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* Princípios Gerais para o uso racional dos antimicrobianos: Cloranfenicol, Tiafenicol e Sulfonamidas UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI Campus de Divinópolis Professor: Carlos A C Dias Junior Graduação em Farmácia – 7º Período Farmacologia Clínica II * Entender como os antibióticos derivados do propanodiol (1 - Cloranfenicol e Tianfenicol) ou derivados do Enxofre (2 - Sulfonamidas) produzem os seus efeitos farmacológicos. Objetivo: * Introdução Características Gerais e Espectro de Ação Mecanismo de Ação Possível mecanismo de Resistência Bacteriana Principais Indicações Clínicas e Posologia Farmacocinética e Metabolismo Principais Efeitos Colaterais Interações Medicamentosas Sumário : * 1 - Antibióticos derivados do propanodiol (Cloranfenicol e Tianfenicol) * Introdução Cloranfenicol Cloromicetina Um antibiótico natural produzido por fungos no solo da Venezuela, Ehrlich e Gottlieb (1947-1948), Yale e Illinois EUA Cloranfenicol Controulis e col. 1949 Tianfenicol Cutler e col. 1952 Tianfenicol apresenta um radical meilsulfonílico em lugar do nitro ligado ao anel benzênico do Cloranfenicol. Não causa aplasia (disfunção) da medula óssea: Hemácias – Anemia Leucócitos – Infecções contínuas Plaquetas - Hemorragia mucosas * Espectro de Ação Atividade contra aeróbias Estreptococos (viridans), Enterococos, pneumococos, Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Listéria, Bacilo difitérico, treponemas, leptospiras, Enterobactérias (Salmonella, Shigella, E. Coli, Proteus) Atividade contra anaeróbias Clostrídios e Bacteroides fragilis, clamidia, riquétsia e bartonela Campylobacter jejuni e C. fetus. Cloranfenicol Bactericida / Bacteriostático Gram (+) – C.I.M. inferior a 2,5 mcg/mL Gram (–) – C.I.M. entre 5 e 10 mcg/mL * Espectro de Ação Tianfenicola Bactericida / Bacteriostático Maior espectro vs. Cloranfenicol G. Vaginalis e Clamydia trachomatis, H. ducreyi, Calymmatobacterium granulomatis Atividade contra aeróbias Estreptococos (viridans), Enterococos, pneumococos, Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Listéria, Bacilo difitérico, treponemas, leptospiras, Enterobactérias (Salmonella, Shigella, E. Coli, Proteus) Atividade contra anaeróbias Clostrídios e Bacteroides fragilis, clamidia, riquétsia e bartonela Campylobacter jejuni e C. fetus. * Cloranfenicol e Tianfenicol Formas de apresentação Palmitato de Cloranfenicol – via oral Succinato de Cloranfenicol – via I.V. Hemissuccinato de Cloranfenicol– oral e I.V. Éster glicinato de tianfenicol – I.V. * * Locais de Ação dos Antibióticos Mecanismo de Ação do Cloranfenicol e Tianfenicol ATHF = ácido tetraidrofólico PABA = ácido p-aminobenzóico * Mecanismo de Ação da Cloranfenicol e Tianfenicol 3 – Penetra (fármaco hidrofílico) por canais de porina Gram (–) 6 – Difusão ou transporte através da membrana Gram (+) 7 – Ligação com o alvo ribossômico (sub-unidade 50S) impedindo a transferência dos aminoácidos conduzidos pelo RNA para a cadeia de polipeptídica em formação... inibição da síntese protéica * Mecanismos de Resistência de Bacteriana a Cloranfenicol e Tianfenicol Resistência adquirida Pseudomonas aeruginosa, Serratia marcescens, Providencia e Proteus rettgeri Enterobactérias, hemófilos, estreptococos, estafilococos e Bacteroides fragilis 1 – Inativação enzimática (por acetilação) Germes resistentes com cloranfenicol acetil-transferase, catalisa a acetilação para transferir dois grupos acetil para os grupos hidróxido do cloranfenicol, impedindo-o de se ligar ao ribossomo (neutralizando a sua ação antibiótica). 2 – Impermeabilidade (hemófilos e coliformes) Impedindo que atinga o seu alvo na 50S ribossômica * Principais Indicações Clínicas do Cloranfenicol Infecções abdominais por Bacteroides fragilis Abscesso cerebral Febre tifóide (10 -14 dias com 50/mg/kg 48h e 25mg/kg) Meingite por hemófilos Riquetsioses (semelhante a Tetraciclina) Bartonelose (verruga peruana) Meningites (pacientes alérgicos aos beta-lactâmicos) * Principais Indicações Clínicas do Tianfenicol Infecções respiratórias, urinárias, biliares, osteoarticulares e meníngeas. Uretrite gonocócica (90% dos casos são curados) Linfogranuloma venéreo (por clamídia) Infecções sexualmente transmissíveis (500 – 800mg 8/8 horas): Vulvo-vaginites (por G vaginalis e Clamydia trachomatis) Cancro mole (H. ducreyi) * Farmacocinética e Metabolismo do Cloranfenicol e do Tianfenicol * Cloranfenicol Anemia, agranulocitose, trombocitopenia (supressão respiratória mitocondrial = compromete a síntese e proliferação celular na medula óssea) Relacionados à dose e o tempo de uso (superior a 10 dias) São revertidos com a suspensão da medicação Diminuição da acuidade visual e fotofobia Sindrome cinzenta em recén-nascidos Náuseas, vômitos, confusão mental, perda de memória, Tianfenicol Náuses, vômitos, diarréia, dor no local da injeção. Provoca depressão medular só em doses altas. Principais Efeitos Colaterais a serem relatados com o uso Cloranfenicol e do Tianfenicol * Fenobarbital acelera sua metabolização Inibe enzimas hepáticas: Aumenta o efeito de anticoagulantes orais (warfarina, hidroxicumarina). Interfere no aproveitamento do ácido fólico, ferro e vitamina B12 em pacientes com anemia com carência destes. Ação antagônica aos beta-lactâmicos e aminoglicosídeos Principais Interações Medicamentosas entre o Cloranfenicol ou Tianfenicol e os: * Obtenha as avaliações inicias dos sintomas presentes Registre a temperatura, pulso, P.A., as respirações e o estado de hidratação Avalie e registre qualquer história de alergia Avalie os exames laboratoriais basais requisitados (leucócitos / plaquetas / hemácias) Considerações Importantes para Cloranfenicol ou Tianfenicol na etapa pré-medicação * 2 - Antibióticos derivados do derivados do Enxofre (Sulfonamidas) 1 - Sulfonamidas Uso restrito 2 – Sulfonas 3 - Outros Derivados Sulfurados * Introdução - Sulfonamidas 1 - 1º antibiótico derivado do enxofre, Domagk tratou a própria filha com infecção grave por estreptococus (Patente: “Prontosil Rubrum”, 1932). 2 - Trefouel e col. (França, 1935), o grupamento azóico (-N=N) não era importante para ação do fármaco. 1 - Königsfeld Alemanha 2 - França Gerhardt Domagk 1895-1964 Nobel - 1939 * Espectro de Ação Bactérias, fungos e protozoários: Estreptococos, estafilococos, neissérias, hemófilos, brucelas, vibriões, salmonela, shigelas e coliformes. Paracoccidiodes braziliensis, Toxoplasma gondii, Pneumocystis carinii e plasmódios da malária Sulfanilamidas + trimetoprima = bactericida Sulfanilamidas Bacteriostático Gram (+) – C.I.M. inferior a 2,5 mcg/mL Gram (–) – C.I.M. entre 5 e 10 mcg/mL * * Locais de Ação dos Antibióticos Mecanismo de Ação das sulfanilamidas: Inibidores da síntese protéica e ácidos nucléicos ATHF = ácido tetraidrofólico PABA = ácido p-aminobenzóico * * Mecanismo de Ação das sulfanilamidas: Inibidores da síntese protéica e ácidos nucléicos Sulfonilamidas: competem com o PABA, impedindo a biossíntese do ácido fólico Trimetoprima inibe a diidrofolato-redutase, Trimetoprima + sulfonilamida = bactericida Especificidade das Sulfonilamidas para bactérias se dá porque em mamíferos utilizam ácido fólico pré-formado nos alimentos e nas bactérias necessitam sintetizar ácido fólico a partir do PABA. PABA – Ácido paraminobenzóico – Tetraidrofolatos (precursores) – Diidrofolato * Possível mecanismo de Resistência Bacteriana às Sulfonilamidas É imprevisível e depende de país, de acordo com a origem urbana ou rural do microorganismo Exemplos relatados: Alta resistência de Salmonelas e shigelas Meningococo e gonococo Estafilococos (principalmente os hospitalares) * Todas as sulfas apresentam a mesma estrutura básica derivada da sulfanilamida Há uma classificação de acordo com sua absorção oral e sua excreção * Classificação de acordo com aspectos farmacocinéticos * Principais Indicações Clínicas e Posologia Doses variam de acordo com a sulfanilamida e a finalidade terapêutica * * Principais Efeitos Colaterais e reações relatados com o uso de sulfonilamidas Natureza tóxica Lesões celulares Natureza alérgica Sensibilização do sistema imunológico Hipersensibilidade da IgE Lesões produzidas por anticorpos citotóxicos Via de administração Oral Náuseas, vômitos, dor abdominal, anorexia, boca amarga I.M. Dor no local (frequente o uso I.V. * Interações Medicamentosas Sulfas + derivados pirimidínicos = efeitos sinérgicos (Ex: trimoxazol e trimetoprima Sulfas + macrolídeos = efeito sinérgico Pneumococo e hemófilo Sulfa inibe o metabolismo do álcool (prolongando e aumenta seu efeito de bebidas) Sulfa aumenta efeito dos anticoagulantes orais (fenitoina e metotrexato) hipoglicemiantes orais e tiopental Sulfa reduz efeito de (não esclarecido) anticoncepcionais orais imuno-supressor (ciclosporina) * 3 – Outros antimicrobianos derivados do Enxofre 1 – Sulfonamidas Uso mais restrito 2 – Sulfonas DDS ou sulfona-mãe Associação Dapsona + rifampicina = hanseníase 3 - Outros Derivados Sulfurados Ictiossulfato de amônio (Ictiol ) = pomada acne * 1 – FAUCI, A. S; BRAUNWALD, E.; ISSELBACHER, K. J. et al. Harrison – Principios de Medicina Interna. 16 ed. Madri:McGraw Hill. 2v. 2006. 2 - GOODMAN, L. S., GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 9 ed. New York: McGraw Hill. 2002 3 - TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos e antiinfecciosos. 2a ed. São Paulo: Atheneu, 1999. 4 – DIPIRO, J. T.; TALBERT, R. L.; YEE, G. C; MATZKE, G. R.; WELLS, B. G.; POSEY, L. M. Pharmacotherapy – a patohphysiologic approach. 6a ed. New York: Appleton & Lange. 2005, 2440p. 5- RANG, H. P., DALE, M. M., RITTER, J. M., GARDEN. P. Farmacologia. 4 ed. Editora Guanabara. 2001. 6 - USP DI - Drug information for the heath care professional. 27a ed. Massachucetts: Micromedex, 2007 Referências Bibliográficas: * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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