconveniência da administração parenteral, o que limitou o uso de omalizumabe a casos graves de asma, o fármaco também possibilita redução de dose de esteroides necessária para controlar a doença e frequência de exacerbações de asma moderada ✔ É um fármaco mais recente. O omalizumab é um anticorpo desenvolvido para que seja capaz de reconhecer a imunoglobulina E (IgE) produzida na asma brônquica. Ele é um dos poucos fármacos que não é indicado para o tratamento da DPOC isso porque na DPOC a ativação da via Th2 é mínima e por tanto a produção de igE não é relevante na DPOC. Assim, esses fármacos são efetivos em asmas. ✔Ele é um anticorpo que vai atacar a IgE na fase crônica da asma brônquica, e ao inibir a IgE ele vai impedir a ativação de mais mastócitos e eosinófilos que são responsáveis pela liberação de mediadores inflamatórios, espasmocitos e substancias danosas ao tecido pulmonar e assim eu consigo aliviar os danos causados pelo processo inflamatório estimulado pela resposta imune durante a asma brônquica ✔É um tratamento caro. ✔ O malizumab atua especialmente sobre a IgE tanto neutralizando/inativando-a mas ele não interfere na produção de IgE, ele apenas inativa e inibe o processo de liberação da IgE ✔ Ele se prende a IgE e dessa forma, com a IgE bloqueada ele não vai ter receptores de IgE localizados em diferentes células como mstocitos, eosinófilos, macrofgos e assim eu conseguiria inibir a progressão da asma.