Gestão Social e Ambiental-UA3

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Gestão Social 
e Ambiental
Gestão Social e Ambiental
2Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
O objetivo desta unidade é compreender as transformações ocorridas entre Estado e Sociedade, 
especialmente nas questões que envolvem regimes políticos. Comunismo, capitalismo, social-democracia 
e neoliberalismo são os regimes políticos que permearam a dinâmica social e política desde meados do 
século XIX. Entretanto, é no século XX que foram travadas as maiores discussões sobre essa temática. 
Especialmente no período entre guerras e, em seguida, a questão da globalização, configuraram o apogeu 
e a crise dos modelos socialistas, a decadência do liberalismo típico do século XIX e a emergência do 
neoliberalismo na condição de elemento fundamental dentro da ordem global.
 ● Compreender as transformações na relação entre Estado e Sociedade de acordo com a construção 
dos regimes políticos.
 ● Analisar o papel das organizações dentro dos regimes políticos e seu impacto na construção de 
alternativas políticas e sociais.
 ● Estado e Sociedade;
 ● Regimes Políticos;
 ● Organizações.
Introdução
Objetivo
Tópicos Abordados
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3Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Definições e Ppanorama histórico
Na unidade anterior, observou-se a importância da percepção do papel desempenhado pelo Estado, 
especialmente nas questões de mercado e relações internacionais. Entretanto, é fundamental destacar 
que em cada regime político, quais sejam, comunismo ou socialismo, capitalismo, social-democracia e 
neoliberalismo, as diretrizes a serem tomadas pelo Estado apresentam variedades.
Ao longo do século XX, nos Estados cujas diretrizes acompanharam a ordem comunista ou socialista, 
apresentaram a seguinte estrutura: instituições de base sólida dentro do aparelho estatal, distribuição de 
renda, investimento pesado nas áreas educacionais e de saúde. Entretanto, ao longo do período da “Guerra 
Fria”, além do investimento nas áreas sociais, a indústria bélica foi alvo de boa parte dos investimentos.
Conceitualmente, os regimes socialistas ou comunistas basearam-se nas proposições de Karl Marx, 
teórico do século XIX e um dos principais intelectuais com ampla produção acadêmica sobre os rumos 
negativos do capitalismo industrial. Suas proposições foram lidas e assimiladas por algumas nações, entre 
as quais, destacaram-se a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Cuba, entre outras.
Neste sentido, da segunda metade do século XX em diante, podemos notar uma 
leitura do pensamento marxista que denota uma tentativa de reinterpretação de 
determinadas questões, entre elas o Estado.
Além disso, há inúmeras discussões sobre o papel das Classes Sociais e uma 
leitura dos rumos que os países socialistas tomaram ao longo de quase todo 
século XX até o advento da queda do Muro de Berlin, em 1989, e o fim da URSS, 
foi alvo de análises. De fato, o fim da URSS, retirou de cena o principal referencial 
do movimento comunista.
Educação
Karl Marx
Saúde Indústria bélica
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4Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Francis Fukuyama
Anthony Giddens
O Fim da História, obra de Francis Fukuyama (1992), levando em consideração 
a virtual derrota nesse final de século de todas as alternativas políticas à 
democracia liberal (comunismo, fascismo, ditaduras militares ou teocráticas etc.), 
argumentou que talvez essa fosse a forma última e mais avançada na progressão 
das sociedades humanas.
Por outro lado, a social-democracia representa uma 
corrente do marxismo, que defende a alternativa de 
construção de um Estado socialista sem a dimensão 
revolucionária. Ao contrário, por meio de alternativa 
da democracia, baseada nos pressupostos de 
igualdade e na passagem gradativa, junto ao poder 
legislativo, do modelo capitalista para o socialista.
Outros autores, entre eles Anthony Giddens, ao propor a “política da vida”, 
a nova “esquerda-do-centro” da terceira via, deveriam envolver-se tanto em 
questões de justiça social e eficiência na economia, como nas questões que 
afetam os indivíduos diretamente. Portanto, a nova “esquerda-do-centro” 
deveria propor não soluções gerais, para todos os cidadãos, mas sim se 
preocupar com os anseios do cidadão.
É importante destacar aqui o fato de que após a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, as discussões 
clássicas das relações de produção, o papel coercitivo e dominador do Estado e a importância da luta de 
classes cedeu espaço para novas concepções acerca do significado de Socialismo.
E, ainda, a certeza de que o capitalismo, por mais que tenha sua base na desigualdade social, permanece 
no bojo da dinâmica social. A questão, na atualidade, perpassa pela discussão dos rumos que a “esquerda” 
deve percorrer.
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5Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
O capitalismo, desde o período conhecido como 
“Mercantilismo”, passou por vários processos tanto de 
sucesso quanto de crises. Durante os séculos XVI, XVII 
e XVIII, as relações de poder eram mediadas de acordo 
com a quantidade de riquezas que determinada “nação” 
possuía dentro do seu território.
Ideologicamente, os detentores dos 
bens de capital e cultural, formulam as 
diretrizes a serem assimiladas pelas 
demais camadas da sociedade. Alguns 
autores irão dizer que, por este motivo, o 
capitalismo consegue, ao longo do tempo, 
sair de suas crises cíclicas, pois tem um 
grande poder de se moldar à dinâmica 
política, econômica e social.
Ou seja, é preciso que exista, na estrutura 
social, uma camada da sociedade 
destinada ao trabalho, sem acesso à todos 
os bens de capital e cultural oferecidos 
pelo sistema e, é necessário que seja 
mantida uma determinada parcela da 
população detentora do lucro.
É possível perceber que a diferença entre a social-democracia e outras formas de entendimento 
do socialismo é a crença absoluta na ação política, e não na supremacia da ação econômica ou 
determinismo econômico.
Por um lado, o mundo ibérico, especialmente Portugal e Espanha formularam uma política de 
exploração, baseada no pacto colonial, com suas colônias.
Por outro, a tradição anglo-saxônica, representada pela Inglaterra, vislumbrou um estilo de 
colonização baseado na construção de novos mercados consumidores.
O capitalismo, na condição de construção histórica, constitui-se na manutenção da desigualdade social, 
pois para que ele possa cumprir seu papel é necessário que exista, de fato, acumulação de capital.
O resultado foi a supremacia da Inglaterra no que tange o capitalismo mercantil e, no século XIX, o 
capitalismo industrial.
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6Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Um bom exemplo são as políticas sociais, típicas das sociedades capitalistas, cujo principal objetivo 
é minimizar a questão social (desemprego, índices altos de pobreza, insuficiência dos serviços de 
saúde, habitação e educação, entre outros).
A idéia de individualismo surge como um forte aliado na construção de uma doutrina que pudesse responder 
aos anseios de uma camada da sociedade que começava a exigir representatividade e legitimidade diante 
do Estado monárquico:
É importante esclarecer que a gênese de Neoliberalismo, de fato, está no conceito de liberalismo fundamentado no 
século XVII. Naquele momento, a questão fundamental era discutir até que ponto as monarquias absolutas tinham 
legitimidade diante das demandas da sociedade.
Assim, do ponto de vista intelectual, surgia a dimensão da necessidade de construção de um governo civil, baseado 
na idéia de que a sociedade, devidamente organizada, deveria exercer algum tipo de papel diante do Estado.
Nesse contexto, a doutrina liberal assumiriaum papel de protagonismo nas políticas que foram impulsionadas 
pelos governos dos países industrializados, na Europa do século XIX.
O aperfeiçoamento tecnológico, a supremacia da ciência e a reorganização da sociedade em torno do modo 
de produção capitalista, traduziram-se na idéia do liberalismo de mercado. Para Karl Polanyi, o principal legado 
deixado pela dimensão econômica do século XIX foi a chamada “mão livre do mercado”.
Quase dois séculos depois, no final do século XVIII, a Revolução Francesa significou 
uma das maiores vitórias da classe burguesa.
Em seguida, a Inglaterra promoveu a primeira revolução industrial.
O capitalismo é capaz de criar inúmeras alternativas, entre as quais, notam-se os processos de reforma constante 
do Estado e sua adequação à ordem econômica, como por exemplo, no processo de globalização da economia.
Exemplo
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7Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Ao final do século XIX, essa estrutura deu seus primeiros sinais de declínio, com a crise de superprodução e 
anecessidade de encontrar novos mercados consumidores. Como resultado, as empresas começaram a buscar 
novas formas de enfretamento da crise.
Dois acontecimentos fizeram estremecer a hegemonia do capitalismo industrial instaurando pela primeira vez, 
uma nação dentro de moldes socialistas:
 ● a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1917)
 ● a Revolução Russa em 1917
Entre o final dos anos 1930 e início de 1940, a Segunda Guerra Mundial, redefiniu as esferas de poder ao dividir 
mundo em dois blocos: o socialista e o capitalista.
Ao longo de todo o século XIX, as potências altamente industrializadas ditaram 
as regras do mercado, ao passo em que cabia ao Estado apenas regulamentar 
tais iniciativas por parte das camadas sociais responsáveis pelo comércio e as 
diretrizes da economia.
Enquanto a produção ocorreu a pleno vapor, a “mão livre do mercado”, ou seja, a 
dinâmica social determinada pela própria adequação dos mercados, o capitalismo 
industrial conheceu seu apogeu.
Karl Polanyi
Diante dessa crise, o capitalismo industrial promoveu algumas mudanças, como a inserção de um modelo 
corporativo (atribuindo ao Estado maior força e intervenção nas questões econômicas).
Por algum tempo, esse modelo foi assimilado. No início do século XX, outros eventos colocaram em 
cheque o poder do capitalismo.
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8Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Entretanto, nenhum dos estilos de regimes citados anteriormente conseguiu, de fato, desmantelar chamada 
questão social.
É fato que o capitalismo, do ponto de vista ideológico, é o que mais se encaixa nos anseios das sociedades. 
Ele está baseado na idéia do consumo e da satisfação das necessidades pessoais, de acordo com aquilo que o 
mundo do capital é capaz de oferecer.
Atualmente, em países como China e Cuba, é possível constatar a entrada de empresas, marcas e outros ícones 
típicos da dinâmica capitalista.
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9Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Avaliação a Distância
É o momento de testar os seus conhecimentos. Então, responda as questões abaixo.
1. Quais são as características dos Estados comunista ou socialista?
2. Do ponto de vista estratégico, por que o capitalismo, apesar das crises cíclicas, consegue 
sobreviver ao longo do tempo?
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10Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Atividade Complementar
Para aprofundar mais um pouco o seu conhecimento acesse o texto “A NOVA CENTRO-ESQUERDA” 
disponivel em PDF no link a baixo e faça a leitura do texto e em seguida faça um resumo:
http://www.bresserpereira.org.br/papers/1999/92NovaCentroEsquerda.pdf
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11Comunismo, Capitalismo, Social-Democracia e Neoliberalismo: Definições e Panorama Histórico
Síntese
Em síntese, o panorama histórico dos regimes políticos apresenta é de suma importância para enriquecer 
os discursos sobre os rumos das relações entre Estado e Sociedade. Se, por um lado, o socialismo, seja 
como doutrina ou regime político, entrou em colapso no final dos anos 1980, o capitalismo, por outro lado, 
conseguiu sobreviver aos seus vários momentos de crise.
A social-democracia, dentro de uma nova leitura da doutrina democrática baseada na idéia de governo de 
todos, encontra alicerce em alguns países. Entretanto, a doutrina neoliberal, no contexto da globalização= 
é, de fato, a mais aclamada. Apesar das críticas, no contexto do mercado global, o país que não consegue 
se reformula de acordo com a nova ordem econômica, encontra sérias dificuldades na manutenção de seu 
poder de competitividade.
 ● Anau, Roberto V. Estado e sociedade, público e privado: considerações históricas sobre a mudança 
de paradigma. Salvador (BA): IX Colóquio Internacional sobre Poder Local. Junho/2003
 ● BRESSE-Pereira, Luiz Carlos. A nova centro-esquerda. Revista Século XXI, 2, maio 1999: 46-52. 
Também publicado em Idéias e Debates, 24, do Instituto Teotônio Vilela, 1999. (disponível em: http://
www.bresserpereira.org.br/papers/1999/92NovaCentroEsquerda.pdf) 
 ● GIDDENS, Anthony. A terceira via: reflexões sobre o impasse político atual e o futuro da social-
democracia. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999.
Bibliografia Recomendada