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Farmacologia e toxicologia veterinária II Farmacologia do sistema cardiovascular: inotrópicos e anti- hipertensivos Hemodinâmica ‣ Pré-carga: é o volume de sangue que chega no coração e enche o ventrículo esquerdo, corresponde ao enchimento ventricular e volume diastólico final (VDF). É a pressão que o sangue faz no ventrículo esquerdo quando está cheio antes da contração, ou seja, antes da sístole. Quanto maior ou menor a tensão, maior ou menor é a pré-carga. ‣ Pós-carga: é a força contrária à ejeção do ventrículo, é a resistência que o músculo cardíaco precisa vencer em função da pressão na aorta durante a sístole. Trata-se da resistência enfrentada durante a ejeção do ventrículo, o sangue enfrenta dificuldades de seguir no momento em que é expelido para as artérias. Quando se reduz o pós-carga, a ejeção ventricular é facilitada. ‣ Lei de Frank-Starling: autorregulação heterométrica. Por definição, é um mecanismo intrínseco cardíaco (pré-carga) que estabelece que quanto mais o miocárdio for esticado no enchimento, a força de contração irá aumentar e, consequentemente, a quantidade de sangue bombeada aumenta. O mecanismo de Frank- Starling é um reflexo cardíaco que aumenta a força de contração do coração quando há um aumento do retorno venoso (pré-carga). Nessa pré-carga, a energia de contração é proporcional ao comprimento inicial da fibra cardíaca. A pré-carga depende do retorno venoso e determina o grau de estiramento do sarcômero no final da diástole, logo quanto maior o estiramento, maior o número de sítios onde haverá acoplamento de actina-miosina, até certo limite. Depois desse limite, a capacidade de contração passa a diminuir. O coração pode regular sua atividade a cada momento, seja aumentando ou reduzindo o débito cardíaco, de acordo com a necessidade. ↑ volume diastólico final : ↑ força de contração : ↑ débito cardíaco ‣ Inotropismo: se refere à capacidade de contração da musculatura cardíaca, é a força de contração do miocárdio. O inotropismo positivo é aquele que aumenta a força de contração do coração e o inotropismo negativo reduz a força de contração, diminuindo o débito cardíaco. ‣ Débito cardíaco: representa o volume de sangue ejetado por minuto. Fatores como pré- carga, pós-carga e inotropismo interferem no débito cardíaco. DC = VS x FC PA = DC x RBP Insuficiência cardíaca ‣ Doença cardíaca: não impede sua função de bomba e há mecanismos compensatórios. ‣ Insuficiência cardíaca: mecanismos compensatórios insuficientes (progressão) e acúmulo progressivo de sangue no sistema venoso (reservatório). ‣ Insuficiência cardíaca congestiva: aumento retrógrado da pressão venosa, aumento da pressão capilar, extravasamento de líquido (extravascular). Com o quadro de insuficiência cardíaca, alterações acontecem para manter o trabalho cardíaco na pré-carga, pós-carga, débito cardíaco e inotropismo. Aumento de pressão arterial → vasoconstrição → retenção de água e de sódio → congestão ‣ Cães: degeneração mixomatosa crônica da valva mitral e cardiomiopatias ‣ Gatos: cardiomiopatia hipertrófica Farmacologia Digitálicos Os digitálicos são fármacos extraídos das plantas Digitalis purpurea e Digitalis lanata utilizados no tratamento de doenças cardíacas. Antigamente, eram indicados para auxiliar na contratilidade miocárdica. Atualmente, são utilizados no manejo de arritmias supraventriculares (fibrilação atrial). Geralmente, são utilizados em combinação com outros anti-arrítmicos (β-bloqueador) devido a sua baixa margem de segurança. ‣ Farmacocinética: lipossolubilidade x polaridade ‣ Ação inibitória da Na+/K+ ATPase: redução da troca de Na+ por K+ e aumento do influxo de Ca2+ para o interior da célula. Dobutamina* ‣ Simpatomimético (agonista β1 adrenérgico) ‣ Inotrópico ‣ Infusão contínua (via intravenosa) ‣ Alteração na sensibilidade dos receptores (em uso crônico): resposta reduz 50% após 1 ou 2 dias de estimulação constante Pimobendan* ‣ Tem propriedades desejáveis para o manejo clínico da insuficiência cardíaca secundária à cardiomiopatia dilatada e doença valvar cardíaca. ‣ Utilizado como tratamento padrão em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. ‣ Pode ser associado a diurético e inibidores da ECA. ‣ Inodilatador: propriedades inotrópicas e vasodilatadoras. Mecanismo de ação (inotrópico positivo): sensibilização do Ca2+ intracelular (aumento da interação entre Ca2+ e troponina C), atividade inibidora da fosfodiesterase III (aumento da concentração de Ca2+ intracelular e do consumo de oxigênio pelo miocárdio). Mecanismo de ação (vasodilatação): inibição da fosfodiesterase III (musculatura lisa vascular), que provoca vasodilatação equilibrada (arterial e venosa), redução da pré e pós-carga, pode inibir a fosfodiesterase V (musculatura lisa das artérias pulmonares) melhorando a condição de hipertensão pulmonar. Vasodilatadores Nitroglicerina ‣ Venodilatador de ação direta utilizado para o tratamento de edema agudo de pulmão. ‣ Pode ser administrado por via transdérmica. ‣ O uso contínuo pode causar tolerância (24 horas com medicação e 24 horas sem medicação). Nitroprussiato de sódio* ‣ Utilizado para o tratamento de edema pulmonar cardiogênico devido aos seus efeitos venodilatador e vasodilatador arteriolar. ‣ Administrado por via intravenosa. ‣ Meia vida curta (infusão). ‣ Efeitos colaterais: hipotensão, taquicardia, náusea, êmese, intoxicação por cianeto quando há administração crônica (sua biotransformação gera esse composto). Dinitrato de isossorbida ‣ Não é um fármaco de primeira escolha para cães e gatos. ‣ Utilizado para o tratamento de insuficiência cardíaca refratária. ‣ Vasodilatador coronariano. ‣ Administrado por via oral. ‣ Sofre biotransformação hepática, de modo que seus metabólitos são mais ativos do que o original. Hidralazina ‣ Ação arteriolar direta sobre a musculatura lisa vascular. ‣ Utilizada para regurgitação de valva mitral grave e refratária à terapia convencional, também pode ser usada para edema pulmonar cardiogênico sem nitroprussiato de sódio (não associar). ‣ Promove redução da pós-carga, age na circulação arterial. ‣ Quando administrado por via oral, monitorar a pressão arterial por 1 a 2 horas: início da ação (30 minutos), pico de ação (3 horas), término de ação (12 horas). ‣ Efeitos colaterais: hipotensão, anorexia, diarreia, êmese, redução do fluxo sanguíneo renal (efeito arteriodilatador) – insuficiência renal. Anlodipino* ‣ Bloqueador dos canais de Ca2+: inibe o influxo de Ca2+, reduz Ca2+ intracelular, diminui inotropismo e causa dilatação. ‣ Classificado também como antiarrítmico (classe IV). ‣ Possui maior efeito de vasodilatação periférica. ‣ Utilizado para tratamento de gatos hipertensos e cães com insuficiência cardíaca congestiva, associados com nitratos. ‣ Administrado por via oral. ‣ Seu pico de ação varia de 4 a 7 dias até 14 dias. ‣ Meia vida: 30 horas. Prazosina ‣ Antagonista α1 adrenérgico. ‣ Promove vasodilatação arteriolar e venosa. ‣ Pouco utilizada em insuficiência cardíaca, no entanto é muito utilizada em distúrbios do trato urinário em felinos. Sildenafila* ‣ Popularmente conhecido como ‘’viagra’’. ‣ Inibidor competitivo da fosfodiesterase V (presente nos pulmões e no tecido erétil peniano). ‣ Promove vasodilatação, assim é utilizada para redução da hipertensão pulmonar. Inibidores da ECA – vasodilatadores com propriedades adicionais Sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) A renina é liberada no aparelho justaglomerular em resposta à redução a estimulação simpática e fluxo reduzido de Na+ na mácula densa. No plasma, age sobre o angiotensinogênio para formar a angiotensina I. A enzima conversora de angiotensina (ECA) forma a angiotensina II, a conversão ocorre,principalmente, no pulmão. Com isso, há aumento da síntese e secreção de aldosterona pelas adrenais, e retenção de Na+ e água pelos túbulos renais. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) Os inibidores da ECA inibem a enzima que converte a angiotensina I em angiotensina II. Consequentemente, há redução da angiotensina II circulante. Esses inibidores ligam-se na ECA, no mesmo sítio de ação da angiotensina I, impedindo sua ação. Os inibidores da ECA que se ligam mais firmemente são mais potentes e tendem a apresentar efeitos de maior duração. Efeitos da angiotensina II circulante ‣ Potente vasopressor. ‣ Estimula a liberação de aldosterona pelas adrenais. ‣ Estimula a liberação de vasopressina (ADH). ‣ Facilita os efeitos centrais e periféricos do sistema nervoso simpático. ‣ Preserva a filtração glomerular (constrição da arteríola eferente). ‣ Estimula a hipertrofia (remodelamento da insuficiência cardíaca congestiva). Efeitos causados pela redução da angiotensina II ‣ Redução da vasoconstrição. ‣ Redução da atividade do sistema nervoso simpático. ‣ Redução da síntese de aldosterona pelas adrenais e menor retenção de Na+ e água pelos túbulos renais. Fármacos IECA ‣ Enalapril ‣ Benazepril ‣ Lisinopril ‣ Ramipril Apenas o lisinopril é classificado como um pró- farmaco. Bloqueadores de receptor de angiotensina Telmisartana ‣ Bloqueia o receptor AT1 da angiotensina II. ‣ Utilizado para o tratamento de doenças renais, mais especificamente em quadros de proteinúria. Antimicrobianos Os antimicrobianos são substâncias químicas usadas para combater os microorganismos, podem ser classificados em antimicrobianos inespecíficos e antimicrobianos específicos. ‣ Inespecíficos: atuam em quaisquer microorganismos, patogênicos ou não. Como exemplos existem os antissépticos e os desinfetantes. ‣ Específicos: atuam em microorganismos responsáveis por doenças infecciosas. Antimicrobianos inespecíficos ‣ Antisséptico: mata, inibe ou reduz microorganismos localizados em pele e mucosas. Os antissépticos são utilizados para a antissepsia da pele no pré-cirúrgico. ‣ Desinfetante: mata, inibe ou reduz microorganismos localizados em superfícies e objetos. Os desinfetantes são muito utilizados para a limpeza e desinfecção das instalações zootécnicas e para a desinfecção de equipamentos e materiais. Antimicrobianos específicos Os antimicrobianos específicos são substâncias químicas produzidas por microorganismos, ou seus equivalentes sintéticos, que podem inibir o crescimento ou destruir os microorganismos causadores de doenças. Uso terapêutico: é administrado em um animal que apresenta uma doença infecciosa. Uso profilático: é administrado como medida preventiva para garantir a proteção contra uma possível infecção, pode ser feito em um animal ou em um grupo de animais. Por exemplo, perioperatório e em vacas no período de secagem. Uso metafilático: é administrado para prevenir a instalação de uma doença clínica. Por exemplo, em um rebanho que está com alguns animais com uma determinada doença infecciosa, neste caso todos os animais do grupo são tratados. As doses e a duração do tratamento são iguais ao tratamento terapêutico. Pode ser administrado na ração ou na água a fim de facilitar o manejo do rebanho. Uso como aditivo zootécnico: é utilizado como aditivo zootécnico para reduzir a mortalidade e melhorar o crescimento (conversão alimentar). A administração ocorre em um período prolongado na ração e em baixas concentrações (5 a 10%). No entanto, é necessário um alerta em relação à resistência bacteriana. Bacteriostático x bactericida Antimicrobiano bacteriostático: inibe o crescimento (multiplicação) bacteriano, no entanto não destrói o microorganismo. Antimicrobiano bactericida: promove um efeito irreversível e letal à bactéria, portanto destrói este microorganismo. A condição que determina se um antimicrobiano será bacteriostático ou bactericida é dependente da sua concentração efetiva no local. Alguns antibióticos, por exemplo, necessitam de uma maior concentração para matar uma bactéria em comparação com outros. Assim, nem todo antimicrobiano terá efeito bactericida uma vez que, para aumentar sua concentração no local, seria necessário aumentar sua dose de administração levando a um efeito tóxico. ‣ Concentração inibitória mínima (CIM): se refere à menor concentração do agente antimicrobiano capaz de inibir 100% o crescimento microbiano. Esta concentração reflete o efeito bacteriostático. ‣ Concentração bactericida mínima (CBM): se refere à menor concentração do agente antimicrobiano capaz de impedir o crescimento bacteriano visível. Essa concentração reflete o efeito bactericida. As penicilinas e os aminoglicosídeos são considerados bactericidas, já as tetraciclinas e os macrolídeos são bacteriostáticos. Apesar disso, fatores como condição clínica do animal, concentração do antibiótico no local e o microorganismo envolvido (penicilina G em baixa concentração é bacteriostática) na infecção influenciam no caráter funcional do antibiótico. Antimicrobianos concentração-dependentes São antimicrobianos que, quanto maior o nível sérico acima da CIM, maior a taxa de erradicação das bactérias. São necessárias doses elevadas com intervalos de tempo longos (BID, SID). Exemplos: aminoglicosídeos (amicacina e gentamicina), fluoroquinolonas (enrofloxacina e ciprofloxacina) e metronidazol. Antimicrobianos tempo-dependentes São antimicrobianos cuja eficácia depende do período de tempo que sua concentração plasmática fica acima da CIM de uma determinada bactéria. Nesse tipo de antibiótico, aumentar a sua concentração muito acima da CIM não aumentará sua capacidade de destruir microorganismos. O tempo que a bactéria fica exposta é mais importante do que a concentração. Sua posologia é de alta frequência (TID, QID). Exemplos: beta-lactâmicos (amoxicilina e ampicilina), macrolídeos (azitromicina), tetraciclinas (doxiciclina) e glicopeptídeos (vancomicina). Propriedades do antimicrobiano ideal ‣ Destruir o microorganismo. ‣ Abranger amplo espectro de ação sobre os microorganismos patogênicos. ‣ Apresentar alto índice terapêutico. ‣ Exercer a atividade na presença de fluidos. ‣ Não perturbar as defesas do organismo. ‣ Não produzir reações alérgicas. ‣ Não favorecer o desenvolvimento de resistência bacteriana. ‣ Apresentar distribuição por todos os tecidos em uma concentração adequada. ‣ Ser possível a administração por diferentes vias. ‣ Ter preço acessível. Escolha do antimicrobiano Causas de insucesso na terapia ‣ Infecções não sensíveis ao antimicrobiano escolhido. ‣ Febre que não é ocasionada por agente infeccioso. ‣ Erro na escolha e posologia do antimicrobiano. ‣ Tratamento iniciado com atraso. ‣ Foco infeccioso encistado. ‣ Processo infeccioso localizado em tecidos não atingidos. ‣ Persistência (agente infeccioso em uma fase do seu ciclo no qual é refratária). ‣ Resistência intrínseca (natural). ‣ Resistência bacteriana adquirida (mutação ao acaso ou transferência de genes de resistência). ‣ Resistência bacteriana adaptativa (situação ambiental). Redução do risco de resistência bacteriana ‣ Prevenir o surgimento de enfermidades com vacinação e higiene. ‣ Reduzir o uso de antibióticos como aditivos zootécnicos. ‣ Determinar a obrigatoriedade da prescrição do antimicrobiano pelo médico veterinário, de modo que sua comercialização livre seja impedida. Associação de antimicrobianos ‣ Tratamento de infecções mistas e de infecções graves. ‣ Evitar o aparecimento de resistência bacteriana (antibióticos com diferentes mecanismos de ação dificultam o surgimento de resistência, no entanto há controvérsias). ‣ Tratamento em pacientes imunodeprimidos com processo infeccioso.‣ Respeitar a posologia de cada antibiótico. ‣ Associação: antagonismo ou sinergismo (depende da bactéria). Período de carência O período de carência é o tempo necessário para que o resíduo de preocupação toxicológica atinja concentrações seguras. Antibióticos Antibiótico biossintético: é obtido a partir da cultura de microorganismos, com a adição de substâncias químicas capazes de alterar a estrutura molecular do antibiótico que está sendo produzido. Antibiótico semissintético: são acrescentados radicais químicos ao núcleo ativo do antibiótico isolado. Sintobiótico: é um antibiótico obtido, exclusivamente, por síntese laboratorial a partir de estudos de precursores obtidos de microorganismos. Um exemplo é o cloranfenicol. Atualmente, este termo está em desuso. Agentes antimicrobianos ‣ Bactérias aeróbias Gram positivas: Streptococcus, Staphilococcus, Actinobacillus, Rhodococcus. ‣ Bactérias aeróbias Gram negativas: Escherichia coli, Pasteurella, Pseudomonas, Enterobacter, Salmonella. ‣ Bactérias anaeróbias: Clostridium, Fusobacterium. Principais classes de antibióticos Bactericidas: beta-lactâmicos (G+ > G-), aminoglicosídeos (G-), metronidazol (anaeróbios), quinolonas (G+ e G-) e rifampicina. ‣ Beta-lactâmicos: penicilinas naturais, penicilinas sintéticas e cefalosporinas. ‣ Aminoglicosídeos: gentamicina, amicacina, tobramicina, estreptomicina. ‣ Quinolonas: fluoroquinolona, enrofloxacina e ciprofloxacina. Bacteriostáticos: tetraciclinas (G+ e G-), sulfonamidas (G+, G- e protozoários), macrolídeos (G+) e cloranfenicol (G+, G- e anaeróbios). ‣ Tetraciclinas: oxitetraciclina e doxiciclina. ‣ Macrolídeos: eritromicina e azitromicina. Mecanismos de ação dos antibacterianos ‣ Inibição da síntese da parede celular. ‣ Dano na função da membrana celular. ‣ Inibição da síntese ou função dos ácidos nucléicos. ‣ Inibição da síntese de proteínas. ‣ Inibição da síntese de ácido fólico. Antibacterianos: inibidores da síntese da parede celular Beta-lactâmicos Os antimicrobianos beta-lactâmicos têm em sua estrutura química um anel betalactâmico. Esta classe de antibióticos interfere na última etapa da síntese do peptideoglicano, o principal componente da parede celular da maioria das bactérias, inibindo a atividade da transpeptidase e das proteínas ligadoras de penicilina (PLP). Apesar disso, esses antimicrobianos não são capazes de atuar na parede celular bacteriana já formada. Características gerais ‣ Bactericidas (em microorganismos que estejam se multiplicando). ‣ Tempo-dependentes (T > CIM): CIM mais baixa (G+) e CIM mais alta (G-). ‣ Duração ótima: acima da CIM 50% do tempo (intervalo entre as doses – intervalos maiores em infecções causadas por bactérias Gram +). ‣ Variação entre os fármacos. Mecanismos de resistência aos beta-lactâmicos Produção de beta-lactamases: as bactérias produzem enzimas (beta-lactamases: penicilinases e cefalosporinases) que inativam o antimicrobiano através da quebra do seu anel beta-lactâmico. Os genes que codificam essas enzimas podem ser derivados de um mecanismo natural em algumas bactérias (mutações no cromosso bacteriano) ou transferidos por plasmídeos. Permeabilidade reduzida do fármaco: a membrana externa da parede celular de bactérias Gram - se torna impermeável à passagem dos antimicrobianos betalactâmicos. Bombas de efluxo: estão presentes na membrana externa das bactérias Gram - e são responsáveis por transportar antibióticos do periplasma para o meio externo. Afinidade reduzida do antibiótico: dificuldade do antimicrobiano para atingir o sítio de ligação (PLP) devido à modificação da estrutura das proteínas ligadoras de penicilina. Antibióticos beta-lactâmicos ‣ Penicilinas: penicilinas naturais, penicilinas resistentes à beta-lactamase, penicilinas de amplo espectro e penicilina antipseudomonas. ‣ Inibidores de beta-lactamases. ‣ Cefalosporinas: primeira, segunda, terceira e quarta geração. ‣ Carbapenens. ‣ Monobactâmicos. Mapa e chave do espectro antimicrobiano Penicilinas Farmacocinética Via de administração: injetável ou oral. Algumas penicilinas são mais sensíveis ao pH do suco gástrico e não podem ser administradas por vira oral. A via injetável é preferida em infecções mais graves. Distribuição: têm distribuição suficiente para combater microorganismos na maior parte dos tecidos e fluidos corporais. São necessárias concentrações mais altas em articulações e cavidades pleural e peritoneal. São incapazes de penetrar o sistema nervoso central, próstata e olhos em condições de saúde e há penetração insuficiente nos ossos e líquido cefalorraquidiano, exceto na inflamação. Além disso, atravessam a placenta lentamente. Em processos inflamatórios, as concentrações excedem a concentração plasmática. Em pH fisiológico, estão carregadas e insolúveis em lipídeos, de modo que não entram facilmente nas células. Biotransformação: a maioria das penicilinas tem mínima biotransformação hepática, com exceção da ampicilina. Excreção: secreção tubular e filtração glomerular em sua forma original (altas concentrações na urina). Efeitos adversos ‣ Alto índice terapêutico (ausência de parede celular nos mamíferos). ‣ Hipersensibilidade (início imediato). ‣ Superinfecções gastrointestinais em espécies com ceco funcional (cobaias, furões, coelhos, hamsters). ‣ Efeitos tóxicos podem ocorrer devido ao potássio ou procaína associada à penicilina. ‣ Reações adversas como anemia hemolítica e trombocitopenia. Interações medicamentosas ‣ Interações sinérgicas com aminoglicosídeos contra diversas bactérias (Staphylococcus aureus produtores de penicilinase). ‣ Penicilinas de amplo espectro agem sinergicamente com fármacos que se ligam às beta-lactamases, cloxacilina, clavulanato e algumas cefalosporinas. Penicilinas naturais As penicilinas naturais são obtidas a partir da variedade do fungo Penicillium e são nomeadas com letras maiúsculas do alfabeto (penicilinas K, F, G e X). Penicilina G* A penicilina G é também conhecida como benzilpenicilina, sua administração se dá somente por via parenteral, uma vez que é inativada pelo pH estomacal. Apresenta diversas formas: cristalina sódica e potássica, procaína e benzatina. Espectro de ação: bactérias aeróbias Gram + e anaeróbias obrigatórias. ‣ Cristalina sódica e potássica: subcutâneo ou intramuscular (latência de 30 minutos e se mantém por 4 a 6 horas). Pode ser usada pela via intravenosa. ‣ Procaína: subcutâneo ou intramuscular (latência de 1 a 3 horas e se mantém por 12 a 24 horas – níveis séricos mais baixos em comparação com a cristalina sódica) – longa duração. ‣ Benzatina (benzetacil): latência de 8 horas e se mantém por 3 a 30 dias (caindo gradativamente) – longa duração. Aplicações clínicas: clostridiose, listeriose, actinomicose, abcessos, feridas, piotórax (anaeróbios), infecções por estreptococos beta-hemolíticos. Penicilina V A penicilina V, fenoximetilpenicilina, é obtida pela fermentação do Penicillium acrescentando o ácido fenoxiacético. Difere da penicilina G por ser resistente ao pH ácido do estômago, podendo ser administrado por via oral. Sua eliminação completa após 6 horas. Espectro de ação: bactérias aeróbias Gram + e anaeróbias obrigatórias. Aplicações clínicas: clostridiose, listeriose, actinomicose, abcessos, feridas, piotórax (anaeróbios), infecções por estreptococos beta-hemolíticos. Penicilinas resistentes às penicilinases As penicilinas resistentes às penicilinases são penicilinas antiestafilocócicas, portanto atuam sobre Staphylococcus aureus produtores de penicilinase. São semissintéticas e são muito utilizadas na prevenção de mastite bovina. Espectro de ação: similar ao das penicilinas naturais de baixo espectro (potência menor do queda penicilina G, exceto as resistentes à penicilinase estafilocócica). Não tem atividade contra bactérias Gram -, tem pouca atividade contra enterococos e sua atividade contra anaeróbios é variável (Clostridium é suscetível à cloxacilina, mas bacterióides não são). Aplicações clínicas: mastite bovina, infecções estafilocócicas de pele, profilaxia cirúrgica (ortopedia) e tratamento de osteomielite e discoespondilite. Isoxazolilpenicilinas (oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina e flucloxacilina) ‣ Estáveis em meio ácido, podem ser administrados por via oral. ‣ Níveis plasmáticos adequados em torno de 4 a 6 horas. ‣ Biotransformação parcial hepática. ‣ Eliminação renal. Meticilina ‣ Seu primeiro uso clínico ocorreu em 1960. ‣ Penicilina acidossensível. ‣ Apenas 20% de biotransformação hepática. ‣ Eliminação renal. ‣ Há relatos de S. aureus resistente em cães e cavalos. Nafcilina ‣ Quando administrada por via oral, tem baixa absorção (10 a 20% da dose), assim há preferência pela via parenteral. ‣ Biotransformação hepática de 60%. ‣ Eliminação de 10% pela bile, o restante é renal. Penicilinas de amplo espectro de ação As penicilinas de amplo espectro de ação são semissintéticas, sensíveis à penicilinases e podem estar associadas a inibidores de beta- lactamases (ácido clavulânico, sulbactam). Podem ser classificadas em aminopenicilinas e amidopenicilinas. Aminopenicilinas As aminopenicilinas compreendem a ampicilina, pró-fármacos (hetacilina, metampicilina, pivampicilina e bacampapicilina) e amoxicilina. Espectro de ação: cocos Gram + e Gram -, grande número de bacilos Gram -. Aplicações clínicas: alta prevalência de resistência adquirida, infecções de tecidos moles sem envolvimento de Staphylococcus, abcessos, infecções no trato urinário em associação com clavulanato, algumas infecções entéricas. Não deve ser usada na profilaxia cirúrgica (Staphylococcus), uma vez que há bactérias desse gênero resistentes à ampicilina e amoxicilina. Aminopenicilinas: ampicilina ‣ Primeira penicilina de amplo espectro: cocos Gram + e Gram -, grande número de bacilos Gram -. ‣ Ácidoestável, pode ser administrada por via oral e parenteral. ‣ Os pró-farmacos hetacilina, metampicilina, pivampicilina e bacampapicilina quando biotransformados no fígado, são convertidos em ampicilina. ‣ Eliminação na forma ativa: bile e renal. Aminopenicilinas: amoxicilina* ‣ Estrutura química e espectro de ação semelhante ao das outras aminopenicilinas. ‣ Absorção mais efetiva do sistema digestório podendo alcançar 90% da dose administrada. Amidopenicilinas A amidopenicilina é representada pelo mecilinam, também denominado de andinocilina. Pode ser administrado somente pelas vias intravenosa ou muscular. Espectro de ação: pequena atividade contra bactérias Gram +, mas atua em baixas concentrações sobre várias bactérias da família Enterobacteriaceae (Enterobacter, Escherichia coli, Proteus, Klebsiella pneumoniae). Penicilinas antipseudomonas ‣ Carboxipenicilinas: carbenicilina e ticarcilina. ‣ Ureidopenicilinas: azlocilina, mezlocilina e piperacilina. Aplicações clínicas: tratamento tópico de otite externa devido a Pseudomonas aeruginosa resistente a outros fármacos, tratamento sistêmico de Pseudomonas sp. geralmente em associação com aminoglicosídeo para retardar o surgimento de resistência. Quando associada ao clavulanato, a ticarcilina é eficaz contra muitas cepas produtoras de beta-lactamases, bactérias Gram - e Staphylococcus. Carboxipenicilinas: carbenicilina ‣ Primeira penicilina com boa atividade contra Pseudomonas aeruginosa e Proteus. ‣ É degradada pelo suco gástrico. ‣ Indanilcarbenicilina: éstere da carbenicilina, ácidoestável e bem absorvida no trato gastrointestinal. ‣ Eliminação renal (secreção tubular – 95% inalterada). Carboxipenicilinas: ticarcilina ‣ Semelhante à carbenicilina. ‣ É 2X mais ativa contra Pseudomonas aeruginosa. ‣ Administrada via parenteral. ‣ Indicada para o tratamento de infecções graves causadas por bacilos Gram -. Ureidopenicilinas ‣ Azlocilina, mezlocilina (mais ativa do que a anterior contra Enterobacteriaceae), piperacilina (maior espectro de ação contra Enterobacteriaceae). ‣ Administradas por via parenteral para uso sistêmico. Inibidores de beta-lactamases As beta-lactamases são produzidas por bactérias Gram + e Gram -, sendo codificadas por genes cromossômicos ou localizadas e transferidas por plasmídeos. Têm importante valor terapêutico devido a sua capacidade de inativar a ação ou inibir a produção da enzima e ampliam o espectro de ação. Uso clínico (sempre associado): penicilinas de amplo espectro (ampicilina ou amoxicilina), penicilinas antipseudomonas (ticarcilina ou piperacilina), cefalosporina (cefpiroma). Inibidores das beta-lactamases: ácido clavulânico (clavulanato), sulbactam e tazobactam. Ácido clavulânico ‣ Isolado de culturas de Streptomyces clavuligerus, isolado de atividade antimicrobiana desprezível. ‣ Possui anel beta-lactâmico. ‣ Bem absorvido pela via oral. ‣ Pode ser utilizado em associações com bactericidas mais potentes. Sulbactam e tazobactam ‣ São semelhantes ao ácido clavulânico. ‣ Sulbactam: é pouco absorvido pela via oral, muito usado em associação com ampicilina (boa absorção pela via oral), consegue se ligar à beta-lactamase de Citrobacter, Enterobacter, Proteus e Serratia (ácido clavulânico não possui essa capacidade). ‣ Tazobactam: muito usado em associação com piperacilina, pois aumenta seu espectro de ação. Cefalosporinas e cefamicinas As cefalosporinas e as cefamicinas provêm dos fungos Cephalosporium acremonium e Acremonium strictum, respectivamente. As cefamicinas (cefamicina C e cefotoxina) possuem propriedades semelhantes às cefalosporinas. São antimicrobianos bactericidas e tempo-dependentes. O custo do tratamento é um fator limitante. As cefalosporinas são resistentes à beta- lactamase produzida por Sthapylococcus sp. Mecanismo de ação: envolve a inibição da síntese da parede celular através da prevenção de ligações cruzadas do peptideoglicano. Mecanismos de resistência: menor permeabilidade, inativação enzimática, ausência de proteínas ligantes da penicilina específicas, bombas de efluxo e beta-lactamase (limitação do uso). O mecanismo de resistência causado pela beta-lactamase define as diferentes classes de cefalosporinas. Efeitos adversos: poucos efeitos tóxicos mesmo em altas doses. Apesar disso, podem ocorrer reações alérgicas em pacientes sensíveis, distúrbios gastrointestinais e raramente podem ser nefrotóxicas. Cefalosporinas As cefalosporinas têm a mesma estrutura química e os mesmos mecanismos de ação que as penicilinas, têm maior resistência natural às beta-lactamases e são separadas em gerações de acordo com a descoberta, visando ampliar o espectro de ação e facilitar o seu uso. ‣ Via de administração: injetável (absorção oral escassa, com raras exceções). ‣ Distribuição: boa distribuição nos fluidos corporais, raras medicações atingem o sistema nervoso central. ‣ Biotransformação: mínima. ‣ Excreção: secreção tubular e filtração glomerular. Cefalosporinas de primeira geração As cefalosporinas de primeira geração são vistas como potenciais substitutas à benzilpenicilina. ‣ Cefazolina, cefapirina, cefradina: administração parenteral. ‣ Cefalexina, cefadroxila: administração oral. Espectro de ação: excelente atividade contra bactérias aeróbias Gram + e Staphylococcus produtores de beta-lactamase. Também possuem moderada a baixa atividade contra bactérias aeróbias Gram - (Proteus sp., E. coli, Klebsiella sp.) e anaeróbias obrigatórias. Aplicações clínicas: infecções de pele causadas por Staphylococcus sp., infecções de tecidos moles causadas por bactérias Gram +, infecções do trato urinário causadaspor bactérias Gram +, osteomielites e discoespondilite, conjuntivite bacteriana. Cefalosporinas de segunda geração As cefalosporinas de segunda geração são menos ativas contra bactérias Gram + e mais ativas contra bactérias Gram -. Ganha atividade contra Haemophilus sp., Enterobacter sp., Neisseria sp. ‣ Cefoxitina, cefuroxima: administração parenteral. ‣ Cefaclor: administração oral. Espectro de ação: excelente atividade contra Staphylococcus produtores de beta-lactamase e boa atividade contra bactérias aeróbias Gram +, aeróbias Gram - e anaeróbias obrigatórias. Aplicações clínicas: infecções de pele causadas por Staphylococcus sp., infecções de tecidos moles causadas por bactérias Gram +, infecções do trato urinário causadas por bactérias Gram +, osteomielites e discoespondilite, conjuntivite bacteriana. Cefalosporinas de terceira geração As cefalosporinas de terceira geração têm menor atividade contra bactérias Gram + e Staphylococcus resistente, mas tem melhor atividade contra bactérias Gram -. Podem atingir o sistema nervoso central e serem utilizadas para o tratamento de meningites. Todas as cefalosporinas dessa geração (cefoperazona, ceftazidima, cefotaxima, ceftriaxona, cefovecina, ceftiofur) são administradas via parenteral. Espectro de ação: excelente atividade contra bactérias aeróbias Gram -, Pseudomonas aeruginosa (cefoperazona e ceftazidima) e bactérias aeróbias Gram + (cefotaxima), boa atividade contra bactérias anaeróbias obrigatórias e Staphylococcus produtores de beta-lactamase, atividade moderada a baixa contra bactérias aeróbias Gram +. Aplicações clínicas: infecções graves causadas por bactérias aeróbias Gram - e anaeróbias, infecções do trato urinário, infecções na pele (cefovecina) e no sistema nervoso central (ceftriaxona). Cefalosporinas de quarta geração As cefalosporinas de quarta geração (cefepima) ainda não são muito usadas na medicina veterinária, no entanto são amplamente utilizadas em medicina humana para o tratamento de infecções hospitalares e infecções em trato respiratório, urinário e nervoso. Espectro de ação: excelente atividade contra Staphylococcus produtores de beta-lactamase, bactérias aeróbias Gram + e aeróbias Gram -, moderada a baixa atividade contra anaeróbios obrigatórios. Carbapenemas Os antimicrobianos carbapenêmicos são imipeném, meropeném e ertapeném. Espectro de ação: possuem atividade contra bactérias Gram + e Gram -, além de várias beta-lactamases. Imipeném O imipeném não é um antibiótico de primeira escolha, é utilizado em infecções graves e resistentes. Apesar disso, já existem relatos de resistência a Pseudomonas aeruginosa. ‣ Não tem absorção por via oral. Quando administrado por via intravenosa possui ampla distribuição em todos os fluidos corporais, incluindo o líquido cefalorraquidiano. ‣ Biotransformação: ocorre nos túbulos renais e gera metabólito tóxico. Muito associado com cilastatina para evitar a formação desse metabólito (bloqueia a biotransformação, atinge níveis elevados na urina sem efeitos nefrotóxicos). ‣ Meia vida: 1 a 3 horas. Efeitos adversos: distúrbios gastrointestinais, hipersensibilidade cutânea, convulsões e tremores raros, altas doses causam falência renal e alteração neurológica, tromboflebite. Interações medicamentosas: efeitos sinérgicos podem ocorrer (aminoglicosídeos), antagonismo com outros beta-lactâmicos e cloranfenicol, sinergismo contra Nocardia asteroides quando associado a sulfonamidas com trimetropim. Meropeném e ertapeném O meropeném e ertapeném são carbapenêmicos mais novos, não promovem formação do metabólito tóxico, portanto não precisam estar associados à cilastatina. Monobactâmicos Os antimicrobianos monobactâmicos possuem um anel beta-lactâmico que não está ligado a outro em sua estrutura química. O anel monobactâmico confere mais resistência. O aztreonam é o membro mais importante desta classe de antibióticos. Espectro de ação: excelente atividade contra bactérias aeróbias Gram - e Staphylococcus produtores de beta-lactamase e nenhuma atividade contra bactérias aeróbias Gram + e anaeróbias obrigatórias. Aztreonam* ‣ Primeiro monobactâmico. ‣ Pode ser administrado por via intravenosa ou muscular (não é absorvido pela via oral). ‣ Possui potencial para substituir os aminoglicosídeos em infecções sensíveis. ‣ Outro antibiótico dessa classe é o tigemonam. Bacitracina A bacitracina foi produzida em 1945 pelo Bacillus lincheniformis, impede a síntese da parede celular através da inibição da formação do peptideoglicano ao impedir a desfosforilação do carreador bactoprenol. Espectro de ação: atividade contra bactérias Gram + e pouco eficiente contra bactérias Gram -. A resistência bacteriana é rara. ‣ Via de administração tópica (otológica, oftálmica, intramamária): não possui absorção oral, causa nefrotoxicidade quando injetável, pode ser associada à neomicina e à polimixina B (atividade contra bactérias Gram -), empregada como aditivo zootécnico (uso oral em algumas formulações específicas) na prevenção e tratamento de enterite por Clostridium perfinges. Glicopeptídeos Os antimicrobianos glicopeptídeos são a vancomicina, a teicoplanina e a avoparcina. Interferem na síntese da parede celular através da inibição da transpeptidação, são bactericidas e têm alto peso molecular (não passam pelas porinas de bactérias Gram -). Espectro de ação: atividade contra bactérias Gram + (cocos). Vancomicina A vancomicina foi isolada, em 1956, a partir de Streptomyces orientalis, seu uso em humanos tornou-se relevante com o aparecimento de infecções resistentes às penicilinas e às cefalosporinas causadas por estafilococos e enterococos resistentes. Possui efeito bacteriostático sobre alguns enterococos e é tempo-dependente. Tem resistência rara a alguns enterococos, e a resistência é muito estudada no uso ampliado e no uso da avoparcina como promotor de crescimento. ‣ Via de administração intravenosa (diluído em soro glicosado ou fisiológico). ‣ Distribuição: penetração adequada nos tecidos e boa distribuição em sistema nervoso central na inflamação. ‣ Excreção: filtração glomerular predominante e biliar discreta. ‣ Efeito sinérgico com aminoglicosídeos e rifampicina. ‣ Toxicidade: irritação tecidual, tromboflebite, nefrotoxicidade, neurotoxicidade. ‣ Apenas apresentações humanas. Teicoplanina ‣ Via de administração: não tem absorção por via oral. ‣ Distribuição: ampla distribuição nos tecidos. ‣ Não tem posologia veterinária e não há produto veterinário registrado. Espectro de ação: atividade contra bactérias Gram + resistentes a outros fármacos (usada em cistite devido a enterococos resistentes e infecções estafilocócicas resistentes). Aplicações clínicas: infecções severas (sepse, endocardite, osteomielite, artrite). Fosfomicina A fosfomicina foi produzida em 1969 a partir de Streptomyces fradiae (atualmente síntese laboratorial). Interfere na primeira etapa da síntese da parede celular. A resistência é pouco comum, mas quando existe é devido a mecanismos cromossômicos ou carreada por plasmídeos. ‣ Administração por via oral ou parenteral (boa distribuição pelos tecidos). ‣ Desprovida de efeitos tóxicos. ‣ Pouco usada na medicina veterinária. Espectro de ação: atividade contra bactérias Gram + e Gram -, Pseudomonas aeruginosa é resistente. Ação sinérgica com antibióticos beta-lactâmicos, aminoglicosídeos e cloranfenicol. Aplicações clínicas: pouco usada na medicina veterinária, é usada como opção no tratamento de infecções por estafilococos e bacilos Gram -. Em humanos é usada em infecções urinárias, pulmonares, intestinais, osteomielite, meningoencefalite e sepse. Antibacterianos: que interferem na permeabilidade da membrana celular Membrana celular A membranacelular confere permeabilidade seletiva e é extremamente importante para manter o microorganismo vivo. Alterações na estrutura dessa membrana levam à morte do microorganismo. Os antimicrobianos que interferem na permeabilidade da membrana celular são: anfotericina B (antifúngico), nistatina (antifúngico) e polimixinas (antibacterianos). Polimixinas Um antibiótico da classe das polimixinas é um decapeptídeo cíclico produzido por Bacillus polymya (1940: Pseudomonas aeruginosa). As polimixinas são classificadas de acordo com letras (A, B, C, D, E, M). Polimixina E: colistina, colistimetato sódico ou colimicina. Mecanismo de ação As polimixinas atuam de forma semelhante ao detergente catiônico, interferem na permeabilidade seletiva da membrana, se ligam a constituintes lipoprotéicos da membrana desorganizando a sua estrutura, bactericidas, possuem efeitos principalmente em bactérias Gram - (maior quantidade de lipídeos na membrana), neutralizam a endotoxina produzida por bactérias Gram -, são concentração- dependentes. A ligação das polimixinas aos fosfolipídeos leva à neurotoxicidade (interação com neurônios – grande quantidade de lipídeos). Espectro de ação Atividade contra bactérias Gram - (Aerobacter, Escherichia, Histophilus, Klebsiella, Pasteurella, Pseudomonas, Salmonella e Shigella). Bactérias Gram + são resistentes. Há sinergismo com sulfonamidas, trimetropina, rifampicina e cefalosporinas. Resistência bacteriana A resistência é rara, pode haver resistência cruzada entre as polimixinas. Características farmacocinéticas Não tem absorção por via oral (administração por vias intramuscular e intravenosa), são ativas no lúmen intestinal, possuem ligação moderada às proteínas plasmáticas. ‣ Distribuição: pulmão, fígado, rins, músculo esquelético. ‣ Excreção: renal na forma ativa (filtração glomerular). Quando há insuficiência renal, há acúmulo. Efeitos adversos Toxicidade sistêmica: nefrotoxicidade e neurotoxicidade (apatia, letargia, ataxia transitória). A colistina E é menos tóxica do que a B. Antibacterianos: que interferem na síntese protéica Aminoglicosídeos Os aminoglicosídeos são bactericidas, importantes no tratamento de infecções causadas por bactérias Gram - e possuem potencial de toxicidade (resíduos em produtos de origem animal). A maioria é produzida por microorganismos, mas existem os semissintéticos. Mecanismo de ação Os aminoglicosídeos interferem na síntese protéica através da ligação irreversível à unidade 30S do ribossomo bacteriano, interferindo na translação do RNA mensageiro gerando proteínas defeituosas, as quais alteram o funcionamento da célula levando à morte bacteriana. Assim, os aminoglicosídeos precisam penetrar na célula bacteriana. A passagem dos aminoglicosídeos para dentro da célula depende de transporte ativo associado à diferença de potencial elétrico entre o meio exterior e o meio interior bacteriano. Portanto, é um mecanismo que necessita de energia (oxigênio). As bactérias anaeróbias são resistentes a esta classe de antimicrobianos, uma vez que não possui transporte dependente de oxigênio. Sinergismo: com inibidores da síntese da parede celular (beta-lactâmicos), pois facilitam a sua entrada. (1) Os aminoglicosídeos se difundem pelas porinas. (2) Espaço periplasmático: transporte ativo e dependência de elétrons para atravessar a membrana plasmática celular bacteriana. ‣ Bactericidas. ‣ Concentração-dependentes. ‣ Efeito pós-antimicrobiano (supressão do crescimento bacteriano após a remoção do antimicrobiano). ‣ Posologia: SID. Espectro de ação Atividade contra bactérias aeróbias Gram - e bactérias Gram + (estafilococos). Ativos contra enterococos. Em relação aos estreptococos, são usados em associação com beta-lactâmicos. ‣ Amicacina e tobramicina: atividade contra Pseudomonas aeruginosa. A amicacina tem maior espectro. Espectro de ação específico ‣ Estreptomicina: excelente ação contra Leptospira sp. e Mycobacterium sp. ‣ Neomicina: uso tópico excelente contra Staphylococcus sp. ‣ Tobramicina e amicacina: boa ação contra Pseudomonas sp. ‣ Gentamicina: melhor ação contra bactérias Gram -. Mecanismos de resistência bacteriana ‣ Alteração dos sítios de ligação no ribossomo: modificação da subunidade 30S do ribossomo bacteriano incapacitando o antibiótico de se ligar a mesma. ‣ Redução da penetração do antibiótico: modificação do metabolismo energético da membrana alterando o transporte dependente de oxigênio. ‣ Modificação enzimática do antibiótico (principal mecanismo de resistência bacteriana): enzimas bacterianas (fosfotransferases, adeniltransferases e acetiltransferases), no espaço periplasmático, promovem uma alteração nos antibióticos, os quais, com radicais afetados, são inativados. Farmacocinética ‣ Administração e absorção: via injetável para infecções sistêmicas, uso tópico (neomicina), absorção oral mínima (exceto em neonatos e quando há enterite), ativos no trato gastrointestinal. ‣ Distribuição: concentração ótima em diversos tecidos, dificuldade em atingir o líquor e o globo ocular. ‣ Biotransformação: biotransformação mínima. ‣ Excreção: eliminação renal de forma inalterada e filtração glomerular. Toxicidade e efeitos tóxicos Os aminoglicosídeos são conhecidos pelo seu potencial ototóxico, nefrotóxico e pelo risco de paralisia neuromuscular. Isso ocorre porque tecidos com maior concentração de fosfolipídeos aniônicos nas membranas celulares atraem o fármaco catiônico, de modo que ele se acumula nesses tecidos. Administração intravenosa rápida: deve-se tomar cuidado com efeitos como bradicardia e hipotensão. Fatores que predispõe a toxicidade: duração do tratamento acima de 7 a 10 dias, múltiplas doses diárias, acidose metabólica, distúrbios eletrolíticos (hipocalemia, hiponatremia), depleção de volume plasmático (choque), tratamento simultâneo com outras medicações nefrotóxicas, idosos e neonatos, doença renal, alta concentração plasmática. Neomicina* ‣ Administração por via oral para suprimir bactérias do trato gastrointestinal e a produção de amônia em pequenos animais ‣ Uso tópico: oftálmico, otológico e pele – geralmente em associação (boa atividade contra Staphylococcus sp.). Estreptomicina* ‣ Alto grau de resistência. ‣ Apresenta ototoxicidade (gatos são muito sensíveis aos efeitos ototóxicos). ‣ Uso restrito. ‣ Usada no tratamento da leptospirose. Gentamicina* ‣ Mais comumente usada. ‣ Já existe o surgimento de cepas resistentes. Tobramicina* ‣ Espectro de ação similar ao da gentamicina. ‣ Resistência cruzada imprevisível. ‣ Mais ativa contra Pseudomonas sp. Amicacina ‣ Resistente à maioria das enzimas que inativam os outros aminoglicosídeos. ‣ Importante no tratamento de infecções severas por Pseudomonas sp. e outras bactérias Gram -. ‣ Pode ser administrada por 2 a 3 semanas nas doses recomendadas com menor risco de nefrotoxicidade em comparação com a gentamicina. Macrolídeos Os macrolídeos possuem anel lactônico macrocíclico e atingem altas concentrações no interior das células, têm boa distribuição. Na medicina veterinária seu uso é limitado, isso se dá devido à toxicidade quando administrados em herbívoros por via oral ou por via intramuscular (no local da dor). Os macrolídeos correspondem a: eritromicina, azitromicina, claritromicina e espiramicina. Mecanismo de ação Os macrolídeos interferem na síntese protéica através da ligação irreversível à subunidade 50S dos ribossomos bacterianos. Se ligam ao sítio de ligação do RNA transportador e inibem a fase de transpeptidação e translocação do tRNA-peptídeo entre os sítios do ribossomo bacteriano. ‣ Bacteriostáticos (raramente podem ser bactericidas em dosagens mais altas). ‣ Tempo-dependentes.‣ Têm atividade melhor em pH alcalino (pH = 8,0). Sua atividade é reduzida em meio ácido, como abscessos, tecido necrótico e urina. ‣ Antagonismo com o cloranfenicol (se liga em sítios de ação próximos). Espectro de ação Atividade excelente contra bactérias Gram + e anaeróbias. As enterobactérias Gram - são resistentes. Espectro de ação específico ‣ Eritromicina: excelente ação contra Campylobacter sp. e Mycoplasma sp. ‣ Azitromicina e claritromicina: melhor eficácia contra bactérias Gram -. Atividade contra Mycobacterium sp., Bartonella sp., Borrelia sp., Brucella sp., Leptospira sp., Campylobacter sp., Helicobacter sp., Chlamydophila sp. e Toxoplasma sp. Mecanismos de resistência bacteriana ‣ Modificação no sítio de ligação: metilação do sítio receptor do ribossomo 50S levando à resistência cruzada. ‣ Menor permeabilidade ao antibiótico e às bombas de efluxo (ocorre principalmente em bactérias Gram -). ‣ Presença de enzimas esterases que hidrolisam o anel macrocíclico de lactona. Farmacocinética ‣ Administração e absorção: administração injetável pode levar a reações inflamatórias e alérgicas, todos têm boa absorção oral, eritromicina é destruída no estômago (conjugada ao estereato). ‣ Distribuição: concentração ótima nos pulmões, não atravessam a barreira hematoencefálica, concentração boa nos demais tecidos e líquidos. ‣ Biotransformação: biotransformação hepática. A eritromicina sofre desmetilação gerando um metabólito inativo e a claritromicina sofre oxidação e hidrólise gerando um metabólito ativo. ‣ Excreção: eliminação, predominantemente, biliar e eliminação renal mínima, com exceção da claritromicina. Toxicidade e efeitos tóxicos ‣ Irritação tecidual: dor, tromboflebite e periflebite. ‣ Gastroenterite: ativação direta da motilidade gastrointestinal (principalmente eritromicina) provocando náuseas, vômitos, diarreia, anorexia. Em equinos, ruminantes e coelhos há diarreia grave. ‣ Hepatotoxicidade: hipersensibilidade aos sais conjugados da eritromicina e acúmulo da medicação no fígado levando à colestase, icterícia e insuficiência hepática. ‣ Potencializa a toxicidade de outros fármacos: redução da biotransformação hepática levando ao aumento da concentração plasmática de teofilina, ciclosporina, digoxina, entre outros. ‣ Outros: ototoxicidade, hipersensibilidade e dor local na forma injetável. Lincosamidas As lincosamidas (lincomicinas ou lincocinamidas) têm estrutura química diferente dos macrolídeos, no entanto seu espectro de ação e mecanismo de ação são semelhantes. Foram isoladas de culturas de Streptomyces lincolnensis em 1955 e seu uso terapêutico estabeleceu-se em 1962. A clindamicina é uma lincosamida semissintética, produzida em 1966, tem maior espectro de ação e é melhor absorvida por via oral. As lincosamidas são representadas pela lincomicina e clindamicina. Mecanismo de ação Os macrolídeos interferem na síntese protéica através da ligação irreversível à subunidade 50S dos ribossomos bacterianos. Se ligam ao sítio de ligação do RNA transportador e inibem a fase de transpeptidação e translocação do tRNA-peptídeo entre os sítios do ribossomo bacteriano. ‣ Bacteriostáticos (raramente podem ser bactericidas em dosagens mais altas). ‣ Tempo-dependentes. Espectro de ação Atividade excelente contra bactérias Gram + (incluindo Staphylococcus aureus resistente à meticilina) e anaeróbias. Bactérias do gênero Enterococcus são resistentes. Espectro de ação específico ‣ Clindamicina: maior atividade contra bactérias anaeróbias, incluindo anaeróbio Gram - (Bactericoides sp.). Mecanismos de resistência bacteriana O mecanismo de resistência bacteriana das lincosamidas é o mesmo dos macrolídeos. ‣ Modificação no sítio de ligação: metilação do sítio receptor do ribossomo 50S levando à resistência cruzada. ‣ Menor permeabilidade ao antibiótico e às bombas de efluxo (ocorre principalmente em bactérias Gram -). ‣ Presença de enzimas esterases que hidrolisam o anel macrocíclico de lactona. Farmacocinética ‣ Administração e absorção: boa absorção oral. A clindamicina tem maior absorção por via oral. ‣ Distribuição: boa distribuição nos tecidos, maior no úbere e na próstata, mas não atingem bem o líquido cefalorraquidiano. ‣ Biotransformação: extensa biotransformação hepática. ‣ Excreção: eliminação predominantemente biliar. A eliminação renal ocorre em menor proporção. Toxicidade e efeitos tóxicos ‣ Colite ulcerativa: alteração da microbiota intestinal e seleção de cepas de Clostridium difficile levando à colite hemorrágica, vômito, diarreia e morte. Cães e gatos têm menor toxicidade. ‣ Reações cutâneas como alergias e urticária. ‣ Acúmulo em doenças renal e hepática. ‣ Bloqueio neuromuscular e depressão cardíaca (não associar a anestésicos), rápido pela via intravenosa. ‣ Clindamicina administrada por via intramuscular pode provocar dor no local. Tetraciclinas As tetraciclinas são produzidas por diversas espécies de Streptomyces sp. e algumas semissintéticas. Sua denominação se dá pelo fato de esses antibióticos serem formados por 4 anéis. As tetraciclinas são representadas por terramicina, oxitetraciclina e doxiciclina. Mecanismo de ação As tetraciclinas interferem na síntese protéica através da ligação reversível com a subunidade 30S dos ribossomos bacterianos. Impedem que o RNA transportador se fixe ao ribossomo bacteriano inibindo a síntese protéica, ou seja, inibem o sítio de ligação de novos RNA transportadores trazendo os aminoácidos. Da mesma forma que os aminoglicosídeos, as tetraciclinas necessitam entrar nas células, mas utilizam um carreador dependente de energia (e não de oxigênio). Apesar da maior afinidade pela unidade 30S do ribossomo microbiano, as tetraciclinas podem se ligar também à subunidade 40S do ribossomo eucariótico. ‣ Bacteriostático. ‣ Tempo-dependentes. ‣ Não são 100% seletivos: podem atacar a subunidade 40S dos ribossomos de eucariotos (efeito adverso dose-dependente). Tendem a se acumular nas células bacterianas, o que minimiza esse efeito. Espectro de ação Atividade excelente contra bactérias Gram +, Gram -, Mycoplasma sp., Ricketsia sp., Ehrlichia sp. e Anaplasma sp. Atualmente, há muita resistência adquirida. Mecanismos de resistência bacteriana ‣ Bombas de efluxo mediadas por ATP e Mg+. ‣ Presença de proteínas que interferem na ligação da tetraciclina ao ribossomo microbiano. ‣ Inativação enzimática. Farmacocinética ‣ Administração e absorção: administração por via oral ou parenteral (injeção intramuscular é dolorida). Alimentos ricos em cálcio diminuem a absorção oral (interação do Ca2+), antiácidos também interferem na absorção. ‣ Distribuição: fígado, rins, baço, pele e tecidos em calcificação. Não atravessam a barreira hematoencefálica. A doxiciclina é mais lipossolúvel e penetra melhor nos tecidos. ‣ Biotransformação: conjugação e formação de metabólitos ativos no fígado. ‣ Excreção: eliminação predominantemente renal (exceto doxiciclina). São bastante eliminados na bile, porém são reabsorvidos e eliminados pelos rins. Toxicidade e efeitos tóxicos ‣ Irritação tecidual: quando administrado pela via oral podem ocorrer náuseas, vômitos e diarreia. Quando administrado pela via injetável pode provocar dor local. ‣ Afinidade pelo cálcio: efeitos cardiovasculares (arritmias), deformidades ósseas no feto (fêmeas prenhas) e deposição em tecido ósseo e dentes (jovens). ‣ Hepatotoxicidade: deposição gordurosa. ‣ Nefrotoxicidade: necrose tubular aguda, principalmente pelo uso de produtos vencidos (degradação tóxica). ‣ Equinos: pode ocorrer alteração de microbiota causando diarreia grave. Aplicações clínicas Na medicina veterinária, as tetraciclinas são utilizadas em doençasbacterianas atípicas (Chlamydophila sp., Borrelia sp., Rickettsia sp. e Mycoplasma sp.) e supercrescimento bacteriano no intestino delgado. Além disso, são usadas como escolha para o tratamento de infecções causadas por Ehrlichia canis e Rickettsia rickettsii. No tratamento da brucelose, as tetraciclinas são usadas em associação com rifampicina ou estreptomicina. Anfenicóis O cloranfenicol foi produzido, em 1947, a partir de Streptomyces venezuelae. Atualmente, é produzido por síntese laboratorial. Os anfenicóis são representados por cloranfenicol, tianfenicol e florfenicol. O tianfenicol e o florfenicol são análogos do cloranfenicol. O cloranfenicol e o tianfenicol são semelhantes em relação ao espectro de ação, já o florfenicol possui maior espectro de ação. Mecanismo de ação Os anfenicóis inibem a síntese protéica através da ligação irreversível à subunidade 50S do ribossomo microbiano, interferem na formação do peptídeo pelo bloqueio da enzima peptidiltransferase. Cloranfenicol ‣ Bacteriostático. ‣ Tempo-dependente. ‣ Antagonismo com macrolídeos. ‣ Não é 100% seletivo: pode atacar a subunidade 40S dos ribossomos de eucariotos (efeito adverso dose-dependente). Espectro de ação específico O cloranfenicol tem excelente atividade contra bactérias Gram +, Gram -, riquétsias, espiroquetas e micoplasmas. Bactérias dos gêneros Pseudomonas sp. e Chlamidia sp. são resistentes. Mecanismos de resistência bacteriana ‣ Inativação enzimática (impede sua ligação): ação da acetilcoenzima-A-transferase. ‣ Bombas de efluxo. ‣ Mutação do sítio de ligação no ribossomo ou barreiras de permeabilidade. Farmacocinética ‣ Administração e absorção: pode ser administrado por via intravenosa. Excelente absorção por via oral em monogástricos, inativado pelas bactérias do rúmen. ‣ Distribuição: se distribui bem em todos os tecidos e penetra no sistema nervoso central. ‣ Biotransformação: biotransformação hepática, conjugado com ácido glicurônico. ‣ Excreção: eliminação predominantemente renal. Toxicidade e efeitos tóxicos ‣ Toxicidade na medula óssea: anemias aplásicas. ‣ Anormalidades hematológicas: anemia hemolítica oxidativa. ‣ Potencializa toxicidade de outros fármacos: redução da biotransformação hepática (aumento da concentração plasmática de varfarina e outros fármacos). ‣ Outros: manifestações digestivas e alérgicas. Aplicações clínicas ‣ Alguns países proibiram o uso em animais de produção (anemia aplásica em humanos). ‣ Primeira escolha em pequenos animais somente em infecção de câmaras dos olhos. ‣ Pode ser indicado no tratamento de infecções por anaeróbios, prostatites e salmonelose. ‣ Evitar usar em animais anêmicos e em gatos com falência renal. Antibacterianos: que interferem na síntese dos ácidos nucléicos Os antimicrobianos que interferem na síntese dos ácidos nucléicos são sulfas, quinolonas, derivados nitrofurânicos, nitroimidazóis (metronidazol) e rifamicinas. Sulfas As sulfas (sulfonamidas ou sulfonamídicos) são antimicrobianos derivados do para- aminobenzenossulfonamida e têm amplo espectro de ação. Foram os primeiros antimicrobianos eficazes aplicados pela via sistêmica (homem e animais), englobam 5.000 substâncias, sendo 20 antimicrobianos. São utilizadas com outras finalidades terapêuticas, como hipoglicemiantes. Na medicina humana o uso é limitado devido à resistência bacteriana e aos efeitos adversos. Em 1970 foi descoberta a trimetoprima (associação e importante papel na medicina veterinária). Estrutura e classificação N1 derivados: substituição é feita em um dos hidrogênios do grupo sulfonamídico (SO2NHR). Maior número de sulfas clinicamente úteis. N4 derivados: substituição ocorre em um ou dois hidrogênios do grupamento amínico (NH2), prontosil. São ativados no organismo, liberando um grupo amino livre, para desempenhar sua atividade antimicrobiana. N1 e N4: substituição ocorre nos hidrogênios de ambos os grupos. Sufas pouco absorvidas, usadas no tratamento de infecções do trato gastrointestinal. Mecanismo de ação ‣ Concentrações terapêuticas: bacteriostáticos. ‣ Concentrações altas: bactericidas. ‣ São análogos estruturais do ácido para- aminobenzóico (PABA) – substância essencial para a síntese do ácido fólico e síntese de ácidos nucléicos bacterianos. ‣ Toxicidade seletiva: o hospedeiro consegue utilizar o ácido fólico da dieta. ‣ Antagonismo competitivo. Espectro de ação Sulfas têm amplo espectro de ação apresentando atividade com bactérias Gram + e algumas Gram - (enterobactérias), Toxoplasma sp. e Coccidia sp. Resistência bacteriana A resistência bacteriana das sulfas é gradativa e lenta, persistente e irreversível. ‣ Diminuição da afinidade das sulfas pela di- hidropteroato sintetase. ‣ Aumento da capacidade do microorganismo inativar o antimicrobiano. ‣ Caminho metabólico alternativo para a formação do ácido fólico. ‣ Aumento da produção de PABA pelas bactérias. Vias de administração Via oral: em água precisam ser preparadas em sais de sódio (pouco solúveis). Via tópica: pode causar reações alérgicas e retardo na cicatrização (exceto sulfadiazina de prata), as secreções reduzem a eficiência. Via intravenosa: sais monossódicos das sulfas. Sulfadimidina e sulfadimetoxina sódica não devem ser aplicadas por nenhuma via parenteral (instáveis e altamente alcalinos). Características farmacocinéticas ‣ Absorção (exceto sulfas de ação entérica) após administração por via oral: aves > cães e gatos > equinos e suínos > ruminantes. A absorção tópica, no útero e na glândula mamária é pequena, porém suficiente para reações tóxicas. A privação de água e a estase ruminal retardam a absorção e diarreia e exercício aumentam a absorção. ‣ Ligação de maneira variável com proteínas plasmáticas, principalmente albumina. Sulfas com baixo pKa têm alta ligação com proteínas plasmáticas, enquanto sulfas com alto pKa têm baixa ligação com proteínas plasmáticas. ‣ Distribuição: ampla, são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica e a barreira placentária. ‣ Biotransformação: são biotransformadas no fígado. Acetilação: metabólito sem atividade microbiana e menos solúvel em água (probabilidade de precipitação em túbulos renais). Oxidação: metabólitos responsáveis por reações sistêmicas (lesões cutâneas e hipersensibilidade). ‣ Eliminação: renal, mas pequenas proporções podem ser eliminadas pela saliva, suor e leite (4 dias de carência). Efeitos tóxicos ‣ Aguda: ocorre em altas doses ou por via intravenosa (rara) causando salivação, diarreia, taquipneia, excitação, fraqueza muscular e ataxia. ‣ Crônica: cristalúria sulfonamídica (precipitação das sulfas e seus metabólitos nos túbulos renais causando diminuição da micção, dor, hematúria e cristalúria). Prevenção de cristalúria sulfonamídica: hidratação, administração de bicarbonato (cuidado para não reduzir absorção gastrointestinal), uso combinado de sulfas (pois se solubilizam) e evitar o tratamento superior a 1 semana. ‣ Em cães, a sulfadiazina pode provocar ceratoconjuntivite seca. ‣ Outros efeitos raros (uso prolongado): reações de hipersensibilidade (poliartrite, febre, anemia aplásica, trombocitopenia, eosinofilia). ‣ Em bovinos pode haver neurites periféricas e degeneração de mielina. ‣ Em aves o efeito terapêutico e tóxico tem um limite pequeno. ‣ Sinergismo entre sulfa e trimetropim reduz a dose da sulfa e a toxicidade (melhor efeito, espectro de ação e redução da dose de sulfa). Contraindicações ‣ Animais com alteração de coagulação. ‣ Abscessos (alta quantidade de ácido fólico livre reduzindo a eficácia). ‣ Infecções produzidas por riquétsias (ineficiente e poderá promover crescimento). ‣ Cães machos em período reprodutivo (redução deespermatozóides). Aplicações clínicas ‣ Sulfas têm muita resistência e baixo custo de tratamento. ‣ Administração oral em ruminantes (não altera a flora ruminal). ‣ São mais eficazes no início da doença. ‣ Grandes quantidades de debris não respondem bem. Trimetoprima e outros inibidores da redutase A trimetoprima foi descoberta em 1970, é muito associada à sulfa pela possibilidade de cura de diversas infecções. É um análogo estrutural do ácido di-hidrofólico (ácido fólico) e atua inibindo a enzima di-hidrofolato redutase, a qual está presente em mamíferos e bactérias (afinidade de 20 a 60.000 vezes). É um fármaco seguro. Associação a sulfas: sinergismo (etapas diferentes) leva à menor incidência de resistência bacteriana. A associação de sulfa e trimetoprima tem efeito bactericida com amplo espectro de ação (Gram + e -), lembrando que ambos sozinhos têm efeito bacteriostático. Os principais usos dessas associações são em infecções respiratória, digestória e urinária. Ormetoprim O ormetoprim tem meia vida maior e é usada associada à sulfadimetoxina (sulfa de ação mais lenta). Baquiloprima Antimicrobiano usado em associação à sulfadimidina (não disponível no país). Possui algumas vantagens em relação à trimetoprima em ruminantes, como maior meia vida (bovinos: 10 horas) e não é degradado pela microbiota ruminal. Quinolonas As quinolonas são amplamente empregadas na medicina humana e veterinária. As quinolonas de primeira geração estão caindo em desuso pelo seu menor espectro de ação e desenvolvimento mais rápido de resistência bacteriana. Quinolonas de primeira geração As quinolonas de primeira geração são eficientes contra a maioria das enterobactérias (infecções urinárias) e não apresentam atividade contra Pseudomonas aeruginosa, anaeróbios e bactérias Gram +. Quinolonas de segunda geração (fluoroquinolonas) As quinolonas de segunda geração são representadas por enrofloxacino, orbifloxacino, difloxacino, marbofloxacino (veterinário), norfloxacino, ciprofloxacino, ofloxacino. Têm ação contra Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa. Além disso, ciprofloxacino e ofloxacino apresentam atividade contra Chlamydia sp., Mycoplasma sp. e Legionella sp. Quinolonas de terceira geração As quinolonas de terceira geração são pradofloxacino, levofloxacino, esparfloxacino (cardiotóxico e fototóxico), moxifloxacino, gatifloxacino. Atuam também sobre Streptococcus pneumoniae. Quinolonas de quarta geração As quinolonas de quarta geração são trofloxacino (ação contra anaeróbios) e gemifloxacino. Têm efeitos colaterais graves e seu uso é restrito em hospitais. Estrutura química e classificação A estrutura básica das quinolonas consiste em um anel 4-quinolona, o qual é modificado para aumentar o espectro de ação conforme as gerações. Mecanismo de ação ‣ Bactericidas. ‣ Inibição das topoisomerases (enzimas que catalisam a direção e a extensão do espiralamento das cadeias de DNA) bacterianas do tipo II (DNA girase). ‣ Inibição da DNA girase impedindo o enrolamento da hélice de DNA (mamíferos possuem algumas topoisomerases, porém as quinolonas não exercem efeitos sobre as mesmas). ‣ Uso de cloranfenicol (inibidor da síntese protéica) e rifamicina (inibidor da síntese de DNA) provocam efeito antagônico com quinolonas. Espectro de ação As quinolonas têm amplo espectro de ação com atividade contra bactérias Gram + e Gram -. Resistência bacteriana ‣ Fluoroquinolonas: resistência com baixa frequência. ‣ Uso indiscriminado. ‣ Mutação do gene que codifica a DNA girase e topoisomerases (reduz afinidade). ‣ Alteração da permeabilidade na célula bacteriana. ‣ Aumento do efluxo do fármaco. ‣ Resistência cruzada: cefalosporinas, cloranfenicol e tetraciclinas. Características farmacocinéticas ‣ Administração: via oral é rapidamente absorvida, sendo a principal via de administração. Sucralfato, antiácidos, ferro e cálcio interferem na absorção. ‣ Distribuição: amplo volume de distribuição e baixa ligação com proteínas plasmáticas. ‣ Biotransformação (fluoroquinolonas): parcial. ‣ Excreção (fluoroquinolonas): urina e bile (altas concentrações ativas). Efeitos tóxicos ‣ Bem toleradas. ‣ Danos na cartilagem articular em animais jovens. ‣ Podem causar efeitos teratogênicos (prenhez). ‣ Cristalúria e urina alcalina sob uso prolongado (recomenda-se hidratação e acidificação da urina). ‣ Excreção renal (cuidado com pacientes com insuficiência renal). ‣ Felinos: degeneração da retina (enrofloxacina) – uso máximo de 5 mg/kg. ‣ Cães tratados há mais de 3 meses podem desenvolver alteração da espermatogênese e atrofia testicular. Interação medicamentosa As quinolonas reduzem o metabolismo hepático pela inibição do sistema microssomal P-450, o que pode levar à toxicidade grave. Quinolonas de uso clínico ‣ Enrofloxacina. ‣ Norfloxacino. ‣ Ciprofloxacino. ‣ Pradofloxacino (quinolona de terceira geração desenvolvida para uso veterinário com atividade contra cocos Gram + e bactérias anaeróbias). Aplicações clínicas ‣ Efetivas contra patógenos intracelulares, como Mycoplasma sp. e Brucella sp. (capacidade de adentrar leucócitos). ‣ Infecções do sistema urinário por Pseudomonas aeruginosa. ‣ Prostatite. ‣ Gastroenterite bacteriana grave. ‣ Pneumonia causada por bactérias Gram -. ‣ Otite. ‣ Infecções dérmicas. ‣ Osteomielite por bactérias Gram -. ‣ Meningoencefalite bacteriana. ‣ Endocardite estafilocócica. Derivados nitrofurânicos Os derivados nitrofurânicos são representados por nitrofurantoína, furazolidona e nitrofurazona. ‣ Amplo espectro de ação contra bactérias Gram +, Gram -, alguns protozoários e fungos. ‣ Dependendo da concentração é bactericida ou bacteriostático. ‣ Resistência bacteriana é rara. ‣ Efeitos tóxicos frequentes: trombocitopenia, anemia, redução da coagulação, anorexia, êmese. ‣ Atividade antimicrobiana reduzida na presença de pus, sangue e leite. ‣ Mecanismo de ação: sugere-se danos no DNA bacteriano. Nitrofurantoína ‣ Usada no tratamento de infecções do sistema urinário de cães. ‣ Quando administrada por via oral é rapidamente absorvida. ‣ Biotransformação principalmente hepática. ‣ Atravessa a barreira hematoencefálica e a barreira placentária (contraindicado em prenhez). ‣ Rapidamente excretada pelos rins (contraindicado em nefropatas). ‣ Efeitos colaterais: vômito, reações de hipersensibilidade, fraqueza. Raramente pode ocorrer hepatopatia e polimiosite. Furozolidona ‣ Usada no tratamento de infecções do sistema digestório por Salmonella sp., Shigella sp., Vibrio cholerae, Staphylococcus sp., Streptococcus sp., Escherichia coli. ‣ Efeitos colaterais: vômito, diarreia e anorexia (raros). Nitrofurazona ‣ Uso tópico (nitrofural). ‣ Usada no tratamento de queimaduras e enxertos. ‣ Efeitos colaterais: dermatite alérgica de contato (raro). Nitroimidazóis: metronidazol O metronidazol é um composto nitroimidazólico heterocíclico cuja estrutura química é semelhante a dos nitrofuranos. Mecanismo de ação: sugere-se danos no DNA bacteriano. Espectro de ação Metronidazol tem atividade contra bactérias anaeróbias (Clostridium, Fusobacterium, Peptococcus, Peptostreptococcus, Bacterioides spp.) e protozoários (Giardia sp., Trichomonas sp., Entamoeba histolytica). Características farmacológicas ‣ Administração: via intravenosa e via oral (monogástricos). ‣ Distribuição: ampla distribuição e atravessa a barreira hematoencefálica e a barreira placentária. Tem poder mutagênico (contraindicado em animais prenhes). ‣ Biotransformação: hepática (oxidação e conjugação). ‣ Excreção: grande parte inalterada pela urina. Efeitos colaterais Os efeitos colaterais são raros e ocorrem quando administrados por via oral, como ataxia, convulsão,neuropatia periférica, neutropenia e hematúria. Rafamicinas: rifampicina Mecanismo de ação ‣ Bactericidas. ‣ Inibição da atividade da RNA-polimerase- DNA-dependente: inibição da síntese do RNA (mensageiro, ribossômico e transportador). As células da mamíferos necessitam de concentrações mais altas para a inibição da síntese de RNA. Espectro de ação A rifampicina tem amplo espectro de ação com atividade contra Brucella sp., Mycobacterium sp., Rhodococcus sp., Chlamydophila sp., entre outros. É capaz de entrar em neutrófilos e macrófagos. Atravessa mais facilmente a parede de bactérias Gram + (menor CIM), apresenta atividade contra bactérias Gram +, cocos Gram -, micobactérias, clamídias e vários bacilos Gram -, estafilococos, clostrídios e neisserias. Resistência bacteriana A resistência bactéria se desenvolve facilmente devido a genes de resistência que codificam a RNA polimerase, por isso usa-se em associação com eritromicina a fim de evitar o desenvolvimento de resistências. Características farmacocinéticas ‣ Administração: por via oral tem baixa biodisponibilidade em equinos. Em meio ácido ocorre alta absorção. ‣ Distribuição: lipofílica (ampla distribuição incluindo o sistema nervoso central). Há 80% de ligação a proteínas plasmáticas. ‣ Biotransformação: hepática (metabólito ativo). ‣ Eliminação: biliar, filtração renal. Paciente em uso de rifampicina apresenta fezes, saliva, suor, lágrimas e urinas de coloração vermelho- alaranjada. Aplicações clínicas ‣ Pequenos animais (cães): infecções granulomatosas crônicas de pele. ‣ Potros: associação com eritromicina para Rhodococcus equi. Toxicidade e efeitos adversos ‣ Aumento da atividade de enzimas hepáticas. ‣ Hepatite clínica. ‣ Efeitos raros: trombocitopenia, anemia hemolítica, anorexia, vômito, diarreia. Sumário da atividade/inatividade dos fármacos antibacterianos
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