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Rebeka Freitas - Estímulos danosos que modificam o DNA: vírus, radiação ultravioleta, químicos. - Dano: troca de bases, deleção de bases e segmentos inteiros do DNA, modificações moleculares, etc. - Mecanismos de checagem do DNA ⇾ ex. p53: quando há uma alteração na sequência do DNA, o p 53 paralisa o passo que está acontecendo e corrige a disfunção bioquímica/molecular, com ajuda de outros complexos. - Falha do sistema em duas situações: erro que não seja corrigido por probabilidade (não foi vista por uma questão probabilística, porque a molécula de DNA é imensa); OU falha do sistema, que não funciona bem (hereditariedade/ pré- disposição genética). - O componente hereditário pode contribuir de forma direta e indireta para o câncer. - Mutação = alteração do material genético, o qual pode ser funcional ou não. - Acumulo de mutações em células não gametocíticas podem levar a processos diferentes nas células. - Acúmulo de mutações ⇾ oncogenes, tumores supressores de genes, apoptose, etc. - Independente do processo, para que uma célula vire neoplásica, ela precisa acumular duas características distintas que colaboram entre si: agressão ao DNA e falha de reparo do DNA ⇾ acumulo de mutações, alterações metabólicas. - Clone transformado = célula não neoplásica que vira neoplásica. - Cada tumor possui uma identidade genética distinta; pode adquirir características imprevisíveis; o acumulo de mutações está associado à progressão do tumor. - Capacidade de replicação não controlada e resistência contra a apoptose são as características primordiais para uma neoplasia instalar-se no organismo. - É possível que antes mesmo do diagnóstico, haja espalhamento do câncer para outros órgãos. - Um único clone origina todo o restante, que pode sofrer mutações conforme a divisão célular acontece. . - Uma massa tumoral é heterogênea em termo de morfologia e função; as mutações acontecem de forma e velocidade imprevisíveis. - Conflito interclonal: as variantes clonais disputam o espaço, e as melhores células evolutivamente para aquele espaço sobrevivem. - As características de um tumor são dinâmicas ⇾ dependem da mutação e da competição entre as células; quantos clones sobrevivem e predominam. Neoplasias Rebeka Freitas - O que dita o comportamento tumoral são as mutações; essas podem ser previstas até um certo ponto, mas são imprevisíveis. - A variante metastática que surge num tumor não metastático compete com as outras variantes não metastáticas no nicho tumoral. - Existem mudanças cronológicas entre as variantes, que resultam em uma competição. - Metástase é uma disseminação hematogênica (principalmente) ou linfática de um tumor; é quando o tumor sai do sitio primário para outro sitio ⇾ por definição, a metástase é uma disseminação hematogênica. - A disseminação linfática é mais típica dos carcinomas, enquanto a disseminação hematogênica é favorecida pelos sarcomas. - Uma drenagem linfática resulta no acesso a um sistema regionalizado de linfonodos (ex. câncer de mama ⇾ acometimento dos linfonodos torácicos e axilares). - A capacidade total de dissocializar (perde a interação com outras células) e as enzimas e proteínas que degradam a matriz extracelular possibilitam a disseminação das células neoplásicas. - Por acaso, uma célula encontra um capilar e o invade (por degradação), e dentro dele continua seu processo de divisão celular; é carreada pela corrente sanguínea e pode, estaticamente, ir para qualquer local do corpo (questão de probabilidade). - Muitas metástases não sobrevivem; porém, onde há uma condição bioquímica favorável, há sim o desenvolvimento de metástase ⇾ depende do quão eficiente a célula é e do ambiente. - Osso, pulmão, cérebro e fígado são os órgãos mais frequentemente afetados por metástase ⇾ tecidos mais vascularizados têm chance maior de receber o tumor. - Câncer de células hematopoiéticas: a célula neoplásica ganha o espaço do nicho e não para de se replicar, destruindo todo o arsenal de memória imunológica do indivíduo. - Linfoma: neoplasia do sistema imunológico que acomete órgãos linfoides ⇾ pode leucemizar (quando a neoplasia afeta a medula óssea = tumor de células hematopoiéticas) ⇾ a leucemia não se encaixa no princípio da definição de metástase, pois as células neoplásicas já estão no sangue. - Mutações nos clones fazem com que eles sejam capazes de induzir fatores de crescimento vascular ou induzir no tecido estromal a vascularização ⇾ angiogênese - O sistema de angiogênese numa neoplasia não é organizado ⇾ os vasos possuem uma organização caótica ⇾ a vascularização peritumoral não obedece ao padrão de organização da angiogênese fisiológica do organismo ⇾ vascularização anômala, vasos frágeis ⇾ sangramento. - Podem ser feitas terapias de embolização de vasos para reduzir o suprimento sanguíneo do tumor. NOMENCLATURA - Características centrais mutacionais que resultam numa célula neoplásica: capacidade de se replicar e de resistir à morte. - Neoplasia = crescimento novo. - Diferenciação celular = grau de semelhança a um tecido maduro morfológica e funcionalmente. Rebeka Freitas - Tumor bem diferenciado: as células se parecem morfologicamente e funcionalmente com as células maduras do tecido de origem; as mitoses são raras. - O fato de um tumor ser benigno não significa que não seja capaz de matar. - Neoplasias benignas, em geral, são bem diferenciadas, e neoplasias malignas têm um grau de diferenciação caótico ⇾ podem ser pouco diferenciadas, muito diferenciadas, totalmente indiferenciadas (anaplasia) - Anaplasia: tecido neoplásico que não consegue ter sua origem localizada, devido à falta total de diferenciação; alta taxa de mitose; acentuado pleomorfismo ⇾ variação de tamanho e forma ⇾ núcleos de tamanho e forma bizarros. - Tecidos com alta taxa mitótica tendem a não ser muito diferenciados ⇾ tecidos anaplásicos são os piores em termo de agressividade. - Podem existir tumores com características intermediárias: benigno com pouca diferenciação, maligna com diferenciação. - O que diz se é maligno ou benigno é uma combinação de características que inferem na agressividade do tumor ⇾ não se pode levar em conta as características isoladamente ⇾ é necessário analisar o conjunto das características para definir um melhor ou pior prognostico - O tumor benigno respeita margens; o tumor maligno não respeita, ele se infiltra. - Muitos tumores benignos crescem lentamente, e a maioria dos cânceres cresce muito mais depressa, mas há exceções de ambas as partes. - Em tumores malignos, a taxa de crescimento é inversamente proporcional ao seu nível de diferenciação. - Tumores benignos: • Ligação do sufixo “oma” ao nome da célula de origem ⇾ ex: fibroma, lipoma, meningioma, leiomioma, adenoma. - Exceção: neoplasias benignas epiteliais que produzem padrões glandulares e neoplasias derivadas de glândulas são chamadas de adenomas; neoplasias benignas epiteliais que surgem em qualquer superfície, e que produzem ramos semelhantes a dedos (ex. pólipo), são chamadas de papilomas. - Tumores Malignos: • Tecido mesenquimal: sarcomas ⇾ ex: fibrossarcoma, lipossarcoma. • Tecido epitelial: carcinomas ⇾ ex: adenocarcinoma, carcinoma hepatocelular - Tumores malignos em células não hematopoiéticas = sarcomas; em células hematopoiéticas = linfomas e leucemias; em epitélio de revestimento: carcinomas; em epitélio glandular: adenocarcinomas. - Exceções: neoplasias impropriamente designadas, mas que mantêm sua nomenclatura ⇾ ex: melanomas (carcinoma epitelial melanocítico), seminomas (células neoplásicas seminais malignas), hepatoma (carcinoma hepatocelular), linfoma (linfossarcoma), etc. - A célula epitelial é aquela que dá a função primária ao tecido ⇾ exemplo:hepatócito; o mesênquima é um tecido conjuntivo associado ao órgão ⇾ presente em vários órgãos; consiste em células de sustentação. - Nomenclatura de lesões não neoplásicas: algumas lesões não neoplásicas podem ser confundidas com tumores devido a semelhança na grafia: • Coristoma: são tecidos normais ectópicos; anomalia congênita, mais bem descrita como restos heterotópicos de células ⇾ ex: nódulo de células pancreáticas na submucosa do estômago. • Hamartoma: possui todos os elementos histológicos do tecido ou órgão de origem, no entanto de forma desorganizada, e com aspecto benigno ⇾ ex: hamartoma condróide pulmonar. - Teratoma é um tipo especial de tumor misto que contém células maduras ou imaturas reconhecíveis ou tecidos repre- sentativos de mais de uma camada de células germinativas. - Quanto maior a celularidade e atipias nucleocitoplasmáticas, maior a chance de ser maligno. EPIDEMIOLOGIA E CANCEROGÊNESE - Epidemiologia: estudo de padrões, causas e efeitos de condições de saúde e doença, em populações definidas, visando aprimorar as abordagens terapêuticas. - Cancerogênese/carcinogênese: processo pelo qual células malignas desenvolvem-se a partir de células normais. - Epidemiologia do câncer: estudo de fatores que afetam o câncer, inferindo possíveis tendências e causas (carcinógenos). Rebeka Freitas - Medidas: incidência, prevalência, mortalidade; ferramenta: estatística. - Incidência alta e mortalidade baixa: a ação do sistema de saúde em rastrear precocemente reduz a mortalidade ⇾ ex: câncer de mama, câncer de próstata. - No câncer de pulmão, o diagnóstico é tão tardio que não reflete num aumento de sobrevida do paciente ⇾ mortalidade aumenta ⇾ não há um diagnóstico precoce que reduza a mortalidade. - Incidência e mortalidade baixos: o efeito não foi por detecção; é por ação profilática (eliminação dos fatores de risco) ou por identificação de lesões pré-malignas ⇾ ex: câncer de colon, cervical. - A incidência maior da tireoide não é explicada apenas por detecção; há razões desconhecidas; mortalidade diminuída pela detecção precoce ⇾ diagnóstico e as vezes há tratamentos “desnecessários” (overdiagnosis). - Dentre os fatores de risco para neoplasias de pulmão, o tabaco é o primeiro (35%). - Fatores de risco para neoplasias: tabaco, obesidade, patógenos; dieta, sedentarismo, álcool, outros. - O tabaco causa dano crônico, o qual aumenta a chance de acúmulo de mutações e desenvolvimento da neoplasia. - O envolvimento do patógeno pode ser direto (causar a mutação direta no DNA) ou indireto (dano ⇾ mutação) - Muitas neoplasias malignas são ocasionadas por fatores ambientais em pessoas com pré-disposição genética. - Agentes cancerígenos ⇾ cancerígeno é a qualidade daquilo que é capaz de provocar ou estimular o aparecimento de carcinomas ou câncer em um organismo ⇾ o tabaco é um agente canceroso/cancerígeno. - É igualmente provável a existência de substâncias cancerígenas tanto naturais (ex. luz ultravioleta) quanto sintéticas. - Agente oncoiniciador/iniciador diz respeito ao agente que é capaz de provocar diretamente o dano genético das células (ex. luz ultravioleta quebra o DNA, gera mutação), iniciando o processo de carcinogênese. - Como exemplo de iniciador temos o benzopireno, um dos componentes da fumaça do cigarro e alguns vírus oncogênicos, entre outros. - Agente oncopromotor diz respeito ao agente que atua sobre as células iniciadas, transformando-as em malignas; facilita o crescimento; atua nas células com mutações, fazendo com que elas se repliquem e acumulem mais mutações. - O agente oncoacelerador caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas ⇾ atua no estágio final do processo; algo favorece o aumento da massa. - Câncer = acúmulo de variações patológicas ⇾ uma mutação isolada não é suficiente. - A maior parte das variações genéticas são benignas(SNPs). - Mutações somáticas ocorrem em células somáticas ⇾ danos ao DNA acontecem ao acaso; aumento do dano do DNA e erros de replicação podem ser causados por carcinógenos. - Mutações germinativas são herdadas dos pais ⇾ ex: BRCA 1 e 2 (câncer de mama); CDH1 (estômago), etc. - Risco genético: 1) Mutações germinativas em oncogenes; 2) Variações em genes que modulam a relação com carcinógenos ambientais (polimorfismos). - A maioria dos cânceres é esporádica, mas alguns são familiares ⇾ a predisposição aos cânceres hereditários pode ser autossômica dominante (ligada à herança de mutação de linhagem germinativa de genes supressores do câncer) ou autossômica recessiva (defeitos herdados no reparo do DNA). - As lesões precursoras/pré-neoplásicas surgem em quadros de lesão tecidual crônica ou inflamação ⇾ aumento da probabilidade de malignidade por estímulo à proliferação regenerativa ou por exporem as células aos produtos da inflamação, ambas as quais podem induzir mutações somáticas. - Exemplos de lesões precursoras: metaplasia e displasia escamosas da mucosa bronquial; hiperplasia e displasia endometriais.
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