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Sistemas Dispersos Prof. MsC. Alan Lucena OBJETIVOS • DIFERENCIAR: Suspensão, Emulsão, Gel e Magma; • Listar vantagens e desvantagens dos diferentes sistemas dispersos; • Comparar as teorias da emulsificação: Tensão Superficial, Cunha Orientada e filme interfacial; • Definir e diferenciar os termos: Liofóbico, Liofílico, Hidrofílico, Hidrofóbico, Anfifílico, Embebimento, Intumescimento, Sinerese, Tixotropia e Xerogel. • Avaliar e selecionar um sistema disperso para um agravo específico. Coloide Coloides são misturas heterogêneas de pelo menos duas fases diferentes, com a matéria de uma das fases na forma finamente dividida (sólido, líquido ou gás), denominada fase dispersa, misturada com a fase contínua (sólido, líquido ou gás), denominada meio de dispersão. Coloide • A ciência dos coloides está relacionada com o estudo dos sistemas nos quais pelo menos um dos componentes da mistura apresenta uma dimensão no intervalo de 1 a 1000 nanômetros (1 nm = 10-9 m). • Os sistemas coloidais vêm sendo utilizados pelas civilizações desde os primórdios da humanidade. Coloide • Os povos utilizavam géis de produtos naturais como alimento, dispersões de argilas para fabricação de utensílios de cerâmica e dispersões coloidais de pigmentos para decorar as paredes das cavernas com motivos de animais e de caça. • O termo coloide, vem do grego, significa cola e na época referiu-se às soluções de goma arábica, substância sem estrutura definida e de natureza viscosa, hoje conhecida como macromolécula. Coloide • Os géis são definidos como sistemas semissólidos constituídos por dispersões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido. • Os géis também são definidos como sistemas semirrígidos, em que o movimento da fase dispersa é restrito por uma rede tridimensional entrelaçada de partículas ou macromoléculas solvatadas da fase dispersa. GEL Coloide • Alguns géis são sistemas transparentes como a água e outros são turvos, visto que os componentes podem não estar dispersos molecularmente de forma completa (solúvel ou insolúvel) ou então formam agregados que dispersam a luz. • A concentração dos agentes gelificantes é, na maioria das vezes, menor do que 10%, em geral na faixa de 0,5 a 2,0%, com algumas exceções. GEL Coloide • Géis Monofásicos: Géis em que as macromoléculas são distribuídas de tal maneira que não haja limites aparentes entre elas e o líquido. • Géis Bifásicos (Magma): Quando o gel é constituído por floculos de pequenas partículas distintas. GEL Coloide • Sistemas coloidais estão presentes no cotidiano desde as primeiras horas do dia, na higiene pessoal — sabonete, xampu, pasta de dente e espuma ou creme de barbear , maquiagem, cosméticos em geral, • E no café da manhã, — leite, café, manteiga, cremes vegetais e geléias de frutas. Sistemas dispersos: géis • Apresentam-se como veículos ideais para a administração de ativos em peles acnéicas e oleosas; • São formas farmacêuticas de fácil aplicação e remoção*; • Possuem textura leve e aparência atrativa. Vantagens: Sistemas dispersos: géis Desvantagens: • Apresentam de um modo geral baixo poder de penetração na pele, sendo mais adequados como veículos em tratamentos superficiais nos tecidos; • Maior susceptibilidade à contaminação microbiana devido ao alto teor de água; • São de fácil remoção*. Coloide • Os colóides também são chamados de dispersões coloidais, onde o disperso só se deposita sob sedimentação forçada em ultracentrífugas. Coloide O tamanho das partículas de um colóide pode atravessar um filtro, porém não uma membrana semi-permeável. Essas partículas são suficientemente grandes para refletir e dispersar a luz. Coloide •O efeito óptico provocado pela dispersão da luz nas partículas coloidais, confere um aspecto turvo, chamado de Efeito Tyndall. Coloide Os movimentos dos pontos luminosos provocados pelas partículas coloidais são desordenados, devido aos choques que sofrem por parte das moléculas do dispersante. Esse é conhecido como movimento browniano. Coloide Classificação dos Coloides • Aerossol: consiste em um sólido ou líquido disperso em um gás. •Emulsão: são formados por líquido disperso em outro líquido. agentes emulsificantes: impedem que o disperso e o dispersante se separem. Coloide Classificação dos Coloides •Espuma: consiste em um gás disperso em sólido ou líquido. •Sol: são formados por um sólido disperso em líquido. •Gel: são formados por um líquido disperso em sólido. Quanto à natureza: Naturais: Se dispersam espontaneamente quando acrescidas ao meio dispersante. Artificiais: Necessitam da pulverização das partículas grosseiras em moinho coloidal ou micro pulverizador para atingir as dimensões coloidais ou então as partículas são formadas por reação química, sob condições altamente controladas. CLASSIFICAÇÃO Resultante da interação entre a fase dispersa e dispersante: Liofílico: Alta interação entre a fase dispersa e o meio dispersante. Estabilidade Moléculas grandes. Quanto maior conc. Maior viscosidade = Gel Liofóbico: Baixa interação entre a fase dispersa e o meio dispersante. Estabilidade Moléculas inorgânicas. Não relacionadas à viscosidade. Anfifílico: Formada pela associação de moléculas que apresentam propriedades liofílicas e liofóbicas. Formam dispersões em meios aquosos ou não. Quanto maior conc. Maior viscosidade = Gel Depende do parâmetro. Por exemplo, o amido é liofílico em relação à água, mas liofóbico em relação ao álcool. CLASSIFICAÇÃO Sistemas dispersos: géis Sistemas dispersos: géis • Quanto a natureza química: Inorgânicos Orgânicos Em geral bifásicos Em geral monofásicos gel de hidróxido de alumínio gel de carbômeros (Carbopol®) gel de bentonita gel de goma adragante Sistemas dispersos: géis • Quanto a solubilidade: Hidrogéis Oleogéis Gel de carbômeros Gel de parafina líquida Natrosol® Gel de bentonita Gel de polietileno Vaselina Sistemas dispersos: géis • Quanto a carga: Aniônico Não iônico Estável em pH neutro Natrosol ®, Methocel®, Polaxâmero pH dependente pH não dependente Estável em ampla faixa de pH Carbopol®, Pemulen®, Plurigel® Coloide Sistemas dispersos: géis • Oral - Antimicóticos - Miconazol; • Auricular - Antibióticos de uso veterinário - Norfloxacina; • Oftálmica – Lubrificação ocular - Ácido Poliacrílico; • Nasal - Hidratantes - NaCl; • Vaginal - Antiprotozoário, antibacteriano - Metronidazol • Tópica Sistemas dispersos: géis ✓ Medicamentosos: – Anti-acnéicos - Peróxido de Benzoíla; – Antiinflamatórios - Dexametasona; – Anestésicos locais - Cloridrato de Lidocaína... ✓Cosméticos com propriedades: – Fotoprotetores; – Hidratantes; – Antienvelhecimento; – Renovadores celulares... Embebimento: É a captura de certa quantidade de líquido sem um aumento mensurável no volume. Intumescimento: Captura de um líquido por um gel com aumento de volume. Somente líquidos que solvatem um gel podem causar intumescimento. O intumescimento dos géis proteicos é influenciado pelo pH e pela presença de eletrólitos. TERMINOLOGIA APLICADA AOS GÉIS Sinerese: Ocorre quando a interação entre as partículas da fase dispersa torna-se tão grande que, em repouso, o meio de dispersão é comprimido e o gel se contrai. Forma de instabilidade. Tixotropia: É uma formação de sol-gel reversível sem alteração no volume ou temperatura - um tipo de fluxo não newtoniano. Xerogel: É formado quando o líquido é removido de um gel e apenas a estrutura permanece. Exemplos: folha de gelatina.TERMINOLOGIA APLICADA AOS GÉIS Sistemas dispersos: géis Agente gelificante Conservantes e estabilizantes Antioxidantes Umectantes Veículo Sistemas dispersos: géis pH dependentes • Derivados do ácido carboxivinílico (carbômeros): ✓ Comumente utilizados na farmácia magistral; ✓ Concentra•ções usuais: 0,5 - 2,0 %; ✓ Estabilidade: pH entre 6,0 e 11,0; ✓ Incompatibilidades: ácidos fortes, resorcinol, fenol, polímeros catiônicos; ✓ Exemplos: Carbopol 934, Carbopol 940, Carbopol Ultrez. Sistemas dispersos: géis pH dependentes • Derivados do ácido carboxivinílico (carbômeros): ✓ Quando dispersos em água, suas estruturas encontram- se extremamente enroladas, com capacidade espessante limitada; ✓ Para obter o espessamento é necessário a neutralização das cargas (grupos carboxilas) com bases inorgânicas (NaOH, NH4OH) ou aminas de baixo peso moléculas (trietanolamina, aminometilpropanol - AMP ). Sistemas dispersos: géis pH dependentes • Derivados do ácido carboxivinílico (carbômeros): NH4OH Sistemas dispersos: géis pH dependentes • Derivados do ácido carboxivinílico (carbômeros): Sistemas dispersos: géis pH dependentes • Derivados do ácido carboxivinílico (carbômeros): ✓ Concentração das bases: – Trietanolamina: mesma concentração do carbopol – Aminometilpropanol (AMO: 70-80% da concentração de carbopol. – Hidróxido de amônio (solu•ção a 28%): cerca de 70% da concentração de carbopol. – Hidróxido de sódio: cerca da terç•a parte da concentração de carbopol. Sistemas dispersos: géis pH não dependentes • Derivados da celulose: ✓ Carboximetilcelulose (CMC): – Mais indicado para uso interno ✓ Hidroxietilcelulose (Natrosol®) – Tolera bem pH ácido ✓ Metilcelulose: – Indicado para via oftálmica (0,5-2,0%); • O método de prepara•ção é determinado pela característica do agente gelificante; • Em geral deve-se primeiro solubilizar os agentes conservantes no veículo, seguindo com adição lenta do agente gelificante sobre o mesmo, sob agita•ção vigorosa; Obs1. Em muitos casos é importante deixar que o agente gelificante sofra um intumescimento inicial para sua melhor dispersão (ex. carbopol); Sistemas dispersos: géis Obs2. Para facilitar dispersão de alguns agentes gelificantes deve-se utilizar a água aquecida (Natrosol, para outros da água fria (Polaxâmero 407) ou o choque térmico (metilcelulose); Obs3. Deve-se remover todos os grumos durante o processo de preparo; Obs4. Para prepara•ções que precisam ser neutralizadas para se gelificarem (Carbopol), o agente alcalinizante deve ser adicionado após completa dispersão do agente. Sistemas dispersos: géis • Pesar ou medir os princípios ativos da fórmula; • Ativos sólidos devem ser preferencialmente pré-solubilizados com um solvente adequado e compatível com o gel; • Pesar o gel base previamente formulado, descontano- se o peso dos ativos e possíveis adjuvantes. Obs. A escolha do gel base seve ser feita baseando-se nas as características dos ativos e possíveis incompatibilidades com o gel Sistemas dispersos: géis • Incorporar o ingrediente ativo líquido no gel ou adicionar o gel no princípio ativo solubilizado ou levigado, misturando até obter produto uniforme; • Embalar (tubos plásticos ou de alumínio, potes de plástico) e rotular. • Obs. Os géis devem ser conservados em temperatura ambiente ou sob refrigera•ção conforme a natureza do ativo incorporado. Sistemas dispersos: géis
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