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ENDOCARDITE INFECCIOSA • Qualquer infecção seja ela da pele ou dentária que provoca bacteremia (infecção), circula pelo corpo, passa pelo coração e tem contato íntimo com o endocárdio (parte interna do coração) • O que facilita a bactéria infectar o endocárdio ou válvula? Alguma alteração no coração que predispõe a colonização (vegetação) e forme uma casca de bactérias ✓ Jatos regurgitantes ✓ Fluxo por estenoses ✓ Próteses valvares FISIOPATOLOGIA • Fatores acima causam lesão endocárdica, gerando um trauma no endotélio, o organismo entende que precisa haver coagulação e agrega plaquetas e fibrina, que formam a “casca” - endocardite trombótica não bacteriana. Quando há um episódios de bateremia, elas se agregam ao complexo de plaquetas e fibrina – Endocardite Bacteriana. Ainda pode ocorrer embolização sistêmica do complexo fibrina-plaqueta-bactérica, fazendo com que esses pedaços percorram o organismo. QUEM CAUSA? • Valva nativa: ➢ Estafilococos aureus. Ex fístula dialítica infectada; ➢ Enterococo; ➢ Pneumococo • Valva nativa quadro subgadugo: ➢ Estreptococos do grupo Viridans (S. sangus, S. mutans); ➢ Estreptococos bovis (indica lesão de cólon – geralmente neoplasia); ➢ Estreptococos faecalis • Válvula protética: maior risco de infecção em 1 ano ➢ Estafilococos epidermidis, Etafilococos aureus, Gram-entéricos e fungos ➢ Quando a válvula > 1 ano, apresenta os mesmos riscos de infecção de válvula nativa • Válvulas mais acometidas: 1. Mitral; 2. Aórtica; 3. Mitro-aórtica; 4. Válvulas à direita, principalmente Tricúspide • Principal causa da morte é INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Obs.: Usuário de drogas endovenosas: a válvula mais atingida é a TRICÚSPIDE e aumenta a chance de ser uma MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina – faz Vancomicina), podendo fazer vários focos pneumônicos, devido aos microêmbolos que vão para o pulmão. A injeção da droga diretamente na veia faz com que a bactéria passe pela circulação periférica, chegue na circulação central, entre no AD pela veia cava, e por fim no VD, sendo a tricúspide a primeira valva com que a bactéria tem contato. CLÍNICA • Febre (90% dos casos) – geralmente crônica e duradoura • Sudorese • Calafrios – devido à bacteremia • Sopro de regurgitação (85%), devido à destruição da válvula, tornando-a incompetente • Manifestações periféricas (embólicas e imunológicas – liberação de imunocomplexos) ✓ Hemorragias subungueais ✓ Petéquias subconjuntivais ✓ Manchas de Janeway – palmar e plantar ✓ Nódulos de Osler – nódulos dolorosos e inflamados ✓ Glomerulonefrite ✓ Manchas de Roth ✓ Aneurisma micótico – êmbolos sépticos obstruem vasa vasorum e levam a formação de aneurismas LABORATÓRIO • PCR aumentada, leucocitose com desvio para a esquerda (bastões aumentados, células jovens) DIAGNÓSTICO • Critérios de DUKE ✓ 2 critérios maiores ou 1 maior e 3 menores ou 5 menores MARIORES: ➢ Hemocultura Germes típicos em 2 amostras Bacteremia persistente de germe não – típico Coxiella burnetti – orologia ou 1 amostra de hemocultura ➢ Ecocardiograma: vegetação, abcesso, deiscência, nova regurgitação valvar MENORES ➢ Predisposição (válvula prostética, regurgitação, estenose) ou uso de drogas IV; ➢ Febre > ou = 38ºC; ➢ Fenômenos vasculares: hemorragia intracraniana, petéquias conjuntivais e manchas de Janeway, embolia arterial, infartos pulmonares sépticos; ➢ Fenômenos imunológicos: manchas de Roth, GNDA, Nódulos de Osler, FR+ ➢ Hemocultura que não preencha os critérios maiores TRATAMENTO • AGUDA (válvula nativa): S. aureus – Vancomicina + Gentamicina • SUBAGUDA (válvula nativa): S. viridans – Ceftriaxona + Vancomicina • Protética < 1 ano: S. epidermidis – Vancomicina + Gentamicina + Rifampicina CIRURGIA DE VÁLVULA • Endocardite fúngica • Abcesso • Disfunção da prótese • ICC grave Profilaxia: para procedimento dentário com invasão da mucosa oral ou de via aérea respiratória superior ✓ Para quem possui prótese valvar, endocardite prévia, cardiopatia cianótica não operada, correção incompleta de cardiopatia congênita ✓ Administrar AMOXICILINA 2g, VO, 1h antes do procedimento MENINGITE BACTERIANA AGUDA • Recém-nascido: germes presentes no canal do parto – Estreptococos do grupos B, E. Coli, Listeria • 1 mês até 20 anos: Neisseria meningitidis (Meningicoco), Estreptococo pneumoniae (pneumococo) e H. infuelza tipo B • Maior ou igual a 20 anos: Estreptococos pneumoniae, Neisseria Meningitidis • Idoso, imunodeprimidos (bêbados por exemplo): Pneumococo ou Listeria EVENTOS QUE FACILITAM • Após neurocirurgia: S. aureaus, S. epidermidis, P. aeruginosa, ou seja, geralmente germes de pele e hospitalar que são jogados para as meninges • Após TCE/ fístula liquórica (gotejamento de nariz): Pneumococo • Após punção lombar: S. aureus e P. aeruginosa FISIOPATOLOGIA • Germe proveniente da boca ou via aérea, invade a barreira hematoencefálica, depois para o espaço subaracnóide, gera inflamação, edema (muito líquor – aumenta a pressão), causando hipertensão intracraniana (principal causa de morte) CLÍNICA • Febre – sinal de Faget • Cefaleia TRÍADE • Rigidez de nuca • Vômitos em jato, sem vontade • Fotofobia • Hiponatremia • Crise convulsiva • Rebaixamento do nível de consciência • Hipertensão intracraniana: Hipertensão arteial + bradicardia + bradipnéia: Tríade de Cushing EXAME FÍSICO • Kerning: decúbito dorsal, eleva o membro inferior dobrado e faz extensão da perna, provoca dor e elevação da cabeça/tenta levantar • Brudzinski: flete a cebça em decúbito dorsal (mento – fúrcula esternal) e ele flete as pernas • Sinal de Laségue (+inespecífico): eleva a perna estendida > 30º, quando a dor é apenas de um lado fala a favor de discopatia e quando é dos dois lados sugere meningite DIAGNÓSTICO • Punção lombar com análise liquórica (recomendado fazer antes do antibiótico) • Fazer TC antes da punção para afastar alguma lesão que possa estar fazendo efeito de massa, devido ao risco de herniação cerebral e consequente parada cardiorrespiratória • A única contraindicação absoluta é infecção do sítio de punção • Local da punção: posição fetal, referências cristas ilíacas L3, L4; L4/L5 ou L5/S1 • Antes de deixar pingar o líquor faz a raquimanometria – para ver a pressão do líquor do paciente (pressão > 30/35 indica muito criptococo, fungo) BIZU • Aumento de PMN com GLICOSE BAIXA ✓ Sugere meningite BACTERIANA • Aumento de PMN com GLICOSE NORMAL ✓ Sugere meningite pelo VÍRUS da CAXUMBA • Aumento de LMN com GLICOSE BAIXA ✓ Sugere meningite FÚNGICA ou TB • Aumento de LMN com GLICOSE BAIXA ✓ Sugere meningite VIRAL (+ frequente) ➢ Herpes possui propriedade particular de fazer lesão temporal TRATAMENTO (TEM QUE SABER OS ATB) • Geralmente é empírico (não dá pra esperar!) • Recém-nascido até 3 meses: CEFOTAXIMA + AMPICILINA • 3 meses até 55 anos: CEFTRIAXONA + VANCOMICINA • > 55 anos, imunodeprimidos e comorbidades: CEFTRIAXONA + VANCOMICINA + AMPICILINA • Hospitalar, pós-neurocirurgia: CEFTAZIDIMA + VANCOMICINA E O CORTICÓIDE? • Indicado apenas para infecção por Haemophilus e Pneumococo, pois são mais agressivos e fazem um quadro inflamatório maior e deve-se manter por 2 a 4 dias • Quimioprofilaxia: faz para todos os contactantes na doença meningocócica. Meningite por Haemophilus: todos os contatos devem tomar desde que haja criança menos de 4 anos além do caso-índice, não vacinada ou imunodeprimida • RIFAMPICINA 600mg 12/12h por 2d; CEFTRIAXONA 250mg, IM, 1x; CIPROFLOXACINA 750mg, 1x • H. influenza: RIFAMPICINA 600mg/dia por 4 dias INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO CONCEITOS • ITU BAIXA:infecções da bexiga (cistite), da uretra (uretrite), próstata (prostatite) e do epidídimo (epididimite) – ou seja – abaixo dos ureteres • ITU ALTA: infecção do parênquima renal, denominada PIELONEFRITE AGUDA • ITU COMPLICADA: infecção na presença de fatores complicadores que aumentam a chance de PIELONEFRITE E SEPSE – como obstrução urinária (pedras), bexiga neurogênica, nefropatia diabética, imunodepressão, IRC, anemia falciforme, alterações anatômicas do trato urinário, presença de cateter vesical ou cálculos, gravidez e sexo (predominância em mulheres, por isso quando ocorre em homens geralmente evolui mal) PATOGÊNSE • VIA ASCENDENTE: principal via de infecção! Os uropatógenos (Enterobactérias GRAM-) seguem uma sequência - colonizam o períneo -> introito vaginal (prepúcio nos homens) -> uretra distal e ascendem para a bexiga e rins ✓ Somente bactérias com capacidade de adesão ao epitélio urinário NORMAL BACTERIANA VIRAIS TUBERCULOSA/ FÚNGICA Celularidade (cel/mm3) 0 a 4 >500 <500 <500 Polimorfonuceases 0 >66 a 70% <34% <34% Linfmononucleares 100% <34% >66% >66% Proteínas (mg%) Até 30 >45% 20 - 80 >100 Glicose (mg%) 50 - 80 <40 Normal <40 Bacterioscopia - + - - ou + Cultura - + - - ou + NORMAL BACTERIANO PRESSÃO ATÉ 18CMH20 > 18CMH20 CÉLULAS ATÉ 4/MM3 AUMENTO PPLIMORFOnucelases PROTEÍNAS ATÉ 30MG/DL > 45MG/DL GLICOSE 50 A 80MG/DL <40MG/DL CULTURA POSITIVO > 80% DOS CASOS BACTERIOSCOPIA PELO GRAM POSITIVO > 60% DOS CASOS Diplococo Gram - = Meningococo Diplococo Gram + = Pneumococo Cocobacilo Gram - = H. influenza Bacilo Gram + = Listeria • VIA HEMATOGÊNICA: o parênquima renal pode ser invadido em um episódio de bacteremia, principalmente por S. aureus e Candida sp presentes no sangue • VIA LINFÁTICA: conexão linfática entre ureteres e rins, assim o fluxo de linfa infectado se dirige à pelve renal quando há de aumento na pressão intravesical (Ex.: Hiperplasia Prostática Benigna) • FÍSTULA VESICOENTERAL: bacteriúria por germes anaeróbios como Bacterioides fragilis DETERMINANTES DA INFECÇÃO (aumentam a chance) • Colonização periuretral: decorre da redução da flora comensal (lactobacilos), favorecendo o crescimento de enterobactérias, Causada por uso de antibióticos, atrofia do epitélio vaginal pós- menopausa e uso de espermicidas • Adesão bacteriana: bactérias como E. coli e Proteus possuem fímbrias capazes de se aderir às células da mucosa urinária • Presença de corpos estranhos: as bactérias secretam biofilme para revestir corpos estranhos (sonda vesical, cálculo) e passam a viver dentro do biofilme, escapando das defesas e do antibiótico • Gravidez: ocorre redução do tônus e peristalse da musculatura lisa urinária (hidronefrose fisiológica), compressão da bexiga pelo útero aumentado (com refluxo vesicouteral) e dextroversão uterina (mais hidronefrose à direita) • Tamanho do inóculo: importante nas infecções hematogênicas, grau de bacteremia • Fatores de defesa do hospedeiro: esvaziamento vesical, secreções prostáticas bactericidas como o zinco, competência da válvula vesicouretral e microbiota vanial AGENTE ETIOLÓGICO • Paciente com ITU não complicada esporádica ✓ E. coli (80 a 85%) – tanto cistite como pielonefrite ✓ Estafilococos saprophyticus ✓ Klebsiella, Proteus e Enterobacter • ITU recorrente ou complicada ✓ E. coli – principal ✓ Enterococos, Pseudomonas e Serratia • Nefrolitíase ✓ Aumenta a chance de ITU por Proteus ou Klebsiella • Diabéticos ✓ Fungos como o Candida sp sãp importantes • No cateterismo vesical por mais de 30 dias geralmente a infecção é polimicrobiana BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA • CRIANÇAS: mais comum em meninos nos primeiros meses de vida, devido à elevada incidência de válvula de uretra posterior, e depois acomete mais meninas • MULHERES: o início da atividade sexual promove aumento da incidência até a 6ª década de vida • IDOSOS (+65 anos): geralmente em homens ocorre devido à perda das atividades bactericidas da secreção prostática e obstrução do trato urinário, enquanto em mulheres é devido ao esvaziamento incompleto da bexiga e colonização do epitélio vaginal atrófico DIAGNÓSTICO • Contagem bacteriana em relação ao sexo do paciente e forma de coleta • Urocultura com antibiograma (olhar o MIC) MULHERES HOMENS Micção espontânea Maior ou igual a 100.000 UFC/ml em 2 amostras separadas Maior ou igual a 100.000 em apenas 1 amostra Catéter vesical Maior ou igual a 100.000 UFC/ml em apenas 1 amostra Punção suprapúbica Qualquer contagem, em apenas uma amostra TRATAMENTO (quando tratar?) • Gestantes: risco aumentado de pielonefrite, alta taxa de recorrência e possibilidade de problemas no feto (prematuro, baixo peso e morte perinatal) ✓ CEFALEXINA por 7 dias • Pré-peratório de cirurgias que necessitam de cateterismo vesial no pós-imediato, em pacientes com risco aumentado de pielonefrite como idosos, nefropatas, diabéticos, imunodeprimidos, ITU de repetição ✓ Tto guiado pelo antibiograma • Transplante renal - primeiros 3 meses • Infecção por Proteus Mirabilis: grande tendência para infecção renal e formação de cálculos de estruvita infectado • Infecção por Providencia spp + bexiga neurogênica + cateter vesical: maior chance de desenvolver pielonefrite ➢ Obs.: obrigatório repetir cultura mensalmente em gestante após tratamento, e, em caso de novo episódio, instituir profilaxia até o termo com NITROFURANTOÍNA com dose única noturna CISTITE • Infecção geralmente superficial da mucosa da bexiga CLÍNICA • DISÚRIA (ardor) + POLACIÚRIA (sensação de bexiga cheia mesmo após urinar e ir várias vezes pensando que está cheia), em alguns casos ocorre dor suprapúbica e em 30% dos casos ocorre hematoúria • É comum dor à palpação do hipogastro no exame físico • Geralmente não causa febre, mas causa leucocitose e aumento de PCR DIAGNÓSTICO • Mulheres jovens com cistite esporádica: diagnóstico clínico, com tratamento empírico – se não resolver, indica-se urinocultura para avaliar se a bactéria é resistente ou se é apenas uma uretrite ✓ > 100 UFC/ml – CISTITE ✓ < 100 UFC/ml – URETRITE • O EAS (exame de urina) faz parte do diagnóstico, mas não deve ser visto de maneira isolada, pois a contagem de piócitos (Piúria > ou = 10p/campo) está presente em várias patologias • Teste do nitrito é um dado importante, pois od Gram- entéricos possuem enzma nitrato-redutase, que transforma nitrato urinário em nitrito • Hematoúria TRATAMENTO • MULHER NÃO GESTANTE/COMPLICADA: dose única FOSFOMICINA, QUINOLONA (Norfloxacina 400mg/Ciprofloxacina 500mg) por 5 dias ou NITROFURANTOÍNA • ITU complicada (inclui cistite em homem): QUINOLONA (Norfloxacina/Ciprofloxacina) por 7 dias • GESTANTE: CEFALEXINA/NITROFURATOÍNA/AMOXICILINA por 7 dia; QUINOLONA CONTRAINDICADO • Obs.: Fenazopiridina é apenas analgéiso das vias urinárias, sem efeito antibacteriano PIELONEFRITE • Infecção do parênquima renal causada por agentes infecciosos • Geralmente UNILATERAL • Uropatógenos chegam na pelve renal ou por conta própria (fímbrias) ou por malformação (refluxo vesicoureteral) CLÍNICA • FEBRE • CALAFRIOS TRÍADE • DOR LOMBAR • Pacientes geralmente apresentam-se toxêmicos, com queda do estado geral, cefaleia, náuseas e vômitos • Até 30% dos casos evoluem com sintomas de ITU baixa – DISÚRIA, POLACIÚRIA E URGÊNCIA MICCIONAL • Sinal de Giordano + • Oligossintomáticos: sem febre alta ou dor lombar – idosos, transplantados renais, IRC • Febre, leucocitose com desvio, aumento da proteína C reativa são comuns • COMPLICAÇÕES: sepse, obstrução urinária, abcesso intrarrenal e perinefrético, pielonefrite enfisematosa, necrose de papila renal, pielonefrite crônica e xantogranulomatosa DIAGNÓSTICO• Quadro clínico sugestivo + Urinocultura > ou = 1000 UFC/ml TRATAMENTO • Tratamento inicial empírico até resultado da urinocultura • Duração recomendada de 14 dias • Normalmente CIPROFLOXAXINA ou CEFUROXIME • Gestante: CEFALOSPORINA de 3ª geração, CEFTRIAXONE ou CEFOTAXIMA • ITU + obstrução: desobstrui com Duplo – J ou Nefrostomia ANTIBIOTICOPROFILAXIA • ITU sintomática de repetição (>3 por ano) • Gestate com ITU recorrente • Pós-transplante renal (3 a 6 meses de uso) • Prostatite crônica • Crianças com refluxo vesicoureteral • Opções de ANTIBIOTICOPROFILAXIA NORMAL: (6 meses a 1 ano) SMZ-TMP 220, 40 mg 1x à noite NORFLOXACINA, 200 mg 1x à noite OFLOXACINA, 100 mg 1x à noite CIPROFLOXACINA, 125 mg 1x à noite NITROFURATOÍNA, 100 mg 1x à noite GESTANTE: (até o parto) NITROFURATOÍNA, 100 mg 1x à noite CEFALEXINA, 250 mg 1x à noite CEFACLOR, 250 mg 1x à noite URETRITE • Infecção da uretra geralmente ocasionada por germes sexualmente transmissíveis • Uma pequena parcela das mulheres que apresentam sintomas de ITU na realidade possui URETRITE • O quadro clínico é idêntico à CISTITE AGUDA, com DISÚRIA + POLACIÚRIA, geralmente é a explicação para “cistite” com urinocultura negativa • Principais agentes: Neisseria Gonorrhoeae, Chlamydia tracomantis e o vírus herpes-simples CLÍNICA • Aparecimento de sintomas de forma arrastada, diferentemente da cistite que se instala em menos de 24h • Homens: disúria e CORRIMENTO URETRAL (normalmente ausente em mulheres). Quando purulento, sugere N. Gonorrhoeae DIAGNÓSTICO • Coleta de secreção uretral para bacterioscopia e cultura TRATAMENTO • GONORRÉIA 1ª opção: ✓ CEFTRIAXONA 250mg IM dose única ✓ CIPROFLOXACINA 500mg VO dose única 2ª opção: ✓ CEFIXIMA 400mg VO dose única ✓ OFLOXACINA 400mg VO dose única • CLAMÍDIA ✓ AZITROMICINZA 1g VO dose única ✓ DOXICICLINA 100mg VO 12/12h por 7 dias ✓ ERITROMICINA 500mg VO 6/6h por 7 dias PROSTATITE • Manobras como massagem prostática podem desencadear bacteremia e sepse grave (cuidado com toque retal!) • Ao toque está aumentada e sensível, além de tensa e quente à palpação. Área de flutuação índia abcesso • A suspeita CLÍNICA é um quadro de CISTITE com TOXEMIA de um homem jovem • O DIAGNÓSTICO é clínico + urinocultura convencional • Tratamento: < 35 anos costuma ser N. Gonorrheae ou Clamídia, ou seja, relacionado a DST – OFLOXACINA por 30 dias >35 anos geralmente é causado por enterobactérias (E. coli e Proteus) – CIPROFLOXACINA por 30 dias INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS CANCRO MOLE • Agente: Haemophilus ducreyi, cocobacilo Gram- • Período de incubação: 5 dias • “Cancroide”, “cancrela”, “cavalo” • Geralmente a adenopatia (linfonodos aumentados) ocorre unilateral e fistuliza por um único orifício • CLÍNICA: múltiplas úlceras DOLOROSAS com bordas salientes e irregulares, fundo sujo, friável e necrótico, contorno eritematoso e sangra ao manipular • DIAGNÓSTICO: ✓ PATOGNÔMICO: úlcera dolorosa com adenopatia inguinal dolorosa supurada ✓ Bacterioscopia (Gram ou Giemsa) • TRATAMENTO ✓ AZITROMICINA 1g dose única VO ✓ CEFTRIAXONE 250mg dose única IM ✓ Gestante: ESTEARATO DE ERITROMICINA 500mg VO 8/8h por 10 dias ou CEFTRIAXONE 250mg IM dose única HERPES • HSV-1 (predomina nas lesões orais) e HSV-2 (predomina nas lesões genitais) • IST ulcerativa mais frequente que desaparece sem sequelas CLÍNICA • Múltiplas úlceras DOLOROSAS de bordas bem definidas, fundo limpo, não sangra quando manipulada • Adenopatia é bilateral e dolorosa, mas não fistuliza • INFECÇÃO PRIMÁRIA: febre, mal-estar, surgimento de pápulas, vesículas e úlceras por fim • INFECÇÃO RECORRENTE: reativação do vírus, geralmente com menor intensidade e diminuem com o passar do tempo A fase prodômica se manifesta com sensibilidade local, prurido e queimação • Facilitadores de recorrência: febre, exposição solar, frio intenso, traumatismos, menstruação, estresse, imunodepressão... DIAGNÓSTICO • Citodiagnóstico de TZANK: a base e os lados de uma vesícula são raspados com um bisturi e o material passa por coloração de Wright ou Giemsa. Células gigantes multinucleadas são sinais de herpes simples ou infecção por herpes zoster • Papanicolau: demonstra inclusões virais • Sorologia: os anticorpos contra herpes desenvolvem-se após a infecção primária e permanecem por toda a vida - em valor se elevar os títulos em 4 semanas • Imunoflorescência direta: anticorpos monoclonais TRATAMENTO (doença recorrente e incurável) • Objetivo: encurta o curso da doença, diminuir a intensidade e recorrência • PRIMÁRIA: ACICLOVIR 400mg VO 3x ao dia por 7 a 10 dias FANCIVLOVIR 250mg 3x ao dia por 7 a 10 dias VALACICLOVIR 1g 2x ao dia por 7 a 10 dias • RECORRENTE: ACICLOVIR 400mg VO 3x ao dia por 5 dias FANCIVLOVIR 125mg 2x ao dia por 5 dias VALACICLOVIR 1g 1x ao dia por 5 dias • Gestante: ACICLOVIR em infecções primárias ou recorrentes severas. Interrupção por cesariana na presença de lesões ativas no canal de parto DONOVANOSE • Doença crônica e progressiva causada pela Klebsiella granulomatis • Bacilo Gram -, pleomórfico e imóvel • Período de incubação: 50 dias • Sinônimos: “granuloma inguinal”, “granuloma tropical” • Pouco frequente, baixa contagiosidade e associada a transmissão sexual • Inicia-se com nodulação subcutânea, geralmente unilateral e indolor, que pode ser confundida com aumento linfonodal, cuja ulceração forma úlceras de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com base granulosa, aspecto vermelho e sangramento fácil. Evolui lentamente para lesão vegetante, extensa, INDOLOR • Por autoinoculação, vão surgindo lesões satélites que se unem, alcançando grandes áreas • Não há adenopatia! • Diagnóstico diferencial: Cancêr DIAGNÓSTICO: • Biópsia – importante para descartar câncer • Esfregaço com coloração de Wright, Giemsa ou Leishman. TRATAMENTO: • Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por pelo menos 21 dias ou até desaparecimento complet • o das lesões. • Grávidas: Estearato de Eritromicina 500mg, VO, 6/6h por 21 dias ou Azitromicina 1g, VO, 1x por semana por 3 semanas. LINFOGRANULOMA VENÉREO • Causada pela Clamídia Tracomatism, sorotipos L1, L2 e L3 • Bactéria Gram - • Período de incubação: 3 a 21 dias • Sinônimo: Doença de Nicolas – Favre, mula, bubão climático QUADRO CLÍNICO: • 1º Lesão de Inoculação: Pápula, pústula ou ulceração INDOLOR. Desaparece sem sequela, podendo não ser notada pelo paciente • Adenopatia inguinal: 1 a 6 semanas após lesão de inoculação, dolorosa, unilateral, com supuração e fistulização por orifícios múltiplos (bico de regador). Os sintomas gerais são febre, anorexia, emagrecimento, mal-estar • Sequelas: Principalmente retais, com formação de fístulas e estenoses (praticantes de sexo anal) e obstrução linfática crônica e elefantíase genital. • Abordagem do bubão: aspiração com agulha de grosso calibre dos gânglios linfáticos regionais comprometidos para alívio da flutuação DIAGNÓSTICO: • CLÍNICO • Sorologia ELISA ou teste fixação complemento – Títulos >ou = 1:64 ou aumento 4x em 2 semanas. • PCR, imunoflorescência, biópsia, cultura TRATAMENTO: • Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 21 dias • Gestante: Estearato de Eritromicina 500mg, VO, 6/6h por 21 dias ou Azitromicina 1g, VO, 1x por semana por 3 semanas SÍFILIS • Espiroqueta anaeróbia Treponema pallidum • Período de incubação: 21 dias • Sinônimos: Lues, cancro duro, protossifiloma • Infecção sistêmica crônica • Congênita e adquirida • ADQUIRIDA: ✓ Adquirida recente – até 1 ano após a infecção: Primária, secundária e latente recente (sem manifestações) ✓ Adquirida tardia – Com mais de 1 ano de evolução: Latente tardia e terciária • Sífilisprimária: ✓ Úlcera de coloração rósea, ÚNICA e INDOLOR, com bordas bem delimitadas, endurecidas e elevadas, fundo limpo, liso e brilhante, secreção serosa escassa. Desaparece sem deixar cicatriz ✓ Adenopatia não supurativa, uni ou bilateral, móvel, indolor, múltipla e sem sinais flogísticos • Sífilis Secundária: ✓ Lesões cutaneomucosas não ulceradas simétricas, localizadas ou difusas, pápulas eritematosas acastanhadas. Aparecem 4 a 8 semanas após o desaparecimento da lesão primária • Sífilis Latente: ✓ Recente < 1 ano de evolução ✓ Tardia > 1 ano de evolução ✓ Ambos os casos ASSINTOMÁTICOS Obs: 2/3 dos pacientes não tratados permanecem nesta fase para sempre e sem complicações • Sífilis terciária: ✓ Alterações neurológicas, cardiovasculares e cutaneomucosas. Ex: Tubérculos (ou gomas), tabes dorsalis, aneurisma aórtico e Artropatia de Charcot ✓ Faz lesão de medula – pode complicar DIAGNÓSTICO: • Exame campo escuro: padrão ouro no diagnóstico da sífilis primária • Imunoflorescência Direta • Sorologia Não-Treponêmica: VDRL, RPR e TRUST. • Sorologia Treponêmica: FTA – Abs, Testes rápidos, Elisa, TPI, MHA – TP. • Para o diagnóstico de sífilis devem ser utilizados: ✓ Um dos testes treponêmicos. Ex: Teste rápido ou FTA – Abs (específico pra sífilis) ✓ Um dos testes não-treponêmicos. Ex: VDRL. ✓ VDRL geralmente é > 1:4 (normal) ✓ FTA – Abs +: Tem ou teve sífilis. VDRL FTA - Abs Interpretação - - Não é sífilis ou é janela imunológica - + Curada ou precoce + - Falso-positivo + + Sífilis não tratada ou tratada recentemente TRATAMENTO: • Droga de escolha é Penicilina G Benzatina – 2,4 milhões UI, IM, sendo 1,2 milhão em cada nádega • Recente (Primária, Secundária e Latente recente) – Dose única de Penicilina G Benzatina • Tardia (Latente tardia, Latente de duração incerta e Terciária) – Três doses de Penicilina G Benzatina Obs: Se o diagnóstico for realizado pelo rastreio sorológico (sem lesões clínicas), devemos classificar como latente tardia • REAÇÃO DE JARISCH – HERXHEIMER! – aumento de citocinas devido ao uso de antibióticos, gerando rash, calafrios, febre, taquicardia, hipotensão, cefaleia, lesões cutâneas, leucocitose e taquipneia... Sífilis e Gestação: • VDLR deve ser solicitado no 1º e 3º trimestre e no momento que interna para realização do parto • Toda gestante com apenas um teste reagente, treponêmico ou não-treponêmico, deve iniciar o tratamento para Sífilis sem aguardar o resultado do segundo teste. No entanto, deve ser realizado sorologia confirmatória, diferente da primeira que foi realizada e verificar o resultado posteriormente para confirmar a infecção • Grávidas: Tratamento com Penicilina G Benzatina de acordo com a fase da doença • Obs: A grávida deve ser dessensibilizada em caso de alergia! CERVICITE • Agente: Neisseria Gonorrhoeae (Gonococo), Chlamydia tracomatis (Clamídia) • Fator de risco: transmissão sexual DIAGNÓSTICO: • Colo hiperemiado, friável, sinusorragia, corrimento cervical e dispareunia (dor genital durante ou pós- sexo) TRATAMENTO: • GONORRÉIA: ✓ Ceftriaxona 250mg IM, DOSE ÚNICA ou Ciprofloxacina 500mg, VO, DOSE ÚNICA. • CLAMÍDIA: ✓ Azitromicina 1g, VO, DOSE ÚNICA. ✓ Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 7 dias. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA – DIP • Agentes: Gonocoo e Clamídia • É uma cervicite que evoluiu DIAGNÓSTICO: • 3 critérios maiores + 1 critério menor ou apenas a presença de 1 critério elaborado ✓ Critérios maiores: Dor em Hipogastro + Anexial + mobilização do colo ✓ Critérios menores: Febre, Leucocitose, aumento VHS/PCR, cervicite ✓ Critérios elaborados: Endometrite na Biópsia, abcesso tubo ovariano ou no fundo de saco na USTV, DIP na laparoscopia TRATAMENTO – Ambulatorial ou Hospitalar: • Classificação de Monif ✓ Estágio 1: Sem peritonite -> AMBULATORIAL. ✓ Estágio 2: Com peritonite ✓ Estágio 3: Oclusão de trompa, abcesso tubo- ovariano ✓ Estágio 4: Abcesso > 10cm ou Roto -> Conduta cirúrgica! • Apenas o Estágio 1 possui tratamento ambulatorial, os demais estágios possuem tratamento hospitalar • Ambulatorial: Ceftriaxona 500mg, IM, DOSE ÚNICA + Doxiciclina 100mg 12/12h, VO, 14 dias com ou sem Metronidazol 500mg, VO, 12/12h por 14 dias • Hospitalar: CLINDAMICINA IV + GENTAMICINA IV • Complicação: Sd de FITZ-HUGH-CURTIS (FHC) ou Perihepatite Gonocócica: Aderência em corda de violino + Perihepatite https://pt.wikipedia.org/wiki/Citocina
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