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QUESTOES E RESPOSTAS SEMINARIO DE CASA TSJ V 2021

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
SEMINÁRIO V - SEGURANÇA JURÍDICA E PROCESSO: COISA JULGADA AÇÃO 
RESCISÓRIA E PRECEDENTES EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
 
ALUNA: PATRICIA PEREIRA BARRETO 
Questões 
1. Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho1 acerca do princípio 
da segurança jurídica: 
“dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo 
das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade 
social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da 
regulação da conduta.” 
Pergunta-se: 
a) Que é segurança jurídica? Qual sua relevância? 
Buscando definir segurança jurídica, podemos afirmar pela acepção das palavras que: 
segurança denota significado de estabilidade, firmeza, o que se está livre de danos e 
riscos de eventuais mudanças numa situação em que nada há de temer, uma garantia. 
O complemento, formado pela palavra “jurídica” indica que está dentro do direito, ou 
melhor, do sistema jurídico, em conformidade com o direito, com os princípios do direito, 
lícito e legal. 
No sistema jurídico brasileiro, a segurança jurídica faz parte do Estado Democrático de 
Direito, sendo enquadrado como um princípio constitucional, podendo ser evidenciado 
tanto no caput do art. 5º da CF, como no incisco XXXVI, vejamos: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
 
 
1. In Curso de direito tributário. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 149. 
 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Importante salientar que a Segurança Jurídica também é vista como um sobreprincípio, 
segundo entendimento de Paulo de Barrros Carvalho2, e, engloba, diversos princípios a 
serem verificados e contemplados, quais sejam: Princípio da Anterioridade, Legalidade, 
Legalidade Estrita, Universalidade da Jurisdição, Vedação do Emprego do Tributo com 
efeitos Confiscatórios, Irretroatividade das Leis, Ampla Defesa e Devido Processo Legal. 
A relevância da segurança jurídica garante ao cidadão do país, a tranquilidade da 
estabilidade das relações jurídicas, das decisões, a harmonia, organização, sossego e 
disciplina das relações jurídicas, a confiança e a certeza do direito. 
 
 b) Analisando o ordenamento jurídico como um todo, isto é, as normas de 
direito material (constitucional e tributário) e processual civil, texto 
constitucional e infralegal, indique limites objetivos cuja função no sistema é 
dar efetividade à segurança jurídica, justificando sua resposta com motivos e 
indicação do dispositivo normativo. 
 Para auxiliá-lo(a), segue um exemplo: formação da coisa julgada num processo, 
mecanismo processual que impede a rediscussão da mesma questão em outro 
processo – art. 5º, XXXVI da Constituição Federal/1988, art. 502 do CPC/2015. 
 
Conforme alhures esposado, a Segurança Jurídica é considerada um sobreprincípio 
englobando os princípios: da Anterioridade, Legalidade, Legalidade Estrita, 
Universalidade da Jurisdição, Vedação do Emprego do Tributo com efeitos 
Confiscatórios, Irretroatividade das Leis, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, 
dispostos no art.5º da CF ou dispersos na Constituição. 
Assim também assevera o próprio art. 150 que na Seção relativa as Limitações do Poder 
de Tributar: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
Entendemos que referidos princípios são considerados Limites Objetivos realizadores do 
 
2 CARVALHO, Paulo de Barros. Tema XXXIV. Segurança Jurídica e a Modulação de Efeitos. 
Deveres Instrumentais. Disponibilizado no Seminário V – Tributo e Segurança Jurídica. IBET. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
valor da segurança jurídica. 
Importante ainda trazer a colação o entendimento de Paulo de Barros Carvalho3 que 
esplendidamente afirma: 
“Renovo, neste momento, a posição segundo a qual, abaixo da justiça, o ideal maior do 
direito é a segurança jurídica, sobreprincípio que se irradia por todo o ordenamento e 
tem sua concretização realizada por meio de outros princípios, tal como o da 
irretroatividade das leis.” 
 
 c) As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência vêm ao 
encontro da realização da segurança jurídica (vide arts. 9 º ,10 , 926, 535, §§5 º ,
6º ,7 º e 8º 927 ambos do CPC/15) em hipóteses como a de mudança de 
orientação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como, por exemplo, 
ocorreu no caso do direito à manutenção do crédito de ICMS na hipótese de 
saída de mercadorias com redução de base de cálculo (sobre essa questão ver 
RE 161.031/MG e 174.478/SP – Anexos I e II)? 
 
O STF no RE 161.031, decidiu conforme ementa abaixo: 
ICMS - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - MERCADORIA USADA - BASE DE 
INCIDÊNCIA MENOR - PROIBIÇÃO DE CRÉDITO - INCONSTITUCIONALIDADE. 
Conflita com o princípio da não- cumulatividade norma vedadora da compensação 
do valor recolhido na operação anterior. O fato de ter-se a diminuição valorativa da 
base de incidência não autoriza, sob o ângulo constitucional, tal proibição. Os 
preceitos das alíneas "a" e "b" do inciso II do § 2º do artigo 155 da Constituição 
Federal somente têm pertinência em caso de isenção ou não-incidência, no que 
voltadas à totalidade do tributo, institutos inconfundíveis com o benefício fiscal em 
questão. 
 
Assim, ficou decidido que nos casos de redução na BC do ICMS, o princípio da não 
 
3 CARVALHO, Paulo de Barros. Tema XXXIV. Segurança Jurídica e a Modulação de Efeitos. 
Deveres Instrumentais. Texto Disponibilizado no Seminário V – Tributo e Segurança Jurídica. 
IBET. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
cumulatividade poderia ser violado, de maneira que não caberia falar em 
creditamento quando houvesse a redução da base de cálculo – não se tratava de 
isenção parcial, mas de caso de incidência reduzida. 
Posteriormente veio a decisão do RE 174.478, com a seguinte ementa: 
EMENTA: TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias. ICMS. Créditos 
relativos à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas 
foram realizadas com redução da base de cálculo. Caso de isenção fiscal parcial. 
Previsão de estorno proporcional. Art. 41, inc. IV, da Lei estadual nº 6.374/89, e art. 
32, inc. II, do Convênio ICMS nº 66/88. Constitucionalidade reconhecida. Segurança 
denegada. Improvimento ao recurso. Aplicação do art. 155, § 2º, inc. II, letra "b", da 
CF. Voto vencido. São constitucionais o art. 41, inc. IV, da Lei nº 6.374/89, do Estado 
de São Paulo, e o art. 32, incs. I e II, do Convênio ICMS nº 66/88 
Bem como, os Embargos de Declaração no RE 174.478: 
EMENTA: TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias. ICMS. Créditos 
relativos à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas 
foram realizadas com redução da base de cálculo. Caso de isenção fiscal parcial. 
Previsão de estorno proporcional. Art. 41, inc. IV, da Lei estadual nº 6.374/89, e art. 
32, inc. II, do Convênio ICMS nº 66/88. Constitucionalidade reconhecida. Segurança 
denegada. Improvimento ao recurso. Aplicação do art. 155, § 2º, inc. II, letra "b", da 
CF. Alegação de mudança da orientação da Corte sobre os institutos da redução da 
base de cálculo e da isenção parcial. Distinção irrelevante segundo a nova postura 
jurisprudencial. Acórdão carente de vício lógico. Embargos de declaração rejeitados. 
O Supremo Tribunal Federal entrou a aproximar as figuras da redução da base de 
cálculo do ICMS e da isenção parcial, a ponto de as equiparar, na interpretação do 
art. 155, § 2º, II, "b", da Constituição da República. 
E, dessa forma, o próprio STF reconheceu quesua decisão que modificou seu 
entendimento não feria o princípio da segurança jurídica, demonstrando ser uma 
posição jurídica mais justa sobre o tema proposto. 
 
Entendemos que as prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência 
não vêm ao encontro da realização da segurança jurídica. O sobreprincípio da 
Segurança Jurídica deve ser avocada especificadamente em toda a casuística, 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
levando em consideração todos os demais princípios constitucionais trazidos em 
voga nas questões anteriores. 
Isso não significa asseverar que todas as prescrições do CPC/15 são totalmente 
constitucionais, haja vista que, conforme repisando anteriormente, o sobreprincípio 
da segurança jurídica deve sempre ser verificado caso a caso levando em 
consideração o atendimento dos demais princípios constitucionais. 
 
2. Jurisprudência, precedente e julgamento de caso repetitivo são utilizados como 
termos sinônimos CPC/15? Exponha o alcance e o conteúdo de cada um desses 
três termos. 
Verifica-se que em muitos momentos ao longo do CPC/15, constata-se que o emprego dos 
termos jurisprudência, precedente e julgamento de caso repetitivo são utilizados como 
sinônimos. No entanto, entendemos que doutrinariamente, palco de inúmeras 
divergências, os mesmos possuem alcance e conteúdo distintos, vejamos a posição 
pessoal adotada: 
Jurisprudência- como o entendimento jurídico dos tribunais a respeito de um tema 
específico, levado a apreciação pelas partes litigantes. 
Alcance: entre as partes litigantes 
Conteúdo: os efeitos da decisão vincula apenas as partes litigantes 
Precedente – como uma forma de interpretação de uma norma jurídica posta a apreciação 
do Poder Judiciário. O precedente possui fundamentos na ratio decidendi, ou seja, são 
razões de decidir vinculativas e constituem o núcleo do precedente. Previsto no art. 
927§2° CPC 
Alance e Conteúdo: deve ser invocado com a identificação dos seus fundamentos 
determinantes e demonstrado que o caso sob julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos- art. 489 §1° IV CPC; e assim seu conteúdo deve ser aplicado pelo 
magistrado em outra demanda 
Julgamento em caso repetitivo - 
Considerando sua resposta a essa primeira parte da pergunta, responda: 
a) Jurisprudência, precedente e julgamento de caso repetitivo são normas 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
jurídicas? Se sim, de que tipo? 
Entendemos que são normas jurídicas individuais e concretas 
 
b)A obrigação veiculada no art. 927 do CPC/15 vincula os julgadores à 
jurisprudência, (e/ou) ao precedente (e/ou) ao julgamento de caso repetitivo? Essa 
art. 927 do CPC/15 é instrumento hábil para garantia da segurança jurídicata? (Vide 
arts. 926, 927, 988, IV do CPC/15). 
A jurisprudência, o precedente e o julgamento de caso repetitivo trazido no CPC/15 como 
forma de se uniformizar a jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente, previsto 
no art. 926 CPC, vislumbra a consciência de que decisões conflitantes compromete 
profundamente o princípio da isonomia, frustrando a previsibilidade e a confiança no 
direito, o que afeta diretamente o princípio da segurança jurídica. Importante observar 
que o magistrado não deve se afastar das determinações do art. 489§1° do CPC, sob 
pena de não ser considerada fundamentada a decisão judicial, que fere o princípio 
constitucional da motivação e fundamentação das decisões judiciais. 
A nova ordem processual previu no art. 927 a possibilidade do juiz ao resolver o caso 
concreto, estabelecer norma jurídica para casos vindouros, que são os precedentes 
vinculantes. Assim segue a disposição normativa do artigo 1037 em que o relator deve 
proferir decisão identificando com prescisão a questão a ser submetida a julgamento 
determinando a suspensão do processamento de todos os processos pendentesque 
versem sobre a questão em todo o território nacional. 
Dessa forma, torna-se evidente que a finalidade de se manter estável, coerente e íntegra 
a jurisprudência tem a finalidade de dar concretude e aplicação ao Princípio da Isonomia 
- Igualdade, da Segurança Jurídica e da Proteção da Confiança. Além de se perceber os 
efeitos colaterais positivos como a agilização do julgamento dos feitos, a redução das 
demandas nos tribunais. 
 
3. Uma lei tributária municipal é considerada inconstitucional por uma associação 
que possui representação em âmbito estadual. Quais seriam os caminhos para 
a discussão da questão com efeitos erga omnes sem que seja necessária a 
discussão individual por cada contribuinte? Analise as opções seguintes 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
motivando as razões do cabimento ou não e, no último caso, o foro de 
ajuizamento: 
 a) Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI: pode ser utilizada pela 
Associação Estadual – caso previsto em sua Constituição Estadual sua 
legitimidade - art. 125 § 2° da CF 
competência do Tribunal de Justiça; 
efeitos erga omens 
 b) Mandado de Segurança Coletivo: não se vislumbra a adequação do MS Coletivo 
para o fim precípuo de se obter uma decisão de uma lei tributária municipal 
inconstitucional por uma associação que possui representação em âmbito estadual 
com efeitos erga omnes. 
Ademais disso, prevê o art. 12.016/2009 no art. 21, os requisitos necessários para tal: 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político 
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos 
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, 
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo 
menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, 
dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes 
às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo 
podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de 
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si 
ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de 
parte dos associados ou membros do impetrante. 
 
b) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: pode ser utilizada 
pela Associação Estadual, podendo questionar a constitucionalidade da Lei 
Tributária Municipal - art. 102 §1° CF. Observe-se que a Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental é uma ação destinada a proteger os 
preceitos constitucionais fundamentais, ante a ameaça ou lesão resultante de 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
qualquer poder público, seja por por ato legal federal, estadual ou municipal. 
Competência do STF 
Efeitos erga omens 
 d) Ação popular: é inadequada para o propósito da Associação, em virtude das 
hipóteses de cabimento do referido remédio constitucional, previsto no art. 5° LXXIII, 
onde desde logo tem-se que a legitimidade se restringe apenas ao cidadão. 
 e) Ação Civil Pública: inadequada para que a Associação Estadual questione a 
inconstitucionalidade de uma lei tributária municipal. O parágrafo único do art. 1º da 
LACP, veda expressamente a ACP em pretensões que envolvam tributos, cujos 
beneficiários podem ser individualmente determinados. 
 f) Ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária: não seria 
possível a Associação Estadual pleitear efeitos erga omens neste tipo de demanda 
competência juiz singular 
efeitos inter partes 
 
4. Pode o Supremo Tribunal Federal, ao julgar Recurso Extraordinário que trate de 
matéria tributária modular os efeitos de decisão proferida em controle difuso de 
constitucionalidade de forma a lhe dar efeitos ex nunc, proibindo com efeitoserga 
omnes a repetição do indébito tributário dos valores recolhidos até a data do 
julgamento? Há norma que preveja a modulação de efeitos em controle de 
constitucionalidade em matéria tributária em hipótese como a apresentada nesta 
pergunta? Pode haver modulação de efeitos por meio da edição de Súmula 
Vinculante? (Vide o RE 556.664-1, na parte afeta à modulação de efeitos – ementa e 
parte final da discussão em Plenário – e a Súmula Vinculante n. 8) 
 
Com a Lei 9868/99 e a Lei 9882/99, que dispõe sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade 
e Ação Declaratória de Constitucionalidade e o regramento da Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental, foi introduzido no sistema jurídico brasileiro 
a modulação de efeitos em decisões de constitucionalidade e inconstitucionalidade. 
O Prof. Paulo de Barros Carvalho assevera que “...admite-se em benefício do interesse 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
público e em situação excepcional, isto é, nas hipóteses em que do reconhecimento da 
nulidade do ato normativo, com seus normais efeitos ex tunc, resultaria grave ameaça a 
todo o sistema legislativo vigente, atribuir efeito pro futuro à declaração incidental de 
inconstitucionalidade. A referida inovação conduziu nossas consciências, de maneira 
vertiginosa, ao questionamento de princípios fundamentais. Aquilo que há de mais caro 
para a dignidade de um sistema de direito positivo está sendo posto em tela de juízo, 
desafiando nosso espírito e estimulando nossas inteligências, ao reivindicar uma tomada 
de posição firme e contundente. Chegando-se a esse ponto, não cabem mais 
tergiversações ecos expedientes retóricos somente serão admitidos para fundamentar a 
decisão de manter a segurança jurídica, garantindo a estabilidade das relações já 
reconhecidas pelo direito, ou de anunciar, em alto e bom som, que chegou o reino da 
incerteza, que o ordenamento vigente já não assegura, com seriedade, o teor de suas 
diretrizes, que as pomposas manifestações dos tribunais superiores devem ser 
recebidas com reservas, por que, a qualquer momento, podem ser revistas, 
desmanchando-se as orientações jurídicas até então vigentes, sem outras garantias para 
os jurisdicionados.” 
In casu, no referido RE, a pronúncia de constitucionalidade/inconstitucionalidade ou a 
prolação de decisão sobre a interpretação direta da constituição restringem-se as partes. 
Para que o pronunciamento do STF possa gerar efeitos vinculantes e eficácia erga 
omens, o Senado deve editar resolução, conforme art. 52 X da CF. 
Não há no sistema jurídico brasileiro norma que vede a modulação de efeitos em controle de 
constitucionalidade em matéria tributária em demandas de conctrole difuso de 
constitucionalidade. 
Quanto a útima indagação, temos que o instituto da Súmula Vinculante4, previsto 
 
4 Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante 
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à 
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas 
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre 
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante 
multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
consticuionalmente, introduzido pela EC 45/2004, geram sempre efeitos prospectivos, erga 
omens e vinculantes. 
O Prof. Marcelo de Lima Castro, citando André Ramos Taveira5 asseverou que: “ Assim, a 
súmula vinculante parece, à primeira vista, criar uma ponte sólida entre controle difuso e 
controle abstrato concentrado, no complexo modelo brasileiro de controle de 
constitucionalidade, o que parece ocorrer de maneira muito próxima ao “processo de 
generalização” existente no Direito protugês vigente.” E conclui: “A súmula vinculante tem a 
propriedade de estabilizar a compreensão de determinado tema constitucional, 
especialmente para o futuro com caráter transcendente, justamente por representar a 
“sintese de uma jurisprudência”. 
Enfim, corroboramos o entendimento de que se conceder efeitos retoativos aos novos 
pronunciamentos, em detrimento ao primado do princípio da irretroatividade de lei e ferir 
frontalmente dos direitos fundamentais e ao estado democrático de direito. 
 
5. A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tributário em face da União, 
obtendo decisão, transitada em julgado junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª 
Região, reconhecendo a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo pago e 
condenando a União na restituição. Iniciada a fase de cumprimento de sentença 
contra a União sobreveio decisão de mérito do STF, em Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (Adin), julgando a mesma lei constitucional (isto significa 
que a referida Adin foi julgada improcedente e que o controle de 
constitucionalidade exercido foi o concentrado). Pergunta-se: 
 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou 
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação 
direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que 
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a 
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e 
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o 
caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
5 CASTRO, Danilo Monteiro de. Coisa Julgada e a desnecessidade de ação rescisória proposta 
pelo contribuinte quando o crédito tributário ainda estiver em cobrança (execução fiscal). In: 
CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Processo tributário analítico, vol. IV. 
São Paulo: Noeses, 2019. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art2
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União objetivando a 
desconstituição da coisa julgada para não ter que cumprir a sentença que a 
condenou à restituição do tributo? Se afirmativa sua resposta, indicar o 
fundamento legal contido no CPC/15 que respalde sua conclusão. Se negativa 
sua resposta, justifique-a indicando a solução processual que a União deve 
adotar, bem como o dispositivo do CPC/15 que fundamenta normativamente 
sua conclusão. (vide Anexo III) 
Entendemos que a coisa julgada sofrerá o impacto de posteriores decisões do STF no 
tocante aos seus efeitos futuros. 
Conceder efeitos retroativos aos pronunciamentos do STF, em face de uma decisão 
transitada em julgado fere frontalmente o primado da Segurança Jurídica. Os novos 
pronunciamentos gerarão efeitos sempre prospectivos e jamais retrospectivos. 
Penso também que a Ação Rescisória, é a única via por meio da qual se obtém a 
invalidação de uma decisão transitada em julgado, ou seja, ondese obtém a 
invalidação de uma norma individual e concreta albergada pela coisa julgada. 
Decerto que a revisão da coisa julgada prestigia o princípio da igualdade que é um 
postulado normativo ou metanorma de aplicação de outras normas, valor 
fundamental do estado democrático de direito, tendo como fundamento o artigo 5º 
CF. 
No entanto, a decisão albergada pela coisa julgada, formando a norma individual e 
concreta deve ser preservada, sob o manto da segurança jurídica e da certeza do 
direito. O presente pode ser modificado, bem como o futuro, para que nova norma 
jurídica venha prevalecer, o que não podemos admitir é desprezar a ordem jurídica 
anterior albergada e declarada pelo próprio Poder Judiciário sob o manto do princípio 
da constitucionalidade das leis, da boa fé, da proteção da confiança, do devido 
processo legal e da segurança jurídica, em virtude de novo processo de interpretação 
e aplicação do direito. E tudo isto ainda deve se resguardar o artigo 5º XXXVI CF, c/c 
Art. 150 CF e Art. 505 I CPC: 
 
CF Art. 5º... 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
CPC Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas 
à mesma lide, salvo: 
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação 
no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi 
estatuído na sentença; 
II - nos demais casos prescritos em lei. 
 
 
 b) Tendo havido modificação posterior da jurisprudência do STF, em sentido 
oposto ao da coisa julgada e por meio de controle difuso de 
constitucionalidade, em recurso extraordinário em que houve o 
reconhecimento da repercussão geral da matéria, a conclusão a que você 
chegou na resposta “a” mudaria? Justifique. 
 
Não, no controle difuso, a repercussão dos efeitos da decisão só afetam a coisa julgada 
por meio de resolução do senado e por meio de súmula vinculante. 
O instituto jurídico da repercussão geral previsto constitucionalmente é apenas requisito 
de admissibilidade dos recursos relativos a questões constitucionais, vejamos: 
Art. 102 § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos 
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente 
podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Dessa forma, tendo vista os fundamentos e princípios constitucionais e processuais 
relativos a matéria exposta no item da questão anterior reforçamos o entendimento 
de que a coisa julgada se torna imutável relativa aos efeitos passados, atingindo-a 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
no tocante aos efeitos futuros se houver resolução do senado ou súmula vinculante. 
6. Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de uma base de cálculo 
prevista em lei. A instrução normativa regulamentadora (IN n. 01/02) esclareceu 
que, na base de cálculo, não deveria ser considerado o valor do transporte pago 
a terceiro (frete). Um ano depois, a IN n. 03/03 esclareceu que o frete pago a 
terceiro integraria a base de cálculo do tributo em questão. Nesse contexto, o 
contribuinte consultou você questionando a necessidade de complementação do 
recolhimento durante a vigência da IN n. 01/02. O que você responderia? Analise 
os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta. 
Em análise a questão posta em discussão, entendo que o Contribuinte poderá ficar 
tranquilo tendo em vista que a Instrução Normativa é considerada uma norma 
complementar, ou ato normativo expedido por autoridade administrativa, conforme 
prescrito no artigo 100 do CTN. 
E, ainda, os atos administrativos expedido por autoridade administrativa entram em vigor 
na data de sua publicação, salvo disposição em contrário. Dessa maneira, como a IN 
03/03, teve novo entendimento a respeito do que integraria a base de cálculo do 
tributo em questão, sem nenhuma ressalva acerca do tema apenas entrará em 
vigência após a sua publicação. Isto posto, conforme artigo 103 do CTN, referido ato 
normativo apenas entrará em vigor a partir de sua publicação. 
E, corroborando todo o entendimento e aplicação da legislação afeta, tem-se que a 
modificação introduzida em consequência de nova decisão ou novo entendimento 
administrativo ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade 
administrativa no exercício do lançamento do crédito tributário só deve ser efetivada 
quanto a fato gerador ocorrido após a sua introdução, isto é, após a data de sua 
publicação. 
Ademais disso, temos ainda o Princípio da Irretroatividade das leis prevista 
constitucionalmente, art. 5º XXXVI

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