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Farmacologia

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Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
Farmacologia 
Introdução 
 É a ciência que estuda a interação 
das substâncias químicas com o 
organismo e os efeitos resultantes 
de alterações funcionais e 
estruturais que promovem. 
Divide-se em 3 ramos: 
 Farmacocinética: 
manipulação de princípios 
ativos e preparação das 
formas farmacêuticas dos 
medicamentos. 
 Farmacodinâmica: estuda os 
efeitos, local de ação e os 
mecanismos de ação dos 
fármacos. 
 Farmacoterapia 
(farmacologia clínica): 
indicação de fármacos, 
quando e para que utilizar. 
 Farmacologia básica: estuda 
os conceitos básicos e 
comuns a todos os grupos de 
drogas, bem como as 
propriedades dos fármacos e 
sua interação com os 
sistemas biológicos. 
Farmacologia x terapêutica 
Terapêutica: estudo dos métodos e 
procedimentos para tratar doenças 
e a ciência de escolher as terapias 
adequadas às diversas doenças e 
individualidades de cada paciente. 
Pode ser feita com medicamentos 
(terapêutica medicamentosa) ou 
não. 
Conceitos importantes 
 Remédio: todo e qualquer 
tipo de cuidado utilizado para 
curar ou aliviar doenças, 
sintomas, desconfortos e 
mal-estar, podendo haver ou 
não o uso de substâncias 
químicas. 
Ex: Massagem e compressa. 
 Fármaco: substância química 
de estrutura conhecida capaz 
de promover no organismo 
ação preventiva, curativa, 
paliativa ou diagnóstica. 
Também chamado de 
princípio ativo. 
 Medicamento: produto 
tecnicamente elaborado 
contendo um ou mais 
fármacos (princípios ativos) 
juntamente com produtos 
inertes para tratar ou prevenir 
determinado problema de 
saúde. 
Especialidade farmacêutica → 
nome comercial. 
Ex: Tylenol 500mg. 
Genérico → nome do princípio ativo. 
Ex: Paracetamol 500mg. 
 Droga: qualquer substância 
química (conhecida ou não) 
que não seja componente 
alimentício ou da dieta, que 
promova alguma alteração no 
funcionamento do organismo 
com ou sem intenção 
benéfica. Engloba fármacos e 
agentes tóxicos. 
 Dose: quantidade de fármaco 
capaz de provocar alterações 
no organismo; depende da 
via de administração e 
farmacocinética do 
medicamento, o que vai 
determinar a 
biodisponibilidade do 
medicamento no local de 
ação. 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
 
 Posologia: estudo da 
quantidade de medicamento 
(dosagem) que o paciente 
deve tomar de cada vez e o 
intervalo entre uma e outra 
dose. 
Ex: Paracetamol 500mg – 12 
comprimidos. 
Tomar 1 comprimido a cada 8h 
durante 4 dias. 
Uso interno. 
 Forma farmacêutica: forma 
de apresentação do 
medicamento. 
Ex: Comprimidos, cápsulas, xaropes 
etc. 
Tratamento: intervenção x terapia 
medicamentosa 
Na odontologia a terapia 
medicamentosa é sempre 
complementar à intervenção clínica. 
 Permitir o atendimento 
odontológico: 
- Anestésicos locais. 
- Controle de ansiedade. 
 Complementar à intervenção 
clínica, no controle de sinais 
e sintomas indesejados. 
- Analgésicos, anti-inflamatórios e 
antibióticos. 
 Evitar disseminação de 
infecção e comprometimento 
sistêmico. 
 Conhecer os medicamentos 
que o paciente já faz uso. 
- Interações medicamentosas. 
- Efeitos na cavidade bucal. 
Medicamentos empregados na 
odontologia 
Antes do atendimento: 
 Analgesia preventiva: 
prevenção de dor e edema: 
corticoides. 
 Sedação: controle de 
ansiedade com 
benzodiazepínicos óxido 
nitroso. 
 Profilaxia antibiótica: 
prevenção de bacteremia: 
endocardite bacteriana. 
Durante o atendimento: 
 Controle da dor: com 
anestésicos locais. 
 Controle precoce da dor: com 
analgésicos e anti-
inflamatórios e corticoides. 
Após o atendimento: 
 Controle de dor: com 
analgésicos. 
 Controle de edema: com anti-
inflamatórios. 
 Tratamento de infecção: 
bacterianas e fúngicas. 
Locais x sistêmicas. 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS E 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
Escolha da terapia 
 Finalidade do uso: ação local 
ou sistêmica. 
 Via de administração: 
endovenosa, oral, tópica ou 
retal. 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
 Forma farmacêutica: 
comprimido, xarope, pomada. 
 “Estado final de apresentação dos 
princípios ativos farmacêuticos após 
uma ou mais operações 
farmacêuticas executadas com 
adição ou não de excipientes 
apropriados a fim de facilitar a sua 
utilização e obter o efeito 
terapêutico desejado, com 
características apropriadas a uma 
determinada via de administração.” 
 
 Estabilizantes/conservantes/ 
edulcorantes: componentes 
adicionados para melhorar a 
estabilidade e o sabor. 
 Veículo: parte líquida da 
fórmula em que serão 
dissolvidos o princípio ativo e 
os outros componentes da 
formulação. 
 Excipiente: componente 
sólido, que não terá ação 
nenhuma no corpo, mas será 
o responsável por dar volume 
e forma ao medicamento. 
Geralmente esse excipiente é 
o talco farmacêutico. 
Qual a importância de se ter 
formas farmacêuticas diferentes? 
 Facilitar a administração ou 
ingestão do medicamento. Precisão 
na dose, proteção da substância 
ativa contra as barreiras do corpo, 
ajudar o fármaco a chegar ao seu 
local de ação. Podem influenciar no 
tempo que o medicamento vai 
começar a agir no corpo, entre 
outros fatores. 
 
Sólidas 
I. Comprimido: necessita 
ser dissolvido no 
organismo e atingir a 
mucosa. O tamanho varia 
(quanto menor o 
comprimido, mais rápida a 
absorção). 
- Revestidos: recobertos por uma ou 
mais camadas de ceras, resinas, 
plastificantes. Impedem degradação 
no estômago, mascara sabor e 
odor, facilita deglutição, protege da 
luz. 
Obs: Não podem ser repartidos. 
- Sunlinguais: absorvidos pela 
mucosa bucal em casos de 
medicamentos que são destruídos 
pelos ácidos do estômago ou pouco 
absorvidos no intestino. 
- Efervescentes: desintegrados em 
água antes da administração, 
liberando gases pela dissolução de 
sais, facilitando sua dissolução. 
- Mastigáveis: facilita a sua 
desintegração, devendo ser 
engolidos para finalizar sua 
dissolução e absorção do TGI. 
Adição de edulcorantes e 
adoçantes. 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
II. Drágeas: possui uma 
película externa que 
protege o princípio ativo 
contra o ácido clorídrico; o 
princípio ativo só é 
liberado nos intestinos 
(absorção mais lenta). 
III. Cápsulas: revestida de 
um material gelatinoso 
para proteger o princípio 
ativo do ácido clorídrico. 
IV. Granulados: forma 
farmacêutica sólida 
constituída de um 
aglomerado de um ou 
mais princípios ativos 
associados com 
excipientes na forma de 
pó liofilizado, grãos ou 
fragmentos cilíndricos. 
Usado em substâncias 
que não são estáveis em 
água, devendo ser 
preparado imediatamente 
antes da adm. 
V. Supositórios: possui 
formato cônico ou ogival 
para aplicação retal que 
dissolvem-se na 
temperatura corporal. 
Utilizado para crianças e 
pacientes que não podem 
deglutir, no caso de 
vômitos, medicamentos 
que degradam-se no 
estômago e que teria 
gosto desagradável. 
Semissólidas 
I. Pomadas: Formas 
farmacêuticas de base 
oleosa (parafina líquida, 
vaselina) aplicadas sobre a 
pele ou mucosas que 
amolecem ou derretem à 
temperatura corpórea. 
II. Pastas: preparação 
semelhante à pomada, 
contendo grande parte de 
partículas sólidas (30 a 50%), 
dando um efeito secante. 
Utilizado especificamente na 
pele e mucosas, formando 
uma barreira protetora em 
pequenas áreas. 
III. Cremes: formas 
farmacêuticas semissólidas 
com emulsões (água/óleo) 
com agente emulgente 
(estabilidade) aplicadas 
sobre a pele e mucosas. 
Utilizado na dermatologia 
(áreas extensas), 
ginecologia. 
IV. Géis: forma farmacêutica em 
que uma fase líquida fica 
retida em um polímero 
geleificante (gelatina e 
ágares). 
Líquidas 
I. Emulsões: composição 
heterogênea de dois 
líquidos imiscíveis (como 
água e óleo), 
evidenciando gotículasesféricas dispersas no 
líquido. É necessário 
agitar antes de usar. 
II. Suspensões: líquidas ou 
viscosas constituída por 
uma dispersão grosseira 
de partículas sólidas 
insolúveis em um líquido, 
ficando partículas 
suspensas. É necessário 
agitar antes de usar. 
III. Soluções: Misturas de 
caráter homogêneo em 
que o solvente é capaz de 
dissolver o soluto, 
formando uma 
preparação com uma 
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única fase e de aspecto 
límpido. 
- Administradas por via oral. 
- Administradas localmente 
em cavidades. 
- Soluções injetáveis (vias 
parentais). 
Vias de administração 
Via enteral 
 Via na qual os fármacos passam 
pelo TGI antes de serem 
absorvidos. 
 Metabolismo de primeira 
passagem no fígado → 
degradação do fármaco → 
diminui a biodisponibilidade 
(quantidade do fármaco que 
chega no fígado). 
 Há o risco de hepatite 
medicamentosa. 
I. Oral – Dissolução dos 
excipientes, coeficiente de 
ionização ácido/básico do 
fármaco (forma não 
ionizada é melhor 
absorvida), metabolização 
no fígado. 
II. Sublingual – Via de 
absorção rápida devido a 
mucosa ser fina e possuir 
maior suprimento 
sanguíneo. É a 2º via de 
administração com efeito 
mais rápido. É necessário 
que o medicamento seja 
absorvido embaixo da 
língua. 
Vias parentais injetáveis 
I. Via intramuscular – Tem 
efeito intermediário entre 
a via oral e a sublingual. É 
escolhida por condições 
dos pacientes e 
medicamentos 
específicos. 
Administração de 
soluções aquosas e 
oleosas. 
II. Intravenosa – Via de 
efeito imediato. É a via 
mais perigosa, pois 
mesmo com o uso de 
antídotos é mais difícil de 
reverter o efeito. Única via 
na qual não há absorção 
já que o fármaco cai 
diretamente para a 
corrente sanguínea e 
devido a isso terá 100% 
de biodisponibilidade. 
Administração de 
soluções aquosas. 
III. Subcutânea – Via muito 
pouca utilizada. Usada, 
geralmente, quando se 
quer um período de ação 
maior. É uma via 
alternativa. Possui 
absorção mais lenta. 
Insulina de liberação 
lenta. 
Vias parentais não injetáveis 
I. Via respiratória/inalatória. 
Via tópica 
A administração é local e 
superficialmente, não atingem a 
circulação. 
I. Cutânea – Possui 
absorção pouco 
significativa. 
II. Superfície de mucosas 
(boca/vaginal). 
III. Aplicação em 
pelos/cabelos. 
IV. Bochechos. 
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 São administrados na forma de 
líquidos, cremes, pasta e pomada. 
Vias de uso interno 
 Oral. 
 Sublingual. 
 Retal. 
Vias de uso externo 
Parentais injetáveis: 
 Intravenosa. 
 Intramuscular. 
 Subcutânea. 
 Intradérmica. 
Parentais não injetáveis e tópicos: 
 Inalação/respiratória. 
 Endodôntica/intracanal. 
 Tópica – pele, mucosa, 
ocular, bochecho etc. 
FARMACOCINÉTICA 
Trajeto do fármaco no organismo e 
processos que as drogas passam 
nesse sistema como absorção, 
distribuição, metabolismo e 
eliminação. 
 
 
Absorção → distribuição → 
metabolismo → excreção. 
Absorção 
 Passagem do fármaco para a 
circulação sanguínea. 
 
I. Via de administração – via 
endovenosa (não 
necessita de absorção), 
via sublingual (absorção 
mais rápida do que via 
oral) e via tópica 
(dificuldade de absorção 
pela pele). 
II. Lipossolubilidade – 
quanto mais lipossolúvel o 
fármaco, mais fácil é a 
absorção. Fármacos 
lipofílicos são melhor 
absorvidos pois interagem 
com a membrana das 
células (bicamada 
lipídica). 
III. Ph do meio e grau de 
ionização da molécula da 
fármaco – o pH varia se a 
porção é ionizada 
(hidrossolúvel ou não 
ionizada (lipossolúvel. A 
maioria dos fármacos 
possui um ácido ou base 
fraca, e podem ser 
encontrados de forma 
polar e apolar 
dependendo do pKa. 
Quanto maior a 
concentração não 
ionizada (lipossolúvel), 
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mais fácil será a 
absorção. 
 - pH = pKa à 50% ionizado e 
50% não ionizado. 
 
 
IV. Superfície de absorção. 
V. Glicoproteína P. 
Fatores que influenciam na 
absorção 
 Moléculas lipofílicas: difusão 
simples ou facilitada 
 
 
 
 
 Moléculas hidrofílicas: 
transporte ativo. 
 
 Superfície de absorção: 
espessura/queratinização 
(maior absorção via 
sublingual, intestino, menor 
absorção em pele), área de 
contato (intestino – 
vilosidades) e maior 
vascularização (quanto mais 
irrigado o local, maior será a 
distribuição do fármaco 
nesse tecido). 
 Glicoproteína P: bombeia o 
fármaco para fora da célula 
(intestino hepatócitos, ductos 
pancreáticos e biliares, 
epitélio dos túbulos renais 
próximos). 
 
Biodisponibilidade 
 Fração do fármaco absorvido que 
atinge circulação sistêmica na forma 
inalterada após aplicação em 
alguma via de administração. 
 Varia de acordo com: 
I. A via de administração e 
velocidade de absorção. 
II. Solubilidade do fármaco. 
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III. Instabilidade química 
(insulina no estômago → 
degradação). 
500mg via oral → absorvido 250mg 
(biodisponibilidade de 50%) 
500mg via endovenosa → 
“absorvido” 500mg 
(biodisponibilidade de 100%). 
A concentração plasmática varia 
com o tempo: 
 
Concentração plasmática X via de 
administração: 
 
 
Distribuição 
 Passagem do fármaco do 
compartimento intravascular 
(plasmático) para o extravascular 
(tecidos). Transporte via sangue ou 
linfa. 
Fatores que influenciam na 
distribuição 
 Vascularização e perfusão 
sanguínea do tecido – quanto 
mais irrigado o local, maior 
será a distribuição do 
fármaco nesse tecido. 
I. Distribuição rápida 
onde tem alto fluxo 
sanguíneo (fígado, 
baço, pulmões, rins e 
cérebro). 
II. Distribuição lenta onde 
tem baixo fluxo (pele, 
tecido adiposo e 
esquelético). 
III. Antibióticos + anti-
inflamatórios. Anti-
inflamatórios 
diminuem a 
permeabilidade e 
calibre vascular → 
diminui a chegada do 
fármaco no local. 
 
 Ligação a proteínas 
plasmáticas – quanto maior, 
mais demora a absorção e 
maior é o tempo de duração 
dos fármacos no organismo. 
Normalmente se ligam a 
albumina, que possui dois 
sítios de ligação: baixo grau 
(40%) e alto grau (70%). 
I. A fração do fármaco 
ligada às proteínas 
plasmáticas não 
apresenta ação 
farmacológica, porém 
é uma ligação 
reversível. 
II. Alta afinidade por 
proteínas plasmáticas: 
atrapalha distribuição 
para os tecidos → 
fármaco fica 
aprisionado no sangue 
→ eliminação mais 
rápida. 
III. Baixa afinidade por 
proteínas 
plasmáticas/baixa 
quantidade de 
proteínas plasmáticas: 
mais fármaco livre 
para ser distribuído 
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→eliminação mais 
lenta → atuação por 
mais tempo. 
IV. Competição por 
ligação com proteínas 
plasmáticas: quanto 
maior a ligação à 
proteínas plasmáticas 
maior a segurança do 
medicamento. Quando 
absorvida: alta taxa 
de ligação proteica → 
rápida metabolização 
e eliminação → menor 
toxicidade. 
Cuidado: Em dose terapêuticas a 
ligação plasmática é constante. Em 
doses altas a ligação plasmática é 
um processo saturável → mais 
fármaco livre → efeitos adversos. 
 Conteúdo lipídico do tecido. 
I. Fármaco lipofílico: 
chegam a todos os 
compartimentos e se 
acumulam no tecido 
adiposo. 
II. Fármaco não lipofílico 
(polar): dificuldade de 
atravessar parede dos 
capilares → confinado no 
plasma ou líquido 
intersticial. 
 Volume de distribuição – é o 
volume de líquido que seria 
necessário para conter todo o 
fármaco presente no corpo 
na mesma concentração 
dosada no plasma. É 
diretamente proporcional a 
concentração de fármaco no 
sangue. Os principais 
compartimentos de fármacos 
são o plasma, líquido 
intracelular, líquido 
transcelular e gordura. Então 
quanto maior a solubilidade 
de um fármaco maior será o 
seu volume de distribuição. 
I. Fármaco concentrado no 
sangue (alta ligação de 
proteínas plasmáticas) → 
menor volume→ 
eliminação mais rápida. 
II. Fármaco disperso nos 
tecidos (lipossolúveis) → 
maior volume de 
distribuição → eliminação 
mais lenta. 
 Barreiras fisiológicas – 
impedem a chegada do 
fármaco. As moléculas 
lipossolúveis são facilmente 
distribuídas, já as 
hidrossolúveis passam pela 
barreira se forem de baixo 
peso molecular ou se forem 
auxiliadas por proteínas. 
Farmacopexia 
 Afinidade da droga por tecidos 
específicos. 
 Acúmulo de fármacos nos tecidos 
em concentrações mais altas do 
que nos líquidos extracelulares e no 
sangue como, por exemplo, 
anestésicos locais que se 
acumulam nos tecidos adiposos. É 
causado devido à alta ligação 
tecidual e a maior solubilidade das 
moléculas. 
 Associação estável entre 
drogas e elementos 
teciduais → 
armazenamento. 
Tecido adiposo → 70% dos 
barbitúricos tiopental após 3 h da 
administração. 
Ossos e dentes → tetraciclina, 
chumbo e rádio. 
Volume de distribuição x efeitos 
adversos 
 Varfarina: anticoagulante oral. 
Maior parte ligada a proteínas 
plasmáticas (partículas 
maiores) e menor parte nos 
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tecido. Possui baixo volume 
de distribuição. 
 Cloroquina: antimalárico. 
Menor fração ligada às 
proteínas plasmáticas e maior 
parte acumula-se nos tecidos 
– retina (lipossolúvel e 
partículas menores). Possui 
alto volume de distribuição. 
Distribuição em compartimento 
especiais 
 Barreira hematoencefálica – 
seleciona a chegada ao SNC. 
Possui membrana lipídica 
espessa. 
I. Ausência de fenestrações. 
II. Presença de tight 
junctions nos capilares 
cerebrais. 
III. Dificulta a passagem de 
substâncias 
hidrossolúveis, ionizadas 
e polares. 
IV. Medicamentos para o 
SNC (muito lipofílicos). 
Glicose, aminoácidos, aminas, 
purina e ácidos orgânicos → 
transporte ativo. 
 Placenta – seleciona a 
chegada ao feto. A placenta é 
um órgão efêmero materno-
fetal, constituído por um 
complexo sistema de 
membranas que englobam e 
protegem o feto, permitindo a 
transferência restrita de 
metabólitos e drogas (difusão 
passiva). A maioria dos 
fármacos de uso rotineiro na 
odontologia tem facilidade em 
atravessar a barreira 
placentária, devido ao baixo 
peso molecular e alta 
Lipossolubilidade. 
 Saliva – passagem de 
fármacos livres do plasma. 
Drogas lipossolúveis e de 
pequeno tamanho. 
Medicação não invasiva da 
concentração plasmática livre 
de drogas. 
Fármaco livre no sangue → saliva. 
Metabolismo 
 Conjunto de reações enzimáticas 
que degradam e inativam o fármaco 
(biotransformação) preparando-o 
para sua eliminação. 
Órgãos envolvidos: 
 Fígado. 
 Mucosa intestinal. 
 Pulmões. 
 Pele. 
 Placenta. 
 Plasma sanguíneo. 
 É um processo bifásico, ou seja, 
ocorre em duas fases. 
Fármaco → reações de fase I 
(reação de funcionalização) → 
metabólito intermediário → reações 
de fase II (reação de conjunção) → 
metabólito final (conjugado 
hidrossolúvel) → excreção. 
I. Reações de fase I 
(funcionalização). 
- Reações como oxidação, hidrólise 
e redução. 
- Enzimas oxidases de função mista 
produzidas no fígado (enzimas 
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microssomais hepáticas) 
metabolizam muitos fármacos, 
realizando a oxidação e gerando 
metabólitos intermediários. 
II. Reações de fase II 
(conjugação). 
- O fármaco se liga a um agente 
conjugado, como por exemplo o 
ácido hialurônico (glicuronil 
transferase), ácido acético (acetil 
transferase), sulfato 
(sulfotransferase) e glutationa 
(glutationa transferase). 
- O ácido glicurônico é o mais 
importante, pois é o mais abundante. 
- A glicotationa também é 
importante, pois inativa os 
metabólitos tóxicos. 
 Microbiota do intestino: beta-
glicorunidase → quebra do ácido 
glicurônico → reabsorção do 
fármaco (anticoncepcionais). 
 Na odontologia os medicamentos 
empregados podem induzir ou inibir 
as enzimas CYP450: 
I. Aumentar a eliminação de 
outros fármacos → perda 
do efeito terapêutico. 
II. Diminuir a eliminação de 
outros fármacos → 
aumento da toxicidade. 
Hepatotoxicidade: Primeiros 
sintomas (24-72 horas): náuseas, 
vômitos, anorexia, dor abdominal, 
fraqueza e sonolência. 
Doses tóxicas: >7,5g ou 150mg/Kg 
→ insuficiência hepática. 
Ingesta crônica: >4g/dia. 
Risco maior: consumo em excesso 
de álcool (que também gera 
composto hepatotóxico). 
Tratamento: carvão ativado 
(estimula glutationa). 
 
 
Tempo de meia vida 
 
 Tempo gasto para que a 
concentração plasmática de um 
fármaco no organismo se reduz à 
metade. Auxilia na determinação do 
intervalo entre as doses de um 
medicamento. 
 Dependente da função 
excretora do rim (depuração). 
 *Insuficiência renal crônica a 
depuração está diminuída, assim a 
concentração do fármaco 
permanece elevada por mais tempo, 
e o tempo de meia vida é maior → 
toxicidade. 
 
Metabolismo de primeira 
passagem 
 
 Medicamentos administrados por 
via oral. Diminui a 
biocompatibilidade do fármaco na 
circulação sistêmica. 
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Cinética de metabolismo 
 
 Cinética de primeira ordem – 
velocidade de 
biotransformação é 
exponencial seguindo uma 
fração constante (50%). 
Eliminação diretamente 
proporcional à concentração 
plasmática do fármaco. A 
vantagem é a eliminação 
rápida de dosagens 
elevadas. 
 
 Cinética de ordem zero ou de 
saturação – eliminação no 
padrão linear, em que o 
fármaco é removido a uma 
quantidade fixa (saturação da 
capacidade das enzimas e 
moléculas). A velocidade de 
queda da concentração 
plasmática do fármaco não 
depende da dose. 
Ex: etanol, anticonvulsionantes 
(fenitoína), salicilatos. 
 
 
Excreção 
 
 Eliminação ou passagem do 
fármaco da circulação sanguínea 
para o meio externo na sua forma 
hidrossolúvel (urina). Pode ocorrer a 
sua reabsorção. 
Órgãos envolvidos: 
 Intestino → bile e fezes. 
 Rim → urina. 
 Pulmões. 
 Líquidos corporais (suor, 
saliva, lágrima) → quantidade 
desprezível. 
 Clearance (CL) ou depuração: 
quantidade de fármaco que é 
depurada do organismo por unidade 
de tempo. 
Depende de função excretora do 
rim (depuração) 
 Insuficiência renal crônica 
diminui a depuração. 
 Idosos. 
 Concentração do fármaco 
permanece elevada por mais tempo 
→ efeitos terapêuticos mais 
prolongados → tempo da meia vida 
é maior → toxicidade. 
Etapas da excreção de 
medicamentos: 
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I. Filtração glomerular 
(peneira) – não depende 
do pH e Lipossolubilidade. 
Passagem apenas do 
fármaco livre e partículas 
pequenas. 
II. Secreção tubular proximal 
– fármacos grandes ou 
associados com proteínas 
plasmáticas. Baixa 
especificidade. 
Competição por 
transportadores → 
dificulta eliminação de 
algum fármaco. 
III. Reabsorção tubular distal 
– Reabsorção passiva de 
fármaco não ionizado, 
lipossolúvel. Alcalinização 
da urina com 
bicarbonatos ioniza o 
fenobarbital (ácido fraco) 
facilitando sua excreção 
renal. Acidificação da 
urina aumenta a 
eliminação renal de 
fármacos básicos. 
 
 
Síntese integradora 
 Absorção: 
I. Via de administração. 
II. Lipossolubilidade. 
III. Ph do meio e ionização 
do fármaco. 
IV. Superfície de absorção. 
V. Glicoproteína P. 
 Distribuição 
I. Vascularização do tecido. 
II. Ligação a proteínas 
plasmáticas. 
III. Conteúdo lipídico do 
tecido. 
IV. Volume de distribuição. 
V. Compartimentos 
especiais. 
 Metabolismo 
I. Fase I: oxidação, 
redução, hidrólise. 
II. Enzimas CYP450. 
III. Fase II: conjugação. 
IV. Tomar o fármaco 
hidrofílico. 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
V. Metabolismo de primeira 
passagem. 
VI. Fármacos podem alterar a 
CYP450. 
 Excreção 
I. Filtração glomerular. 
II. Secreção tubular 
proximal. 
III. Reabsorção tubular distal. 
Análise do perfil farmacocinético 
 Administra-se o fármaco uma vez, 
colhe-se o sangue periodicamente e 
analisa-se a curva. 
 CMT → concentração 
máxima tolerada (é o máximo 
que pode seradministrado 
para não ser tóxico). 
 NPE → nível plasmático 
efetivo (concentração mínima 
para que ocorra o efeito). 
 Janela terapêutica → está 
entre o CMT e NPE. Todos 
os processos acontecem 
simultaneamente, quando a 
curva aumenta, algum 
processo farmacocinético 
acontece devido a absorção. 
Em relação entre a absorção 
e outros processos, a 
quantidade de absorção é 
próxima da quantidade que 
está saindo e, após isso, o 
predomínio é da excreção. O 
ideal é que a concentração 
doas fármacos esteja entre o 
CMT e NPE, ou seja, na 
janela terapêutica. Quanto 
maior é a janela terapêutica, 
maior é a margem de 
segurança. 
 
FARMACODINÂMICA 
 Mecanismos de atuação dos 
fármacos no organismo, o qual 
ocorre geralmente pelo bloqueio ou 
estímulo de uma via promovendo 
um efeito celular e clínico benéfico. 
Interação dos medicamentos com 
seu “alvo”. 
→ Uso racional e seguro de 
medicamentos. 
Integração do fármaco com o 
organismo 
Alvo dos fármacos: ligação em 
receptores 
 
Obd: nem todos os fármacos atuam 
em receptores. 
 
 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
Potência e eficácia dos fármacos 
 Potência – relação da dose 
necessária para ter o efeito 
esperado. Quanto menos 
fármaco for necessário para 
produzir efeito mais potente 
ele é. 
 Eficácia – Tamanho da 
resposta quando o fármaco 
interage com o receptor. 
Depende da quantidade de 
receptores ligados ou 
ocupados. 
Eficácia máxima: quando todos os 
receptores estão ocupados pelo 
fármaco. Não adianta aumentar a 
concentração do fármaco. 
 
Tipos de efeitos dos fármacos 
Efeitos decorrentes da dose e 
seletividade dos fármacos 
 Efeitos terapêuticos: efeito 
desejado com o uso do 
fármaco para diagnosticas, 
prevenis ou tratar uma 
condição ou doença. 
 Efeitos colaterais: efeitos 
simultâneos aos efeitos 
principais, podendo ser 
benéficos ou limitar o uso dos 
fármaco. 
Ex: sonolência com anti-histamínico, 
amnésia anterógrada com 
benzodiazepínicos. 
 Efeitos adversos: efeito 
prejudicial ou indesejável 
após o uso do fármaco. 
Podem ser graves levando à 
óbito, prolongamento de 
hospitalização. 
 Efeitos teratogênicos: 
reações adversa grave sobre 
o feto promovendo alterações 
morfológicas, funcionais 
quando administrado durante 
a organogênese (entre a 2º e 
a 10º semana de gestação). 
 Superdosagem: 
administração de doses 
anormalmente elevadas de 
um fármaco (superdosagem 
absoluta) ou uma dose 
adequada porém 
administrada em grande 
velocidade por via 
endovenosa (superdosagem 
relativa). Ex: aplicação 
intravascular de anestésicos 
locais. 
Efeitos dependentes do 
organismo 
 Hipersensibilidade: reações 
imunológicas conhecidas 
como alergia. Sinais e 
sintomas: Urticária, coriza, 
erupções cutâneas, 
vermelhidão, edema e reação 
anafilática. 
I. Primeiro contato: 
sensibilização. 
II. Segundo contato: reação 
alérgica ou anafilática 
(histamina, leucotrienos). 
 Idiossincrasia: efeitos 
diferentes do esperado por 
motivos desconhecidos, 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
podendo estar relacionado a 
fatores genéticos. 
 Efeito paradoxal: efeito 
contrário do esperado após a 
administração de um 
fármaco. Ex: intensa agitação 
após uso de 
benzodiazepínicos (dizepam) 
em crianças e idosos. 
Segurança no uso de fármacos 
 Dose terapêutica ou dose 
eficaz: é a dose necessária 
para causar um determinado 
efeito terapêutico na maioria 
dos indivíduos. 
 
 Índice terapêutico: distância 
entre a dose 
terapêutica/eficaz e a dose 
que produz efeitos adversos. 
Medida indireta da toxicidade 
e segurança do fármaco. 
Define a margem de 
segurança do medicamento. 
Índice terapêutico = DL50/DE5 
 
 
Tipos de receptores 
 Receptores ionotrópicos – 
canais iônicos dependentes 
de ligantes. Regulam os 
poros por onde fluem os íons. 
Alteração no potencial de 
membrana. Efeito rápido por 
milissegundos (S. N. 
Parassimpático). 
 
 Receptores metabotrópicos 
I. Receptores acoplados à 
proteína G – ligante ativa 
moléculas efetoras que 
gera, 2ºs mensageiros 
para modificar as 
atividades da células. A 
ação dura de vários 
segundos a minutos. 
 
II. Receptores ligados a 
enzimas – o ligante 
promove alteração 
metabólica da célula. 
Ação dura de minutos a 
horas. Ex: receptor de 
insulina. 
 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
 Receptores intracelulares – 
presente no citoplasma e no 
núcleo da célula alvo. Ligante 
precisa difundir-se para 
dentro da célula. O fármaco 
deve ser lipossolúvel. Possui 
tempo de ativação de horas 
ou dias. Ex: hormônios 
esteroidais. 
 
Formas de interação com o receptor 
 Estimula a transdução de sinal. 
Fármaco + receptor = transdução de 
sinal → resposta celular. 
Fármacos agonistas → sinais para a 
célula. 
Receptores → detectores de sinais. 
↓ 
Segundos mensageiros ou 
moléculas efetores. 
↓ 
Cascata de eventos que ativa uma 
resposta celular. 
 
 Fármacos agonistas – ativam 
o receptor → R*. 
I. Agonistas totais: resposta 
biológica máxima. Estabiliza 
o receptor em R*. 
II. Agonistas parciais: resposta 
menos intensa (menor 
eficácia) mesmo ocupando 
todos os receptores. Podem 
atuar como antagonistas do 
agonista total. 
III. Agonistas inversos: estabiliza 
o receptor na forma R 
(inativa). Receptores inativos 
em maior número que os 
receptores ativos. 
 Fármacos antagonistas. 
I. Antagonistas competitivos: 
competem e impedem a 
ligação do agonista no 
receptor. Agonista e 
antagonista se ligam de 
forma reversível ao receptor. 
Diminui a potência do 
agonista. Necessita de uma 
concentração maior de 
fármaco agonista para ter um 
mesmo efeito. Na ausência 
do agonista, o antagonista 
competitivo não tem efeito 
algum. 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
 
 
II. Antagonistas não-
competitivos: ligam-se 
fortemente ao local ativo do 
receptor, impedindo sua 
ativação. Menos receptores 
disponíveis para o agonista. 
Diminui a eficácia do 
agonista. O efeito não pode 
ser superado aumentando a 
concentração do agonista. 
 
 
 
 
III. Antagonistas alostéricos: 
ligam-se a outro local do 
mesmo receptor, não impede 
a ligação do agonista, mas 
impede sua ativação. Efeito 
contrário e diminui a eficácia 
do agonista. 
 
IV. Antagonistas funcionais: 
ligam-se a outro receptor, 
mas não impede a ligação do 
agonista no receptor. 
Promovem efeito antagônico. 
 
 
 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
Alterações no número de receptores 
Upregulation 
 Exposição repetida aos 
antagonistas. Gera 
sensibilização (aumento do 
número de receptores). A 
célula se torna mais sensível 
aos agonista e mais 
resistente aos antagonistas. 
Ex: resistência a medicamentos 
ansiolíticos (benzodiazepínicos). 
Downregulation 
 Os receptores são 
dessensibilizados 
(internalizados). É causado 
devido ao uso excessivo de 
agonistas. Diminui o número 
de receptores (diminui o 
efeito do agonista). Há a 
recuperação dos receptores 
refratários. 
 
NORMAS DE PRESCRIÇÃO DE 
MEDICAMENTOS 
Medicamentos → tratamento, 
controle ou cura da condição. 
Uso de medicamentos por períodos 
prolongados → efeitos adversos. 
 A maioria dos casos de manejo 
farmacológico é complementar ao 
manejo clínico. 
Analgésicos 
 De ação central (opioides) e de 
ação periférica. São indicados para 
controle da dor leve à severa. Os 
opioides são mais eficazes. 
Anti-inflamatórios 
 Esteroidais (corticoides) e não-
esteroidais. São indicados para 
controle dos sinais clínicos da 
inflamação, incluindo dor. 
Antimicrobianos 
 Antibióticos, antifúngicos, 
desinfetantes e antissépticos. Os 
desinfetantes diminuem a 
quantidade de microrganismos 
sobre uma superfície não viva. Já 
os antissépticos, diminuem a 
quantidade de microrganismos 
sobre uma superfície viva. Os 
antimicrobianos são indicados para 
a inativação, controle da 
proliferação ou eliminação de 
microrganismos. 
Ansiolíticos 
 Benzodiazepínicos (mais utilizadosna odontologia) ou barbitúricos. São 
indicados para o controle de 
problemas de sono, ansiedade e até 
crises convulsivas. 
Necessidade de uso de medicações 
na odontologia 
Antes do atendimento 
 Analgesia preventiva: 
prevenção de dor e de 
edema. É indicado o uso de 
corticoides. 
 Sedação: controle da 
ansiedade. É indicado o uso 
de benzodiazepínicos e óxido 
nitroso. Evitam que o 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
paciente fique ansiosa 
durante o atendimento. 
 Profilaxia antibiótica: 
prevenção de bacteremia → 
endocardite bacteriana. 
Durante o atendimento 
 Controle da dor: com 
anestésicos locais. 
 Controle precoce da dor: com 
analgésicos/anti-inflamatórios 
e corticoides. 
Após o atendimento 
 Controle da dor: com 
analgésicos. 
 Controle de edema: com anti-
inflamatórios. 
 Tratamento de infecção: 
bacterianas e fúngicas. 
Locais x sistêmicas. 
Notificação de receita tipo A – 
Amarela 
Lista de medicamentos A1, A2 e A3: 
entorpecentes. 
O cirurgião dentista pode 
prescrever: 
 Lista de medicamentos A2: 
tramadol, codeína 
(analgésicos opioides). 
 Indicações: dores moderadas 
a intensas no pós-operatório 
de cirurgias e para dor 
oncológica ou neuropática. 
Cuidado: causam dependência 
física e psíquica. 
Apenas 1 prescrição por receita! 
Analgésicos opioides: pode-se 
prescrever na receita de controle 
especial branca, duas vias, quando 
a dosagem desses medicamentos 
não ultrapassar 100mg por dose 
posológica. Se ultrapassar, a receita 
utilizada é a de notificação A, de cor 
amarela. 
Notificação de receita tipo B – Azul 
Lista de medicamentos B1 e B2: 
psicotrópicos. 
O cirurgião dentista pode 
prescrever: 
 Lista de medicamentos B1: 
benzodiazepínicos 
(diazepam, alprazolam, 
midazolam). 
 Indicações: sedação 
consciente, controle de 
ansiedade, miorelaxante. 
Apenas 1 prescrição por receita! 
Deve: 
 Acompanhar o receituário 
comum duas vias, uma para 
o paciente e outra de 
retenção. 
 Deve ter registro na 
prefeitura → alvará de 
funcionamento. 
 Uso em dose única na 
odontologia → manter o 
medicamento no consultório. 
Controle especial em duas vias 
(receituário comum). 
Lista de medicamentos C1: controle 
especial. Problemas de DTM. 
O cirurgião dentista pode 
prescrever: 
 Carbamazepina: 
I. Anticonvulsionante. 
II. Indicação: dor neuropática 
(neuralgia do trigêmeo), 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
disfunção da articulação 
temporomandibular. 
 Amitriptilina, imipramina, 
paroxetina e fluoxetina: 
I. Antidepressivo. 
II. Indicações: sedação 
consciente, controle de 
ansiedade, mio-relaxante. 
 Antimicrobianos: 
I. Antibióticos e antifúngicos. 
II. Uso terapêutico: infecções 
bacterianas e fúngicas locais 
e disseminadas 
sistemicamente. 
III. Uso profilático: prevenção de 
bacteremia, infecções e 
endocardite bacteriana. 
IV. Perfil de microrganismos: 
infecções mistas por 
microrganismos gram-
positivos e gram-negativos, 
aeróbios e anaeróbios. 
V. Uso a curto prazo: de 5 a 7 
dias. 
Uso indiscriminado → resistência 
bacteriana → retenção de receita. 
Registro no momento da dispensão: 
- Quantidade, data e número do 
lote. 
- RG, CPF, data de nascimento, 
endereço e assinatura do 
comprador. 
Validade das receitas 
 Prescrições gerais e de 
controle especial (portaria 
federal 344/98): 30 dias. 
 Antibióticos: 10 dias (RDC nº 
20/2011). 
 
Normas de prescrição 
 Nome do profissional. 
 Número do registro no 
conselho de classe. 
 Endereço do profissional. 
 Local e data. 
 Assinatura do profissional. 
 
Itens obrigatórios no receituário 
de instituição de ensino 
 Nome do responsável 
técnico. 
 Número do registro no 
conselho de classe. 
 Nome e endereço da 
instituição. 
 Nome da disciplina e do 
professor. 
 Local e data. 
Rafaela Lorena Boot – Odontologia UniCesumar 
 Assinatura do professor. 
 
Cabeçalho 
 Nome completo do paciente. 
 Endereço (não obrigatório). 
 Forma de uso do 
medicamento: uso 
interno/uso externo. 
 
 
Itens da prescrição 
 Princípio ativo ou 
especialidade farmacêutica. 
- Denominação comum brasileira 
(DCB). 
- Aprovação da anvisa. 
- No SUS é indicado prescrever o 
princípio ativo. 
 Concentração. 
 Quantidade a ser dispensada 
e forma farmacêutica. 
- Comprimidos, solução, orobase. 
 Posologia: como o paciente 
irá tomar. 
- Dose, intervalo entre doses e 
período. 
 Data. 
 Pode ter orientações gerais 
de cuidados. 
- Ingerir em jejum. 
- Realizar o bochecho 30 min após 
escovar os dentes.

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