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05-TGC – Módulo I - Prof. Paulo Eduardo Sabio

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Direito Penal I 
Profº. Paulo Eduardo Sabio
Direito Penal I – Aula 05 
Teoria Geral do Crime – Módulo 01
Crimes, Contravenções e Infrações de Menor Potencial Ofensivo
Conceito Material e Formal de Crime
Sujeito Ativo dos Delitos
A questão da responsabilidade penal da pessoa jurídica
Sujeito Passivo dos Delitos
Objeto Material e Jurídico dos Delitos
1. Considerações Iniciais 
	Começaremos a estudar, na presente aula, um dos principais elementos da ciência penal, qual seja, o crime . Começaremos nesta aula nossos estudos acerca da “Teoria Geral do Crime”. 
Sendo que: se partirmos da idéia de que quando pensamos em “Direito Penal”, mesmo que inconscientemente acabamos por ligar tal ramo do direito ao vocábulo “crime” , a importância do estudo da teoria geral do crime se torna ainda mais evidente. 
Saiba que: ao longo dos anos, vários vocábulos foram usados para traduzir a idéia de crime, e apenas à título de curiosidade, citaremos alguns destes vocábulos: scelus, maleficium, flagittum, fraus, peccatum, probum, delictum e crimem, sendo que, de acordo com Damásio Evangelista de Jesus, estes dois últimos acabaram por perdurar até os dias de hoje. 
A propósito: leciona, ainda, o doutrinador supra que a expressão delito deriva de delinquere, que acaba por traduzir a idéia de abandono, de desvio. A expressão “delito”, portanto, traduz a idéia de abandono da lei�. 
2. Crimes, Contravenções e Delitos de Menor Potencial Ofensivo
	Alguns países ( como a Alemanha, Rússia e França, por exemplo) dividem as infrações penais em três categorias, quais sejam: os crimes, os delitos e as contravenções, e tal divisão é feita levando-se em consideração a menor ou maior importância do bem jurídico tutelado. Entretanto, tal como nos expõe a melhor doutrina, a divisão mais comum é a bipartida , que divide as infrações penais em crimes e contravenções. E se formos levar em consideração o que diz o artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Penal�, percebermos que esta divisão foi a adotada pelo nosso legislador. Vejamos o que diz o referido dispositivo: 
Art. 1º. Considera-se crime toda a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer isolada, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção ,a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. 
( Grifo Nosso) 
Preste atenção: tal como enfatiza a maioria dos autores, em essência, não há qualquer diferença entre os crimes e as contravenções. A diferença se encontra apenas na maior ou menor gravidade do fato, na maior ou menor importância do bem jurídico protegido pela tutela penal. 
A propósito: as contravenções também são denominadas, por alguns, de crime anão
Continue Prestando Atenção: existe outra diferença importante entre crimes e contravenções, e que na maioria das vezes nem é comentada, por parecer muito óbvia, entretanto, temos por bem quebrar esta regra e falar desta diferença. 
 Tenha em mente que: os crimes, estão inseridos no próprio Código Penal, em sua Parte Especial, que se inicia no artigo 121, ou em outras leis penais extravagantes. Já no caso das contravenções, elas são previstas por uma lei extravagante própria, qual seja, o Decreto-lei nº 3.688 / 41, que é mais conhecido por Lei das Contravenções Penais. 
Veja que interessante: atualmente, existe entre nós uma outra categoria de infração penal, que foi introduzida pela Lei 9.099 / 95, ( Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais�), qual seja, os crimes de menor potencial ofensivo, cuja definição pode ser encontrada no artigo 61 do diploma legal em comento. Vejamos o que diz o referido dispositivo: 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo , para efeitos desta lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior à um ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial.
( Grifo Nosso)
Saiba ainda que: modernamente o conceito de crime de menor potencial ofensivo gera calorosos debates. E sabe porque ? Porque a Lei 10.259 / 01, que cuidou de instituir os juizados especiais no âmbito da Justiça Federal assim preceitua em seu artigo 2º: 
Art. 2º. Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações penais de menor potencial ofensivo. 
Parágrafo único: Consideram-se crimes de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos ou multa. 
( Grifo Nosso) 
Como é de se notar: para a lei 10.259/01 ( art. 2º) as infrações penais de menor potencial ofensivo são aquelas cuja pena máxima não excede a dois anos, mesmo que sejam reguladas por procedimentos especiais, como alguns dos crimes inseridos da Lei de Tóxicos�, por exemplo, enquanto que para a Lei 9.099 / 95, que cuida dos Juizados Especiais no âmbito da Justiça Estadual, como já se viu, os crimes de menor potencial ofensivo são aqueles para os quais a lei comine pena máxima não superior a um ano, “ressalvados” os casos para os quais a lei preveja procedimento especial. 
Saiba que: a discussão gira em torno da abrangência da modificação do conceito de crime de menor potencial ofensivo. 
Ou seja: para alguns, tal conceito apenas se modificou no tocante aos crimes de competência dos Juizados Especiais Federais, sendo que no âmbito dos Juizados Especiais Estaduais, o conceito de crime de menor potencial ofensivo que continua valendo é o que vem insculpido no artigo 61 da Lei 9.099 / 95. 
Em contrapartida: outros operadores do Direito, da qual opinião partilhamos, entendem que o conceito de crime de menor potencial ofensivo insculpido do artigo 2º da Lei 10.259 / 01 vale tanto para os Juizados Especiais Federais como para os Juizados Especiais Estaduais. 
A propósito: cremos ser, este último posicionamento, o mais coerente pois, na nossa opinião não se pode dividir o conceito de um determinado instituto. Ou ele é uma coisa ou é outra. 
Sendo que: para reforçar nossa posição, temos por bem citar o trecho de um artigo publicado no Boletim Mensal do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais ( IBCCRIM), de autoria do Profº. Fernando Tadeu Cabral Teixeira. É o texto: 
“...somente se pode admitir que as infrações penais de menor potencial ofensivo são aquelas cuja pena máxima seja inferior a dois anos, não havendo como admitir-se a prevalência de dois conceitos desiguais para a mesma coisa.” 
( Grifo Nosso)
Mas, enfim: a discussão acerca do tema é calorosa, e não convém nos aprofundarmos nela agora, mas será importante, isto sim, que desde já se tenha conhecimento da existência desta polêmica, para que se possa formar uma opinião à respeito do tema. 
 
3. Conceito Formal e Material de Crime
Quando da conceituação do vocábulo crime, a doutrina, via de regra, o faz sob dois prismas diferenciados, a saber: 
Formal 
Material 
Sendo que: sob o prisma formal, conceitua-se o crime em seu aspecto técnico-jurídico, ou seja, do ponto de vista da lei. E busca, tal forma de conceituação, estabelecer os elementos estruturais do delito, daí dizer que, sob o enfoque formal, crime é todo fato típico e antijurídico�. 
A propósito: de acordo com a teoria clássica ou causalista, que predominava tempos atrás, a culpabilidade se configurava em sendo um dos elementos estruturais do delito, ao lado da tipicidade e da antijuridicidade. 
Entretanto: modernamente, predomina a teoria finalista, segundo a qual a culpabilidade é um pressuposto de aplicação da pena. 
Ou seja: por mais que o sujeito do delito não seja culpável, o crime ainda existirá, se permanecerem intactas a tipicidade e a antijuridicidade, que serão estudadas na próxima aula. 
A propósito: no presente momento não nos preocuparemos com esta tal de culpabilidade, e nem com a tipicidade e a antijuridicidade. 
Isto porque: convém que nos preocupemos, no presente momento, emanalisar o conceito de crime sob o prisma material. 	
Pois bem: sob o prisma material, o crime pode ser conceituado como sendo “todo fato humano que propositada� ou descuidadamente�, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social”�. 
A propósito: à título de complementação, temos por bem citar o conceito de crime, sob o prisma material, que nos é fornecido por Manzini: 
“Delito é a ação ou omissão, imputável a uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido, constituída de determinados elementos e eventualmente integrada por certas condições, ou acompanhada de determinadas circunstâncias previstas em lei”� 
Saiba que: o conceito material de crime busca estabelecer as razões que levam o legislador a considerar certas condutas como sendo criminosas, e outras como sendo permitidas. 
Perceba que: com base no conceito “material” inicialmente exposto, pode-se perceber que, sob o prisma material, serão consideradas “criminosas” as condutas que lesarem ou expuserem a perigo bem jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social.
	
4. Sujeitos do Delito
4.1. Sujeito Ativo 
	Este, em apertada síntese, pode ser entendido como sendo aquele que pratica o fato descrito no tipo penal. Apenas o homem possui capacidade para delinqüir, uma vez que não existe crime sem conduta�, e esta, por sua vez, como se verá mais adiante, é um dos elementos do fato típico. 
A propósito: dissemos que apenas o homem pode praticar condutas, e para corroborar nossa assertiva, devemos nos socorrer do conceito de conduta que nos é fornecido pelo Profº. Damásio Evangelista de Jesus e que pode assim ser transcrito: 
“Conduta é a ação ou omissão humana, consciente e dirigida a determinada finalidade.”
 ( Grifo Nosso) 
Perceba, portanto, que: os animais, por exemplo, nunca poderão ser sujeitos ativos de crimes, posto que não são dotados de consciência, não praticam condutas. A observação parece ser meio absurda, mas é extremamente conveniente. 
No entanto: para que o sujeito ativo de um delito possa ser responsabilizado penalmente, precisa apresentar um conjunto de condições biopsicológicas, como por exemplo: idade e sanidade mental. 
Sendo que: diz-se que o sujeito que apresenta todas as condições necessárias para ser considerado autor de um crime possui capacidade penal. E esta ( capacidade penal), por sua vez, pode ser entendida como sendo a capacidade para ser culpável. 
A propósito: mais se estudará sobre tais condições quando tratarmos da culpabilidade, em uma aula posterior. Por ora, faremos apenas uma distinção necessária entre capacidade penal genérica e capacidade penal específica. 
Capacidade Penal Genérica: este termo abrange as qualidades genéricas exigidas por lei para que alguém possa ser considerado autor de um crime, como por exemplo a maioridade penal e sanidade mental. 
Capacidade Penal Especial: certos crimes descritos no Código Penal, exigem qualidades específicas do sujeito ativo, e portanto, para tais crimes, não basta apenas que sujeito seja dotado de maioridade penal e sanidade mental. É necessário também que ele seja dotado das condições específicas exigidas pelo tipo penal. 
Preste atenção: vamos agora transcrever alguns tipos penais que exigem certas qualidades especiais do sujeito ativo e fazer alguns comentários: 
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. 
Pena – detenção de 2 ( dois ) a 6 ( seis ) anos. 
OBS: Como se pode perceber, para o tipo penal supra exposto, denominado de “infanticídio”, é imprescindível que o sujeito ativo seja a mãe. 
Art. 269. Deixar, o médico, de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: 
Pena – detenção, de 6 ( seis) meses à 2 ( dois ) anos, e multa. 
OBS: não restam dúvidas que o tipo penal supra transcrito, não basta que o sujeito ativo seja dotado de maioridade penal e sanidade mental. Exige-se, para a configuração do delito em tela, que o sujeito ativo seja médico. Ou seja, apenas um médico poderá cometer o crime previsto no artigo 269 do Código Penal. 
4.2. A questão da responsabilidade penal da pessoa jurídica
 Não causa espanto dizer que as pessoas físicas cometem crimes. Sempre que se pensa num crime, como estupro, por exemplo, se imagina uma pessoa física, um ser humano, cometendo este crime. E via de regra, os tipos penais fazem referência ao ser físico, ao ente individual. 
Em contrapartida: uma das maiores polêmicas existentes atualmente na seara do direito penal, gira em torno da possibilidade de se responsabilizar penalmente as pessoas jurídicas, que devem ser entendidas, segundo Maria Helena Diniz� como sendo “a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica com sendo sujeito de direitos e obrigações”. 
A propósito: por hora, entenda-se a pessoa jurídica como sendo uma empresa, uma firma�. 
Pare e pense: num primeiro momento, pode parecer impossível que pessoas jurídicas cometam crimes, pode parecer inconcebível, por exemplo, que uma empresa desfira disparos de arma de fogo contra alguém. 
Entretanto: não é difícil imaginar que as “empresas”, as pessoas jurídicas, possam cometer crimes contra o meio ambiente e crimes contra a ordem financeira. 
Ou seja: não é difícil imaginar que as pessoas jurídicas possam, por exemplo, dispensar na atmosfera poluentes extremamente prejudiciais ( praticando assim um “crime ambiental) ou sonegar impostos legalmente devidos ( praticando assim um crime contra a ordem financeira). 
Preste atenção: a discussão acerca do tema é bem calorosa, e para que se possa formular uma opinião sobre o tema, convém, antes de mais nada, estudar as duas principais teorias que cuidam de conceituar a pessoa jurídica, uma vez que, a possibilidade de se responsabilizar penalmente a pessoa jurídica depende da teoria que se resolver adotar. Vejamos então quais são e o que pregam tais teorias: 
Teoria da Ficção: de acordo com esta teoria, é impossível responsabilizar criminalmente a pessoa jurídica, uma vez que a personalidade jurídica, segundo esta teoria, é uma criação legal, que não tem consciência ou vontade próprias. E assim, nunca se poderá, segundo esta teoria, dizer que a pessoa jurídica é imputável. 
Teoria da Realidade ou Organicista: esta teoria, segundo Damásio Evangelista de Jesus, vê, na pessoa jurídica um ser real, e reconhece na pessoa jurídica, uma vontade própria, que não deve ser confundida com as vontades somadas de seus integrantes. Assim, de acordo com esta teoria, a pessoa jurídica poderá, indiscutivelmente, cometer crimes. 
Saiba que: a maioria dos autores são adeptos da teoria da ficção, pois segundo eles, “fora do homem não se concebe crime. Só ele possui a faculdade de querer”�. Segundo estes autores, é impossível falar em responsabilidade penal da pessoa jurídica pois: 
Como dizer que uma pessoa jurídica agiu dolosamente ? 
E a pena ? Como aplicar a pena privativa de liberdade à pessoas jurídicas ? 
A propósito: o Profº. Damásio Evangelista de Jesus, que é um dos principais adeptos da teoria da ficção, assim leciona: 
“ Quanto mais se desenvolve o Direito Penal da culpa, mais se mostra insustentável a tese da capacidade penal das pessoas jurídicas, que não podem praticar ações, nem sofrer atribuições de culpa ou imposição de penas.” 
No entanto: as atuais tendências do Direito Penal caminham em sentido contrário ao posicionamento supra. Ou seja: está se propagando cada vez mais a idéia de que as pessoas jurídicas podem ( e devem) serem responsabilizadas penalmente pelos delitos por elas praticados. 
Sendo que: tais tendências se alicerçam em vários dispositivos legais que acabam por preconizar a responsabilidade penal das pessoas jurídicas. Entre nós, um dos principais dispositivos legais que guardam relação com o tema é o artigo 225,parágrafo 3º, da Constituição Federal, que pode assim ser transcrito: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 ( ... ) 
§ 3º . As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
( Grifo Nosso) 
	
	 
Preste muita atenção: no que toca à possibilidade de serem, as pessoas jurídicas, responsabilizadas penalmente por delitos por elas praticados, de suma importância foi a introdução, em nosso ordenamento jurídico, da Lei 9.605 / 98, também conhecida como Lei de Proteção ao Meio Ambiente, que em seu artigo 3º, assim preceitua: 
Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
( Grifo Nosso) 
Continue prestando atenção: outra inovação trazida pelo diploma legal em comento diz respeito à previsão de aplicação de penas pecuniárias, restritivas de direito e de prestação de serviços à comunidade às empresas que incorrerem nos delitos ali descritos. 
A propósito: tal com dissemos anteriormente, um dos principais obstáculos à responsabilização penal das pessoas jurídicas, segundo os adeptos da teoria da ficção, se traduz em sendo a impossibilidade de ser-lhes aplicada penas privativas de liberdade. 
Entretanto: no que toca às penas, cremos que seria suficiente que se estabelecessem sanções que não se mostrassem incompatíveis com a natureza das pessoas jurídicas. E tal tarefa não é impossível ( tanto que a Lei de Proteção ao Meio Ambiente cuidou de estabelecer sanções compatíveis com as pessoas jurídicas). 
Sendo que: nessa linha de raciocínio poderiam ser cominadas, por exemplo, para as pessoas jurídicas, tal como fez a Lei 9605 / 98, as seguintes sanções: 
Penas Pecuniárias; 
Suspensão das Atividades por determinado lapso de tempo; 
Dissolução da empresa, que eqüivaleria à uma “pena de morte” para as pessoas jurídicas que cometessem delitos de maior gravidade. 
Proibição de contratar com o Poder Público 
Proibição de receber incentivos fiscais, etc...
A propósito: é de se considerar, à título de conclusão deste tópico, que tanto os adeptos da teoria da realidade, como os adeptos da teoria da ficção têm argumentos extremamente sólidos e coerentes para defender o ponto de vista que acreditam ser o mais acertado e talvez por isso a discussão seja tão acirrada. 
Sendo que: nós, no momento, não temos outra pretensão que não a de informar sobre a existência do problema e sobre a existência das duas antagônicas teorias que tentam, cada uma a seu modo, solucionar o problema. E cremos que isto justifica nossa falta de profundidade ao tratar do tema. 
4.3. Sujeito Passivo dos Delitos
	Este pode ser definido como sendo o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão, ou seja, a vítima. 
A propósito: via de regra, cita-se a existência de duas espécies de sujeito passivo, quais sejam: 
Sujeito Passivo Constante, Geral, Genérico ou Formal: este será sempre o Estado, uma vez que ele é o titular do mandamento proibitivo que não foi observado pelo criminoso. Sobre este particular aspecto, cumpre atentar par aos elucidativos ensinamentos do Profº. Magalhães Noronha, que podem assim serem transcritos 
“O Estado é sempre sujeito passivo, em sentido genérico, já que todo crime perturba as condições de harmonia e estabilidade sociais, necessárias à consecução do bem comum, que é a sua finalidade.”
( Grifo Nosso) 
Sujeito Passivo Eventual, Particular, Acidental ou Material: este será o titular do bem jurídico protegido pela norma violada. 
Saiba que: nada impede que o Estado seja, ao mesmo tempo, sujeito passivo constante e eventual, como nos casos de crimes contra a ordem financeira, por exemplo, onde o Estado, além de ser titular do mandamento proibitivo violado é titular exclusivo do bem jurídico tutelado por tal mandamento. 
A propósito: no que se refere à possibilidade das pessoas jurídicas serem sujeito passivo dos delitos, há de se transcrever os elucidativos ensinamentos do Profº. Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo�, que aliás, foi meu professor de Direito Penal na Graduação, e é um dos grandes responsáveis pela minha afinidade com a matéria: 
“ Ao contrário da discussão estabelecida sobre a possibilidade ou não da pessoa jurídica ser sujeito ativo de crime, é pacífico o entendimento de que a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de alguns delitos. É claro que a pessoa jurídica não poderá ser vítima de homicídio, mas poderá ser vítima, por exemplo, de alguns delitos patrimoniais ou mesmo de crimes contra a honra, excetuando-se a calúnia�.”
( Grifo Nosso) 
Saiba que: no que toca ao sujeito passivo dos delitos, cumpre ainda fazer, de forma sucinta, algumas observações por demais pertinentes: 
O incapaz ( menor de 18 anos ou débil mental, por exemplo) poderá, indubitavelmente, ser sujeito passivo dos delitos, posto que, como bem leciona Damásio Evangelista de Jesus, ele é titular de direitos como a vida, a integridade física, etc...
Pare e pense: o menor em idade escolar, por exemplo, poderá ser sujeito passivo do crime de abandono intelectual, previsto pelo artigo246 do Código Penal, bem como, aliás, poderá ser sujeito passivo de vários outros crimes. Vejamos o que preceitua o citado dispositivo legal: 
Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: 
Pena – detenção, de 15 ( quinze)dias a 1 ( um ) mês ou multa. 
homem morto não pode ser sujeito passivo de delito, mas apenas seu objeto material�. 
Isto porque: com a morte, o homem não é mais titular de direitos. 
Entretanto: geralmente esta afirmação é questionada quando se faz uma leitura de artigos como o 138, § 2º e 211 e 212 do Código Penal, que podem assim serem transcritos:: 
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena – detenção de 6 ( seis ) meses a 2 ( dois ) anos, e multa
( ... ) 
§ 2º. É punível a calúnia contra os mortos.
( Grifo Nosso) 
Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: 
Pena – reclusão, de 1 ( um ) a 3 ( três ) anos e multa. 
Art. 212. Vilipendiar� cadáver ou suas cinzas: 
Pena – detenção de 1 ( um ) a 3 ( três ) anos e multa. 
Preste muita atenção: no caso do artigo 138, § 2º, o sujeito passivo do delito são os familiares do morto, uma vez que com relação à estes é que o ultraje ao falecido surtirá efeitos. 
Continue prestando atenção: no caso dos artigos 211 e 212, tal como ensina-nos o Profº. Damásio Evangelista de Jesus, o sujeito passivo é a coletividade, e em particular a família do falecido, sendo que, sobre este particular aspecto, temos por oportuno que se atente para as elucidativas lições do Profº. Fernando Capez, que podem assim serem transcritas: 
“Depois da morte, o homem não pode mais ser sujeito passivo, e os crimes contra a sua memória e o sentimento de respeito aos mortos têm como sujeitos passivos a sua família e a sociedade.”
( Grifo Nosso) 
Os animais e coisas inanimadas não podem sujeito passivo de delitos, uma vez que, quando muito, podem ser objetos materiais do delito, ou seja, o objeto sobre o qual recai a conduta. 
Saiba que: No caso de lesão a coisas ou animais, sujeitos passivos são seus respectivos proprietários ou a coletividade. 
O homem não pode ser sujeito ativo e passivo ao mesmo tempo, ou seja, o homem nunca poderá cometer um crime contra si mesmo.
Isto Porque: de acordo com a melhor doutrina, as condutas ofensivas contra a própria pessoa quandosão definidas como crime, lesam interesses jurídicos de outros. 
A propósito: Alguns dispositivos legais inseridos na Parte Especial do Código Penal podem gerar dúvidas acerca do tema, e, sendo assim, temos por bem transcrevermos alguns deles e fazer alguns comentários: 
Art. 171. Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena – reclusão de 1 ( um ) a 5 ( cinco ) anos e multa. 
( ... ) 
§ 2º . Nas mesmas penas incorre quem: 
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro. 
( Grifo Nosso) 
Perceba que: nos casos do dispositivo supra, mais especificamente, no caso do § 2º, inciso V, o sujeito não pratica o crime contra si mesmo, sendo apenas seu sujeito ativo, uma vez que o sujeito passivo é entidade seguradora contra quem se dirige a fraude. 
Em outros termos: a lesão é contra ele mesmo, mas o sujeito passivo do crime é a seguradora. 
A propósito: falemos um pouco, agora, do artigo 250 do Código Penal, que pode assim ser transcrito: 
Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de outrem. 
Pena – reclusão de 3 ( três ) a 6 ( seis ) anos e multa. 
Perceba que: nos casos de crime de incêndio, cujo dispositivo legal foi supra transcrito, nada impede que o sujeito ponha fogo na própria casa, entretanto, o que se estará pondo em risco é a incolumidade pública�, e portanto, o sujeito passivo deste delito será a coletividade. 
Por fim: falemos um pouco sobre o artigo 341 do Código Penal, que pode assim ser transcrito: 
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem. 
Pena – detenção de 3 ( três ) meses a 2 ( dois) anos ou multa. 
Perceba que: neste caso, o agente se “auto-acusa”, entretanto, o sujeito passivo da conduta é o Estado, é a administração da justiça, quem sofre prejuízos com o crime de “auto-acusação falsa” é o Poder Judiciário. 
5. Do Objeto do Delito 
	Para finalizar esta nossa aula, convém falarmos brevemente sobre as diferenças entre objeto material e objeto jurídico dos delitos. 
Sendo que: a questão tem importância considerável, e a diferenciação entre os dois conceitos não é meramente terminológica, como se verá. Cuidemos, então, de conceituar cada um desses vocábulos: 
Objeto Material dos Delitos: este pode, em apertada síntese, ser conceituado como sendo o a pessoa ou coisa sobre as quais recaem a conduta criminosa. 
Objeto Jurídico dos Delitos: este pode ser entendido como sendo o bem jurídico ou interesse que norma penal visa resguardar de violações. 
A propósito: para que se possa melhor compreender a diferença entre estas duas espécies de “objeto” dos crimes, transcreveremos alguns tipos penais incriminadores e faremos algumas observações: 
Homicídio
 
 Art. 121. Matar alguém.
Pena – reclusão de 6 ( seis ) a 20 ( vinte anos ) anos. 
Objeto Material: pessoa sobre a qual recair a conduta homicida. 
Objeto Jurídico: o bem jurídico “vida”. 
Furto
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. 
Pena – reclusão de 1 ( um ) a 4 ( quatro ) anos e multa. 
Objeto Material: coisa alheia que for furtada, coisa alheia móvel sobre a qual incide a subtração. 
Objeto Jurídico: o patrimônio da vítima. 
	
Saiba ainda que: acerca dos “Objetos dos Delitos”, convém fazer algumas observações complementares, quais sejam: 
Às vezes, o sujeito passivo coincide com o objeto material. No homicídio, por exemplo, o homem é titular do bem jurídico atingido com a conduta ( vida)e ao mesmo tempo, objeto material, uma vez que, sobre ele é que recairá a ação do homicida. O Profº. Aníbal Bruno, entretanto, adverte que mesmo nesses casos, não se devem se confundir as noções jurídicas do sujeito passivo e do objeto material do crime. 
Quando ausente ou absolutamente impróprio o objeto material do delito, se estará diante do instituto penal denominado crime impossível ou quase crime. Estes serão os casos, por exemplo, do sujeito que dispara projéteis de uma arma de fogo na direção de um homem que já está morto. 
Perceba que: o homem, que seria o objeto material do crime do desatento facínora, já não podia ser vítima de um homicídio, pois já se encontrava morto. Neste exemplo, ocorreu uma impropriedade absoluta do objeto material. 
A propósito: O instituto do crime impossível será estudado em aula posterior, entretanto, convém fazermos uma leitura do dispositivo legal que disciplina a matéria, qual seja, o artigo 17 do Código Penal. Vejamos o dispositivo
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
( Grifo Nosso) 
Preste muita atenção: certos crimes não possuem objeto material, como por exemplo o ato obsceno e o falso testemunho, que são previstos, respectivamente, nos artigos 233 e 342 do Código Penal. Vamos dar uma olhada nos citados tipos penais ? 
Ato Obsceno
Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
Pena – detenção de 3 ( três ) meses a 1 (um)ano ou multa. 
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade , como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo ou em juízo arbitral: 
Pena – reclusão de 1 ( um ) a 3 ( três ) anos e multa. 
Questão - Problema
	Convocou-se uma reunião, na qual estariam presentes você, o Gerente de Vendas da Empresa que você trabalha e um dos diretores de uma grande empresa que freqüentemente negocia com vocês, para serem discutidas políticas de negociação. Num dado momento da reunião, o mencionado diretor da “grande empresa” começa a reclamar dos problemas sérios que estão ocorrendo no seu ambiente de trabalho. Começa, o executivo, por assim expor tais problemas: 
- Nossa empresa tinha um funcionário que trabalhava na tesouraria, e que, segundo comentários, freqüentemente desviava recursos da firma para sua conta bancária particular. Quando um dos encarregados tomou conhecimento dos referidos comentários, procurou um advogado para oferecer, em nome da empresa, queixa-crime contra este funcionário. Entretanto, dois dias antes do advogado oferecer a queixa o referido funcionário faleceu, e o advogado, por não ter tomado conhecimento deste fato, ofereceu queixa mesmo assim. E para agravar a situação, um dos irmãos do falecido, que também trabalhava na empresa, conseguiu provar a inocência dele, e agora está processando a empresa pelo crime previsto no artigo 138, § 2º do Código Penal�, que pune a calúnia contra os mortos. 
	Após o desabafo, o gerente de vendas da empresa que você trabalha, para tranqüilizar o parceiro mercantil assim explana: 
- Ora, fique tranqüilo, se ele já morreu, não tem mais problema, pois a pessoa morta não pode mais vítima de nenhum crime. Sem contar que o irmão está processando a empresa. E pelo que me consta, as empresas nunca poderão cometer crimes. Apenas as pessoas físicas cometem crimes. 
	Depois de terminada a reunião, o diretor da empresa, que estava muito preocupado, pergunta para você se tudo que o gerente de vendas disse era verdade, pois ele não tinha sido convincente ao dizer que pessoas falecidas não poderiam mais ser vítimas de crimes e que pessoas jurídicas não cometem crimes. Qual a resposta que você daria ao referido parceiro da empresa que você trabalha ? 
Note que: os dois aspectos comentados pelo gerente de vendas de sua empresa foram: 
Morto não pode ser vítima de crimes
Empresa não pode cometer crimes
Quadro Sinóptico 
1. A expressão “delito” traduz a idéia de abandono dalei, desvio da lei. 
2. Entre nós vigora a divisão bipartida, que classifica as infrações penais em crimes e contravenções. ( vide artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Penal)
3. Em essência não há diferença entre crimes e contravenções. A diferença se encontra apenas na maior ou menor gravidade do fato. 
4. Crimes: descritos na parte geral do Código Penal ( que começa no artigo 121) e em algumas leis penais extravagantes. 
5. Contravenções: previstas por lei extravagante “própria”, qual seja, o Decreto-Lei nº 3688 / 41, também conhecido como Lei das Contravenções Penais. 
6. Crimes de menor potencial ofensivo: definidos pela lei 9099/95 ( art. 61) e pela lei 10.259/01 ( art. 2º, parágrafo único), que instituíram, respectivamente, os juizados especiais estaduais e os juizados especiais federais. 
7. Conceito formal de crime: crime é todo fato típico e antijurídico. 
8. Conceito material de crime: segundo o Profº. Fernando Capez, sob o aspecto material o crime pode ser conceituado como sendo “todo fato humano que propositada ( crimes dolosos) ou descuidadamente ( crimes culposos), lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social. 
9. Sujeitos do Delito: 
Sujeito ativo: aquele que pratica o fato descrito pelo tipo penal incriminador. 
Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão, ou seja, é a vítima. Vamos relembrar quais são as espécies de sujeito passivo: 
Sujeito Passivo Constante, Geral, Genérico ou Formal: este será sempre o Estado, uma vez que ele é o titular do mandamento proibitivo que não foi observado pelo criminoso. 
Sujeito Passivo Eventual, Particular, Acidental ou Material: este será o titular do bem jurídico protegido pela norma violada, e poderá ser o Estado ou o particular. 
Lembre-se que: nada impede que o Estado seja, ao mesmo tempo, sujeito passivo constante e eventual, como nos casos de crimes contra a ordem financeira, por exemplo, onde o Estado, além de ser titular do mandamento proibitivo violado é titular exclusivo do bem jurídico tutelado por tal mandamento.
Tenha em mente ainda que: o homem nunca poderá ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo dos delitos. Ou seja, o homem nunca poderá praticar um crime contra si mesmo. 
10. Da responsabilidade penal da pessoa jurídica: uma das maiores polêmicas existentes atualmente no Direito Penal gira em torno da possibilidade de se responsabilizar criminalmente as pessoas jurídicas, as “empresas”. Sobre este particular aspecto foram formuladas duas teorias, quais sejam: 
Teoria da Ficção: de acordo com esta teoria, é impossível responsabilizar criminalmente a pessoa jurídica, uma vez que a personalidade jurídica, segundo esta teoria, é uma criação legal, que não tem consciência ou vontade próprias. E assim, nunca se poderá, segundo esta teoria, dizer que a pessoa jurídica é imputável. 
Teoria da Realidade ou Organicista: esta teoria, segundo Damásio Evangelista de Jesus, vê, na pessoa jurídica um ser real, e reconhece na pessoa jurídica, uma vontade própria, que não deve ser confundida com as vontades somadas de seus integrantes. Assim, de acordo com esta teoria, a pessoa jurídica poderá, indiscutivelmente, cometer crimes.
11. Objeto material dos delitos: a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
12. Objeto Jurídico: bem ou interesse que a norma penal visa resguardar de violações.
� - Complementando: A doutrina italiana, por sua vez, usa a expressão reato para designar a idéia de “crime”
� - Decreto-lei nº 3.914 / 41
� - Conhecidos popularmente como “Juizados de Pequenas Causas”
� - Lei 6368 / 76
� - Sobre tipicidade e antijuridicidade, mais se estudará na próxima aula. 
� - No caso dos crimes dolosos
� - No caso dos crimes culposos
� - Capez, Fernando. Direito Penal – Parte Geral. Edições Paloma, São Paulo, 2000. 
� - Como se pode perceber, Manzini era adepto da teoria causalista, posto que para ele, mesmo dentro do conceito material de crime, se incluía a imputabilidade de uma pessoa, e imputabilidade e culpabilidade, como adiante se verá, são termos sinônimos. 
� - Sobre a “Conduta”, mais se estudará em uma aula posterior, quando cuidarmos dos elementos do fato típico.
� - Curso de Direito Civil Brasileiro – 1º Volume – Parte Geral. Saraiva, São Paulo. 
� - A simplificação do conceito se fez por questões didáticas, posto que o conceito de pessoa jurídica abarca aspectos técnicos que são, via de regra, melhor estudados em Direito Civil. 
� - Damásio Evangelista de Jesus. 
� - Direito Penal – Parte Geral – Apostila II
� - Isto porque a calúnia ( art. 138 do CP) consiste em imputar falsamente a outrém, fato tido como criminoso. E como ainda não é pacífico que a pessoa jurídica pode cometer crimes, igualmente não é pacífico que possa ser vítima de calúnia. Entretanto, nosso ilustre professor bem assinalava que com o reconhecimento da possibilidade da pessoa jurídica ser sujeito ativo de determinados delitos, é possível que venha a ser reconhecida a possibilidade se ser também vítima de calúnia.
� - No que toca ao tema “Objeto Material” do delito, ele será estudado logo adiante, ainda nesta aula. 
� - Tratar com desprezo, desrespeitar. 
� - Tal como sugere o “Título VIII” do Código Penal, onde tal delito está inserido. 
� - Lembra deste tipo penal ? Ele já foi usado como exemplo e transcrito na aula de hoje. 
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