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RESUMO Farmacologia e toxicologia veterinaria II

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Farmacologia e toxicologia veterinária II 
 
Farmacologia do sistema 
cardiovascular: inotrópicos e anti-
hipertensivos 
 
 
 
Hemodinâmica 
 
‣ Pré-carga: é o volume de sangue que chega no 
coração e enche o ventrículo esquerdo, 
corresponde ao enchimento ventricular e 
volume diastólico final (VDF). É a pressão que 
o sangue faz no ventrículo esquerdo quando 
está cheio antes da contração, ou seja, antes 
da sístole. Quanto maior ou menor a tensão, 
maior ou menor é a pré-carga. 
 
 
 
 
 
‣ Pós-carga: é a força contrária à ejeção do 
ventrículo, é a resistência que o músculo 
cardíaco precisa vencer em função da pressão 
na aorta durante a sístole. Trata-se da 
resistência enfrentada durante a ejeção do 
ventrículo, o sangue enfrenta dificuldades de 
seguir no momento em que é expelido para as 
artérias. Quando se reduz o pós-carga, a 
ejeção ventricular é facilitada. 
 
‣ Lei de Frank-Starling: autorregulação 
heterométrica. Por definição, é um mecanismo 
intrínseco cardíaco (pré-carga) que estabelece 
que quanto mais o miocárdio for esticado no 
enchimento, a força de contração irá aumentar 
e, consequentemente, a quantidade de sangue 
bombeada aumenta. O mecanismo de Frank-
Starling é um reflexo cardíaco que aumenta a 
força de contração do coração quando há um 
aumento do retorno venoso (pré-carga). Nessa 
pré-carga, a energia de contração é 
proporcional ao comprimento inicial da fibra 
cardíaca. A pré-carga depende do retorno 
venoso e determina o grau de estiramento do 
sarcômero no final da diástole, logo quanto 
maior o estiramento, maior o número de sítios 
onde haverá acoplamento de actina-miosina, 
até certo limite. Depois desse limite, a 
capacidade de contração passa a diminuir. O 
coração pode regular sua atividade a cada 
momento, seja aumentando ou reduzindo o 
débito cardíaco, de acordo com a necessidade. 
 
↑ volume diastólico final : ↑ força de 
contração : ↑ débito cardíaco 
‣ Inotropismo: se refere à capacidade de 
contração da musculatura cardíaca, é a força 
de contração do miocárdio. O inotropismo 
positivo é aquele que aumenta a força de 
contração do coração e o inotropismo negativo 
reduz a força de contração, diminuindo o débito 
cardíaco. 
 
‣ Débito cardíaco: representa o volume de 
sangue ejetado por minuto. Fatores como pré-
carga, pós-carga e inotropismo interferem no 
débito cardíaco. 
 
DC = VS x FC 
PA = DC x RBP 
 
Insuficiência cardíaca 
 
‣ Doença cardíaca: não impede sua função de 
bomba e há mecanismos compensatórios. 
 
‣ Insuficiência cardíaca: mecanismos 
compensatórios insuficientes (progressão) e 
acúmulo progressivo de sangue no sistema 
venoso (reservatório). 
 
‣ Insuficiência cardíaca congestiva: aumento 
retrógrado da pressão venosa, aumento da 
pressão capilar, extravasamento de líquido 
(extravascular). 
 
Com o quadro de insuficiência cardíaca, 
alterações acontecem para manter o trabalho 
cardíaco na pré-carga, pós-carga, débito 
cardíaco e inotropismo. 
 
Aumento de pressão arterial → 
vasoconstrição → retenção de água e de 
sódio → congestão 
 
‣ Cães: degeneração mixomatosa crônica da 
valva mitral e cardiomiopatias 
 
‣ Gatos: cardiomiopatia hipertrófica 
 
Farmacologia 
 
Digitálicos 
 
Os digitálicos são fármacos extraídos das 
plantas Digitalis purpurea e Digitalis lanata 
utilizados no tratamento de doenças cardíacas. 
Antigamente, eram indicados para auxiliar na 
contratilidade miocárdica. Atualmente, são 
utilizados no manejo de arritmias 
supraventriculares (fibrilação atrial). 
Geralmente, são utilizados em combinação com 
outros anti-arrítmicos (β-bloqueador) devido a 
sua baixa margem de segurança. 
 
‣ Farmacocinética: lipossolubilidade x 
polaridade 
 
‣ Ação inibitória da Na+/K+ ATPase: redução 
da troca de Na+ por K+ e aumento do influxo 
de Ca2+ para o interior da célula. 
 
Dobutamina* 
 
‣ Simpatomimético (agonista β1 adrenérgico) 
‣ Inotrópico 
‣ Infusão contínua (via intravenosa) 
‣ Alteração na sensibilidade dos receptores (em 
uso crônico): resposta reduz 50% após 1 ou 2 
dias de estimulação constante 
 
Pimobendan* 
 
‣ Tem propriedades desejáveis para o manejo 
clínico da insuficiência cardíaca secundária à 
cardiomiopatia dilatada e doença valvar 
cardíaca. 
‣ Utilizado como tratamento padrão em 
pacientes com insuficiência cardíaca 
congestiva. 
‣ Pode ser associado a diurético e inibidores da 
ECA. 
‣ Inodilatador: propriedades inotrópicas e 
vasodilatadoras. 
 
Mecanismo de ação (inotrópico positivo): 
sensibilização do Ca2+ intracelular (aumento da 
interação entre Ca2+ e troponina C), atividade 
inibidora da fosfodiesterase III (aumento da 
concentração de Ca2+ intracelular e do 
consumo de oxigênio pelo miocárdio). 
 
Mecanismo de ação (vasodilatação): inibição da 
fosfodiesterase III (musculatura lisa vascular), 
que provoca vasodilatação equilibrada (arterial 
e venosa), redução da pré e pós-carga, pode 
inibir a fosfodiesterase V (musculatura lisa das 
artérias pulmonares) melhorando a condição de 
hipertensão pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
Vasodilatadores 
 
Nitroglicerina 
 
‣ Venodilatador de ação direta utilizado para o 
tratamento de edema agudo de pulmão. 
‣ Pode ser administrado por via transdérmica. 
‣ O uso contínuo pode causar tolerância (24 
horas com medicação e 24 horas sem 
medicação). 
 
Nitroprussiato de sódio* 
 
‣ Utilizado para o tratamento de edema 
pulmonar cardiogênico devido aos seus efeitos 
venodilatador e vasodilatador arteriolar. 
‣ Administrado por via intravenosa. 
‣ Meia vida curta (infusão). 
‣ Efeitos colaterais: hipotensão, taquicardia, 
náusea, êmese, intoxicação por cianeto quando 
há administração crônica (sua 
biotransformação gera esse composto). 
 
Dinitrato de isossorbida 
 
‣ Não é um fármaco de primeira escolha para 
cães e gatos. 
‣ Utilizado para o tratamento de insuficiência 
cardíaca refratária. 
‣ Vasodilatador coronariano. 
‣ Administrado por via oral. 
‣ Sofre biotransformação hepática, de modo 
que seus metabólitos são mais ativos do que o 
original. 
 
 
 
 
Hidralazina 
 
‣ Ação arteriolar direta sobre a musculatura lisa 
vascular. 
‣ Utilizada para regurgitação de valva mitral 
grave e refratária à terapia convencional, 
também pode ser usada para edema pulmonar 
cardiogênico sem nitroprussiato de sódio (não 
associar). 
‣ Promove redução da pós-carga, age na 
circulação arterial. 
‣ Quando administrado por via oral, monitorar 
a pressão arterial por 1 a 2 horas: início da ação 
(30 minutos), pico de ação (3 horas), término 
de ação (12 horas). 
‣ Efeitos colaterais: hipotensão, anorexia, 
diarreia, êmese, redução do fluxo sanguíneo 
renal (efeito arteriodilatador) – insuficiência 
renal. 
 
Anlodipino* 
 
‣ Bloqueador dos canais de Ca2+: inibe o 
influxo de Ca2+, reduz Ca2+ intracelular, 
diminui inotropismo e causa dilatação. 
‣ Classificado também como antiarrítmico 
(classe IV). 
‣ Possui maior efeito de vasodilatação 
periférica. 
‣ Utilizado para tratamento de gatos 
hipertensos e cães com insuficiência cardíaca 
congestiva, associados com nitratos. 
‣ Administrado por via oral. 
‣ Seu pico de ação varia de 4 a 7 dias até 14 
dias. 
‣ Meia vida: 30 horas. 
 
Prazosina 
 
‣ Antagonista α1 adrenérgico. 
‣ Promove vasodilatação arteriolar e venosa. 
‣ Pouco utilizada em insuficiência cardíaca, no 
entanto é muito utilizada em distúrbios do trato 
urinário em felinos. 
 
Sildenafila* 
 
‣ Popularmente conhecido como ‘’viagra’’. 
‣ Inibidor competitivo da fosfodiesterase V 
(presente nos pulmões e no tecido erétil 
peniano). 
‣ Promove vasodilatação, assim é utilizada para 
redução da hipertensão pulmonar. 
 
Inibidores da ECA – vasodilatadores com 
propriedades adicionais 
 
Sistema renina angiotensina aldosterona 
(SRAA) 
 
A renina é liberada no aparelho justaglomerular 
em resposta à redução a estimulação simpática 
e fluxo reduzido de Na+ na mácula densa. No 
plasma, age sobre o angiotensinogênio para 
formar a angiotensina I. A enzima conversora 
de angiotensina (ECA) forma a angiotensina II, 
a conversão ocorre,principalmente, no pulmão. 
Com isso, há aumento da síntese e secreção de 
aldosterona pelas adrenais, e retenção de Na+ 
e água pelos túbulos renais. 
 
 
 
 
Inibidores da enzima conversora de 
angiotensina (ECA) 
 
Os inibidores da ECA inibem a enzima que 
converte a angiotensina I em angiotensina II. 
Consequentemente, há redução da angiotensina 
II circulante. Esses inibidores ligam-se na ECA, 
no mesmo sítio de ação da angiotensina I, 
impedindo sua ação. Os inibidores da ECA que 
se ligam mais firmemente são mais potentes e 
tendem a apresentar efeitos de maior duração. 
 
Efeitos da angiotensina II circulante 
 
‣ Potente vasopressor. 
‣ Estimula a liberação de aldosterona pelas 
adrenais. 
‣ Estimula a liberação de vasopressina (ADH). 
‣ Facilita os efeitos centrais e periféricos do 
sistema nervoso simpático. 
‣ Preserva a filtração glomerular (constrição da 
arteríola eferente). 
‣ Estimula a hipertrofia (remodelamento da 
insuficiência cardíaca congestiva). 
 
Efeitos causados pela redução da 
angiotensina II 
 
‣ Redução da vasoconstrição. 
‣ Redução da atividade do sistema nervoso 
simpático. 
‣ Redução da síntese de aldosterona pelas 
adrenais e menor retenção de Na+ e água pelos 
túbulos renais. 
 
 
 
Fármacos IECA 
 
‣ Enalapril 
‣ Benazepril 
‣ Lisinopril 
‣ Ramipril 
 
Apenas o lisinopril é classificado como um pró-
farmaco. 
 
 
 
Bloqueadores de receptor de angiotensina 
 
Telmisartana 
 
‣ Bloqueia o receptor AT1 da angiotensina II. 
‣ Utilizado para o tratamento de doenças 
renais, mais especificamente em quadros de 
proteinúria. 
 
Antimicrobianos 
 
Os antimicrobianos são substâncias químicas 
usadas para combater os microorganismos, 
podem ser classificados em antimicrobianos 
inespecíficos e antimicrobianos específicos. 
 
‣ Inespecíficos: atuam em quaisquer 
microorganismos, patogênicos ou não. Como 
exemplos existem os antissépticos e os 
desinfetantes. 
 
‣ Específicos: atuam em microorganismos 
responsáveis por doenças infecciosas. 
 
Antimicrobianos inespecíficos 
 
‣ Antisséptico: mata, inibe ou reduz 
microorganismos localizados em pele e 
mucosas. Os antissépticos são utilizados para 
a antissepsia da pele no pré-cirúrgico. 
 
‣ Desinfetante: mata, inibe ou reduz 
microorganismos localizados em superfícies e 
objetos. Os desinfetantes são muito utilizados 
para a limpeza e desinfecção das instalações 
zootécnicas e para a desinfecção de 
equipamentos e materiais. 
 
Antimicrobianos específicos 
 
Os antimicrobianos específicos são 
substâncias químicas produzidas por 
microorganismos, ou seus equivalentes 
sintéticos, que podem inibir o crescimento ou 
destruir os microorganismos causadores de 
doenças. 
 
Uso terapêutico: é administrado em um animal 
que apresenta uma doença infecciosa. 
 
Uso profilático: é administrado como medida 
preventiva para garantir a proteção contra uma 
possível infecção, pode ser feito em um animal 
ou em um grupo de animais. Por exemplo, 
perioperatório e em vacas no período de 
secagem. 
Uso metafilático: é administrado para prevenir 
a instalação de uma doença clínica. Por 
exemplo, em um rebanho que está com alguns 
animais com uma determinada doença 
infecciosa, neste caso todos os animais do 
grupo são tratados. As doses e a duração do 
tratamento são iguais ao tratamento 
terapêutico. Pode ser administrado na ração ou 
na água a fim de facilitar o manejo do rebanho. 
 
Uso como aditivo zootécnico: é utilizado como 
aditivo zootécnico para reduzir a mortalidade e 
melhorar o crescimento (conversão alimentar). 
A administração ocorre em um período 
prolongado na ração e em baixas 
concentrações (5 a 10%). No entanto, é 
necessário um alerta em relação à resistência 
bacteriana. 
 
Bacteriostático x bactericida 
 
Antimicrobiano bacteriostático: inibe o 
crescimento (multiplicação) bacteriano, no 
entanto não destrói o microorganismo. 
 
Antimicrobiano bactericida: promove um efeito 
irreversível e letal à bactéria, portanto destrói 
este microorganismo. 
 
A condição que determina se um antimicrobiano 
será bacteriostático ou bactericida é 
dependente da sua concentração efetiva no 
local. Alguns antibióticos, por exemplo, 
necessitam de uma maior concentração para 
matar uma bactéria em comparação com 
outros. Assim, nem todo antimicrobiano terá 
efeito bactericida uma vez que, para aumentar 
sua concentração no local, seria necessário 
aumentar sua dose de administração levando a 
um efeito tóxico. 
 
‣ Concentração inibitória mínima (CIM): se 
refere à menor concentração do agente 
antimicrobiano capaz de inibir 100% o 
crescimento microbiano. Esta concentração 
reflete o efeito bacteriostático. 
 
‣ Concentração bactericida mínima (CBM): se 
refere à menor concentração do agente 
antimicrobiano capaz de impedir o crescimento 
bacteriano visível. Essa concentração reflete o 
efeito bactericida. 
 
 
 
As penicilinas e os aminoglicosídeos são 
considerados bactericidas, já as tetraciclinas e 
os macrolídeos são bacteriostáticos. Apesar 
disso, fatores como condição clínica do animal, 
concentração do antibiótico no local e o 
microorganismo envolvido (penicilina G em baixa 
concentração é bacteriostática) na infecção 
influenciam no caráter funcional do antibiótico. 
 
Antimicrobianos concentração-dependentes 
 
São antimicrobianos que, quanto maior o nível 
sérico acima da CIM, maior a taxa de 
erradicação das bactérias. São necessárias 
doses elevadas com intervalos de tempo longos 
(BID, SID). 
 
Exemplos: aminoglicosídeos (amicacina e 
gentamicina), fluoroquinolonas (enrofloxacina e 
ciprofloxacina) e metronidazol. 
 
Antimicrobianos tempo-dependentes 
 
São antimicrobianos cuja eficácia depende do 
período de tempo que sua concentração 
plasmática fica acima da CIM de uma 
determinada bactéria. Nesse tipo de antibiótico, 
aumentar a sua concentração muito acima da 
CIM não aumentará sua capacidade de destruir 
microorganismos. O tempo que a bactéria fica 
exposta é mais importante do que a 
concentração. Sua posologia é de alta 
frequência (TID, QID). 
 
Exemplos: beta-lactâmicos (amoxicilina e 
ampicilina), macrolídeos (azitromicina), 
tetraciclinas (doxiciclina) e glicopeptídeos 
(vancomicina). 
 
Propriedades do antimicrobiano ideal 
 
‣ Destruir o microorganismo. 
‣ Abranger amplo espectro de ação sobre os 
microorganismos patogênicos. 
‣ Apresentar alto índice terapêutico. 
‣ Exercer a atividade na presença de fluidos. 
‣ Não perturbar as defesas do organismo. 
‣ Não produzir reações alérgicas. 
‣ Não favorecer o desenvolvimento de 
resistência bacteriana. 
‣ Apresentar distribuição por todos os tecidos 
em uma concentração adequada. 
‣ Ser possível a administração por diferentes 
vias. 
‣ Ter preço acessível. 
 
Escolha do antimicrobiano 
 
 
 
 
 
Causas de insucesso na terapia 
 
‣ Infecções não sensíveis ao antimicrobiano 
escolhido. 
‣ Febre que não é ocasionada por agente 
infeccioso. 
‣ Erro na escolha e posologia do antimicrobiano. 
‣ Tratamento iniciado com atraso. 
‣ Foco infeccioso encistado. 
‣ Processo infeccioso localizado em tecidos 
não atingidos. 
‣ Persistência (agente infeccioso em uma fase 
do seu ciclo no qual é refratária). 
‣ Resistência intrínseca (natural). 
‣ Resistência bacteriana adquirida (mutação ao 
acaso ou transferência de genes de 
resistência). 
‣ Resistência bacteriana adaptativa (situação 
ambiental). 
 
Redução do risco de resistência bacteriana 
 
‣ Prevenir o surgimento de enfermidades com 
vacinação e higiene. 
‣ Reduzir o uso de antibióticos como aditivos 
zootécnicos. 
‣ Determinar a obrigatoriedade da prescrição 
do antimicrobiano pelo médico veterinário, de 
modo que sua comercialização livre seja 
impedida. 
 
Associação de antimicrobianos 
 
‣ Tratamento de infecções mistas e de 
infecções graves. 
‣ Evitar o aparecimento de resistência 
bacteriana (antibióticos com diferentes 
mecanismos de ação dificultam o surgimento de 
resistência, no entanto há controvérsias). 
‣ Tratamento em pacientes imunodeprimidos 
com processo infeccioso.‣ Respeitar a posologia de cada antibiótico. 
‣ Associação: antagonismo ou sinergismo 
(depende da bactéria). 
 
Período de carência 
 
O período de carência é o tempo necessário 
para que o resíduo de preocupação toxicológica 
atinja concentrações seguras. 
Antibióticos 
 
Antibiótico biossintético: é obtido a partir da 
cultura de microorganismos, com a adição de 
substâncias químicas capazes de alterar a 
estrutura molecular do antibiótico que está 
sendo produzido. 
 
Antibiótico semissintético: são acrescentados 
radicais químicos ao núcleo ativo do antibiótico 
isolado. 
 
Sintobiótico: é um antibiótico obtido, 
exclusivamente, por síntese laboratorial a partir 
de estudos de precursores obtidos de 
microorganismos. Um exemplo é o cloranfenicol. 
Atualmente, este termo está em desuso. 
 
Agentes antimicrobianos 
 
‣ Bactérias aeróbias Gram positivas: 
Streptococcus, Staphilococcus, Actinobacillus, 
Rhodococcus. 
 
‣ Bactérias aeróbias Gram negativas: 
Escherichia coli, Pasteurella, Pseudomonas, 
Enterobacter, Salmonella. 
 
‣ Bactérias anaeróbias: Clostridium, 
Fusobacterium. 
 
 
Principais classes de antibióticos 
 
Bactericidas: beta-lactâmicos (G+ > G-), 
aminoglicosídeos (G-), metronidazol 
(anaeróbios), quinolonas (G+ e G-) e 
rifampicina. 
 
‣ Beta-lactâmicos: penicilinas naturais, 
penicilinas sintéticas e cefalosporinas. 
 
‣ Aminoglicosídeos: gentamicina, amicacina, 
tobramicina, estreptomicina. 
 
‣ Quinolonas: fluoroquinolona, enrofloxacina e 
ciprofloxacina. 
 
Bacteriostáticos: tetraciclinas (G+ e G-), 
sulfonamidas (G+, G- e protozoários), 
macrolídeos (G+) e cloranfenicol (G+, G- e 
anaeróbios). 
 
‣ Tetraciclinas: oxitetraciclina e doxiciclina. 
 
‣ Macrolídeos: eritromicina e azitromicina. 
 
Mecanismos de ação dos antibacterianos 
 
‣ Inibição da síntese da parede celular. 
‣ Dano na função da membrana celular. 
‣ Inibição da síntese ou função dos ácidos 
nucléicos. 
‣ Inibição da síntese de proteínas. 
‣ Inibição da síntese de ácido fólico. 
 
Antibacterianos: inibidores da 
síntese da parede celular 
 
Beta-lactâmicos 
 
Os antimicrobianos beta-lactâmicos têm em 
sua estrutura química um anel betalactâmico. 
Esta classe de antibióticos interfere na última 
etapa da síntese do peptideoglicano, o principal 
componente da parede celular da maioria das 
bactérias, inibindo a atividade da 
transpeptidase e das proteínas ligadoras de 
penicilina (PLP). Apesar disso, esses 
antimicrobianos não são capazes de atuar na 
parede celular bacteriana já formada. 
 
Características gerais 
 
‣ Bactericidas (em microorganismos que 
estejam se multiplicando). 
‣ Tempo-dependentes (T > CIM): CIM mais 
baixa (G+) e CIM mais alta (G-). 
‣ Duração ótima: acima da CIM 50% do tempo 
(intervalo entre as doses – intervalos maiores 
em infecções causadas por bactérias Gram +). 
‣ Variação entre os fármacos. 
 
Mecanismos de resistência aos 
beta-lactâmicos 
 
Produção de beta-lactamases: as bactérias 
produzem enzimas (beta-lactamases: 
penicilinases e cefalosporinases) que inativam o 
antimicrobiano através da quebra do seu anel 
beta-lactâmico. Os genes que codificam essas 
enzimas podem ser derivados de um mecanismo 
natural em algumas bactérias (mutações no 
cromosso bacteriano) ou transferidos por 
plasmídeos. 
 
Permeabilidade reduzida do fármaco: a 
membrana externa da parede celular de 
bactérias Gram - se torna impermeável à 
passagem dos antimicrobianos betalactâmicos. 
 
Bombas de efluxo: estão presentes na 
membrana externa das bactérias Gram - e são 
responsáveis por transportar antibióticos do 
periplasma para o meio externo. 
 
Afinidade reduzida do antibiótico: dificuldade do 
antimicrobiano para atingir o sítio de ligação 
(PLP) devido à modificação da estrutura das 
proteínas ligadoras de penicilina. 
 
Antibióticos beta-lactâmicos 
 
‣ Penicilinas: penicilinas naturais, penicilinas 
resistentes à beta-lactamase, penicilinas de 
amplo espectro e penicilina antipseudomonas. 
 
‣ Inibidores de beta-lactamases. 
 
‣ Cefalosporinas: primeira, segunda, terceira e 
quarta geração. 
 
‣ Carbapenens. 
 
‣ Monobactâmicos. 
 
Mapa e chave do espectro antimicrobiano 
 
 
 
 
Penicilinas 
 
Farmacocinética 
 
Via de administração: injetável ou oral. Algumas 
penicilinas são mais sensíveis ao pH do suco 
gástrico e não podem ser administradas por 
vira oral. A via injetável é preferida em 
infecções mais graves. 
 
Distribuição: têm distribuição suficiente para 
combater microorganismos na maior parte dos 
tecidos e fluidos corporais. São necessárias 
concentrações mais altas em articulações e 
cavidades pleural e peritoneal. São incapazes de 
penetrar o sistema nervoso central, próstata e 
olhos em condições de saúde e há penetração 
insuficiente nos ossos e líquido 
cefalorraquidiano, exceto na inflamação. Além 
disso, atravessam a placenta lentamente. Em 
processos inflamatórios, as concentrações 
excedem a concentração plasmática. Em pH 
fisiológico, estão carregadas e insolúveis em 
lipídeos, de modo que não entram facilmente 
nas células. 
 
Biotransformação: a maioria das penicilinas 
tem mínima biotransformação hepática, com 
exceção da ampicilina. 
 
Excreção: secreção tubular e filtração 
glomerular em sua forma original (altas 
concentrações na urina). 
 
Efeitos adversos 
 
‣ Alto índice terapêutico (ausência de parede 
celular nos mamíferos). 
‣ Hipersensibilidade (início imediato). 
‣ Superinfecções gastrointestinais em espécies 
com ceco funcional (cobaias, furões, coelhos, 
hamsters). 
‣ Efeitos tóxicos podem ocorrer devido ao 
potássio ou procaína associada à penicilina. 
‣ Reações adversas como anemia hemolítica e 
trombocitopenia. 
 
Interações medicamentosas 
 
‣ Interações sinérgicas com aminoglicosídeos 
contra diversas bactérias (Staphylococcus 
aureus produtores de penicilinase). 
 
‣ Penicilinas de amplo espectro agem 
sinergicamente com fármacos que se ligam às 
beta-lactamases, cloxacilina, clavulanato e 
algumas cefalosporinas. 
 
Penicilinas naturais 
 
As penicilinas naturais são obtidas a partir da 
variedade do fungo Penicillium e são nomeadas 
com letras maiúsculas do alfabeto (penicilinas 
K, F, G e X). 
 
Penicilina G* 
 
A penicilina G é também conhecida como 
benzilpenicilina, sua administração se dá 
somente por via parenteral, uma vez que é 
inativada pelo pH estomacal. Apresenta 
diversas formas: cristalina sódica e potássica, 
procaína e benzatina. 
 
Espectro de ação: bactérias aeróbias Gram + e 
anaeróbias obrigatórias. 
‣ Cristalina sódica e potássica: subcutâneo ou 
intramuscular (latência de 30 minutos e se 
mantém por 4 a 6 horas). Pode ser usada pela 
via intravenosa. 
 
‣ Procaína: subcutâneo ou intramuscular 
(latência de 1 a 3 horas e se mantém por 12 a 
24 horas – níveis séricos mais baixos em 
comparação com a cristalina sódica) – longa 
duração. 
 
‣ Benzatina (benzetacil): latência de 8 horas e 
se mantém por 3 a 30 dias (caindo 
gradativamente) – longa duração. 
 
Aplicações clínicas: clostridiose, listeriose, 
actinomicose, abcessos, feridas, piotórax 
(anaeróbios), infecções por estreptococos 
beta-hemolíticos. 
 
Penicilina V 
 
A penicilina V, fenoximetilpenicilina, é obtida 
pela fermentação do Penicillium acrescentando 
o ácido fenoxiacético. Difere da penicilina G por 
ser resistente ao pH ácido do estômago, 
podendo ser administrado por via oral. Sua 
eliminação completa após 6 horas. 
 
Espectro de ação: bactérias aeróbias Gram + e 
anaeróbias obrigatórias. 
 
Aplicações clínicas: clostridiose, listeriose, 
actinomicose, abcessos, feridas, piotórax 
(anaeróbios), infecções por estreptococos 
beta-hemolíticos. 
 
 
 
Penicilinas resistentes às penicilinases 
 
As penicilinas resistentes às penicilinases são 
penicilinas antiestafilocócicas, portanto atuam 
sobre Staphylococcus aureus produtores de 
penicilinase. São semissintéticas e são muito 
utilizadas na prevenção de mastite bovina. 
 
Espectro de ação: similar ao das penicilinas 
naturais de baixo espectro (potência menor do 
queda penicilina G, exceto as resistentes à 
penicilinase estafilocócica). Não tem atividade 
contra bactérias Gram -, tem pouca atividade 
contra enterococos e sua atividade contra 
anaeróbios é variável (Clostridium é suscetível à 
cloxacilina, mas bacterióides não são). 
 
Aplicações clínicas: mastite bovina, infecções 
estafilocócicas de pele, profilaxia cirúrgica 
(ortopedia) e tratamento de osteomielite e 
discoespondilite. 
 
Isoxazolilpenicilinas (oxacilina, cloxacilina, 
dicloxacilina e flucloxacilina) 
 
‣ Estáveis em meio ácido, podem ser 
administrados por via oral. 
‣ Níveis plasmáticos adequados em torno de 4 
a 6 horas. 
‣ Biotransformação parcial hepática. 
‣ Eliminação renal. 
 
Meticilina 
 
‣ Seu primeiro uso clínico ocorreu em 1960. 
‣ Penicilina acidossensível. 
‣ Apenas 20% de biotransformação hepática. 
‣ Eliminação renal. 
‣ Há relatos de S. aureus resistente em cães e 
cavalos. 
 
Nafcilina 
 
‣ Quando administrada por via oral, tem baixa 
absorção (10 a 20% da dose), assim há 
preferência pela via parenteral. 
‣ Biotransformação hepática de 60%. 
‣ Eliminação de 10% pela bile, o restante é renal. 
 
Penicilinas de amplo espectro de ação 
 
As penicilinas de amplo espectro de ação são 
semissintéticas, sensíveis à penicilinases e 
podem estar associadas a inibidores de beta-
lactamases (ácido clavulânico, sulbactam). 
Podem ser classificadas em aminopenicilinas e 
amidopenicilinas. 
 
Aminopenicilinas 
 
As aminopenicilinas compreendem a ampicilina, 
pró-fármacos (hetacilina, metampicilina, 
pivampicilina e bacampapicilina) e amoxicilina. 
 
Espectro de ação: cocos Gram + e Gram -, 
grande número de bacilos Gram -. 
 
Aplicações clínicas: alta prevalência de 
resistência adquirida, infecções de tecidos 
moles sem envolvimento de Staphylococcus, 
abcessos, infecções no trato urinário em 
associação com clavulanato, algumas infecções 
entéricas. Não deve ser usada na profilaxia 
cirúrgica (Staphylococcus), uma vez que há 
bactérias desse gênero resistentes à ampicilina 
e amoxicilina. 
 
Aminopenicilinas: ampicilina 
 
‣ Primeira penicilina de amplo espectro: cocos 
Gram + e Gram -, grande número de bacilos 
Gram -. 
‣ Ácidoestável, pode ser administrada por via 
oral e parenteral. 
‣ Os pró-farmacos hetacilina, metampicilina, 
pivampicilina e bacampapicilina quando 
biotransformados no fígado, são convertidos 
em ampicilina. 
‣ Eliminação na forma ativa: bile e renal. 
 
Aminopenicilinas: amoxicilina* 
 
‣ Estrutura química e espectro de ação 
semelhante ao das outras aminopenicilinas. 
‣ Absorção mais efetiva do sistema digestório 
podendo alcançar 90% da dose administrada. 
 
Amidopenicilinas 
 
A amidopenicilina é representada pelo 
mecilinam, também denominado de andinocilina. 
Pode ser administrado somente pelas vias 
intravenosa ou muscular. 
 
Espectro de ação: pequena atividade contra 
bactérias Gram +, mas atua em baixas 
concentrações sobre várias bactérias da 
família Enterobacteriaceae (Enterobacter, 
Escherichia coli, Proteus, Klebsiella 
pneumoniae). 
 
Penicilinas antipseudomonas 
 
‣ Carboxipenicilinas: carbenicilina e ticarcilina. 
‣ Ureidopenicilinas: azlocilina, mezlocilina e 
piperacilina. 
 
Aplicações clínicas: tratamento tópico de otite 
externa devido a Pseudomonas aeruginosa 
resistente a outros fármacos, tratamento 
sistêmico de Pseudomonas sp. geralmente em 
associação com aminoglicosídeo para retardar 
o surgimento de resistência. Quando associada 
ao clavulanato, a ticarcilina é eficaz contra 
muitas cepas produtoras de beta-lactamases, 
bactérias Gram - e Staphylococcus. 
 
Carboxipenicilinas: carbenicilina 
 
‣ Primeira penicilina com boa atividade contra 
Pseudomonas aeruginosa e Proteus. 
‣ É degradada pelo suco gástrico. 
‣ Indanilcarbenicilina: éstere da carbenicilina, 
ácidoestável e bem absorvida no trato 
gastrointestinal. 
‣ Eliminação renal (secreção tubular – 95% 
inalterada). 
 
Carboxipenicilinas: ticarcilina 
 
‣ Semelhante à carbenicilina. 
‣ É 2X mais ativa contra Pseudomonas 
aeruginosa. 
‣ Administrada via parenteral. 
‣ Indicada para o tratamento de infecções 
graves causadas por bacilos Gram -. 
 
Ureidopenicilinas 
 
‣ Azlocilina, mezlocilina (mais ativa do que a 
anterior contra Enterobacteriaceae), 
piperacilina (maior espectro de ação contra 
Enterobacteriaceae). 
‣ Administradas por via parenteral para uso 
sistêmico. 
 
 
 
Inibidores de beta-lactamases 
 
As beta-lactamases são produzidas por 
bactérias Gram + e Gram -, sendo codificadas 
por genes cromossômicos ou localizadas e 
transferidas por plasmídeos. Têm importante 
valor terapêutico devido a sua capacidade de 
inativar a ação ou inibir a produção da enzima e 
ampliam o espectro de ação. 
 
Uso clínico (sempre associado): penicilinas de 
amplo espectro (ampicilina ou amoxicilina), 
penicilinas antipseudomonas (ticarcilina ou 
piperacilina), cefalosporina (cefpiroma). 
 
Inibidores das beta-lactamases: ácido 
clavulânico (clavulanato), sulbactam e 
tazobactam. 
Ácido clavulânico 
 
‣ Isolado de culturas de Streptomyces 
clavuligerus, isolado de atividade antimicrobiana 
desprezível. 
‣ Possui anel beta-lactâmico. 
‣ Bem absorvido pela via oral. 
‣ Pode ser utilizado em associações com 
bactericidas mais potentes. 
 
Sulbactam e tazobactam 
 
‣ São semelhantes ao ácido clavulânico. 
‣ Sulbactam: é pouco absorvido pela via oral, 
muito usado em associação com ampicilina (boa 
absorção pela via oral), consegue se ligar à 
beta-lactamase de Citrobacter, Enterobacter, 
Proteus e Serratia (ácido clavulânico não 
possui essa capacidade). 
‣ Tazobactam: muito usado em associação com 
piperacilina, pois aumenta seu espectro de ação. 
 
 
 
Cefalosporinas e cefamicinas 
 
As cefalosporinas e as cefamicinas provêm dos 
fungos Cephalosporium acremonium e 
Acremonium strictum, respectivamente. As 
cefamicinas (cefamicina C e cefotoxina) 
possuem propriedades semelhantes às 
cefalosporinas. São antimicrobianos 
bactericidas e tempo-dependentes. O custo do 
tratamento é um fator limitante. As 
cefalosporinas são resistentes à beta-
lactamase produzida por Sthapylococcus sp. 
 
Mecanismo de ação: envolve a inibição da 
síntese da parede celular através da prevenção 
de ligações cruzadas do peptideoglicano. 
 
Mecanismos de resistência: menor 
permeabilidade, inativação enzimática, ausência 
de proteínas ligantes da penicilina específicas, 
bombas de efluxo e beta-lactamase (limitação 
do uso). O mecanismo de resistência causado 
pela beta-lactamase define as diferentes 
classes de cefalosporinas. 
 
Efeitos adversos: poucos efeitos tóxicos 
mesmo em altas doses. Apesar disso, podem 
ocorrer reações alérgicas em pacientes 
sensíveis, distúrbios gastrointestinais e 
raramente podem ser nefrotóxicas. 
 
Cefalosporinas 
 
As cefalosporinas têm a mesma estrutura 
química e os mesmos mecanismos de ação que 
as penicilinas, têm maior resistência natural às 
beta-lactamases e são separadas em gerações 
de acordo com a descoberta, visando ampliar o 
espectro de ação e facilitar o seu uso. 
 
‣ Via de administração: injetável (absorção oral 
escassa, com raras exceções). 
 
‣ Distribuição: boa distribuição nos fluidos 
corporais, raras medicações atingem o sistema 
nervoso central. 
‣ Biotransformação: mínima. 
 
‣ Excreção: secreção tubular e filtração 
glomerular. 
 
Cefalosporinas de primeira geração 
 
As cefalosporinas de primeira geração são 
vistas como potenciais substitutas à 
benzilpenicilina. 
 
‣ Cefazolina, cefapirina, cefradina: 
administração parenteral. 
‣ Cefalexina, cefadroxila: administração oral. 
 
Espectro de ação: excelente atividade contra 
bactérias aeróbias Gram + e Staphylococcus 
produtores de beta-lactamase. Também 
possuem moderada a baixa atividade contra 
bactérias aeróbias Gram - (Proteus sp., E. coli, 
Klebsiella sp.) e anaeróbias obrigatórias. 
 
 
 
Aplicações clínicas: infecções de pele causadas 
por Staphylococcus sp., infecções de tecidos 
moles causadas por bactérias Gram +, 
infecções do trato urinário causadaspor 
bactérias Gram +, osteomielites e 
discoespondilite, conjuntivite bacteriana. 
 
Cefalosporinas de segunda geração 
 
As cefalosporinas de segunda geração são 
menos ativas contra bactérias Gram + e mais 
ativas contra bactérias Gram -. Ganha 
atividade contra Haemophilus sp., Enterobacter 
sp., Neisseria sp. 
 
‣ Cefoxitina, cefuroxima: administração 
parenteral. 
‣ Cefaclor: administração oral. 
 
Espectro de ação: excelente atividade contra 
Staphylococcus produtores de beta-lactamase 
e boa atividade contra bactérias aeróbias Gram 
+, aeróbias Gram - e anaeróbias obrigatórias. 
 
Aplicações clínicas: infecções de pele causadas 
por Staphylococcus sp., infecções de tecidos 
moles causadas por bactérias Gram +, 
infecções do trato urinário causadas por 
bactérias Gram +, osteomielites e 
discoespondilite, conjuntivite bacteriana. 
 
 
 
Cefalosporinas de terceira geração 
 
As cefalosporinas de terceira geração têm 
menor atividade contra bactérias Gram + e 
Staphylococcus resistente, mas tem melhor 
atividade contra bactérias Gram -. Podem 
atingir o sistema nervoso central e serem 
utilizadas para o tratamento de meningites. 
Todas as cefalosporinas dessa geração 
(cefoperazona, ceftazidima, cefotaxima, 
ceftriaxona, cefovecina, ceftiofur) são 
administradas via parenteral. 
 
Espectro de ação: excelente atividade contra 
bactérias aeróbias Gram -, Pseudomonas 
aeruginosa (cefoperazona e ceftazidima) e 
bactérias aeróbias Gram + (cefotaxima), boa 
atividade contra bactérias anaeróbias 
obrigatórias e Staphylococcus produtores de 
beta-lactamase, atividade moderada a baixa 
contra bactérias aeróbias Gram +. 
 
Aplicações clínicas: infecções graves causadas 
por bactérias aeróbias Gram - e anaeróbias, 
infecções do trato urinário, infecções na pele 
(cefovecina) e no sistema nervoso central 
(ceftriaxona). 
 
 
Cefalosporinas de quarta geração 
 
As cefalosporinas de quarta geração 
(cefepima) ainda não são muito usadas na 
medicina veterinária, no entanto são 
amplamente utilizadas em medicina humana para 
o tratamento de infecções hospitalares e 
infecções em trato respiratório, urinário e 
nervoso. 
 
Espectro de ação: excelente atividade contra 
Staphylococcus produtores de beta-lactamase, 
bactérias aeróbias Gram + e aeróbias Gram -, 
moderada a baixa atividade contra anaeróbios 
obrigatórios. 
 
Carbapenemas 
 
Os antimicrobianos carbapenêmicos são 
imipeném, meropeném e ertapeném. 
 
Espectro de ação: possuem atividade contra 
bactérias Gram + e Gram -, além de várias 
beta-lactamases. 
 
Imipeném 
 
O imipeném não é um antibiótico de primeira 
escolha, é utilizado em infecções graves e 
resistentes. Apesar disso, já existem relatos de 
resistência a Pseudomonas aeruginosa. 
 
‣ Não tem absorção por via oral. Quando 
administrado por via intravenosa possui ampla 
distribuição em todos os fluidos corporais, 
incluindo o líquido cefalorraquidiano. 
 
‣ Biotransformação: ocorre nos túbulos renais 
e gera metabólito tóxico. Muito associado com 
cilastatina para evitar a formação desse 
metabólito (bloqueia a biotransformação, atinge 
níveis elevados na urina sem efeitos 
nefrotóxicos). 
 
‣ Meia vida: 1 a 3 horas. 
 
Efeitos adversos: distúrbios gastrointestinais, 
hipersensibilidade cutânea, convulsões e 
tremores raros, altas doses causam falência 
renal e alteração neurológica, tromboflebite. 
 
Interações medicamentosas: efeitos sinérgicos 
podem ocorrer (aminoglicosídeos), antagonismo 
com outros beta-lactâmicos e cloranfenicol, 
sinergismo contra Nocardia asteroides quando 
associado a sulfonamidas com trimetropim. 
 
Meropeném e ertapeném 
 
O meropeném e ertapeném são carbapenêmicos 
mais novos, não promovem formação do 
metabólito tóxico, portanto não precisam estar 
associados à cilastatina. 
 
 
 
 
Monobactâmicos 
 
Os antimicrobianos monobactâmicos possuem 
um anel beta-lactâmico que não está ligado a 
outro em sua estrutura química. O anel 
monobactâmico confere mais resistência. O 
aztreonam é o membro mais importante desta 
classe de antibióticos. 
 
Espectro de ação: excelente atividade contra 
bactérias aeróbias Gram - e Staphylococcus 
produtores de beta-lactamase e nenhuma 
atividade contra bactérias aeróbias Gram + e 
anaeróbias obrigatórias. 
 
Aztreonam* 
 
‣ Primeiro monobactâmico. 
‣ Pode ser administrado por via intravenosa ou 
muscular (não é absorvido pela via oral). 
‣ Possui potencial para substituir os 
aminoglicosídeos em infecções sensíveis. 
‣ Outro antibiótico dessa classe é o tigemonam. 
 
Bacitracina 
 
A bacitracina foi produzida em 1945 pelo 
Bacillus lincheniformis, impede a síntese da 
parede celular através da inibição da formação 
do peptideoglicano ao impedir a desfosforilação 
do carreador bactoprenol. 
 
Espectro de ação: atividade contra bactérias 
Gram + e pouco eficiente contra bactérias 
Gram -. A resistência bacteriana é rara. 
 
‣ Via de administração tópica (otológica, 
oftálmica, intramamária): não possui absorção 
oral, causa nefrotoxicidade quando injetável, 
pode ser associada à neomicina e à polimixina 
B (atividade contra bactérias Gram -), 
empregada como aditivo zootécnico (uso oral 
em algumas formulações específicas) na 
prevenção e tratamento de enterite por 
Clostridium perfinges. 
 
Glicopeptídeos 
 
Os antimicrobianos glicopeptídeos são a 
vancomicina, a teicoplanina e a avoparcina. 
Interferem na síntese da parede celular através 
da inibição da transpeptidação, são 
bactericidas e têm alto peso molecular (não 
passam pelas porinas de bactérias Gram -). 
 
Espectro de ação: atividade contra bactérias 
Gram + (cocos). 
 
Vancomicina 
 
A vancomicina foi isolada, em 1956, a partir de 
Streptomyces orientalis, seu uso em humanos 
tornou-se relevante com o aparecimento de 
infecções resistentes às penicilinas e às 
cefalosporinas causadas por estafilococos e 
enterococos resistentes. Possui efeito 
bacteriostático sobre alguns enterococos e é 
tempo-dependente. Tem resistência rara a 
alguns enterococos, e a resistência é muito 
estudada no uso ampliado e no uso da 
avoparcina como promotor de crescimento. 
 
‣ Via de administração intravenosa (diluído em 
soro glicosado ou fisiológico). 
‣ Distribuição: penetração adequada nos 
tecidos e boa distribuição em sistema nervoso 
central na inflamação. 
 
‣ Excreção: filtração glomerular predominante e 
biliar discreta. 
 
‣ Efeito sinérgico com aminoglicosídeos e 
rifampicina. 
 
‣ Toxicidade: irritação tecidual, tromboflebite, 
nefrotoxicidade, neurotoxicidade. 
 
‣ Apenas apresentações humanas. 
 
Teicoplanina 
 
‣ Via de administração: não tem absorção por 
via oral. 
 
‣ Distribuição: ampla distribuição nos tecidos. 
 
‣ Não tem posologia veterinária e não há 
produto veterinário registrado. 
 
Espectro de ação: atividade contra bactérias 
Gram + resistentes a outros fármacos (usada 
em cistite devido a enterococos resistentes e 
infecções estafilocócicas resistentes). 
 
Aplicações clínicas: infecções severas (sepse, 
endocardite, osteomielite, artrite). 
 
 
 
Fosfomicina 
 
A fosfomicina foi produzida em 1969 a partir 
de Streptomyces fradiae (atualmente síntese 
laboratorial). Interfere na primeira etapa da 
síntese da parede celular. A resistência é pouco 
comum, mas quando existe é devido a 
mecanismos cromossômicos ou carreada por 
plasmídeos. 
 
‣ Administração por via oral ou parenteral (boa 
distribuição pelos tecidos). 
‣ Desprovida de efeitos tóxicos. 
‣ Pouco usada na medicina veterinária. 
 
Espectro de ação: atividade contra bactérias 
Gram + e Gram -, Pseudomonas aeruginosa é 
resistente. Ação sinérgica com antibióticos 
beta-lactâmicos, aminoglicosídeos e 
cloranfenicol. 
 
Aplicações clínicas: pouco usada na medicina 
veterinária, é usada como opção no tratamento 
de infecções por estafilococos e bacilos Gram 
-. Em humanos é usada em infecções urinárias, 
pulmonares, intestinais, osteomielite, 
meningoencefalite e sepse. 
Antibacterianos: que interferem na 
permeabilidade da membrana 
celular 
 
Membrana celular 
 
A membranacelular confere permeabilidade 
seletiva e é extremamente importante para 
manter o microorganismo vivo. Alterações na 
estrutura dessa membrana levam à morte do 
microorganismo. 
 
Os antimicrobianos que interferem na 
permeabilidade da membrana celular são: 
anfotericina B (antifúngico), nistatina 
(antifúngico) e polimixinas (antibacterianos). 
 
Polimixinas 
 
Um antibiótico da classe das polimixinas é um 
decapeptídeo cíclico produzido por Bacillus 
polymya (1940: Pseudomonas aeruginosa). As 
polimixinas são classificadas de acordo com 
letras (A, B, C, D, E, M). 
 
Polimixina E: colistina, colistimetato sódico ou 
colimicina. 
 
Mecanismo de ação 
 
As polimixinas atuam de forma semelhante ao 
detergente catiônico, interferem na 
permeabilidade seletiva da membrana, se ligam 
a constituintes lipoprotéicos da membrana 
desorganizando a sua estrutura, bactericidas, 
possuem efeitos principalmente em bactérias 
Gram - (maior quantidade de lipídeos na 
membrana), neutralizam a endotoxina produzida 
por bactérias Gram -, são concentração-
dependentes. A ligação das polimixinas aos 
fosfolipídeos leva à neurotoxicidade (interação 
com neurônios – grande quantidade de lipídeos). 
 
Espectro de ação 
 
Atividade contra bactérias Gram - (Aerobacter, 
Escherichia, Histophilus, Klebsiella, Pasteurella, 
Pseudomonas, Salmonella e Shigella). Bactérias 
Gram + são resistentes. Há sinergismo com 
sulfonamidas, trimetropina, rifampicina e 
cefalosporinas. 
 
Resistência bacteriana 
 
A resistência é rara, pode haver resistência 
cruzada entre as polimixinas. 
 
Características farmacocinéticas 
 
Não tem absorção por via oral (administração 
por vias intramuscular e intravenosa), são 
ativas no lúmen intestinal, possuem ligação 
moderada às proteínas plasmáticas. 
 
‣ Distribuição: pulmão, fígado, rins, músculo 
esquelético. 
 
‣ Excreção: renal na forma ativa (filtração 
glomerular). Quando há insuficiência renal, há 
acúmulo. 
 
Efeitos adversos 
 
Toxicidade sistêmica: nefrotoxicidade e 
neurotoxicidade (apatia, letargia, ataxia 
transitória). 
A colistina E é menos tóxica do que a B. 
 
Antibacterianos: que interferem na 
síntese protéica 
 
 
 
Aminoglicosídeos 
 
 
 
Os aminoglicosídeos são bactericidas, 
importantes no tratamento de infecções 
causadas por bactérias Gram - e possuem 
potencial de toxicidade (resíduos em produtos 
de origem animal). A maioria é produzida por 
microorganismos, mas existem os 
semissintéticos. 
 
Mecanismo de ação 
 
Os aminoglicosídeos interferem na síntese 
protéica através da ligação irreversível à 
unidade 30S do ribossomo bacteriano, 
interferindo na translação do RNA mensageiro 
gerando proteínas defeituosas, as quais 
alteram o funcionamento da célula levando à 
morte bacteriana. Assim, os aminoglicosídeos 
precisam penetrar na célula bacteriana. A 
passagem dos aminoglicosídeos para dentro da 
célula depende de transporte ativo associado à 
diferença de potencial elétrico entre o meio 
exterior e o meio interior bacteriano. Portanto, 
é um mecanismo que necessita de energia 
(oxigênio). As bactérias anaeróbias são 
resistentes a esta classe de antimicrobianos, 
uma vez que não possui transporte dependente 
de oxigênio. 
 
 
 
Sinergismo: com inibidores da síntese da parede 
celular (beta-lactâmicos), pois facilitam a sua 
entrada. 
 
(1) Os aminoglicosídeos se difundem pelas 
porinas. 
 
(2) Espaço periplasmático: transporte ativo e 
dependência de elétrons para atravessar a 
membrana plasmática celular bacteriana. 
 
 
‣ Bactericidas. 
‣ Concentração-dependentes. 
‣ Efeito pós-antimicrobiano (supressão do 
crescimento bacteriano após a remoção do 
antimicrobiano). 
‣ Posologia: SID. 
 
Espectro de ação 
 
Atividade contra bactérias aeróbias Gram - e 
bactérias Gram + (estafilococos). Ativos 
contra enterococos. Em relação aos 
estreptococos, são usados em associação com 
beta-lactâmicos. 
 
‣ Amicacina e tobramicina: atividade contra 
Pseudomonas aeruginosa. A amicacina tem 
maior espectro. 
 
 
 
Espectro de ação específico 
 
‣ Estreptomicina: excelente ação contra 
Leptospira sp. e Mycobacterium sp. 
 
‣ Neomicina: uso tópico excelente contra 
Staphylococcus sp. 
 
‣ Tobramicina e amicacina: boa ação contra 
Pseudomonas sp. 
 
‣ Gentamicina: melhor ação contra bactérias 
Gram -. 
 
 
 
Mecanismos de resistência bacteriana 
 
‣ Alteração dos sítios de ligação no ribossomo: 
modificação da subunidade 30S do ribossomo 
bacteriano incapacitando o antibiótico de se 
ligar a mesma. 
 
‣ Redução da penetração do antibiótico: 
modificação do metabolismo energético da 
membrana alterando o transporte dependente 
de oxigênio. 
 
‣ Modificação enzimática do antibiótico 
(principal mecanismo de resistência bacteriana): 
enzimas bacterianas (fosfotransferases, 
adeniltransferases e acetiltransferases), no 
espaço periplasmático, promovem uma 
alteração nos antibióticos, os quais, com 
radicais afetados, são inativados. 
 
Farmacocinética 
 
‣ Administração e absorção: via injetável para 
infecções sistêmicas, uso tópico (neomicina), 
absorção oral mínima (exceto em neonatos e 
quando há enterite), ativos no trato 
gastrointestinal. 
 
‣ Distribuição: concentração ótima em diversos 
tecidos, dificuldade em atingir o líquor e o globo 
ocular. 
 
‣ Biotransformação: biotransformação mínima. 
 
‣ Excreção: eliminação renal de forma 
inalterada e filtração glomerular. 
 
Toxicidade e efeitos tóxicos 
 
Os aminoglicosídeos são conhecidos pelo seu 
potencial ototóxico, nefrotóxico e pelo risco de 
paralisia neuromuscular. Isso ocorre porque 
tecidos com maior concentração de 
fosfolipídeos aniônicos nas membranas 
celulares atraem o fármaco catiônico, de modo 
que ele se acumula nesses tecidos. 
 
Administração intravenosa rápida: deve-se 
tomar cuidado com efeitos como bradicardia e 
hipotensão. 
 
Fatores que predispõe a toxicidade: duração do 
tratamento acima de 7 a 10 dias, múltiplas 
doses diárias, acidose metabólica, distúrbios 
eletrolíticos (hipocalemia, hiponatremia), 
depleção de volume plasmático (choque), 
tratamento simultâneo com outras medicações 
nefrotóxicas, idosos e neonatos, doença renal, 
alta concentração plasmática. 
 
Neomicina* 
 
‣ Administração por via oral para suprimir 
bactérias do trato gastrointestinal e a 
produção de amônia em pequenos animais 
‣ Uso tópico: oftálmico, otológico e pele – 
geralmente em associação (boa atividade 
contra Staphylococcus sp.). 
 
Estreptomicina* 
 
‣ Alto grau de resistência. 
‣ Apresenta ototoxicidade (gatos são muito 
sensíveis aos efeitos ototóxicos). 
‣ Uso restrito. 
‣ Usada no tratamento da leptospirose. 
 
Gentamicina* 
 
‣ Mais comumente usada. 
‣ Já existe o surgimento de cepas resistentes. 
 
Tobramicina* 
 
‣ Espectro de ação similar ao da gentamicina. 
‣ Resistência cruzada imprevisível. 
‣ Mais ativa contra Pseudomonas sp. 
 
Amicacina 
 
‣ Resistente à maioria das enzimas que 
inativam os outros aminoglicosídeos. 
‣ Importante no tratamento de infecções 
severas por Pseudomonas sp. e outras 
bactérias Gram -. 
‣ Pode ser administrada por 2 a 3 semanas 
nas doses recomendadas com menor risco de 
nefrotoxicidade em comparação com a 
gentamicina. 
 
Macrolídeos 
 
Os macrolídeos possuem anel lactônico 
macrocíclico e atingem altas concentrações no 
interior das células, têm boa distribuição. Na 
medicina veterinária seu uso é limitado, isso se 
dá devido à toxicidade quando administrados 
em herbívoros por via oral ou por via 
intramuscular (no local da dor). 
 
Os macrolídeos correspondem a: eritromicina, 
azitromicina, claritromicina e espiramicina. 
 
Mecanismo de ação 
 
Os macrolídeos interferem na síntese protéica 
através da ligação irreversível à subunidade 
50S dos ribossomos bacterianos. Se ligam ao 
sítio de ligação do RNA transportador e inibem 
a fase de transpeptidação e translocação do 
tRNA-peptídeo entre os sítios do ribossomo 
bacteriano. 
 
 
 
‣ Bacteriostáticos (raramente podem ser 
bactericidas em dosagens mais altas). 
‣ Tempo-dependentes.‣ Têm atividade melhor em pH alcalino (pH = 
8,0). Sua atividade é reduzida em meio ácido, 
como abscessos, tecido necrótico e urina. 
‣ Antagonismo com o cloranfenicol (se liga em 
sítios de ação próximos). 
 
Espectro de ação 
 
Atividade excelente contra bactérias Gram + e 
anaeróbias. As enterobactérias Gram - são 
resistentes. 
 
Espectro de ação específico 
 
‣ Eritromicina: excelente ação contra 
Campylobacter sp. e Mycoplasma sp. 
 
‣ Azitromicina e claritromicina: melhor eficácia 
contra bactérias Gram -. Atividade contra 
Mycobacterium sp., Bartonella sp., Borrelia sp., 
Brucella sp., Leptospira sp., Campylobacter sp., 
Helicobacter sp., Chlamydophila sp. e 
Toxoplasma sp. 
 
 
 
Mecanismos de resistência bacteriana 
 
‣ Modificação no sítio de ligação: metilação do 
sítio receptor do ribossomo 50S levando à 
resistência cruzada. 
 
‣ Menor permeabilidade ao antibiótico e às 
bombas de efluxo (ocorre principalmente em 
bactérias Gram -). 
 
‣ Presença de enzimas esterases que 
hidrolisam o anel macrocíclico de lactona. 
 
Farmacocinética 
 
‣ Administração e absorção: administração 
injetável pode levar a reações inflamatórias e 
alérgicas, todos têm boa absorção oral, 
eritromicina é destruída no estômago 
(conjugada ao estereato). 
 
‣ Distribuição: concentração ótima nos 
pulmões, não atravessam a barreira 
hematoencefálica, concentração boa nos 
demais tecidos e líquidos. 
 
‣ Biotransformação: biotransformação 
hepática. A eritromicina sofre desmetilação 
gerando um metabólito inativo e a claritromicina 
sofre oxidação e hidrólise gerando um 
metabólito ativo. 
 
‣ Excreção: eliminação, predominantemente, 
biliar e eliminação renal mínima, com exceção da 
claritromicina. 
 
Toxicidade e efeitos tóxicos 
 
‣ Irritação tecidual: dor, tromboflebite e 
periflebite. 
 
‣ Gastroenterite: ativação direta da motilidade 
gastrointestinal (principalmente eritromicina) 
provocando náuseas, vômitos, diarreia, 
anorexia. Em equinos, ruminantes e coelhos há 
diarreia grave. 
 
‣ Hepatotoxicidade: hipersensibilidade aos sais 
conjugados da eritromicina e acúmulo da 
medicação no fígado levando à colestase, 
icterícia e insuficiência hepática. 
 
‣ Potencializa a toxicidade de outros fármacos: 
redução da biotransformação hepática levando 
ao aumento da concentração plasmática de 
teofilina, ciclosporina, digoxina, entre outros. 
 
‣ Outros: ototoxicidade, hipersensibilidade e 
dor local na forma injetável. 
 
Lincosamidas 
 
As lincosamidas (lincomicinas ou 
lincocinamidas) têm estrutura química diferente 
dos macrolídeos, no entanto seu espectro de 
ação e mecanismo de ação são semelhantes. 
Foram isoladas de culturas de Streptomyces 
lincolnensis em 1955 e seu uso terapêutico 
estabeleceu-se em 1962. A clindamicina é uma 
lincosamida semissintética, produzida em 
1966, tem maior espectro de ação e é melhor 
absorvida por via oral. 
 
As lincosamidas são representadas pela 
lincomicina e clindamicina. 
 
Mecanismo de ação 
 
Os macrolídeos interferem na síntese protéica 
através da ligação irreversível à subunidade 
50S dos ribossomos bacterianos. Se ligam ao 
sítio de ligação do RNA transportador e inibem 
a fase de transpeptidação e translocação do 
tRNA-peptídeo entre os sítios do ribossomo 
bacteriano. 
 
‣ Bacteriostáticos (raramente podem ser 
bactericidas em dosagens mais altas). 
‣ Tempo-dependentes. 
 
Espectro de ação 
 
Atividade excelente contra bactérias Gram + 
(incluindo Staphylococcus aureus resistente à 
meticilina) e anaeróbias. Bactérias do gênero 
Enterococcus são resistentes. 
 
Espectro de ação específico 
 
‣ Clindamicina: maior atividade contra bactérias 
anaeróbias, incluindo anaeróbio Gram - 
(Bactericoides sp.). 
 
 
 
Mecanismos de resistência bacteriana 
 
O mecanismo de resistência bacteriana das 
lincosamidas é o mesmo dos macrolídeos. 
 
‣ Modificação no sítio de ligação: metilação do 
sítio receptor do ribossomo 50S levando à 
resistência cruzada. 
 
‣ Menor permeabilidade ao antibiótico e às 
bombas de efluxo (ocorre principalmente em 
bactérias Gram -). 
 
‣ Presença de enzimas esterases que 
hidrolisam o anel macrocíclico de lactona. 
 
Farmacocinética 
 
‣ Administração e absorção: boa absorção oral. 
A clindamicina tem maior absorção por via oral. 
 
‣ Distribuição: boa distribuição nos tecidos, 
maior no úbere e na próstata, mas não atingem 
bem o líquido cefalorraquidiano. 
 
‣ Biotransformação: extensa 
biotransformação hepática. 
 
‣ Excreção: eliminação predominantemente 
biliar. A eliminação renal ocorre em menor 
proporção. 
 
Toxicidade e efeitos tóxicos 
 
‣ Colite ulcerativa: alteração da microbiota 
intestinal e seleção de cepas de Clostridium 
difficile levando à colite hemorrágica, vômito, 
diarreia e morte. Cães e gatos têm menor 
toxicidade. 
 
‣ Reações cutâneas como alergias e urticária. 
 
‣ Acúmulo em doenças renal e hepática. 
 
‣ Bloqueio neuromuscular e depressão cardíaca 
(não associar a anestésicos), rápido pela via 
intravenosa. 
 
‣ Clindamicina administrada por via 
intramuscular pode provocar dor no local. 
 
Tetraciclinas 
 
As tetraciclinas são produzidas por diversas 
espécies de Streptomyces sp. e algumas 
semissintéticas. Sua denominação se dá pelo 
fato de esses antibióticos serem formados por 
4 anéis. 
 
As tetraciclinas são representadas por 
terramicina, oxitetraciclina e doxiciclina. 
 
Mecanismo de ação 
 
As tetraciclinas interferem na síntese protéica 
através da ligação reversível com a subunidade 
30S dos ribossomos bacterianos. Impedem 
que o RNA transportador se fixe ao ribossomo 
bacteriano inibindo a síntese protéica, ou seja, 
inibem o sítio de ligação de novos RNA 
transportadores trazendo os aminoácidos. 
 
Da mesma forma que os aminoglicosídeos, as 
tetraciclinas necessitam entrar nas células, 
mas utilizam um carreador dependente de 
energia (e não de oxigênio). Apesar da maior 
afinidade pela unidade 30S do ribossomo 
microbiano, as tetraciclinas podem se ligar 
também à subunidade 40S do ribossomo 
eucariótico. 
 
‣ Bacteriostático. 
‣ Tempo-dependentes. 
‣ Não são 100% seletivos: podem atacar a 
subunidade 40S dos ribossomos de eucariotos 
(efeito adverso dose-dependente). Tendem a se 
acumular nas células bacterianas, o que 
minimiza esse efeito. 
 
Espectro de ação 
 
Atividade excelente contra bactérias Gram +, 
Gram -, Mycoplasma sp., Ricketsia sp., 
Ehrlichia sp. e Anaplasma sp. Atualmente, há 
muita resistência adquirida. 
 
 
 
Mecanismos de resistência bacteriana 
 
‣ Bombas de efluxo mediadas por ATP e Mg+. 
 
‣ Presença de proteínas que interferem na 
ligação da tetraciclina ao ribossomo microbiano. 
 
‣ Inativação enzimática. 
 
Farmacocinética 
 
‣ Administração e absorção: administração por 
via oral ou parenteral (injeção intramuscular é 
dolorida). Alimentos ricos em cálcio diminuem a 
absorção oral (interação do Ca2+), antiácidos 
também interferem na absorção. 
 
‣ Distribuição: fígado, rins, baço, pele e tecidos 
em calcificação. Não atravessam a barreira 
hematoencefálica. A doxiciclina é mais 
lipossolúvel e penetra melhor nos tecidos. 
 
‣ Biotransformação: conjugação e formação de 
metabólitos ativos no fígado. 
 
‣ Excreção: eliminação predominantemente 
renal (exceto doxiciclina). São bastante 
eliminados na bile, porém são reabsorvidos e 
eliminados pelos rins. 
 
Toxicidade e efeitos tóxicos 
 
‣ Irritação tecidual: quando administrado pela 
via oral podem ocorrer náuseas, vômitos e 
diarreia. Quando administrado pela via injetável 
pode provocar dor local. 
 
‣ Afinidade pelo cálcio: efeitos 
cardiovasculares (arritmias), deformidades 
ósseas no feto (fêmeas prenhas) e deposição 
em tecido ósseo e dentes (jovens). 
 
‣ Hepatotoxicidade: deposição gordurosa. 
 
‣ Nefrotoxicidade: necrose tubular aguda, 
principalmente pelo uso de produtos vencidos 
(degradação tóxica). 
 
‣ Equinos: pode ocorrer alteração de microbiota 
causando diarreia grave. 
 
Aplicações clínicas 
 
Na medicina veterinária, as tetraciclinas são 
utilizadas em doençasbacterianas atípicas 
(Chlamydophila sp., Borrelia sp., Rickettsia sp. 
e Mycoplasma sp.) e supercrescimento 
bacteriano no intestino delgado. Além disso, 
são usadas como escolha para o tratamento de 
infecções causadas por Ehrlichia canis e 
Rickettsia rickettsii. No tratamento da 
brucelose, as tetraciclinas são usadas em 
associação com rifampicina ou estreptomicina. 
 
Anfenicóis 
 
O cloranfenicol foi produzido, em 1947, a 
partir de Streptomyces venezuelae. 
Atualmente, é produzido por síntese 
laboratorial. 
 
Os anfenicóis são representados por 
cloranfenicol, tianfenicol e florfenicol. O 
tianfenicol e o florfenicol são análogos do 
cloranfenicol. O cloranfenicol e o tianfenicol 
são semelhantes em relação ao espectro de 
ação, já o florfenicol possui maior espectro de 
ação. 
 
Mecanismo de ação 
 
Os anfenicóis inibem a síntese protéica através 
da ligação irreversível à subunidade 50S do 
ribossomo microbiano, interferem na formação 
do peptídeo pelo bloqueio da enzima 
peptidiltransferase. 
 
Cloranfenicol 
 
‣ Bacteriostático. 
‣ Tempo-dependente. 
‣ Antagonismo com macrolídeos. 
‣ Não é 100% seletivo: pode atacar a 
subunidade 40S dos ribossomos de eucariotos 
(efeito adverso dose-dependente). 
 
Espectro de ação específico 
 
O cloranfenicol tem excelente atividade contra 
bactérias Gram +, Gram -, riquétsias, 
espiroquetas e micoplasmas. Bactérias dos 
gêneros Pseudomonas sp. e Chlamidia sp. são 
resistentes. 
 
 
 
Mecanismos de resistência bacteriana 
 
‣ Inativação enzimática (impede sua ligação): 
ação da acetilcoenzima-A-transferase. 
 
‣ Bombas de efluxo. 
 
‣ Mutação do sítio de ligação no ribossomo ou 
barreiras de permeabilidade. 
 
Farmacocinética 
 
‣ Administração e absorção: pode ser 
administrado por via intravenosa. Excelente 
absorção por via oral em monogástricos, 
inativado pelas bactérias do rúmen. 
‣ Distribuição: se distribui bem em todos os 
tecidos e penetra no sistema nervoso central. 
 
‣ Biotransformação: biotransformação 
hepática, conjugado com ácido glicurônico. 
 
‣ Excreção: eliminação predominantemente 
renal. 
 
Toxicidade e efeitos tóxicos 
 
‣ Toxicidade na medula óssea: anemias 
aplásicas. 
 
‣ Anormalidades hematológicas: anemia 
hemolítica oxidativa. 
 
‣ Potencializa toxicidade de outros fármacos: 
redução da biotransformação hepática 
(aumento da concentração plasmática de 
varfarina e outros fármacos). 
 
‣ Outros: manifestações digestivas e alérgicas. 
 
Aplicações clínicas 
 
‣ Alguns países proibiram o uso em animais de 
produção (anemia aplásica em humanos). 
 
‣ Primeira escolha em pequenos animais 
somente em infecção de câmaras dos olhos. 
 
‣ Pode ser indicado no tratamento de infecções 
por anaeróbios, prostatites e salmonelose. 
 
‣ Evitar usar em animais anêmicos e em gatos 
com falência renal. 
 
Antibacterianos: que interferem na 
síntese dos ácidos nucléicos 
 
Os antimicrobianos que interferem na síntese 
dos ácidos nucléicos são sulfas, quinolonas, 
derivados nitrofurânicos, nitroimidazóis 
(metronidazol) e rifamicinas. 
 
Sulfas 
 
As sulfas (sulfonamidas ou sulfonamídicos) são 
antimicrobianos derivados do para-
aminobenzenossulfonamida e têm amplo 
espectro de ação. Foram os primeiros 
antimicrobianos eficazes aplicados pela via 
sistêmica (homem e animais), englobam 5.000 
substâncias, sendo 20 antimicrobianos. São 
utilizadas com outras finalidades terapêuticas, 
como hipoglicemiantes. Na medicina humana o 
uso é limitado devido à resistência bacteriana e 
aos efeitos adversos. Em 1970 foi descoberta 
a trimetoprima (associação e importante papel 
na medicina veterinária). 
 
Estrutura e classificação 
 
N1 derivados: substituição é feita em um dos 
hidrogênios do grupo sulfonamídico (SO2NHR). 
Maior número de sulfas clinicamente úteis. 
 
N4 derivados: substituição ocorre em um ou 
dois hidrogênios do grupamento amínico (NH2), 
prontosil. São ativados no organismo, liberando 
um grupo amino livre, para desempenhar sua 
atividade antimicrobiana. 
 
N1 e N4: substituição ocorre nos hidrogênios de 
ambos os grupos. Sufas pouco absorvidas, 
usadas no tratamento de infecções do trato 
gastrointestinal. 
 
Mecanismo de ação 
 
‣ Concentrações terapêuticas: 
bacteriostáticos. 
 
‣ Concentrações altas: bactericidas. 
 
‣ São análogos estruturais do ácido para-
aminobenzóico (PABA) – substância essencial 
para a síntese do ácido fólico e síntese de 
ácidos nucléicos bacterianos. 
 
 
 
‣ Toxicidade seletiva: o hospedeiro consegue 
utilizar o ácido fólico da dieta. 
 
‣ Antagonismo competitivo. 
 
 
 
 
 
Espectro de ação 
 
Sulfas têm amplo espectro de ação 
apresentando atividade com bactérias Gram + 
e algumas Gram - (enterobactérias), 
Toxoplasma sp. e Coccidia sp. 
 
Resistência bacteriana 
 
A resistência bacteriana das sulfas é gradativa 
e lenta, persistente e irreversível. 
 
‣ Diminuição da afinidade das sulfas pela di-
hidropteroato sintetase. 
 
‣ Aumento da capacidade do microorganismo 
inativar o antimicrobiano. 
 
‣ Caminho metabólico alternativo para a 
formação do ácido fólico. 
 
‣ Aumento da produção de PABA pelas 
bactérias. 
 
Vias de administração 
 
Via oral: em água precisam ser preparadas em 
sais de sódio (pouco solúveis). 
 
Via tópica: pode causar reações alérgicas e 
retardo na cicatrização (exceto sulfadiazina de 
prata), as secreções reduzem a eficiência. 
 
Via intravenosa: sais monossódicos das sulfas. 
Sulfadimidina e sulfadimetoxina sódica não 
devem ser aplicadas por nenhuma via parenteral 
(instáveis e altamente alcalinos). 
 
 
Características farmacocinéticas 
 
‣ Absorção (exceto sulfas de ação entérica) 
após administração por via oral: aves > cães e 
gatos > equinos e suínos > ruminantes. 
 
A absorção tópica, no útero e na glândula 
mamária é pequena, porém suficiente para 
reações tóxicas. 
 
A privação de água e a estase ruminal retardam 
a absorção e diarreia e exercício aumentam a 
absorção. 
 
‣ Ligação de maneira variável com proteínas 
plasmáticas, principalmente albumina. 
 
Sulfas com baixo pKa têm alta ligação com 
proteínas plasmáticas, enquanto sulfas com 
alto pKa têm baixa ligação com proteínas 
plasmáticas. 
 
‣ Distribuição: ampla, são capazes de 
atravessar a barreira hematoencefálica e a 
barreira placentária. 
 
‣ Biotransformação: são biotransformadas no 
fígado. 
 
Acetilação: metabólito sem atividade microbiana 
e menos solúvel em água (probabilidade de 
precipitação em túbulos renais). 
 
Oxidação: metabólitos responsáveis por 
reações sistêmicas (lesões cutâneas e 
hipersensibilidade). 
 
‣ Eliminação: renal, mas pequenas proporções 
podem ser eliminadas pela saliva, suor e leite (4 
dias de carência). 
 
Efeitos tóxicos 
 
‣ Aguda: ocorre em altas doses ou por via 
intravenosa (rara) causando salivação, diarreia, 
taquipneia, excitação, fraqueza muscular e 
ataxia. 
 
‣ Crônica: cristalúria sulfonamídica 
(precipitação das sulfas e seus metabólitos nos 
túbulos renais causando diminuição da micção, 
dor, hematúria e cristalúria). 
 
Prevenção de cristalúria sulfonamídica: 
hidratação, administração de bicarbonato 
(cuidado para não reduzir absorção 
gastrointestinal), uso combinado de sulfas (pois 
se solubilizam) e evitar o tratamento superior a 
1 semana. 
 
‣ Em cães, a sulfadiazina pode provocar 
ceratoconjuntivite seca. 
 
‣ Outros efeitos raros (uso prolongado): 
reações de hipersensibilidade (poliartrite, febre, 
anemia aplásica, trombocitopenia, eosinofilia). 
 
‣ Em bovinos pode haver neurites periféricas e 
degeneração de mielina. 
 
‣ Em aves o efeito terapêutico e tóxico tem um 
limite pequeno. 
 
‣ Sinergismo entre sulfa e trimetropim reduz a 
dose da sulfa e a toxicidade (melhor efeito, 
espectro de ação e redução da dose de sulfa). 
Contraindicações 
 
‣ Animais com alteração de coagulação. 
 
‣ Abscessos (alta quantidade de ácido fólico 
livre reduzindo a eficácia). 
 
‣ Infecções produzidas por riquétsias 
(ineficiente e poderá promover crescimento). 
 
‣ Cães machos em período reprodutivo (redução 
deespermatozóides). 
 
Aplicações clínicas 
 
‣ Sulfas têm muita resistência e baixo custo de 
tratamento. 
‣ Administração oral em ruminantes (não altera 
a flora ruminal). 
‣ São mais eficazes no início da doença. 
‣ Grandes quantidades de debris não 
respondem bem. 
 
Trimetoprima e outros inibidores da redutase 
 
A trimetoprima foi descoberta em 1970, é 
muito associada à sulfa pela possibilidade de 
cura de diversas infecções. É um análogo 
estrutural do ácido di-hidrofólico (ácido fólico) 
e atua inibindo a enzima di-hidrofolato redutase, 
a qual está presente em mamíferos e bactérias 
(afinidade de 20 a 60.000 vezes). É um 
fármaco seguro. 
 
 
 
Associação a sulfas: sinergismo (etapas 
diferentes) leva à menor incidência de 
resistência bacteriana. A associação de sulfa e 
trimetoprima tem efeito bactericida com amplo 
espectro de ação (Gram + e -), lembrando que 
ambos sozinhos têm efeito bacteriostático. Os 
principais usos dessas associações são em 
infecções respiratória, digestória e urinária. 
 
Ormetoprim 
 
O ormetoprim tem meia vida maior e é usada 
associada à sulfadimetoxina (sulfa de ação 
mais lenta). 
 
Baquiloprima 
 
Antimicrobiano usado em associação à 
sulfadimidina (não disponível no país). Possui 
algumas vantagens em relação à trimetoprima 
em ruminantes, como maior meia vida (bovinos: 
10 horas) e não é degradado pela microbiota 
ruminal. 
 
 
 
Quinolonas 
 
As quinolonas são amplamente empregadas na 
medicina humana e veterinária. 
 
As quinolonas de primeira geração estão caindo 
em desuso pelo seu menor espectro de ação e 
desenvolvimento mais rápido de resistência 
bacteriana. 
 
Quinolonas de primeira geração 
 
As quinolonas de primeira geração são 
eficientes contra a maioria das enterobactérias 
(infecções urinárias) e não apresentam 
atividade contra Pseudomonas aeruginosa, 
anaeróbios e bactérias Gram +. 
 
Quinolonas de segunda geração 
(fluoroquinolonas) 
 
As quinolonas de segunda geração são 
representadas por enrofloxacino, orbifloxacino, 
difloxacino, marbofloxacino (veterinário), 
norfloxacino, ciprofloxacino, ofloxacino. Têm 
ação contra Enterobacteriaceae e 
Pseudomonas aeruginosa. Além disso, 
ciprofloxacino e ofloxacino apresentam 
atividade contra Chlamydia sp., Mycoplasma 
sp. e Legionella sp. 
 
Quinolonas de terceira geração 
 
As quinolonas de terceira geração são 
pradofloxacino, levofloxacino, esparfloxacino 
(cardiotóxico e fototóxico), moxifloxacino, 
gatifloxacino. Atuam também sobre 
Streptococcus pneumoniae. 
 
Quinolonas de quarta geração 
 
As quinolonas de quarta geração são 
trofloxacino (ação contra anaeróbios) e 
gemifloxacino. Têm efeitos colaterais graves e 
seu uso é restrito em hospitais. 
 
Estrutura química e classificação 
 
A estrutura básica das quinolonas consiste em 
um anel 4-quinolona, o qual é modificado para 
aumentar o espectro de ação conforme as 
gerações. 
 
Mecanismo de ação 
 
‣ Bactericidas. 
 
‣ Inibição das topoisomerases (enzimas que 
catalisam a direção e a extensão do 
espiralamento das cadeias de DNA) 
bacterianas do tipo II (DNA girase). 
 
‣ Inibição da DNA girase impedindo o 
enrolamento da hélice de DNA (mamíferos 
possuem algumas topoisomerases, porém as 
quinolonas não exercem efeitos sobre as 
mesmas). 
 
‣ Uso de cloranfenicol (inibidor da síntese 
protéica) e rifamicina (inibidor da síntese de 
DNA) provocam efeito antagônico com 
quinolonas. 
 
Espectro de ação 
 
As quinolonas têm amplo espectro de ação com 
atividade contra bactérias Gram + e Gram -. 
 
Resistência bacteriana 
 
‣ Fluoroquinolonas: resistência com baixa 
frequência. 
‣ Uso indiscriminado. 
‣ Mutação do gene que codifica a DNA girase 
e topoisomerases (reduz afinidade). 
‣ Alteração da permeabilidade na célula 
bacteriana. 
‣ Aumento do efluxo do fármaco. 
‣ Resistência cruzada: cefalosporinas, 
cloranfenicol e tetraciclinas. 
 
Características farmacocinéticas 
 
‣ Administração: via oral é rapidamente 
absorvida, sendo a principal via de 
administração. Sucralfato, antiácidos, ferro e 
cálcio interferem na absorção. 
 
‣ Distribuição: amplo volume de distribuição e 
baixa ligação com proteínas plasmáticas. 
 
‣ Biotransformação (fluoroquinolonas): parcial. 
‣ Excreção (fluoroquinolonas): urina e bile (altas 
concentrações ativas). 
 
Efeitos tóxicos 
 
‣ Bem toleradas. 
‣ Danos na cartilagem articular em animais 
jovens. 
‣ Podem causar efeitos teratogênicos 
(prenhez). 
‣ Cristalúria e urina alcalina sob uso prolongado 
(recomenda-se hidratação e acidificação da 
urina). 
‣ Excreção renal (cuidado com pacientes com 
insuficiência renal). 
‣ Felinos: degeneração da retina (enrofloxacina) 
– uso máximo de 5 mg/kg. 
‣ Cães tratados há mais de 3 meses podem 
desenvolver alteração da espermatogênese e 
atrofia testicular. 
 
Interação medicamentosa 
 
As quinolonas reduzem o metabolismo hepático 
pela inibição do sistema microssomal P-450, 
o que pode levar à toxicidade grave. 
 
Quinolonas de uso clínico 
 
‣ Enrofloxacina. 
‣ Norfloxacino. 
‣ Ciprofloxacino. 
‣ Pradofloxacino (quinolona de terceira geração 
desenvolvida para uso veterinário com 
atividade contra cocos Gram + e bactérias 
anaeróbias). 
Aplicações clínicas 
 
‣ Efetivas contra patógenos intracelulares, 
como Mycoplasma sp. e Brucella sp. 
(capacidade de adentrar leucócitos). 
‣ Infecções do sistema urinário por 
Pseudomonas aeruginosa. 
‣ Prostatite. 
‣ Gastroenterite bacteriana grave. 
‣ Pneumonia causada por bactérias Gram -. 
‣ Otite. 
‣ Infecções dérmicas. 
‣ Osteomielite por bactérias Gram -. 
‣ Meningoencefalite bacteriana. 
‣ Endocardite estafilocócica. 
 
 
 
Derivados nitrofurânicos 
 
Os derivados nitrofurânicos são 
representados por nitrofurantoína, 
furazolidona e nitrofurazona. 
 
‣ Amplo espectro de ação contra bactérias 
Gram +, Gram -, alguns protozoários e fungos. 
‣ Dependendo da concentração é bactericida 
ou bacteriostático. 
 
‣ Resistência bacteriana é rara. 
 
‣ Efeitos tóxicos frequentes: trombocitopenia, 
anemia, redução da coagulação, anorexia, 
êmese. 
 
‣ Atividade antimicrobiana reduzida na 
presença de pus, sangue e leite. 
 
‣ Mecanismo de ação: sugere-se danos no DNA 
bacteriano. 
 
Nitrofurantoína 
 
‣ Usada no tratamento de infecções do sistema 
urinário de cães. 
‣ Quando administrada por via oral é 
rapidamente absorvida. 
‣ Biotransformação principalmente hepática. 
‣ Atravessa a barreira hematoencefálica e a 
barreira placentária (contraindicado em 
prenhez). 
‣ Rapidamente excretada pelos rins 
(contraindicado em nefropatas). 
‣ Efeitos colaterais: vômito, reações de 
hipersensibilidade, fraqueza. Raramente pode 
ocorrer hepatopatia e polimiosite. 
 
Furozolidona 
 
‣ Usada no tratamento de infecções do sistema 
digestório por Salmonella sp., Shigella sp., Vibrio 
cholerae, Staphylococcus sp., Streptococcus 
sp., Escherichia coli. 
‣ Efeitos colaterais: vômito, diarreia e anorexia 
(raros). 
 
Nitrofurazona 
 
‣ Uso tópico (nitrofural). 
‣ Usada no tratamento de queimaduras e 
enxertos. 
‣ Efeitos colaterais: dermatite alérgica de 
contato (raro). 
 
Nitroimidazóis: metronidazol 
 
O metronidazol é um composto nitroimidazólico 
heterocíclico cuja estrutura química é 
semelhante a dos nitrofuranos. 
 
Mecanismo de ação: sugere-se danos no DNA 
bacteriano. 
 
Espectro de ação 
 
Metronidazol tem atividade contra bactérias 
anaeróbias (Clostridium, Fusobacterium, 
Peptococcus, Peptostreptococcus, 
Bacterioides spp.) e protozoários (Giardia sp., 
Trichomonas sp., Entamoeba histolytica). 
 
Características farmacológicas 
 
‣ Administração: via intravenosa e via oral 
(monogástricos). 
 
‣ Distribuição: ampla distribuição e atravessa a 
barreira hematoencefálica e a barreira 
placentária. Tem poder mutagênico 
(contraindicado em animais prenhes). 
‣ Biotransformação: hepática (oxidação e 
conjugação). 
 
‣ Excreção: grande parte inalterada pela urina. 
 
Efeitos colaterais 
 
Os efeitos colaterais são raros e ocorrem 
quando administrados por via oral, como ataxia, 
convulsão,neuropatia periférica, neutropenia e 
hematúria. 
 
 
 
Rafamicinas: rifampicina 
 
Mecanismo de ação 
 
‣ Bactericidas. 
 
‣ Inibição da atividade da RNA-polimerase-
DNA-dependente: inibição da síntese do RNA 
(mensageiro, ribossômico e transportador). As 
células da mamíferos necessitam de 
concentrações mais altas para a inibição da 
síntese de RNA. 
 
 
 
Espectro de ação 
 
A rifampicina tem amplo espectro de ação com 
atividade contra Brucella sp., Mycobacterium 
sp., Rhodococcus sp., Chlamydophila sp., entre 
outros. É capaz de entrar em neutrófilos e 
macrófagos. Atravessa mais facilmente a 
parede de bactérias Gram + (menor CIM), 
apresenta atividade contra bactérias Gram +, 
cocos Gram -, micobactérias, clamídias e vários 
bacilos Gram -, estafilococos, clostrídios e 
neisserias. 
 
Resistência bacteriana 
 
A resistência bactéria se desenvolve facilmente 
devido a genes de resistência que codificam a 
RNA polimerase, por isso usa-se em 
associação com eritromicina a fim de evitar o 
desenvolvimento de resistências. 
 
Características farmacocinéticas 
 
‣ Administração: por via oral tem baixa 
biodisponibilidade em equinos. Em meio ácido 
ocorre alta absorção. 
 
‣ Distribuição: lipofílica (ampla distribuição 
incluindo o sistema nervoso central). Há 80% 
de ligação a proteínas plasmáticas. 
 
‣ Biotransformação: hepática (metabólito 
ativo). 
 
‣ Eliminação: biliar, filtração renal. Paciente em 
uso de rifampicina apresenta fezes, saliva, 
suor, lágrimas e urinas de coloração vermelho-
alaranjada. 
 
Aplicações clínicas 
 
‣ Pequenos animais (cães): infecções 
granulomatosas crônicas de pele. 
‣ Potros: associação com eritromicina para 
Rhodococcus equi. 
 
Toxicidade e efeitos adversos 
 
‣ Aumento da atividade de enzimas hepáticas. 
‣ Hepatite clínica. 
‣ Efeitos raros: trombocitopenia, anemia 
hemolítica, anorexia, vômito, diarreia. 
 
 
 
Sumário da atividade/inatividade 
dos fármacos antibacterianos

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