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Biodiversidade, Zoologia, Botãnica e História Natural Professor Augusto Borba Biodiversidade conhecida e desconhecida no Brasil Biodiversidade: tempo e espaço A Biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução tanto do ponto de vista das espécies como também de um só organismo. A Biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é maior nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de espécies, contudo, as populações tendem a ter maiores áreas de ocorrência. DIVERSIDADE BIOLÓGICA FORMA ESPAÇO TEMPO Existem três níveis tradicionais de diversidade entre seres vivos: Diversidade genética - diversidade dos genes em uma espécie. diversidade de espécies - diversidade entre espécies de organismos. diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível de organização dos seres vivos. TAMANHO DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA Fonte: Lewinsohn & Prado, 2000 TAXON CONHECIDO ESTIMADO VIRUS 350 55.000 BACTÉRIAS 400 136.000 FUNGOS 13.000 205.000 ALGAS 10.000 55.000 PLANTAS 47.500 52.000 PROTOZOÁRIOS 3.500 27.000 ANIMAIS 132.000 1.337.000 TOTAL 207.000 1.867.000 Assim, biodiversidade refere-se a todas as formas de vida, incluindo suas variações ao nível de genes, e todos os ecossistemas num espaço definido como, por exemplo, a própria Terra. Uma vez que grande parte dos estudos de biodiversidade está focada no nível da diversidade de espécies, Ecólogos estão interessados em medir a diversidade por diversas razões, sobretudo por sua utilidade em biologia da conservação e avaliação ambiental. Medidas de diversidade de espécies são geralmente úteis para comparar padrões em diferentes locais ou em diferentes gradientes, ou, ainda, numa mesma área ao longo do tempo, como, por exemplo, ao longo de uma sucessão, ou após um distúrbio. Além disso, a avaliação de espécies raras é útil para direcionar esforços de conservação. Como exemplo da diversidade de espécies considere uma amostra de 100 indivíduos retirados de uma comunidade, distribuídos em 10 espécies com 10 indivíduos cada, e outra amostra de uma segunda comunidade, também com 10 espécies, mas com uma das espécies apresentando 55 indivíduos e todas as outras apenas cinco. Numa amostra ao acaso, as chances de retirar dois indivíduos que sejam de diferentes espécies é maior na primeira comunidade do que na segunda. Assim, embora as duas comunidades apresentem a mesma riqueza de espécies (10), a primeira possui uma distribuição das abundâncias mais uniforme, sendo, portanto, mais diversa do que a segunda. A última Avaliação do Estado do Conhecimento da Biodiversidade Brasileira calculou o número de espécies conhecidas no Brasil entre 168 mil e 212 mil. Fauna Prever o número real de espécies (incluindo as desconhecidas) é ainda mais difícil. Estima-se um total entre 1,4 milhão e 2,4 milhões de espécies. Biodiversidade no Brasil O Brasil é campeão mundial em biodiversidade: de cada cinco espécies do planeta, uma encontra-se aqui. Essa enorme variedade de animais, plantas, micro-organismos e ecossistemas, muitos únicos em todo o mundo, deve-se, entre outros fatores, à extensão territorial e aos diversos climas do país. O Brasil detém o maior número de espécies conhecidas de mamíferos e de peixes de água doce, o segundo de anfíbios, o terceiro de aves e o quinto de répteis. A variedade de biomas reflete a enorme riqueza da flora e da fauna brasileiras: o Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. Esta abundante variedade de vida – que se traduz em mais de 20% do número total de espécies da Terra – eleva o Brasil ao posto de principal nação entre os 17 países megadiversos (ou de maior biodiversidade). Abordagens da biodiversidade A biodiversidade não é apenas a diversidade de populações de organismos, mas também a forma como eles funcionam. Organismos surgem e desaparecem. Locais são colonizados por diversos indivíduos da mesma espécie ou de outra. Algumas espécies desenvolvem organização social ou outras adaptações com vantagem evolutiva. As estratégias de reprodução dos organismos dependem do ambiente. Apesar de toda a riqueza em forma de conhecimentos e de espécies nativas, a maior parte das atividades econômicas nacionais se baseia em espécies exóticas: na agricultura, com cana-de-açúcar da Nova Guiné, café da Etiópia, arroz das Filipinas, soja e laranja da China, cacau do México e trigo asiático; na silvicultura, com eucaliptos da Austrália e pinheiros da América Central; na pecuária, com bovinos da Índia, equinos da Ásia e capins africanos; na piscicultura, com carpas da China e tilápias da África Oriental; e na apicultura, com variedades de abelha provenientes da Europa e da África. Este paradoxo traz à tona uma ideia premente: é fundamental que o Brasil intensifique as pesquisas em busca de um melhor aproveitamento da biodiversidade brasileira – ao mesmo tempo mantendo garantido o acesso aos recursos genéticos exóticos, também essenciais ao melhoramento da agricultura, da pecuária, da silvicultura e da piscicultura nacionais.
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