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Farmaco - 1,2,e 3

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Ray Lins 
 
 
É a ciência que estuda as interações entre os 
compostos químicos com organismo vivo ou sistema 
biológico, resultando em um efeito maléfico (tóxico) ou 
benéfico (medicamentoso). 
 
A diferença estar na dose e na via de administração, 
guiando o fármaco. 
 
 
 
 
A janela terapêutica fica entre a máxima permitida e o 
limiar. 
 
Farmacocinética: absorção, distribuição, metabolismo 
a e excreção de fármacos. 
Farmacodinâmica: estuda os efeitos fisiológicos, 
bioquímicos e mecanismos de ação dos fármacos. 
 
Conceitos básicos 
DROGA: qualquer substância que interaja com o 
organismo produzindo algum efeito 
 
FÁRMACO: uma substância definida, com 
propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico. 
MEDICAMENTO: é quando ao fármaco são adicionados 
todos os componentes para que este seja administrado 
terapeuticamente. 
 
FORMA FARMACÊUTICA: é a forma finam de como um 
medicamento se apresenta: comprimidos, cápsulas, 
injetáveis, líquidos, etc. 
 
REMÉDIO: (re = novamente; medior = curar): 
substância animal, vegetal, mineral ou sintética; 
procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, 
banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção 
benéfica. 
 
PLACEBO: (placeo – agradar): tudo o que é feito com a 
intenção benéfica para aliviar o sofrimento: 
fármaco/medicamento/droga/remédio (em 
concentração pequena ou mesmo na sua ausência). 
 
MEDICAMENTO ÉTICO OU DE REFEÊNCIA: sua 
principal função é servir de parâmetros para registros 
dos posteriores medicamentos similares e genéricos, 
quando sua patente expirar. 
 
MEDICAMENTOS GENÉRICO: é um medicamento com 
a mesma substância ativa, forma farmacêutica e 
dosagem e com a mesma indicação que o 
medicamento original, de marca. 
 
MEDICAMENTO SIMILAR: é o medicamento 
autorizado a ser produzido após prazo da patente de 
fabricação do medicamento de referência ou inovador 
ter vencido. Não tem garantias que ele vá produzir os 
mesmos efeitos do medicamento de referência, por 
não ter passada pelos testes de bioequivalência e 
biodiversidade. 
 
DOSE LETAL 50: a concentração de uma substância 
química capaz de matar 50% da população de animais 
testados. Essa dose mede-se em miligramas de 
substância por cada quilograma de massa corporal do 
animal testado. 
 
BIODISPONIBILIDADE: é uma medida da extensão de 
uma droga terapeuticamente ativa que atinge a 
circulação sistêmica e está disponível no local de ação. 
 
BIOEQUIVALÊNCIA: é o termo utilizado para avaliar a 
equivalência biológica esperada in vivo de duas 
preparações diferentes de um medicamento. Se sois 
medicamento são ditos bioequivalentes, isso significa 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
que se espera que eles sejam, para todas as intenções 
e propostas, iguais. 
 
POSOLOGIA: é o modo como o medicamento deve ser 
administrado. (qual via, quanto tempo? etc.) 
 
MEIA-VIDA: é o tempo necessário para que metade de 
uma substância seja removida do organismo por um 
processo físico ou químico. 
 
ESPECIFICIDADE: capacidade de um fármaco 
reconhecer apenas um receptor. 
 
AFINIDADE: tendência de um fármaco se ligar ao seu 
receptor. 
 
EFICÁCIA: tendência de um fármaco, uma vez ligado, 
ativar o receptor. 
 
 
AGONISTA: substâncias químicas que causam 
alterações na função celular, produzindo vários tipos 
de efeitos. 
 
ANTAGONISTAS: substância que se liga ao receptor 
sem causar ativação impedindo consequentemente a 
ligação do agonista. (não produz efeito terapêutico.) 
 
DESSENSIBILIZAÇÃO: diminuição do efeito de um 
fármaco que ocorre gradualmente quando 
administrado de modo contínuo ou repetidamente. 
 
Mecanismos de dessensibilização 
 
• Perda de receptores 
• Aumento do metabolismo do fármaco 
• Exaustão de mediadores 
• Adaptação fisiológica. 
 
FARMACOCINÉTICA 
A farmacocinética é a área da farmacologia 
responsável pelo estudo do caminho percorrido pelo 
medicamento no corpo, indo desde administração, 
absorção, distribuição, biotransformação até a 
excreção, ou seja, o que o organismo faz com o 
fármaco. OBS: É o que o corpo faz com o fármaco!!! 
 
 
 
Processo farmacocinéticos 
 
1. Absorção: é a transferência de um 
fármaco desde o seu local de 
administração até a circulação sanguínea. 
 
A velocidade e a eficiência da absorção vão 
depender entre outros fatores da via de 
administração. (Ex: intravenoso não passa 
pela etapa de absorção). 
 
O fármaco tem de penetrar as camadas 
celulares e a primeira camada que ele vai 
atravessar é a membrana celular dos 
enterócitos. 
 
Características da membrana plasmática 
 
• A membrana celular possui bicamada 
lipídica, e sua parte interna é 
hidrofóbica e a externa é hidrofílica. 
• Fluidez 
• Proteínas (alvos para ação de drogas) 
• Relativamente impermeáveis às 
moléculas polares 
Mecanismos para atravessar as barreiras 
celulares: 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
A difusão facilitada e os transportadores de fármacos 
precisam de proteinas (carreador) que vão se ligar na 
molécula e no fármaco, os transportando para dentro 
da célula ou para dentro da corrente sanguínea. Na 
difusão facilitada acontece a favor do gradiente de 
concentração, já nos transportadores de fármacos não, 
havendo gasto de energia (hidrólise – ATP). 
 
PROPRIEDADES DOS FÁRMACOS E PERMEABILIDADE 
 
✓ Fármacos menores tem maior facilidade de 
atravessar a membrana do que os maiores. 
✓ Em fármacos que tem o mesmo peso 
molecular, o que vai diferenciar a capacidade 
de atravesar a membrana é o coeficiênte de 
partição óleo/água ou octanol/água. Quanto 
maior o percentual octanol/água maior sua 
permeabilidade em lipídios. 
 
A maioria do fármacos são ácidos fracos ou bases 
fracas e consequetemente tem a capacidade de se 
ionizar. Fármaco na forma molecular é uma estrututra 
mais lipossolúvel do que hidrossolúvel, TENDO a 
capacidade de atravessar as membranas, já se o 
fármaco está na forma ionizada NÃO tem capacidade 
de atravesssar a membrana por ter se transformado 
em uma molécula hidrossolúvel. 
 
o Fármacos com caráter ÁCIDO se 
acumulam no compartimento com pH 
mais básico e fármacos com caráter 
BÁSICO se acumulam no compartimento 
com pH mais ácido. 
o Em pH ácido a fórmula molecular é muito 
MAIS concentrada do que a forma 
ionizada, sendo assim o fármaco tem mais 
absorção. 
 
 
o Em pH básico a forma iônica é mais 
concetrada e estes ficam aprizionadas no 
plasma. 
 
O pH influencia diretamente na absorção do 
fármaco, ou seja, fármacos bases são 
abostíveis em pH básico (intestino), e fármacos 
ácidos são absortíveis em pH ácidos 
(estômago). 
 
 
2. Distribuição: processo através do qual o 
fármaco deixa a corrente sanguínea, passando 
para os tecidos (seja no interstício ou no 
interior das células). 
 
↑ PERFUSÃO ↑DISTRIBUIÇÃO 
 
ÓRGÃOS QUE RECEBEM MAIOR VOLUME SANGUÍNEO 
POR PESO CORPORAL, TEM MAIOR TAXA DE 
DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACO. 
 
Tem interferência de fatores anatômicos e fisiológicos 
 
o A segunda fase da distribuição pode levar 
minutos ou horas para que a concentração 
plasmática do fármaco esteja em equilíbrio 
com a dos tecidos; 
o A segunda fase da distribuição envolve 
maior massa corporal; 
o A lipossolubilidade interfere na 
distribuição; 
o O gradiente de pH intra e extracelular 
interfere na distribuição; 
o O principal fator é ligação do fármaco com 
proteínas plasmáticas. 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
 
 
 
Fármacos que se ligam a proteínas tem um menor 
metabolismo e uma menor distribuição, mas em 
compensação tem um maior tempo de ação uma 
vez que vão demorar mais tempo para chegar no 
local de ação e consequentemente demorar 
também a serem eliminados. 
 
OBS: APENAS fármacos livres que exercem ação 
farmacológica. 
 
A fração(qtd) de todo o fármaco ligado às proteínas é 
determinado pela concentração do fármaco, pela 
afinidade do fármaco pelas proteínase pelo número de 
sítios de ligações no fármaco 
 
 
Ligação as proteínas 
 
o Drogas ácidas tem maior afinidade por 
ALBUMINA 
o Drogas básicas tem maior afinidade por 
glicoproteína ácida. 
 
Distribuição dos fármacos aos tecidos: 
 
o Suscetíveis: sofrem ação farmacológica 
o Ativos: metabolizam o fármaco 
o Indiferentes: reservatórios temporários 
✓ Ex: Quinacrina – ligação ao tecido 
hepático; Aminoglicosídeos - ligação 
ao tecido renal e vestibular; 
Tetraciclinas – ligação ao tecido ósseo; 
Barbitúricos - ligação ao tecido 
adiposo; 
o Emunctórios: excretam o fármaco. Ex: rim 
 
Alguns fatores que interferem na distribuição de 
fármacos: 
 
✓ Ritmo do fluxo sanguíneo tecidual; 
✓ Estado patológico; 
✓ Ligação do fármaco a proteínas 
plasmáticas; 
✓ Diferença regional de pH; 
✓ Interação com alimentos 
 
3. Metabolização (Biotransformação): São 
mecanismos enzimáticos complexos que tem 
como objetivo inativar compostos endógenos 
ativos (hormônios, enzimas, 
neurotransmissores, etc) e eliminar 
substâncias estranhas ao organismo 
(xenobióticos). 
 
Essas enzimas de biotransformação são 
principalmente encontradas no fígado, mas 
também pode haver biotransformação nos 
pulmões, ruins, adrenais, etc. 
 
A meta principal é transformar fármacos 
lipossolúveis em fármacos hidrossolúveis, por 
serem mais fácil de serem metabolizadas. 
 
A biotransformação pode alterar o fármaco de três 
formas diferentes: 
 
✓ Fármaco ativo pode ser convertido em 
fármaco inativo; 
✓ Fármaco ativo pode ser convertido em 
metabólito ativo ou tóxico; 
✓ Pró-fármaco (droga inativa) pode ser 
convertido em fármaco ativo 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
A biotransformação gera metabólitos mais polares, 
facilmente excretados pelo organismo. Os rins não 
conseguem eliminar fármacos lipofílicos de maneira 
eficiente, pois eles facilmente atravessam as 
membranas celulares e são reabsorvidos nos túbulos 
contorcidos distais. Por isso, os fármacos lipossolúveis 
devem ser primeiro biotransformados no fígado em 
substâncias mais polares (hidrofílicas) usando dois 
grupos gerais de reações, denominados FASE 1 e FASE 
2. 
 
 
 
Metabolismos de FASE 1: convertem o fármaco 
original em um metabólito mais polar através da 
oxidação, redução ou hidrólise. Após FASE 1, o 
fármaco metabolizado pode ter sua atividade 
aumentada, reduzida ou inalterada. Estas reações 
podem ou não ser mediadas pelo citocromo P450, 
sendo mais comum o envolvimento deste sistema. 
 
Algumas drogas polares são conjugadas na sua 
forma original sem passarem por reações da FASE 
1. 
 
 
Reações de Fase II (fase de conjugação) 
 
As reações de fase II, por sua vez, consistem em 
conjugações entre o metabólito resultante da fase I e 
um substrato endógeno (como ácido glicurônico, ácido 
sulfúrico, ácido acético ou aminoácido), de forma a 
produzir um composto hidrofílico e, em geral, inativo. 
Há fármacos que fogem desta linha cronológica de 
metabolização. Por exemplo, alguns entram 
diretamente na fase II, outros passam apenas pela fase 
I (já que se tornam suficientemente polarizados para 
serem eliminados pelos rins após esta fase) e outros, 
como a isoniazida, passam primeiro pela fase II e 
depois pela fase I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A glucuronidação, a reação mais comum da fase II, 
é a única que ocorre no sistema enzimático 
microssômico hepático. Os glucoronídeos são 
secretados na bile e eliminados na urina. 
• Assim, a conjugação torna a maioria dos fármacos 
mais solúvel e facilmente excretada pelos rins. A 
conjugação com aminoácidos, como glutamina ou 
glicina, produz conjugados que são prontamente 
excretados na urina, mas não extensivamente 
secretados na bile. 
• O envelhecimento não afeta a glucuronidação. 
Contudo, em recém-nascidos, a conversão em 
glucoronídeos é lenta, resultando potencialmente 
em efeitos graves (p. ex., como com o 
cloranfenicol). 
• A conjugação também pode ocorrer pela 
acetilação ou sulfoconjugação. Os ésteres de 
sulfato são polares e prontamente excretados na 
urina. O envelhecimento não afeta esses 
processos. 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
 
 
Consequências da indução enzimática 
 
• O fármaco pode aumentar o próprio 
metabolismo 
• O fármaco pode aumentar o metabolismo de 
outro fármaco 
• Produção de níveis tóxicos de metabólitos 
reativos 
 
Consequências da inibição enzimática 
 
• Redução no metabolismo dos fármacos que 
são metabolizados pela enzima inibida. 
 
4. Eliminação: A excreção, ou depuração, dos 
fármacos pode ser por via renal, fecal (sejam 
os fármacos ingeridos por via oral e não 
absorvidos ou fármacos que foram secretados 
diretamente no intestino ou na bile), pulmonar 
ou através do leite das lactantes. 
A via de excreção mais comum é a renal e para 
que os fármacos sejam eliminados na urina, 
três processos são fundamentais: filtração 
glomerular, secreção tubular ativa e 
reabsorção tubular passiva. 
 
FARMACODINÂMICA 
Este ramo da farmacologia estuda as várias maneiras 
(mecanismos de ação) como os fármacos agem sobre 
seus sítios-alvo para alcançar seus efeitos, desejados e 
indesejados. 
 
Um fármaco não tem a capacidade de conferir uma 
nova função à célula ou tecido-alvo. Sendo assim, o 
efeito de um medicamento irá depender das funções 
que uma célula é capaz de executar. OBS: É o que o 
fármaco faz com o corpo!!! 
 
Local de ação 
 
Depois de terem sido administrados, absorvidos e 
distribuídos aos tecidos orgânicos, os fármacos 
encontram o seu local de ação: os receptores celulares, 
estejam eles presentes na superfície ou no interior das 
células. Assim, a interação fármaco-receptor nas 
células-alvo produz o efeito terapêutico desejado, 
enquanto que esta mesma interação em outras células 
causa os efeitos colaterais. 
Em contrapartida, a depender da via de administração 
e das propriedades do fármaco, este pode atuar 
apenas em uma área específica do corpo. 
 
 
 
Mecanismos de ação 
 
 
Os mecanismos de ação, através dos quais os fármacos 
desencadeiam um efeito, são diversos, mas obedecem, 
de forma geral, a um mesmo conjunto de etapas. 
 
A etapa inicial é ligação do fármaco ao receptor, 
formando o complexo fármaco-receptor (FR). Este, por 
sua vez é responsável por desencadear o processo de 
transdução, ou seja, uma série de reações em cascata 
por meio de segundos mensageiros, que resulta em 
uma resposta intracelular específica. Há receptores 
intracelulares e receptores de membrana 
(transmembrana). Entre estes estão os canais iônicos 
disparados por ligantes, receptores acoplados à 
proteína G e receptores ligados a enzimas (figura 4). A 
formação do complexo FR com cada um destes 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
receptores dá origem a reações diferentes, que serão 
abordadas agora. 
 
 
 
TIPOS DE RECEPTORES 
 
CANAIS IÔNICOS DEPENDENTES DE LIGANTES 
Os canais iônicos disparados por ligantes são 
responsáveis pelo controle do fluxo de íons através das 
membranas celulares, regulando os poros que fluem os 
íons. Quando os fármacos se ligam, os canais se abrem 
e permitem a entrada ou a saída de íons, gerando 
alterações no potencial de membrana, o que pode 
desencadear, por exemplo, despolarizações ou 
hiperpolarizações das células. A resposta a estes 
receptores é bastante rápida (milissegundos)e 
diversas funções são intermediadas por meio deles, 
incluindo a neurotransmissão, a condução cardíaca e 
a contração muscular. 
 
RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNA G 
Ação desses receptores dura vários segundos a 
minutos. Eles podem agir em efetores como a 
adenililciclase e a fosfolipase C. 
 
A proteína G é composta por subunidades: a 
subunidade α (que se liga ao trifosfato de guanosina 
(GTP) ou difosfato de guanosina (GDT)), a subunidade 
β e a subunidade γ. 
 
Quando é ocupado pelo ligante (fármaco), o receptor 
passa a interagircom a proteína G no lado intracelular, 
ativando-a. Assim, a subunidade α tem seu GDP 
substituído pelo GTP. 
 
Ocorre a dissociação da proteína G, e ambas as 
subunidades α-GTP e a subunidade βγ interagem com 
outros efetores celulares. 
 
Esta interação envolve a ativação da adenililciclase 
pelas subunidades α-GTP, a qual resulta na produção 
de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) - um 
segundo mensageiro que regula a fosforilação de 
proteínas. 
 
As proteínas G também ativam a fosfolipase C, que é 
responsável pela geração de dois outros segundos 
mensageiros, IP3 e o DAG. O IP3 é responsável pela 
regulação das concentrações de cálcio intracelular 
livre, bem como de outras proteínas, enquanto o DAG 
ativa várias enzimas, como a proteína quinase (PKC), no 
interior da célula, levando a uma série de efeitos 
fisiológicos. Efeitos estes que, em geral, duram de 
vários segundos até minutos. 
 
Quando o fármaco se desliga do receptor o GTP volta a 
ser GDP e a subunidade alfa retorna e se liga na gama 
e na beta. 
 
RECEPTORES LIGADOS A ENZIMAS 
Estes receptores são compostos por diversos 
complexos de subunidades, que possuem, inclusive, 
ação enzimática citosólica. Quando o fármaco se liga ao 
domínio extracelular, o receptor sofre alteração 
conformacional, passando da sua forma quinase 
inativa para a ativa. O receptor ativado se autofosforila 
e fosforila os resíduos de tirosina em proteínas 
específicas. 
 
• Aumenta atividade enzimática 
• A resposta é de minutos a horas. 
• Usado pela insulina, fator de crescimento 
epidermal entre outros. 
 
Eles têm atividade tirosinocinase, ou seja, têm a 
capacidade de autofosforilação do próprio receptor. 
Quando isso ocorre, esse receptor fosforilado 
consegue fosforilar outros peptídeos e proteínas, que 
ativam outros sinais celulares importantes. Gerando 
uma cascata de ativações que resulta na multiplicação 
do sinal inicial. 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
RECEPTORES INTRACELULARES 
O ligante destes receptores deve ser suficientemente 
lipossolúvel para que este se difunda pela membrana 
plasmática e chegue até os receptores que estão 
localizados dentro das células. Uma vez formados os 
complexos FR, os alvos primários são os fatores de 
transcrição (localizados no núcleo da célula), que 
levam à transcrição do DNA em RNA e à tradução do 
RNA em uma série de proteínas. Devido à modificação 
da expressão gênica e, por isso, da síntese proteica, as 
respostas celulares só são observadas após um tempo 
considerável (30 minutos ou mais), e a duração da 
resposta (horas ou dias) é muito maior do que dos 
outros receptores. Exemplos de receptores 
intracelulares são os receptores de hormônios 
esteroides e tireoidianos. 
 
RECEPTORES DE RESERVA 
Estão presentes em alguns tecidos do corpo humano. 
Os agonistas podem produzir efeito máximo mesmo 
que apenas uma fração dos receptores seja ocupada. 
 
Alguns aspectos da transdução de sinais 
 
A transdução de sinais tem dois aspectos relevantes: a 
capacidade de amplificar sinais pequenos e a proteção 
da célula contra a estimulação excessiva, por meio da 
dessensibilização dos receptores aos seus ligantes. 
 
• Efeito 
A intensidade da resposta é proporcional ao número de 
complexos FR, ou seja, a intensidade do efeito 
depende da concentração do fármaco no local do 
receptor que, por sua vez, é determinada pela dose do 
fármaco administrado e por fatores característicos do 
perfil farmacocinético do fármaco, velocidades de 
absorção, distribuição e biotransformação. 
 
Há algumas propriedades relacionadas ao efeito do 
fármaco: 
 
• Potência 
A potência é definida 
como a medida da 
quantidade de fármaco 
necessária para produzir 
um efeito de uma dada 
intensidade. Para a 
determinação da potência analisa-se a concentração 
do fármaco que produz 50% do efeito máximo. Entre 
dois fármacos (A e Z), se para alcançar metade do 
efeito máximo, o fármaco Z requer concentração maior 
que o fármaco A, pode-se afirmar que o fármaco A é 
mais potente que o Z, já que uma concentração inferior 
é capaz do mesmo efeito. 
Em geral, os fármacos de alta potência apresentam alta 
afinidade pelos receptores, ocupando uma proporção 
significativa destes, mesmo em baixas concentrações. 
 
• Eficácia 
A eficácia diz respeito à 
habilidade do fármaco de 
provocar a resposta 
farmacológica quando 
interage com um receptor, 
ou seja, um fármaco é mais 
eficaz que outro quando 
possui efeito terapêutico 
máximo superior ao outro. 
 
EFICÁCIA MÁXIMA: quando todos os receptores estão 
ocupados pelo fármaco e não aumentará a resposta 
aumento a [ ] do fármaco. 
 
AGONISTAS: Um agonista é uma molécula que se liga a 
um receptor e o estabiliza numa determinada 
conformação (habitualmente na conformação ativa). 
 
• Agonistas integrais: ou agonistas plenos(totais), 
constituem os agonistas clássicos que, quando em 
concentrações suficientes, provocam a resposta 
máxima desencadeada pelo receptor. Estabiliza o 
receptor em forma ATIVA. 
• Agonistas parciais: Mesmo com uma ocupação 
total dos receptores, produzem uma resposta 
menor do que os agonistas integrais. 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
• Agonista inverso: inativa o receptor e converte os 
receptores ativos na forma inativa. Ficando menos 
receptores ativados do que sem o fármaco. (+ 
RECEPTORES INATIVOS!!) 
Os agonistas fazem a TRANSDUÇÃO DE SINAL, que 
atuam como sinais, e os receptores como detectores 
de sinais, gerando segundos mensageiros ou moléculas 
efetoras que fazem parte de uma cascata de eventos 
que traduz a ligação do agonista a uma resposta 
celular. 
 
ANTAGONISTAS: Um antagonista é uma molécula que 
inibe a ação de um agonista, mas que não exerce 
nenhum efeito na ausência do agonista. 
 
• Antagonista competitivo 
o Alta afinidade, mas não produz resposta. 
o Compete com o agonista pelos sítios 
receptores. 
o Se ligam de forma reversível 
 
• Antagonista não-competitivo (irreversíveis) 
o Impede a resposta do agonista sem 
bloquear o receptor 
o Liga-se aos sítios receptores e bloqueia os 
efeitos do agonista. 
o Diminui a eficácia do agonista. 
 
 
 
O uso terapêutico dos fármacos depende das 
propriedades farmacodinâmicas. 
 
• Eficácia: Quantificação do efeito benéfico 
• Efetividade: Segurança + esquema de 
administração 
• Segurança: Efeito benéfico x nocivo 
INDÍCE TERAPEUTICO 
 
Baixo 
 
✓ Fácil toxicidade. Ex: varfarina 
 
Alto 
 
✓ Seguro em doses elevadas 
✓ Biodisponibilidade não altera criticamente o efeito 
terapêutico. 
 
 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS 
 
O que é uma inflamação? 
 
• Resposta normal protetora contra uma lesão 
tecidual 
• Causas: trauma físico, substâncias químicas, 
agentes microbiológicos. 
• Quando há cura o processo desaparece 
• Pode ser classificada como aguda ou crônica 
SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
• Tem duração curta, sendo de alguns minutos, horas 
ou poucos dias 
• Ocorre a exsudação de líquido e proteínas 
plasmáticas e emigração de leucócitos, 
predominantemente NEUTRÓFILOS. 
INFLAÇÃO CRÔNICA 
 
• Tem maior duração 
• Os leucócitos predominantes são S LINFÓCITOS 
E MACRÓFAGOS 
• Ocorre a proliferação de vasos sanguíneos e 
tecido conjuntivo (angiogênese) 
 
CASCATA DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO 
 
 
MEDIADORES QUÍMICOS DA RESPOSTA 
INFLAMATÓRIA 
 
Derivados do Ácido Araquidônico (AA) 
 
✓ Prostaglandinas (PGs) 
o PGI2 (prostaciclina): inibe a agregação 
plaquetária e é vasodilatador; 
o PGD2: vasodilatadora potente, responsável 
por aumento na permeabilidade vascular; 
o PGE2: vasodilatadora e principal envolvida 
na patogenia da dor e da febre. 
 
✓ Tromboxano: 
o TXA2: agregante plaquetário e 
vasoconstrictor 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
 
 
 
Obs: Os AINS terão mais foco na COX 1 e COX2 
 
CICLO DAS OXIGENASESANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES (AINES) 
 
➢ São um grupo variado de fármacos que têm em 
comum a capacidade de CONTROLAR A 
INFLAMAÇÃO, de ANALGESIA (reduzir a dor), e de 
combater a HIPERTERMIA (febre). 
➢ Mecanismo de ação: inibição seletiva ou não das 
enzimas cicloxigenases (COX) e consequentemente 
inibe a produção de prostaglandinas e 
tromboxanos. 
 
AINES ÁTIPICOS 
 
No processo inflamatório devido a ação do sistema 
imune muitas células estão sendo destruídas e 
consequentemente teremos a formação de peróxidos. 
Os três fármacos a abaixo são INATIVADOS 
QUIMICAMENTE pela ação desses peróxidos e por isso 
perdem sua ação inflamatória. 
 
FÁRMACOS: AAS, DIPIRONA E PARACETAMOS. 
 
LEMBRANDO: AINES devem apresentar 3 
características: analgésico, antipirético e anti- 
inflamatório. 
 
INFLAMAÇÃO E ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO 
 
✓ Durante uma lesão há o recrutamento de 
neutrófilos e macrófagos. 
✓ Na lesão tecidual há formação de radicais de 
oxigênio reativos. 
✓ Os anti-inflamatórios atípicos como dipirona e 
paracetamol, são inativamos por esses radicais e 
incapazes de removerem os radicais de O2, assim 
não exercem a atividade anti-inflamatória como os 
demais AINES. 
✓ O AAS apresenta atividade anti-inflamatória 
somente em altas dosagens, em torno de 12 a 20 
comprimidos na dose de 325mg. 
o A dose máxima dia/adulto não deve 
ultrapassar 4g. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS AINES 
DERIVADOS DE ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO 
o SALICILATOS: AAS, Diflunisal, Salicilato de metila, 
Ácido salicílico. 
o O AAS é um antiagregante plaquetário por inibição 
da COX1 e consequente inibição da TXA2. 
 
AAS EFEITO ANTITROMBÓTICO 
 
 
✓ Acetila irreversivelmente à enzima COX1. 
✓ Enquanto com os demais AINEs o efeito 
somente é mantido enquanto estes fármacos 
permanecem no plasma, com o uso da aspirina 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
 
a recuperação da hemostasia normal depende 
da produção de novas plaquetas funcionantes, 
que ocorre após 7 a 10 dias (fato que deve ser 
lembrado antes de cirurgias). 
✓ São fragmentos de megacariócitos (células da 
medula óssea). São anucleadas. 
 
DERIVADOS DO PARA-AMINOFENOL 
 
o Paracetamol – não possui ação anti-inflamatória. 
o Hepatotóxico quando utilizados em altas doses. 
o Origina metabólitos hepatotóxicos (N-acetil-p- 
benzoquinona). 
o Quando há risco de intoxicação, essa deve ser 
tratada com N-acetil-cisteína. 
 
 
DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO 
 
o Indometacina, Sulindaco e Etodolaco. 
o Utilizado principalmente em processos 
inflamatórios crônicos. 
o Fármaco alternativo para o fechamento do canal 
arterial do neonato. 
DERIVADOS DO PARA-AMINOFENOL 
 
o FENAMATOS: Ácido mefenâmico, Meclofenâmico e 
Flufenâmico. 
o Utilizado para dores de tecidos moles e 
dismenorreias. 
 
 
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO 
 
o Ibuprofeno, Cetoprofeno, Naprexeno, 
Fenoprofeno. 
o Profenid: bastante utilizado em processos 
inflamatórios crônico e no tratamento de 
dismenorreia primária. 
o Ibuprofeno: utilizado para baixar temperatura 
corporal elevada. 
 
DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO 
 
o OXICANS: Piroxicam, Meloxicam, Nabumetona 
o Bastante utilizado no tratamento a longo prazo 
em processos inflamatórios crônicos e doenças 
musculoesqueléticas. 
o Meloxicam possui seletividade para COX2 
 
 
DERIVADOS DA PIRAZOLONA 
 
o Dipirona e Fenilbutazona, Oxifenilbutazona. 
o A Fenilbutazona é bastante utilizada no tratamento. 
a longo prazo em processos inflamatórios. 
o Dipirona é utilizada como analgésico e antitérmico. 
 
 
DERIVADOS DO ÁCIDO FENILACÉTICO 
 
o Diclofenaco. 
o Maior inibição da COX2. 
Tatiana Panseri 
Medicina – P4 
 
o Além de ser utilizado nos processos inflamatórios 
crônicos, também é bastante utilizado para dores 
na coluna e dores pós traumática e pós operatória. 
o Utilizado na ortopedia. 
o Capacidade de penetrar a cápsula articular. 
 
 
DERIVADOS DA FENOXIMETANOSSULFANILIDA 
 
o Nimesulida 
o Inflamações leves com dores agudas e dores 
musculoesqueléticas; 
o Processos inflamatórios associados a gripes e 
resfriados (faringoamigdalites inflamatórias) 
 
 
INIBIDORES SELETIVOS DA ENZIMA CICLOXIGENASE-2 
 
o Ação anti-inflamatória, analgésica e antitérmica. 
o Inibição seletiva para COX2 = redução de efeitos 
colaterais, principalmente gastrointestinais. 
o Efeitos cardiovasculares (infarto agudo do 
miocárdio, acidente vascular encefálico e 
tromboembolismo pulmonar). 
 
CICLO-OXIGENASES 
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA 
 
✓ Boa absorção pelo TG; 
✓ Alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas; 
✓ Metabolização hepática; 
✓ Excreção renal. 
 
PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS 
 
✓ GASTROINTESTINAIS: inibição da produção de 
prostaglandinas citoprotetoras da mucosa gástrica; 
✓ CARDIOVASCULARES: risco de desenvolvimento de 
trombose e infartos; 
✓ NEFROPATIA POR ANALGÉSICOS: maior risco para o 
uso crônico associado a infecções do trato urinário; 
✓ HIPERSENSIBILIDADE: principalmente por 
intolerância ao AAS, Dipirona e Ibuprofeno. 
 
PRINCPAIS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
✓ Maior risco de sangramento quando associado a 
Warfarina; 
✓ Aumento na frequência ou gravidade de ulceração 
gastrintestinal quando combinado com corticoides.

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