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Trabalho Escrito Tracoma e Hanseníase (1)

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1 
 
 
Sumário 
Tracoma __________________________________________________________________ 2 
Sintomas: _______________________________________________________________ 2 
Causa: _________________________________________________________________ 3 
Diagnóstico: _______________________________________________________________ 3 
Diagnostico Diferencial: _____________________________________________________ 7 
Prevenção: ________________________________________________________________ 7 
Transmissão: ______________________________________________________________ 8 
Tratamento: _______________________________________________________________ 8 
• Tratamento Tópico: _____________________________________________________ 8 
Estratégias de Tratamento: ________________________________________________ 9 
Controle de Tratamento: _____________________________________________________ 9 
Hanseníase ______________________________________________________________ 10 
Sintomas: ________________________________________________________________ 10 
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são: __________________________ 11 
Causas: __________________________________________________________________ 12 
Transmissão: _____________________________________________________________ 12 
Tratamento: ______________________________________________________________ 12 
Esquema Paucibacilar (PB) _________________________________________________ 13 
Esquema Multibacilar (MB) _________________________________________________ 14 
Alta _____________________________________________________________________ 14 
Conclusão ________________________________________________________________ 15 
Referencias: ______________________________________________________________ 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Tracoma 
 
O tracoma é uma doença inflamatória ocular, uma conjuntivite causada pela bactéria 
Chlamydia trachomatis que ocorre em áreas de maior concentração de pobreza, deficientes 
condições de saneamento básico e acesso à água. 
 
O tracoma é responsável por prejuízos visuais em 1,9 milhões de pessoas, das quais 450 
mil apresentam cegueira irreversível. Estima-se que 190,2 milhões de pessoas vivem em áreas 
endêmicas com risco de cegueira por tracoma. 
O tracoma é um problema de saúde pública em muitos países pobres e em áreas remotas de 
42 países da África, Ásia, América Central e do Sul e Oriente Médio. 
 
Sintomas: 
 
A fase inicial do tracoma é endêmica nas crianças. A doença apresenta um curso crônico 
recidivante. Repetidas infeções em áreas hiperendêmicas produzem a formação de folículos e 
cicatrizes na conjuntiva palpebral superior. As cicatrizes na mucosa da pálpebra superior 
promovem mudanças na posição da pálpebra (entrópio) e alteração na posição dos cílios 
(triquíase), fazendo com que os cílios toquem o globo ocular. Os atritos dos cílios sobre o 
globo ocular causam escoriações na córnea que levam à opacificação e diminuição da 
acuidade visual até à cegueira. 
 
Em geral, o indivíduo com tracoma apresenta os seguintes sinais e sintomas: 
• Fotofobia (sensibilidade e intolerância à luz); 
• Prurido (coceira nos olhos); 
• Sensação de corpo estranho dentro do olho; 
• Vermelhidão nos olhos; 
• Secreção; 
• Lacrimejamento. 
 
Muitos casos de tracoma não apresentam nenhum sintoma. O período de incubação 
(período entre o momento da infecção e o surgimento dos sintomas) do tracoma dura de 5 a 
12 dias e pode se apresentar inicialmente com a aparência de uma inflamação que afeta ambos 
os olhos. 
Os pacientes que apresentam as formas sequelares do tracoma - entrópio (pálpebra com a 
margem virada para dentro do olho) e triquíase tracomatosa (cílios em posição defeituosa, 
tocando o globo ocular) manifestam dor constante, fotofobia e dificuldade de abrir os olhos. 
 
 
 
3 
 
Causa: 
 
A causa do tracoma é a presença da bactéria C. trachomatis em contato com a conjuntiva 
ocular, que produz uma reação inflamatória difusa na pálpebra superior, com o 
aparecimento de folículos. Em áreas hiperendêmicas, em decorrência de infecções repetidas, 
os folículos, que são formações arredondadas, evoluem e quando regridem persistem 
cicatrizes nos locais afetados que evoluem para a formação de linhas de cicatrizes. Nem 
sempre haverá a formação de cicatrizes (as cicatrizes produzem deformidades que evoluem 
para a retração da pálpebra entrópica) e dos cílios (triquíase). Os cílios em posição 
defeituosa tocam a córnea e provoca abrasão crônica, opacidade da córnea, que promove a 
diminuição progressiva da visão. Caso não seja realizada a cirurgia para correção palpebral 
ou epilação destes cílios, o caso pode evoluir para baixa na acuidade visual até a cegueira. 
 
Agente etiológico: bactéria gram-negativa Chlamydia trachomatis, de vida intracelular 
obrigatória, dos sorotipos A, B, Ba e C. Existem outros sorotipos de C. trachomatis 
infectantes para o homem, porém estão associados a conjuntivites de inclusão, doenças 
sexualmente transmissíveis e pneumonia em recém-nascidos. 
 
Reservatório: O homem, com infecção ativa na conjuntiva ou outras mucosas. Crianças até 
10 anos de idade, com infecção ativa, configuram o principal reservatório do agente 
etiológico, nas localidades onde o tracoma é endêmico. 
 
Vetores: Alguns insetos, como a mosca doméstica (Musca domestica), e/ou a lambe-olhos 
(Hippelates sp e Liohippelates spp.), podem atuar como vetores mecânicos da bactéria. 
 
Diagnóstico: 
 
O diagnóstico do tracoma é essencialmente clínico e realizado por meio de exame ocular 
externo, utilizando lupa binocular de 2,5 vezes de aumento, onde se buscam os sinais 
clínicos de presença de folículos e cicatrizes na conjuntiva palpebral superior e alterações 
na posição dos cílios. 
O diagnóstico laboratorial deve ser utilizado para a constatação da circulação da bactéria 
causadora do tracoma na comunidade, e não para a confirmação de cada caso, 
individualmente. 
 A técnica laboratorial padrão, para o diagnóstico das infecções por Chlamydia 
trachomatis, é a cultura, porém não é utilizada como rotina nos laboratórios de saúde 
pública. No Brasil, a técnica de Imunofluorescência Direta foi realizada por vários anos. 
Atualmente encontra-se em fase de validação a técnica de diagnóstico molecular de reação 
em cadeia da polimerase- PCR, para Clamídia ocular. 
 
4 
 
 
 
No tracoma, a inflamação produz espessamento e opacificação difusa da conjuntiva. 
Podem-se observar dois tipos de reação conjuntival na inflamação tracomatosa: os folículos e 
a folículos infiltração difusa, que podem ocorrer simultaneamente. 
Para fins infiltração difusa da classificação diagnóstica define-se graus de inflamação 
tracomatosa da conjuntiva: 
• Predominância de Inflamação Folicular - (TF); 
• Predominância de Infiltração e Espessamento Difuso da Conjuntiva, o Tracoma 
Intenso - (TI); 
 
Os outros sinais para o diagnóstico são: 
 
• Cicatrização Tracomatosa da Conjuntiva Tarsal Superior - (TS); 
• Triquíase Tracomatosa - (TT); 
• Opacificação Corneana - (CO) 
 
Todos esses sinais não são excludentes, podendo ocorrer simultaneamente em um mesmo 
paciente e no mesmo olho. Assim, deve-se sempre registrar a sua presença ou ausência. 
Considera-se Tracoma Folicular (TF) quando se verifica presença de no mínimo cinco 
folículos de no mínimo 0,5 mm de diâmetro na conjuntiva tarsal superior. Os folículos são 
elevações arredondadas da conjuntiva, brilhantes e mais pálidas que a conjuntiva ao seu redor. 
Eles devem ser diferenciados das outras três alterações causadas por pequenas cicatrizes e dos 
depósitos degenerativos na conjuntiva. As pequenas cicatrizes não são redondas, possuindo 
bordas angulares, enquanto os folículos possuem bordas mal delimitadas. Os depósitos 
degenerativos incluem os agregados conjuntivais, que são massas opacas amarelas oubrancas, 
com bordas bem definidas e os cistos que se apresentam como pequenas bolhas claras na 
conjuntiva. 
5 
 
 
 
A Inflamação Tracomatosa Intensa (TI) caracteriza-se por marcado espessamento da 
conjuntiva tarsal superior, que se apresenta enrugada e avermelhada, não permitindo a 
visualização de mais que 50% dos vasos tarsais profundos. 
 
 
 
A Cicatrização Conjuntival Tracomatosa (TS), tem uma aparência esbranquiçada, fibrosa, 
com bordas retas, angulares ou estreladas. 
 
 
 
Considera-se Triquíase Tracomatosa (TT) menos um dos cílios atrita o globo ocular, ou 
quando há evidências de remoção recente de cílios invertidos, associados à presença de 
cicatrizes na conjuntiva tarsal superior (TS) sugestivas de tracoma. 
 
6 
 
 
 
A Opacificação Corneana (CO), de origem tracomatosa caracteriza-se por sua nítida 
visualização sobre a pupila com intensidade suficiente para obscurecer pelo menos uma parte 
da margem pupilar. 
 
 
 
Concluindo, o diagnóstico clínico do Tracoma baseia-se na verificação da presença ou 
ausência de cinco sinais-chave: 
 
• Inflamação Tracomatosa Folicular - TF; 
• Inflamação Tracomatosa Intensa - TI 
• Cicatrização Conjuntival Tracomatosa - TS; 
• Triquíase Tracomatosa - TT; 
• Opacificação Corneana - CO. 
 
 
Nas áreas endêmicas, as crianças se infectam nos primeiros anos de vida, desenvolvendo 
TF e, na dependência da frequência de reinfecções da gravidade e da associação com outras 
conjuntivites bacterianas, podem vir a desenvolver TI e, posteriormente, cicatrização 
conjuntival tracomatosa (TS). A prevalência das formas inflamatórias ativas (TF e TI) 
decresce com a idade. Assim, mesmo nas áreas altamente endêmicas, são raros os casos de 
tracoma inflamatório entre os adultos. 
Já a prevalência das formas cicatriciais (TS) e sequelas (TT e CO) tende a aumentar com a 
idade. 
 
 
7 
 
Diagnostico Diferencial: 
 
Deve ser feito considerando as outras conjuntivites foliculares, tais como: 
 
• Foliculoses: presença de pequenos folículos difusos, sem oliculoses inflamação, mais 
frequentes no fórnix e desaparecendo em direção à margem palpebral. A pálpebra superior é 
pouco afetada e associa-se à hiperplasia linfóide generalizada observada em crianças; 
 
• Conjuntivite Folicular Tóxica: observada após uso pro- olicular Tóxica: longado de drogas 
tópicas oculares como, por exemplo: mióticos (pilocarpina) e idoxiuridina, ou uso de 
cosméticos ou ainda na conjuntivite por molusco contagioso (Molluscipox vírus). Há presença 
de folículos que, no caso de uso de cosméticos, podem estar pigmentados; 
 
• Conjuntivite de Inclusão: por transmissão sexual, apresenta folículos na conjuntiva tarsal 
superior e não evolui para cicatrizes conjuntivais, diferenciando-se do Tracoma pelas 
características epidemiológicas; 
 
• Conjuntivites Foliculares Agudas: como as conjuntivites foliculares Agudas: virais pelo 
Adenovirus geralmente associadas a sinto- Adenovirus, mas sistêmicos agudos, sendo 
autolimitada e pelo Herpes simplex; 
 
• Outras Menos Frequentes: síndrome oculoglandular de requentes: Parinaud, 
ceratoconjuntivite folicular crônica de Thygeson, conjuntivites bacterianas (Moraxella e 
outras), conjuntivite folicular crônica de Axenfeld. 
 
Prevenção: 
 
O tracoma está relacionado com as precárias condições socioeconômicas, de saneamento 
e com os determinantes sociais em saúde. Em países desenvolvidos, o controle da doença 
foi alcançado com melhoria das condições de vida e saneamento básico. 
Nesse sentido, são fundamentais, para prevenir o tracoma, medidas de promoção da 
higiene pessoal e familiar, tais como a limpeza do rosto, o destino adequado do lixo, 
disponibilidade de água e destino adequado dos dejetos. 
A prevenção do tracoma pode ser realizada com a adoção de hábitos adequados de 
higiene, como lavagem do rosto das crianças com frequência e não compartilhamento de 
objetos de uso pessoal como lenços, roupas e toalhas entre outros. 
A busca ativa deve ocorrer em comunidades de risco epidemiológico e social, em escolas 
e creches, e de forma sistemática nos locais onde haja suspeita da ocorrência de casos de 
tracoma. Deve ser ressaltada a importância das medidas de educação em saúde, envolvendo 
pais, professores, funcionários e crianças para o sucesso das medidas de vigilância e 
controle do tracoma. 
Não há necessidade de isolamento dos casos. Os indivíduos com tracoma devem receber 
tratamento e continuar a frequentar a instituição. O tracoma não é uma doença de 
8 
 
notificação compulsória nacional, entretanto é uma doença sob vigilância epidemiológica de 
interesse nacional, por ser uma doença com metas de eliminação como problema de saúde 
pública, sendo orientado o registro de todos os casos positivos no Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (Sinan). 
 
Transmissão: 
 
A transmissão do tracoma se dá por meio do contato com pessoas que tenham a doença ou 
pelo contato indireto, por meio do uso de objetos e itens que foram utilizados por uma pessoa 
afetada pelo tracoma, como: toalha, lápis de olho, maquiagem, lençol, fronha, etc. Essa 
condição médica é muito associada à má higiene e a falta de saneamento básico. 
O tracoma afeta, geralmente, mais as crianças (de faixa etária até 10 anos) do que os 
adultos. Em alguns casos, a pessoa pode entrar em contato com a bactéria e acabar por não 
desenvolver o tracoma. 
Alguns insetos, como a mosca doméstica e/ou a “lambe-olhos” (Hippelates spp.), podem 
atuar como vetores mecânicos. A transmissão só é possível quando existirem as lesões ativas, 
sendo mais intensa no início da doença e quando existirem infecções bacterianas associadas. 
 
Tratamento: 
 
O objetivo do tratamento é a cura da infecção, interrupção da cadeia de transmissão da 
bactéria e diminuição da circulação do agente etiológico na comunidade, o que leva à 
redução da frequência das reinfecções e da gravidade dos casos. 
Para impacto no controle do tracoma, faz-se necessária adoção de medidas de controle 
como o uso de antibióticos em massa de toda a população nas áreas hiperendêmicas e 
medidas de melhorias ambientais, de saneamento e educação em saúde. 
As condutas abaixo relacionadas são recomendadas pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS) e utilizadas no Brasil. 
 
• Tratamento Tópico: 
- Tetraciclina a 1% 
- Pomada oftálmica usada duas vezes ao dia durante seis semanas. 
 - Sulfa. 
- Colírio usado quatro vezes ao dia durante seis semanas que substitui a falta de tetraciclina 
ou por hipersensibilidade à mesma. 
- Antibiótico Azitromicina na dose de 20mg por Kg de peso para crianças e para adultos 
acima de 45 kg, 1 grama, em dose única oral. 
O SUS disponibiliza tratamento gratuito de azitromicina nas apresentações em 
comprimidos de 500mg e suspensão de 600mg. 
 
 
 
 
9 
 
Estratégias de Tratamento: 
 
 
 
• Tratamento em Massa - pomada oftálmica de tratamento em Massa - Tetraciclina a 1%, 
duas vezes ao dia, durante seis semanas, para todas as pessoas daquela comunidade (pode-se 
entender como uma comunidade os alunos de uma escola ou creche, um bairro, uma favela 
etc.), 
 
• Tratamento Familiar - tópico para todos os membros familiar de um núcleo familiar com 
um ou mais casos de Tracoma inflamatório (TF e/ou TI). 
 
• Tratamento Adicional Seletivo - antibioticoterapia tratamento Adicional Seletivo - 
sistêmica deve ser administrada para os pacientes com quadros de Tracoma Intenso (TI) ou 
resistentes ao tratamento tópico. 
Além do tratamento medicamentoso, as medidas de promoção da higiene pessoal e 
familiar, tais como o estímulo a manter limpo o rosto das crianças, o destino adequado do lixo 
(que contribuiria para diminuir a concentraçãode moscas), podem ter um impacto 
significativo na redução da prevalência e gravidade dos casos. 
 
Controle de Tratamento: 
 
Todos os casos de Tracoma inflamatório (TF ou TI) devem ser examinados para controle 
de tratamento depois de 3 meses do início do tratamento e ser revistos, pelo menos duas 
vezes, a cada três meses, para o controle da cura, por um período total de 9 (nove) meses. 
 
• Critérios de Alta: A alta clínica será dada após 3 meses do início clínica do tratamento, 
desde que não existam mais sinais de Tracoma inflamatório ativo (TF e/ou TI), ou seja, 
folículos, edema, hiperemia da conjuntiva, mesmo havendo cicatrizes (TS). 
A alta curado sem cicatrizes curado sem cicatrizes será curado sem cicatrizes dada após o 
terceiro retorno, aproximadamente nove meses após o início do tratamento, sem que tenha 
havido reinfecção e na ausência de cicatrizes tracomatosas na conjuntiva. 
A alta curado com cicatrizes será dada após o curado com cicatrizes terceiro retorno, 
aproximadamente nove meses após o início do tratamento, quando não houver mais 
10 
 
manifestação de Tracoma ativo (TF e/ou TI), não tendo havido reinfecção, mas com a 
presença de cicatrizes características de Tracoma na conjuntiva. 
O critério para encerramento de caso é o da alta curado sem cicatrizes, devendo então o 
paciente sair do sistema curado sem cicatrizes de controle. No caso de alta com cicatrizes, 
deverá ser feito controle com cicatrizes anual, sem que o indivíduo seja retirado do registro de 
controle, a fim de se detectar precocemente possíveis alterações palpebrais (entrópio e/ou 
triquíase). Em casos de entrópio e/ou triquíase, o paciente deve ser encaminhado para 
correção cirúrgica. 
Após um ano do diagnóstico confirmado de Tracoma, nova busca ativa deve ser realizada 
em toda a comunidade, garantindo uma cobertura e adesão adequadas ao tratamento, 
iniciando-se novo registro dos pacientes diagnosticados. 
 
Hanseníase 
 
A hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença crônica, transmissível, de 
notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como 
agente etiológico o Mycobacterium lepra, bacilo que tem a capacidade de infectar grande 
número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade 
de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal 
responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença. 
A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. 
Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma 
pequena parcela da população infectada realmente adoece. 
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade. As referências mais remotas 
datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o 
berço da doença. Entretanto, a terminologia hanseníase é iniciativa brasileira para minimizar o 
preconceito secular atribuído à doença, adotada pelo Ministério da Saúde em 1976. Com isso, 
de acordo com a Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995, o termo "Lepra" e seus derivados não 
poderão ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração 
centralizada e descentralizada da União e dos Estados-membros. 
O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo, entre os países que registram casos novos. Em 
razão da elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública 
no País. 
 
Sintomas: 
 
 A hanseníase é uma doença que, como dito, afeta pele e nervos periféricos, sendo assim, 
os seus sintomas estão relacionados com o comprometimento dessas áreas. Sem dúvida, uma 
das manifestações mais marcantes dela são as manchas na pele que apresentam sensibilidade 
alterada, entretanto, esse não é o único sintoma. 
 
11 
 
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são: 
• Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na 
sensibilidade à dor, térmica e tátil; 
 
 
 
• Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo do trajeto dos nervos 
dos membros; 
• Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; 
• Pele seca; 
• Inchaço nas mãos e nos pés; 
• Inchaço e dor nas articulações; 
• Redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; 
• Dor e espessamento nos nervos periféricos; 
• Caroços no corpo 
• Olhos ressecados; 
• Feridas, sangramento e ressecamento no nariz; 
• Febre e mal-estar geral. 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
Causas: 
 
A Hanseníase é causada pelo Mycobacterium lepra, ou bacilo de Hansen, que é um parasita 
intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos 
periféricos, que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar. O tempo 
de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. 
 
Transmissão: 
 
O contágio dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não 
tratada, que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis. 
A principal via de eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente de hanseníase, e a 
mais provável porta de entrada no organismo passível de ser infectado são as vias aéreas 
superiores, o trato respiratório (tosse ou espirro, são os principais). No entanto, para que a 
transmissão do bacilo ocorra, é necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada. 
A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, 
raramente ocorre em crianças. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento é baseado em poli quimioterapia (esquema de vários antibióticos) que 
envolve a associação de três medicamentos: 
• Rifampicina, 
• Dapsona 
13 
 
• Clofazimina. 
Essa associação evita a resistência medicamentosa do bacilo que ocorre com frequência 
quando se utiliza apenas um medicamento, impossibilitando a cura da doença. 
A PQT mata o bacilo tornando-o inviável, evita a evolução da doença, prevenindo as 
incapacidades e deformidades causadas por ela, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de 
infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Assim sendo, logo no 
início do tratamento, a transmissão da doença é interrompida, e, sendo realizado de forma 
completa e correta, garante a cura da doença. 
São disponibilizados nas unidades básicas de saúde, sendo utilizados sob supervisão da 
equipe médica dentro do ambulatório. As doses diárias restantes são tomadas em casa. 
Nos casos em que a doença já tiver avançado, será necessário, junto aos antibióticos, fazer 
um trabalho de prevenção à incapacidade. Ele consiste em fisioterapia e orientações para 
evitar infecções e novas lesões no dia a dia. 
Além do tratamento com medicamentos para eliminar a bactéria, é importante também que 
a pessoa realize tratamentos para prevenir o desenvolvimento de complicações e para 
promover o seu bem-estar. 
A terapia varia de acordo com o tipo da enfermidade. Para a paucibacilar, dura seis meses. 
Já para a multibacilar, leva um ano. 
 
Esquema Paucibacilar (PB) 
 
Neste caso é utilizada uma combinação da rifampicina e dapsona, acondicionados numa 
cartela, no seguinte esquema: 
Medicação: 
• Rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração 
supervisionada 
• Dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária auto- 
administrada; 
• Duração do tratamento: 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina. • critério de 
alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses. 
 
 
 
 
14 
 
Esquema Multibacilar (MB) 
 
Aqui é utilizada uma combinação da rifampicina, dapsona e de clofazimina, 
acondicionados numa cartela, no seguinte esquema: 
Medicação: 
• Rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração 
supervisionada; 
• Clofazimina: uma dose mensal de 300 mg (3 cápsulasde 100 mg) com administração 
supervisionada e uma dose diária de 50mg autoadministrada; e 
• Dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária auto- 
administrada; 
• Duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina; 
• Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses. 
 
 
 
 
 
O paciente deve ser muito bem orientado sobre o tratamento porque é longo. Se o cliente 
deixar de tomar muitas doses supervisionadas, terá que refazer todo o tratamento. 
Cerca de 40% das pessoas doentes ainda correm o risco de passar pelas reações hansênicas 
durante ou depois da terapia. Nesses quadros, as lesões dão uma piorada e surgem febre e dor 
e dor nos nervos. 
No entanto, nos casos mais graves, quando há complicações devido ao aparecimento de 
deformidades, pode ser preciso fazer fisioterapia ou realizar uma cirurgia. 
 
Alta 
 
O critério de alta adotado pela OMS e pelo MS é ter completado o esquema terapêutico 
padrão: Esquema Paucibacilar (PB) – 6 doses mensais supervisionadas em até 9 meses; mais a 
sulfona autoadministrada. 
Esquema Multibacilar (MB) – 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina, em até 18 
meses, mais a sulfona autoadministrada. 
 
 
15 
 
Conclusão 
 
O tracoma permanece presente enquanto problema de saúde pública, principalmente nas 
formas transmissíveis, nas zonas urbanas de praticamente todas as UF do Brasil. Esta 
concentrada entre as crianças menores de 10 anos, faixa etária de maior disseminação da 
doença. Forte indicativo de que a bactéria está circulando ativamente entre essas 
comunidades. 
Os achados apontam para a necessidade de uma melhor articulação entre o setor saúde de 
modo a implementar de forma mais efetiva as ações de vigilância e controle do tracoma. É de 
extrema importância a sensibilização dos gestores estaduais e municipais para assumirem 
plenamente essas atividades e reforçar suas responsabilidades na execução das ações com 
apoio do Ministério da saúde. E ainda propor estratégia de integração com a atenção básica. 
Já em hanseníase somente com um serviço de saúde organizado é que poderemos detectar 
casos e tratar a doença. Sabemos que é uma doença que quando diagnosticada tardiamente, 
causa incapacidades físicas que comprometem a qualidade de vida dos pacientes. Por isso, o 
investimento na estruturação e qualificação dos serviços, referindo-se diretamente à equipe de 
saúde, deve ocorrer para que interrompa a cadeia de transmissão da doença. 
Conclui-se, portanto que todos os profissionais da equipe devem ter conhecimento sobre 
todo o processo saúde-doença da hanseníase, com uma visão global a respeito da doença, para 
que haja uma atuação conjunta e coordenada da equipe para que novos casos sejam 
identificados e os que estão em tratamento recebam todo o suporte necessário. 
 
 
 
 
 
Referencias: 
 
https://saude.es.gov.br/tracoma 
https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/tracoma 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_tracoma.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf 
https://www.gov.br/saude/pt-
br/media/pdf/2021/marco/3/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira.
pdf 
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/tracoma 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/Hanseniase_abordagem_teorica.pdf 
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/35097/2/ve_Andreia_de_Padua_ENSP_2013 
https://www.inta.edu.br/SouINTA/images/pdf/regras-abnt-novas-2013-2014.pdf 
https://www.princesa.sc.gov.br/noticias/index/ver/codMapaItem/9355/codNoticia/486894 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_tracoma.pdf 
https://saude.es.gov.br/tracoma
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf
https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/3/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf
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https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/tracoma
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https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/35097/2/ve_Andreia_de_Padua_ENSP_2013
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https://www.princesa.sc.gov.br/noticias/index/ver/codMapaItem/9355/codNoticia/486894
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_tracoma.pdf

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