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FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS: SOLUÇÕES. XAROPES. ELIXIRES. SISTEMAS DISPERSOS DISPERSÕES MOLECULARES Profª Drª Rayanne Rocha Pereira 1 Farmacotécnica Avançada O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS? Formas Farmacêuticas Sólida Semi- sólidas Líquidas Gás FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS Formas Farmacêuticas Líquidas monofásicas Soluções Bifásicas Emulsões (liquido- liquido) Suspensões (sólido- líquido) FARMACOTÉCNICA DAS FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS Homogêneas Heterogêneas SOLUÇÕES: SÃO PREPARAÇÕES LÍQUIDAS QUE CONTÊM UMA OU MAIS SUBSTÂNCIAS QUÍM ICAS DISSOLVIDAS, ISTO É, MOLECULARMENTE DISPERSAS, EM UM SOLVENTE APROPRIADO OU U MA MISTURA DE SOLVENTES MISCÍVEIS ENTRE SI (USP 23). CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES SEGUNDO A VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Soluções orais Soluções para uso tópico Soluções otológicas Soluções nasais Soluções oftálmicas Soluções parenterais VANTAGENS DAS SOLUÇÕES: • Doses completamente homogêneas • Fácil administração • Ação farmacológica rápida Pronta disponibilidade para absorção e distribuição • Podem ser empregadas por diferentes vias de administração • Podem ser tomadas ou administradas por pacientes que têm dificuldade de engolir cápsulas ou comprimidos • Fácil fracionamento: As doses podem ser facilmente ajustadas Adaptação da posologia a cada caso DESVANTAGENS DAS SOLUÇÕES: Falta de precisão Desprotegidas da ação dos sucos digestivos Gosto desagradável nem sempre mascarados Difícil estabilidade Difíceis de acondicionar, transportar e armazenar Fármaco (soluto) (o que será dissolvido) Veículo (solvente) (o que dissolve) • Corretivos de pH; Antioxidantes; Conservantes; • Corantes; Aromatizantes; Edulcorantes Outros solutos (adjuvantes) COMPOSIÇÃO EQUIPAMENTOS: Pequena escala Larga escala PRINCÍPIOS DA PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES: Questões a serem consideradas no momento da preparação: Fármacos e adjuvantes serão dissolvidos no solvente desejado? Quanto tempo essa substância levará para ser solubilizada? Essa substância permanecerá em solução? A substância é estável em solução? Por quanto tempo? SOLUBILIDADE E COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE: É a concentração do soluto dissolvido no solvente. Podem ser expressas em peso ou em volume do soluto e solvente: p/p; v/v; p/v Título de uma solução: 1 : 30 20 % COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE É a quantidade máxima de substância possível de dissolução, constituindo uma solução saturada. VARIAÇÃO DO COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE: Variação com a Temperatura do Solvente: 1g de Ác. bórico dissolve-se em: 18 mL de água à temp. ambiente (1 : 18) 4 mL de água fervente (1 : 4) Variação com o tipo de solvente: 1g de Ác. bórico dissolve-se em: 18 mL de água (1 : 18) 4 mL de glicerina (1 : 18) VARIAÇÃO DO COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE: Estado de divisão do soluto Agitação pH VARIAÇÃO DO COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE: Varia conforme o País: F. Portuguesa 15°C F. Suíça 15°C a 20°C F. Francesa e Belga 20°C F. Brasileira e USP 25°C EXPRESSÕES REFERENTES À SOLUBILIZAÇÃO E SOLVENTE (F. BRAS. VI): SOLVENTES Água • Sempre disponível; • Baixo custo; • Sabor agradável; • Não é tóxica; para o organismo humano; • Efeito solvente sobre a maioria dos compostos químicos; • Instabilidade química e microbiológica. Etanol, Álcool etílico ou Álcool (C2H5OH) • Co- solvente; • Mistura-se com Água e com Glicerina; • Tem efeito conservante; • Efeitos farmacológicos indesejáveis e tóxicos; • Concentração adequada; • Crianças < 6 anos = 0,5% • Crianças entre 6 a 12 anos = 5% • Crianças > 12 anos e adultos = 10% Outros • Álcool diluído • Álcool e Água • Glicerina ou Glicerol • Propilenoglicol • Dietilenoglicol • Sorbitol • Polietilenoglicóis de baixo peso molecular • Xaropes • Agente edulcorante • Provoca cáries • Inadequado para pacientes diabéticos ADJUVANTES • Ácidos, bases e sistemas tampões Corretivos de pH • Ácido Ascórbico (não tóxico; sabor agradável); • Metabissulfito de Sódio. Antioxidantes • Parabenos, clorocresol (0,1% p/v), clorobutamol (0,5% p/v) Conservantes • Uso interno e externo, identifica o produto, melhora a aparência... Corante • Mascarar caracteres organolépticos (sabor ruim) Flavorizantes • Sacarina, sacarose, aspartame, xilitol, sorbitol Edulcorantes SABOR AROMA Doce Baunilha, Frutas, Uva, Tutti-fruti, Frutas Silvestres Ácido Limão, Laranja, Lima, Cereja, Framboesas Salgado Amêndoas, Manteiga, Pimenta, Malte Amargo Anis, Café, Chocolate, Cereja, Laranja, Limão, Lima, Menta, Maracujá Gosto Propriedade Química Ácido H+ Salgado Presença simultânea de ânions e cátions Amargo Sais de peso molecular elevado Cáustico Insaturação Odor Frutal Esteres, lactonas Agradável Cetonas Canforáceo Átomo de carbono terciário Correlação entre propriedades químicas, sabor e odor Flavorizantes para sabores básicos F la v o ri z a n te s ACONDICIONAMENTO Frascos plásticos providos de conta-gotas Frascos de vidro tipo âmbar Dispensar o medicamento com: Copos-medida (5, 10 ou 15 mL) Conta-gotas calibrado Colheres domésticas Fabricantes diferentes = volumes diferentes 21 ATENÇÃO ACONDICIONAMENTO... (CONT.) XAROPES DEFINIÇÃO Preparações aquosas concentradas de um açúcar ou açúcar substituto, com ou sem fármacos e agentes aromatizantes. • Os xaropes são apropriados quando o fármaco é solúvel em água. • Os xaropes flavorizados podem mascarar o sabor ruim de alguns fármacos. CARACTERÍSTICAS 25 Apresentam sabor doce e agradável; Poder edulcorante; Poder conservante; • Viscosidade elevada aliada ao sabor doce, suaviza a irritação das mucosas (tosse Soluções viscosas; • Desidratam micro-organismos (plasmólise); • Auto-conservantes. São soluções hipertônicas; TIPOS DE XAROPES 26 • Não contêm fármacos; • Para preparar elixires; licores e como edulcorantes; Xaropes (veículos); • Contêm fármacos • Uso oral; • Correção de sabor ruim do fármaco; • Sabor e odor de frutas... • + Corante adequado Xaropes Medicamentosos; COMPOSIÇÃO Fármaco (s) Água purificada Açúcar (sacarose ou substitutos) Agentes Conservantes Agentes Aromatizantes Agentes Corantes Aditivos especiais Solventes especiais, agentes solubilizantes e agentes espessantes, corretivos de pH. 27 XAROPE SIMPLES Operação farmacêutica Dissolução Composição Sacarose + Água purificada Preparação Com ou sem aquecimento 28 A sacarose, chamada popularmente de açúcar de mesa, é um carboidrato dissacarídeo natural encontrado em frutas, vegetais e grãos. A fórmula química da sacarose é C12H22O11 e ela se forma através da condensação da glicose e da frutose 29 PREPARAÇÃO 30 Xarope Simples (Farm. Bras.) • Fórmula geral do xarope simples • Sacarose ............................... 85 g • Água purificada q.s.p........ 100 mL Dissolver a sacarose em água purificada suficiente para obtenção de 100 mL de xarope. PREPARAÇÃO... (CONT.) Conforme a literatura, o excesso tem a finalidade de: Estabilizar o xarope nas variações de temperatura Evitar a cristalização da sacarose Manter a viscosidade Manter a concentração Evitar o desenvolvimento microbiano 31 PREPARAÇÃO... (CONT.) Agentes conservantes Conservante Concentração (%) *Ácido Benzóico 0,1- 0,2 *Metilparabeno 0,2 *Propilparabeno 0,2 *Benzoato de sódio 0,1- 0,2 Ácido sórbico 0,1 32 PREPARAÇÃO... (CONT.) Aromatizantes (flavorizantes) Produtos sintéticos ou naturais Óleos voláteis (essências) Óleo de laranja Vanilina 33 PREPARAÇÃO... (CONT.) Corantes Combinar cor, sabor e aroma; Verificar solubilidade em água; Verificar estabilidade e... O pH adequado e as condições de luz; Compatibilidade com os elementos da formulação. 34 PREPARAÇÃO... (CONT.) Técnicas de preparação Dissolução com aquecimento Método rápido Para componentes estáveis ao calorCuidados: Componentes termolábeis ou voláteis Não aquecer em excesso (açúcar invertido) Não esterilizar em autoclave Acondicionar em frascos bem fechados 35 PREPARAÇÃO... (CONT.) Açúcar Água purificada Aquecimento Outros componentes Resfriamento Ajustar volume final 36 AÇÚCAR INVERTIDO Calor em excesso Hidrólise da sacarose Dextrose ou glicose+ e Levulose ou frutose- Coloração acentuada Caramelização do açúcar Inversão da sacarose (de + para -) 37 SUBSTITUTOS DA SACAROSE Outros açúcares Glicose Líquidos viscosos Sorbitol Glicerina Propilenoglicol 38 SUBSTITUTOS... (CONT.) Substâncias não glicogênicas Metilcelulose Hidroxietilcelulose Concentração adequada para obter viscosidade semelhante ao xarope de sacarose 39 SUBSTITUTOS... (CONT.) Substitutos da sacarose (para sabor doce) Edulcorantes artificiais Sacarina, Ciclamato, Aspartame Edulcorantes naturais Esteviosídeo, Sorbitol, Manitol, Sucralose 40 ELIXIRES DEFINIÇÃO Soluções hidro-alcoólicas transparentes Edulcoradas e... Aromatizadas para melhorar o paladar. Para fármacos insolúveis em água e... Solúveis em misturas de água-álcool. 42 CARACTERÍSTICAS São formas estáveis São menos doces São menos viscosos Fácil preparação Têm a preferência dos pacientes 43 COMPOSIÇÃO Fármaco (s) Álcool e Água Edulcorantes: Sacarose, Sorbitol, Glicerina Edulcorantes artificiais Aromatizantes e... Corantes 44 PREPARAÇÃO Dissolução simples Observar: Concentração alcoólica e pH Dissolver componentes solúveis em água Dissolver componentes solúveis em álcool 45 PREPARAÇÃO ... (CONT.) Solução aquosa solução alcoólica Para manter teor alcoólico e essências Agitação prolongada Acerto do volume final Repouso Filtração Clarificação (se necessário) 46 EXEMPLOS Formulação Magistral Fenobarbital ............................ 0,4% Óleo de laranja .................. 0,025% Propilenoglicol ..................... 10,0% Álcool 96° GL ............................ 20% Sorbitol 70% ............................. 60% Água destilada q.s.p. 100% Obs.: O sorbitol 70% está substituindo o xarope simples. 47 ADMINISTRAÇÃO Soluções orais, Xaropes e Elixires Administrados por via oral Colheres de chá ou de sopa ou ... Dispositivos especiais; Após ingestão, tomar um copo de água. 48 ADMINISTRAÇÃO... CUIDADOS Diabéticos; Dietas especiais; Medicamentos que causem sonolência; Medicamentos que provocam forte reação quando misturados com álcool. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ➢Teoria e Prática na Indústria Farmacêutica (Lachaman, Lieberman, Kaning), Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.; ➢Farmacotécnica – Formas farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos (Ansel, Popovich, Allen Jr.) Editora Premier, 2000.; ➢Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica (Prista, Alves, Morgado) Fundação Calouste Gulbenkian, 1991. ➢Noções de Farmácia Galênica (Le Hir) Editora Andrei, 1997.
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