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Seminário V SEGURANÇA JURÍDICA E PROCESSO: RECURSOS, AÇÃO RESCISÓRIA E COISA JULGADA Aluna: Maria Fernanda de Toledo Pennacchi Tibiriçá Amaral RA: 007.120.074 Leitura básica • CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Item 1.3.6.1 (O sobreprincípio da segurança jurídica) do Capítulo I da segunda parte. • Artigo: “Princípio da segurança jurídica em matéria tributária”, de Paulo de Barros Carvalho, in Revista de Direito Tributário n. 61. • CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. III. São Paulo: Noeses, 2016, Tema XXXIV (Segurança jurídica e modulação dos efeitos). Leitura complementar • AGUIAR, Tatiana. A superposição de discursos vencedores: Análise pragmática das transformações jurisprudenciais em matéria tributária sob uma visão retórica realista . São Paulo: Noeses, 2016. Capitulos 8 e 9. • ARAÚJO, Juliana Furtado Costa. O precedente no novo CPC e suas implicações tributárias. In: ARAUJO, Juliana Furtado Costa; CONRADO, Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário . 2 ed. São Paulo: Fiscosoft, 2016. • CAMILOTTI, José Renato. Precedentes judiciais em matéria tributária no STF, pragmática da aplicação das súmulas vinculantes e os critérios de verificação para aplicação e distinção (distinguishing). São Paulo: Noeses, 2018. Capítulos 3 e 4. • DERZI, Misabel Abreu Machado. Modificações da jurisprudência no direito tributário. São Paulo: Noeses, 2009. Capítulo IV, B e V. • DINIZ, Marcelo de Lima Castro. Coisa julgada e mudança da jurisprudência: rescisão, inexistência ou permanência. In: VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. • MASSUD, Rodrigo G. N. Coisa julgada, rescisória, súmula STF 343 e Parecer PGFN n. 492/2011: impactos com o Código de Processo Civil de 2015. In: ARAUJO, Juliana Furtado Costa; CONRADO, Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2 ed. São Paulo: Fiscosoft, 2016. • MASSUD, Rodrigo G. N. Valorização dos precedentes e compensação tributária: implicações com o Código de Processo Civil de 2015. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, vol. III. São Paulo: Noeses, 2016. • RIBEIRO, Diego Diniz. Coisa julgada, direito judicial e ação rescisória em matéria tributária. In: CONRADO, Paulo César (Coord.). Processo tributário analítico, vol. II. São Paulo: Noeses. • RIBEIRO, Diego Diniz. Precedentes em matéria tributária e o novo CPC. In: CONRADO, Paulo Cesar (Coord.). Processo tributário analítico , vol. III. São Paulo: Noeses, 2016. Questões 1. Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho1 acerca do princípio da segurança jurídica: “dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta.” Pergunta-se: a) Que é segurança jurídica? Qual sua relevância? R: A segurança jurídica está prevista no artigo 5º, inciso XXXVI da CF, onde afirma que a lei não prejudicará direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Trata-se da garantia de que casos semelhantes serão julgados da mesma forma, ou pelo menos seguindo os mesmos critérios e princípios. Para Sérgio Tibiriçá Amaral e Vinicius Marin Cancian2: A segurança jurídica consiste em garantia individual fundamental esculpida no texto da Constituição Republicana, contudo, não de uma maneira expressa, mas sim de uma forma implícita, travestida através dos institutos do direito adquirido, ato jurídico perfeito e da coisa julgada. Para o direito tributário, o fato gerador da obrigação tributária é um ato jurídico perfeito, desta feita, a coisa julgada tributária tem efetiva aplicabilidade. b) Indicar limites objetivos previstos no direito positivo que resguardam o valor da segurança jurídica. Indique dispositivos da Constituição Federal de 1988 e do Código Tributário Nacional que confirmem sua resposta. R: Na Constituição Federal está previsto no artigo 5º, inciso XXXVI e no Código Tributário Nacional, o artigo 117. c) Como poderia ser resguardada a segurança jurídica no contexto social em hipóteses como a de mudança de orientação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como se deu no caso do direito à manutenção do crédito de ICMS na hipótese de saída de mercadorias com redução de base de cálculo (sobre essa questão ver RE 161.031/MG e 174.478/SP – Anexos I e II)? R: Nesse caso não há prejuízo a segurança jurídica, uma vez que a lei tributária não retroage. d) As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência vêm 1. In Curso de direito tributário . 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 149. 2 AMARAL, Sérgio Tibiriçá e CANCIAN, Vinicius Marin. O Controle de Constitucionalidade na Modulação dos Efeitos Intertemporais do Controle Concentrado em Matéria Tributária e a (In)Segurança jurídica do contribuinte. Acesso em 09 de junho de 2020. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_ser vicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Pub_v.12_n.02.02.pdf http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Pub_v.12_n.02.02.pdf http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Pub_v.12_n.02.02.pdf ao encontro da realização da segurança jurídica (vide arts. 9 º ,10 , 926, 535, §§5 º ,6 º ,7 º e 8º 927 ambos do CPC/15)? R: A garantia da segurança jurídica foi reafirmada no código de processo civil de 2015, pois já era exarada no código de 1973. Através das jurisprudências, que são consolidadas pelas súmulas, além dos precedentes, o CPC reafirma a garantia da segurança jurídica no ordenamento jurídico. 2. Qual o conteúdo e alcance do termo “precedente” utilizado pelo CPC/15? Jurisprudência e precedente são termos sinônimos dentro do sistema jurídico brasileiro? Os precedentes são normas jurídicas? Se sim, de que tipo? O verbo “observar”, veiculado pelo art. 927 do CPC/15, significa que os julgadores estão vinculados aos precedentes judiciais? Esta obrigação pode ser reputada instrumento hábil para garantia da segurança jurídica? (Vide arts. 926, 927, 988, IV do CPC/15). R: O termo precedente significa aquilo que é anterior , no CPC ele utilizado como um argumento jurídico que tem fundamento em outro julgamento anterior , mas deve ser aplicado para as decisões que possuem eficácia normativa. No common law ele é amplamente utilizado, pois o direito é baseado no sistema de precedentes, fazendo com que os juízes avaliem os casos em conformidade com os casos anteriormente julgados. O sistema civil law, adotado pelo Brasil, privilegia a utilização dos códigos. De acordo com o disposto no CPC, não podemos considerar jurisprudência e precedente sinônimos, uma vez que há uma diferenciação, a jurisprudência é o conjunto de decisões proferidas por um tribunal, e é formada por precedentes relevantes, que podem virar súmulas vinculantes por exemplo, já os precedentes são julgamentos anteriores utilizados como fundamentação para outro caso concreto. Para Bianor Arruda Bezerra Neto3: Em outras palavras, uma decisão judicial é identificada pelos fundamentos utilizados para a resolução das questões postas, bem como pelas suas conclusões, e não apenas destas. Dessa forma, precedente não é um tipo de decisão judicial, mas uma qualidade do julgado, que é construído pelo julgador de forma a possibilitar o conhecimento acerca dos aspectos hermenêuticos e argumentativos determinantes para a conclusão a que nela se chegou. No tocante ao termo “observar” dispostono artigo 927 do CPC, podemo s concluir que não há uma obrigatoriedade dos juízes em relação ao s precedente s, contudo eles devem ser levados em quanto quando da promulgação de uma sentença, a fim de se garantir a segurança jurídica. 3. Uma lei tributária municipal é considerada inconstitucional por uma associação que possui representação em âmbito estadual. Quais seriam os caminhos para a discussão da questão com efeitos erga omnes sem que seja necessária a discussão individual por cada contribuinte? Analise as opções seguintes motivando as razões do cabimento ou não e, A a) Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI: R: não, uma vez que a Adin 3 NETO, Bianor Arruda Bezerra. Mas, afinal qual o conceito de precedente no Brasil? Acesso em: 08 de junho de 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-jul-27/bianor-arruda- afinal-qual-conceito-precedente-brasil https://www.conjur.com.br/2018-jul-27/bianor-arruda-afinal-qual-conceito-precedente-brasil https://www.conjur.com.br/2018-jul-27/bianor-arruda-afinal-qual-conceito-precedente-brasil visa declarar inconstitucional lei ou ato normativo federal ou estadual. b) Mandado de Segurança Coletivo: R: sim, tutela direito individual, coletivo ou difuso (direito líquido e certo) não amparado por habeas corpus ou habeas data, ameaçado ou lesado por ato abusivo ou ilegal da autoridade, cuja a legitimação é coletiva, desde que o julgamento tenha repercussão geral. c) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: R: Não, a ADPF tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do poder público. Através da ADPF pode-se fazer controle concentrado da constitucionalidade de lei municipal. A entidade de classe precisa ter representação nacional. d) Ação popular: R: não, pois a ação popular é o meio pelo qual qualquer cidadão pode requerer a invalidade de atos ou contratos administrativos, lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal. Ela só poderá ser proposta por cidadão que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos. e) Ação Civil Pública: R: Não, devido a medida processual 2180-35/2001 que acrescentou o parágrafo único ao artigo 1º da Lei de Ação Civil Pública, com o seguinte teor: “Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o FGTS, ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados”. f) Ação de rito comum: Sim, é possível pelo ação declaratória, mandamental e ainda a ação rescisória a discussão de constitucionalidade da lei. 4. Pode o Supremo Tribunal Federal, ao julgar Recurso Extraordinário que trate de matéria tributária modular os efeitos de decisão proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade de forma a lhe dar efeitos ex nunc, proibindo com efeitos erga omnes a repetição do indébito tributário dos valores recolhidos até a data do julgamento? Quais os limites previstos em nosso ordenamento para a modulação de efeitos em controle de constitucionalidade em matéria tributária? Pode haver modulação de efeitos por meio da edição de Súmula Vinculante? (Vide o RE 556.664-1, na parte afeta à modulação de efeitos – ementa e parte final da discussão em Plenário – e a Súmula Vinculante n. 8) R: Em tese sim, pois a modulação da sentença, chamada interpretação conforme, é uma das possibilidades que o Supremo tem de modular efeito das sentenças. Um dos limites previstos no ordenamento, são os princípios, como a anterioridade tributária, a boa fé objetiva e a segurança jurídica. Via de regra, é de competência do STF a realização do controle concentrado de constitucionalidade, que pode modular os efeitos de suas decisões sobre a constitucionalidade de normas tributárias. Entretanto, quando tratamos de da modulação temporal dos efeitos da decisão, é preciso observar os requisitos elencados pelo artigo 27 da lei nº 9.868/99; Para Marcelo Novelino:4 “Excepcionalmente, no entanto, a declaração poderá ter eficácia apenas a partir do trânsito em julgado (ex nunc) ou de momento futuro (pro futuro) fixado na decisão. Para a modulação temporal dos efeitos da decisão devem ser observados dois requisitos: razões de 4 NOVELINO, Marcelo. (2016, p. 204) segurança jurídica ou de interesse social a justificar o afastamento do princípio da nulidade; e quórum de dois terços dos membros do Tribunal (Lei 9.868/1999, art. 27). Quando a declaração de inconstitucionalidade não faz expressa referência ao momento, os efeitos temporais são presumidamente retroativos. Proclamado o resultado final, se tem por concluído e encerrado o julgamento, tornando-se inviável sua reabertura para fins de modulação, ressalvada a oposição de embargos declaratórios”. (grifou-se) Isto posto, concluímos que é possível a realização a modulação de efeitos, por parte do Supremo, em sede de controle difuso de constitucionalidade, para dar efeito ex nunc e proibir o efeito erga omnes. No tocante a modulação de efeitos através de súmulas vinculantes, no Recurso Extraordinário nº 556.664-1/2015, não foi possível a reforma da decisão, rescisão, em decorrência do decurso do prazo decadencial. 5. A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tributário em face da União, obtendo decisão, transitada em julgado junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconhecendo a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo pago e condenando a União na restituição. Iniciada a fase de cumprimento de sentença contra a União sobreveio decisão de mérito do STF, em Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), julgando a mesma lei constitucional (isto signif ica que a referida Adin foi julgada improcedente e que o controle de constitucionalidade exercido foi o concentrado). Pergunta-se: a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União objetivando a desconstituição da coisa julgada para não ter que cumprir a sentença que a condenou à restituição do tributo? Se afirmativa sua resposta, indicar o fundamento legal contido no CPC/15 que respalde sua conclusão. Se negativa sua resposta, justifique-a indicando a solução processual que a União deve adotar, bem como o dispositivo do CPC/15 que respalde sua conclusão. (vide Anexo III) R: Sim, a União deverá ajuizar ação rescisória a fim de desconstituir a coisa julgada, posto que no controle concentrado o efeito é ex tunc, ou seja, retroage, contudo este efeito não é automático, assim, para não ser obrigada a restituir o imposto, a União deverá ajuizar ação rescisória. Há que se observar a data do julgamento, pois se ela ocorrer antes do trânsito em julgado, a União poderá impugnar o cumprimento da sentença, conforme dispõe o artigo 535 §§ 5º e 7º do CPC. De outro modo, se o julgamento tiver ocorrido após o trânsito em julgado, caberá a União o ajuizamento da ação rescisória, conforme dispõe os artigos 535 § 8º do Código de Processo Civil. b) Tendo havido modificação posterior da jurisprudência do STF, em sentido oposto ao da coisa julgada e por meio de controle difuso de constitucionalidade, em recurso extraordinário em que houve o reconhecimento da repercussão geral da matéria, a conclusão a que você chegou na resposta “a” mudaria? Justifique. R: Há dois aspectos a se observar, o controle difuso de constitucionalidade tem efeito incidenter tantum e ex tunc, ou seja, ele é incidental, só será aplicado aquele caso concreto, retroage a data da declaração de inconstitucionalidade da lei. Outro ponto é a segurança jurídica que deve ser garantida. Cabe mencionar o julgamento do Recurso Extraordinário 197.917, em que admitiu-se a mitigação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade em sede de controle difuso, para que o efeito fosse exclusivamente pro futuro, visto que a retroatividadedaquela norma ocasionaria em caos absoluto no sistema atual.5 6. Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de uma base de cálculo prevista em lei. A instrução normativa regulamentadora (IN n. 01/02) esclarec eu que, na base de cálculo, não deveria ser considerado o valor do transporte pago a terceiro (frete). Um ano depois, a IN n. 03/03 esclareceu que o frete pago a terceiro integraria a base de cálculo do tributo em questão. Nesse contexto, o contribuinte consultou você questionando a necessidade de complementa ç ão do recolhimento durante a vigência da IN n. 01/02. O que você responder i a? Analise os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta. R: O artigo 100 do CTN dispõe sobre as normas complementares, como: i) os atos normativos; ii) as decisões de ógãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia normativa; iii) práticas reiteradas praticada pelas autoridades; iv) convênios entre a União, Estados, Municípios e o DF. O artigo 103, inciso I do CTN declara que os atos administrativos referidos no artigo 100, inciso I, entram em vigor na dara da sua publicação. O artigo 146 do CTN dispõe que: A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Podemos enquadrar as Instruções Normativas nº 01/02 e nº 03/03 , como atos normativos. Assim eles entram em vigor na data da sua publicaçã o. Analisando o artigo 146, a modificação que ocorreu no caso concreto , leia-se lançamento, somente poderá ser efetivada, se possuir o mesmo sujeito passivo e a fato gerador for posterior a sua introdução. Com isso concluímos que deverá haver a complementação do recolhime nt o por parte do devedor durante o período em que a Instrução Normativa nº 01/02 ficou vigente. 7. Analisando o ordenamento jurídico como um todo, isto é, as normas de direito material (constitucional e tributário) e processual civil, texto constitucional e infralegal, indique mecanismos cuja função no sistema é dar efetividade à segurança jurídica, justificando sua resposta com motivos e indicação do dispositivo normativo. Para auxiliá-lo(a), segue um exemplo: formação da coisa julgada num processo, mecanismo processual que impede a rediscussão da mesma questão em outro processo – art. 5º, XXXVI da Constituição Federal/1988, art. 502 do CPC/2015. R: A coisa julgada é o que garante a imutabilidade da decisão, conferindo 5 RE 197.917 – o STF reduziu o número de vereadores do Município de Mira Estrela de 11 para 9 e que a decisão só atingiria a próxima legislatura. segurança jurídica a esta. A Constituição traz no artigo 5º, inciso XXXVI que a lei não prejudicará direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Artigos 926 e 927 do CPC, que dizem que os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência, e que os juízes devem levar em consideração a jurisprudência preestabelecida para que não haja decisões conflitantes. Já no âmbito do CTN temos o artigo 117 que preleciona que os atos e negócios jurídicos condicionais, reputam-se perfeitos e acabados. Sugestão para pesquisa suplementar • Cap. V do livro Curso de direito tributário , de Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Saraiva. • Itens 5.3 e 5.4 do livro Jurisdição constitucional tributária: reflexos nos processos administrativo e judicial, de Rafael Pandolfo. São Paulo: Noeses. • Artigo: “A Ação de Repetição de Indébito, o cumprimento de sentença e a nova hipótese de ação rescisória prevista no código de processo civil de 2015”, de Juliana Furtado Costa Araújo, In CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume III. São Paulo: Noeses. • Artigo: “Coisa julgada em mandado de segurança coletivo sobre matéria tributária – estudo de caso”, de Thais de Laurentiis, In CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume III. São Paulo: Noeses. • Capítulo II, Seção II, itens 1 e 1.1 do livro Teoria da proibição de bis in idem no direito tributário e sancionador tributário , de Fabio Brun Goldschmidt. São Paulo: Noeses. • Artigo: “A repercussão geral, as súmulas vinculantes e as decisões do Supremo Tribunal Federal em matéria tributária”, de Carla de Lourdes Gonçalves, in VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. • Artigo: “Técnicas processuais de desconstituição da coisa julgada: o controle processual da coisa julgada “inconstitucional” no CPC projetado ”, de Cassio Scarpinella Bueno, in IX Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. • Artigo: “Exceção de pré-executividade em matéria tributária: do sincretismo processual ao dever de cooperação (art. 6º do CPC/2015), passando pela ‘nova’ definição de coisa julgada”, de Paulo César Conrado. São Paulo: Fiscosoft. • Artigo: “Conflitos de jurisprudência entre STJ e STF”, de Renato Lopes Becho, in VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET • Artigo: “Relativização da coisa julgada tributária inconstitucional x princípio da segurança jurídica”, de Estefânia Maria de Queiroz Barboza ( RDDT n. 129, p. 35/49). • Itens 3.3.2, 3.3.2.1, 3.3.2.2, 3.3.2.3, 3.3.4, 3.3.4.1 e 3.3.4.2 do livro Os limites objetivos e “temporais” da coisa julgada em ação declaratória no direito tributário , de Fernanda Donnabella Camano. São Paulo: Quartier Latin. • Livro: Direito Constitucional tributário e segurança jurídica de Heleno Taveira Torres. São Paulo: RT. • Livro: Teoria da Segurança Jurídica de Humberto Ávila. São Paulo: Malheiros. • Artigo: Súmula Vinculante n. 8 e modulação dos efeitos em controle difuso de constitucionalidade: efeitos em relação à repetição do indébito tributário, de Carlos Renato Cunha (Revista Argumentum n. 11, p. 33 -73) Anexo I RE 161.031 DJ 06/06/1997 ICMS - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - MERCADORIA USADA - BASE DE INCIDÊNCIA MENOR - PROIBIÇÃO DE CRÉDITO - INCONSTITUCIONALIDADE. Conflita com o princípio da não- cumulatividade norma vedadora da compensação do valor recolhido na operação anterior. O fato de ter-se a diminuição valorativa da base de incidência não autoriza, sob o ângulo constitucional, tal proibição. Os preceitos das alíneas “a” e “b” do inciso II do § 2º do artigo 155 da Constituição Federal somente têm pertinência em caso de isenção ou não-incidência, no que voltadas à totalidade do tributo, institutos inconfundíveis com o benefício fiscal em questão. (RE 161031, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 24/03/1997, DJ 06-06-1997 PP-24881 EMENT VOL-01872-05 PP-00994) Anexo II RE 174.478 DJ 30/09/2005 TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias. ICMS. Créditos relativos à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram realizadas com redução da base de cálculo. Caso de isenção fiscal parcial. Previsão de estorno proporcional. Art. 41, inc. IV, da Lei estadual nº 6.374/89, e art. 32, inc. II, do Convênio ICMS nº 66/88. Constitucionalidade reconhecida. Segurança denegada. Improvimento ao recurso. Aplicação do art. 155, § 2º, inc. II, letra “b”, da CF. Voto vencido. São constitucionais o art. 41, inc. IV, da Lei nº 6.374/89, do Estado de São Paulo, e o art. 32, incs. I e II, do Convênio ICMS nº 66/88. (RE 174478, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2005, DJ 30-09-2005 PP-00005 EMENT VOL-02207-02 PP-00243 RIP v. 7, n. 33, 2005, p. 264) Anexo III RE 730.462 DJ 09/09/2015 CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE PRECEITO NORMATIVO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EFICÁCIA NORMATIVA E EFICÁCIA EXECUTIVA DA DECISÃO: DISTINÇÕES.INEXISTÊNCIA DE EFEITOS AUTOMÁTICOS SOBRE AS SENTENÇAS JUDICIAIS ANTERIORMENTE PROFERIDAS EM SENTIDO CONTRÁRIO. INDISPENSABILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO OU PROPOSITURA DE AÇÃO RESCISÓRIA PARA SUA REFORMA OU DESFAZIMENTO. 1. A sentença do Supremo Tribunal Federal que afirma a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência (= eficácia normativa) de manter ou excluir a referida norma do sistema de direito. 2. Dessa sentença decorre também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao julgado uma qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais (= eficácia executiva ou instrumental), que, para viabilizar-se, tem como instrumento próprio, embora não único, o da reclamação prevista no art. 102, I, “l”, da Carta Constitucional. 3. A eficácia executiva, por decorrer da sentença (e não da vigência da norma examinada), tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do Supremo no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). É, consequentemente, eficácia que atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação, não os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada inconstitucional. 4. Afirma-se, portanto, como tese de repercussão geral que a decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado. 5. No caso, mais de dois anos se passaram entre o trânsito em julgado da sentença no caso concreto reconhecendo, incidentalmente, a constitucionalidade do artigo 9º da Medida Provisória 2.164-41 (que acrescentou o artigo 29-C na Lei 8.036/90) e a superveniente decisão do STF que, em controle concentrado, declarou a inconstitucionalidade daquele preceito normativo, a significar, portanto, que aquela sentença é insuscetível de rescisão. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 730462, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-177 DIVULG 08-09-2015 PUBLIC 09-09-2015)
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