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Concreto Protendido e Pontes Estados Limite, Ações e Resistência Michael Leone Madureira de Souza michael.souza@ibmr.br 1 / 39 Sumário 1 Estados Limite 2 Ações 3 Resistências 2 / 39 1 Estados Limite 2 Ações 3 Resistências 3 / 39 Estados Limite Conceitos Na verificação da segurança das estruturas de concreto, devem ser atendidas as condições consttrutivas e as condições anaĺıticas de segurança. Condições construtivas de segurança: critérios de detalhamento, controle dos materiais e controle de execução da obra; Condições anaĺıticas de segurança: estabelecem que as resistências não podem ser menores que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados-limites e todos os carregamentos especificados para o tipo de construção, respeitando-se: Rd ≥ Sd onde R representa as resistências, S representa as solicitações (cargas atuantes) e o sub-́ındice d indica que a variável é de projeto. 4 / 39 Estados Limite Conceitos Esforços resistentes de cálculo: são determinados a partir dos valores de cálculo das resistências dos materiais adotados no projeto, ou das tensões resistentes de cálculo; Esforços solicitantes de cálculo: são determinados a partir dos carregamentos impostos à edificação em análise devido ao uso, localidade e suas espeficificidades construtivas, normativas, etc. Defini-se que uma estrutura ou parte dela atinge um estado limite quando, de modo efetivo ou convencional, se torna inutilizável, ou deixa de satisfazer às condições previstas para sua utilização. Para efeitos da NBR 6118:2014 devem ser considerados os estados-limites últimos e os estados-limites de serviço. 5 / 39 Estados Limite Conceitos A segurança das estruturas de concreto deve sempre ser verificada em relação aos seguintes estados-limites últimos, ELU: a) de perda de equiĺıbrio da estrutura, admitida como corpo ŕıgido; b) de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte: I - devido às solicitações normais e tangenciais; II - considerando os efeitos de segunda ordem; III - considerando exposição ao fogo; IV - considerando ações śısmicas; c) provocado por solicitações dinâmicas; d) colapso progressivo; e) outros estados-limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais. 6 / 39 Estados Limite Conceitos Estados-Limites de Serviço, ELS, são aqueles relacionados ao conforto do usuário e à durabilidade, aparência e boa utilização das estruturas, seja em relação aos usuários, seja em relação às máquinas e aos equipamentos suportados pelas estruturas. A segurança das estruturas de concreto pode exigir a verificação de alguns estados-limites de serviço, tais como: * estado-limite de formação de fissuras, ELS-F, em que se inicia a formação de fissuras. Admite-se que este estado é atingido quando a tensão de tração máxima na seção transversal for igua a fct,f . * estado-limite de abertura de fissuras, ELS-W, estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados na NBR 6118:2014. * estado-limite de deformações excessivas, ELS-DEF, em que deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal previstos pela norma. 7 / 39 Estados Limite Conceitos * estado-limite de descompressão, ELS-D, em um ou mais pontos da seção transversal, a tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção. Verificação usual no caso do concreto protendido. * estado-limite de descompressão parcial, ELS-DP, estado no qual garante-se a compressão na seção transversal, na região onde existem armaduras ativas. * estado-limite de compressão excessiva, ELS-CE, as tensões de compressão atingem o limite convencional estabelecido. Usual no caso do concreto protendido na ocasião da aplicação da protenção. * estado-limite de vibrações excessiva, ELS-VE, estado em que as vibrações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal da construção. 8 / 39 Estados Limite Conceitos Figure: Ilustração esquemática de um tipo de ELU. 9 / 39 Estados Limite Conceitos Figure: Ilustração esquemática de um tipo de ELS. 10 / 39 1 Estados Limite 2 Ações 3 Resistências 11 / 39 Ações Conceitos Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam produzir efeitos significativos para a segurança da estrutura em exame, levando-se em conta os posśıveis estados-limites últimos e os de serviço. As ações a considerar (Ações) classificam-se, de acordo com a NBR 8681 em permanentes, variáveis e excepcionais. As ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida da construção. Também são consideradas permanentes as ações que aumentam no tempo, tendendo a um valor-limite constante. Devem ser consideradas com seus valores representativos mais desfavoráveis para a segurança. Podem ser divididas em ações permanentes a) diretas ou b) indiretas. 12 / 39 Ações Conceitos Ações permanentes diretas são constitúıdas pelo peso próprio da estrutura, pelos pesos dos elementos construtivos fixos, das instalações permanentes e dos empuxos permanentes. * peso próprio: carga proveniente da própria estrutura; * elementos construtivos e instalações permanentes: as massas espećıficas dos materiais de construção correntes são detalhados na NBR 6120. Os pesos das instalações permanentes são considerados com os valores nominais indicados pelos respectivos fornecedores. * empuxos permanentes: consideram-se empuxos permanentes os empuxos de terra e outros materiais granulosos quando forem admitidos como não remov́ıveis. Os valores caracteŕısticos são dados conforme NBR 8681. Ações permanentes indiretas são constitúıdas pelas deformações impostas por retração e fluência do concreto, deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas e protensão. 13 / 39 Ações Conceitos As ações variáveis diretas são constitúıdas pelas cargas acidentais previstas para o uso da construção, pela ação do vento e da água, devendo-se respeitas as prescrições feitas por Normas Brasileiras espećıficas. Podem ser divididas em: * cargas acidentais previstas para o uso da construção: cargas verticiais de uso; cargas móveis, considerando o impacto vertical; impacto lateral; força longitudinal de frenação ou aceleraçãoe força centŕıfuga; * ação do vento: esforços solicitantes relativos à ação do vento, de acordo com a NBR 6123. * ação da água: cargas provenientes do ńıvel d’água de reservatórios, tanques, água de chuva retida, entre outras, conforme NBR 8681. * ações variáveis durante a construção 14 / 39 Ações Conceitos As ações variáveis indiretas podem ser divididas em: * variações uniformes de temperatura; * variações não uniformes de temperatura; * ações dinâmicas: quando a estrutura está sujeita a choques ou vibrações. As ações excepcionais são carregamentos cujos efeitos não podem ser controlados, em geral, associados a fenômenos naturais ou acidentes e atentados. 15 / 39 Ações Conceitos 16 / 39 Ações Conceitos 17 / 39 Ações Conceitos Os valores caracteŕısticos das ações, Fk, são estabelecidos em função da variabilidade de suas intensidades de seus valores representativos. São definidos pela NBR 6118 e NBR 6120. I Ações permanentes: devem ser adotados iguais aos valores médios das respectivas distribuições de probabilidade, sejam valores caracteŕısticos superiores ou inferiores. II Ações variáveis: correspondem a valores que têm de 25 % a 35 % de probabilidade de serem ultrapassados no sentido desfavorável durante um peŕıodo de 50 anos. 18 / 39 Ações Conceitos Os valores de cálculo das ações, Fd, são obtidos a partir dos valores representativos, multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação,γf . Sabe-se que γf = γf1 · γf2 · γf3 onde: γf1: é a parcela que considera a variabilidade das ações. γf2: é a parcela que considera a simultaneidade de atuação das ações. γf3: é a parcela que considera posśıveis erros de avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos, deficiência do método de cálculo empregado, etc. De forma geral, é posśıvel simplificar essas notações por: γg = γf1 · γf3 ações permanentes γq = γf2 ações variáveis 19 / 39 Ações Conceitos Os coeficientes de ponderação das ações no estado-limite último ELU são dados pela Tabela 11.1 e 11.2 da NBR 6118:2014. 20 / 39 Ações Conceitos 21 / 39 Ações Conceitos Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não despreźıveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um peŕıodo preestabelecido. A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os edeitos mais desfavoráveis para a estrutura. A verificação da segurança em relação aos estados-limites últimos e aos estados-limites de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e combinações de serviço, respectivamente. Uma combinação última pode ser classificada como: * normal: devem estar inclúıdas as ações permanentes e variáveis principais, com seus valores caracteŕısticos e as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com seus valores reduzidos de combinação. * especiais ou de construção: devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável especial, quando existir, com seus valores caracteŕısticos e as demais ações variáveis com probabilidade não despreźıvel, de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos. * normal: * normal: 22 / 39 Ações Conceitos * excepcionais: devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional, quando existir, com seus valores representativos e as demais ações variáveis com probabilidade não despreźıvel de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação conforme NBR 8681. O escopo do curso aborda somente as combinações últimas normais para esgotamento da capacidade resistente de estruturas de concreto armado. A Tabela 11.3 da NBR 6118:2014 detalhada as combinações últimas. 23 / 39 Ações Conceitos 24 / 39 Ações Conceitos 25 / 39 Ações Conceitos Exemplo. Suponha que um elemento estrutural que é exposto aos seguintes esforços normais: a) peso próprio: Np = 300 kN b) revestimentos e alvenarias: Ng = 100 kN c) carga de ocupação sem concentração elevada: Nq = 150 kN d) vento: Nv = 40 kN. Qual o carregamento de cálculo Fd para quando da utilização de combinação última normal? 26 / 39 Ações Conceitos Combinação 1 (carga de ocupação principal): Fd = 1, 4 · 300 + 1, 4 · 100 + 1, 4 · 150 + 1, 4 · 40 · 0, 6 Fd = 803, 6 kN Combinação 2 (carga de vento principal): Fd = 1, 4 · 300 + 1, 4 · 100 + 1, 4 · 150 · 0, 5 + 1, 4 · 40 Fd = 721 kN Como o objetivo é esgotar a resistência do elemento estrutural (ELU) então a força será tomada quando do caso mais cŕıtico (carga de ocupação principal). Fd = 803, 6 kN 27 / 39 Ações Conceitos Combinações de serviço podem ser classificadas de acordo com sua permanência na estrutura e devem ser verificadas como estabelecido a seguir: * quase permanente: podem atuar durante grande parte do peŕıodo de vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de deformações excessivas. * frequentes: repetem-se muitas vezes durante o peŕıodo de vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação dos estados limites de fissuras, de abertura de fissuras e de vibrações excessidas. Podem também ser consideradas para verificações de estados-limites de deformações excessivas decorrentes de vento ou temperatura que podem comprometer as vedações. * raras: ocorrem algumas vezes durante o peŕıodo de vida da estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação do estado-limite de formação de fissuras. 28 / 39 Ações Conceitos 29 / 39 Ações Conceitos Exemplo. Suponha que um elemento estrutural que é exposto aos seguintes esforços normais: a) peso próprio: Np = 300 kN b) revestimentos e alvenarias: Ng = 100 kN c) carga de ocupação sem concentração elevada: Nq = 150 kN d) vento: Nv = 40 kN. Qual o carregamento de cálculo Fd para as combinações em serviço: I combinação quase permanente (CQP); II combinação frequente (CF); III combinação rara (CR). 30 / 39 Ações Conceitos I Combinação quase permanente (CQP): Fd = 300 + 100 + 0, 3 · 150 + 0 · 40 Fd = 445 kN II Combinação frequente (CF com carga de ocupação principal): Fd = 300 + 100 + 0, 4 · 150 + 0 · 40 Fd = 460 kN Combinação frequente (CF com carga de vento principal): Fd = 300 + 100 + 0, 3 · 150 + 0, 3 · 40 Fd = 457 kN Como o objetivo é o caso mais cŕıtico (carga de ocupação principal): Fd = 460 kN 31 / 39 Ações Conceitos III Combinação rara (CR com carga de ocupação principal): Fd = 300 + 100 + 150 + 0, 3 · 40 Fd = 562 kN Combinação rara (CR com carga de vento principal): Fd = 300 + 100 + 0, 4 · 150 + 40 Fd = 500 kN Como o objetivo é o caso mais cŕıtico (carga de ocupação principal): Fd = 562 kN 32 / 39 1 Estados Limite 2 Ações 3 Resistências 33 / 39 Resistências Conceitos Os valores caracteŕısticos das resistências, fk são os que, em um lote de material, têm uma determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido desfavorável para a segurança. Usualmente é de interesse a resistência caracteŕıstica inferior fk, inf , cujo valor é menor que a resistência média fm, embora por vezes haja interesse na resistência caracteŕıstica superior fk, sup, que é maior que fm. Para efeitos da NBR 6118:2014 a resistência inferior é admitida como sendo o valor que tem apenas 5 % de probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote do material. A resistência de cálculo, fd é dada pela expressão: fd = fk γm , onde γm representa o coeficiente de ponderação onde γm representa o coeficiente de ponderação do material. 34 / 39 Resistências Conceitos 35 / 39 Resistências Conceitos Os valores para verificação do estado-limite último estão indicados na Tabela 12.1 da NBR 6118:2014. 36 / 39 Resistências Conceitos As condições anaĺıticas de segurança estabelecem que as resistências não podem ser menores que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados-limites e todos os carregamentos especificados para o tipo de construção considerado. Portanto, deve ser respeitada a condição: Rd ≥ Sd como introduzido no ińıcio da aula. 37 / 39 Resistências Conceitos 38 / 39 Resistências Conceitos Exemplo. Calcule a resistência à compressão de projeto fcd, aos 28 dias, de um cimento C32 e a resistência a tração de projeto do aço CA-50. 39 / 39 Estados Limite Ações Resistências
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