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Farmacologia - introdução, vias de administração, farmacocinética e farmacodinâmica

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1ª PROVA 
 
INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA 03/03/20 
 
O que é farmacologia? 
 
É o estudo dos efeitos das substâncias químicas sobre a função dos sistemas biológicos. 
 
Se divide em: 
 
Farmacocinética → estuda os processos que ocorrem com as substâncias no organismo 
(absorção, distribuição, metabolismo, excreção). 
 
Farmacodinâmica → estuda os mecanismos de atuação das substâncias no nosso 
organismo (local de ação, mecanismo de ação, efeitos). 
 
Conceitos básicos em farmacologia 
 
● Fármaco: ​substância química de estrutura conhecida, que não seja um 
nutriente ou ingrediente essencial da dieta, o qual quando administrado a um 
organismo vivo, produz um efeito biológico (ex. Paracetamol) 
● Nome químico:​ diz respeito à constituição do fármaco (ex. N-(4- 
hidroxifenil)etanamida) 
● Medicamento:​ produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, 
com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico 
(Tylenol-comprimidos). 
 
Exemplo: 
Fármacos: paracetamol e pseudoefedrina 
Medicamento: tylenol sinus 
 
 
Cada comprimido contém 500 mg de paracetamol e 30 mg de cloridrato de pseudoefedrina. 
 
● Remédio: ​palavra usada pelo leigo como sinônimo de medicamento e especialidade 
farmacêutica 
● Forma Farmacêutica: ​forma de apresentação do medicamento, ex: comprimido, 
drágea, pílula, xarope, colírio, entre outros.... 
● Droga: ​palavra associada a substâncias que causam dependência, narcóticas ou 
que alteram a consciência 
● Posologia:​ como devem ser administradas as doses, ex: 4-4hs, 12-12hs 
● Pró-fármaco: ​substância química que precisa transformar-se no organismo a fim de 
tornar-se um fármaco ativo 
● Placebo: ​uma substância inativa administrada para satisfazer a necessidade 
psicológica do paciente 
● Reações Adversas:​ qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não intencional 
que ocorre com medicamentos para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença ou 
modificação de funções fisiológicas 
● Efeito Colateral:​ efeito diferente daquele considerado como principal por um 
fármaco. Esse termo deve ser distinguido de efeito adverso, pois um fármaco pode 
causar outros efeitos benéficos além do principal (ex. Aspirina infantil – usado como 
antiagregante plaquetário) 
● Dose:​ quantidade a ser administrada de uma vez a fim de produzir efeitos 
terapêuticos (500mg paracetamol) 
 
Explicando o gráfico……. 
 
 
 
Quando tomamos um medicamento, ele parte de um tempo e concentração zero, tem um 
pico de concentração e retorna a zero de novo, quando é totalmente eliminado do 
organismo. 
 
CEM para resposta adversa:​ concentração máxima segura 
CEM para a resposta desejada: ​concentração mínima efetiva 
 
O ideal é que o medicamento fique entre a concentração máxima segura e a concentração 
mínima efetiva, ou seja, fique dentro da sua janela terapêutica. 
 
Quanto mais seguro é o medicamento, maior é a sua janela terapêutica, ou seja, maior é a 
variação de dose que pode ser utilizada. 
 
DOSE TÓXICA: ​quando a concentração do medicamento passa da concentração máxima 
segura. 
DOSE SUBTERAPÊUTICA:​ quando a concentração do medicamento não ultrapassa a 
concentração mínima efetiva. 
 
❖ Crianças e idosos tem janela terapêutica menor, qualquer diferença de dose 
pode dar muito problema! 
 
Pesquisa e desenvolvimento de medicamentos 
 
Desenvolvimento de um medicamento: 
 
Características da doença → Características do fármaco e Via de administração → 
Desenvolvimento de forma farmacêutica adequada → Ensaios pré-clínicos → Ensaios 
Clínicos 
 
Fase 1: 
➢ Pequeno grupo de voluntários saudáveis (20-80); 
➢ Hospitais Universitários/Centros médicos credenciados; 
 
 OBJETIVOS: 
 
● Segurança → o fármaco produz efeitos potencialmente perigosos, por exemplo na 
função cardiovascular, respiratória, renal? 
● Tolerabilidade → o fármaco produz sintomas desagradáveis, por exemplo, cefaléia, 
náuseas, tonturas? 
● Propriedades farmacocinéticas → o fármaco é bem absorvido? Qual o período de 
tempo da concentração plasmática? Há evidências de acúmulo? 
 
Fase 2: 
➢ Pacientes (grupos pequenos) 
 
 OBJETIVOS: 
● Testar a eficácia nas situações clínicas; 
● Estabelecer as doses utilizadas na fase III. 
 
“Quando os ensaios clínicos de fase II se completam é que o grupo descobre se sua 
hipótese inicial foi ou não correta, a falta de eficácia é a razão mais comum para o 
insucesso.” 
 
Fase 3: 
 
● Randomizados e duplo cegos; 
● Multicêntricos com 1.000 – 3.000 pacientes; 
● Comparação do novo fármaco com os comumente utilizados; 
● Dispendiosos, difíceis de organizar e podem levar anos para se completar (doenças 
crônicas); 
● Análise farmacoeconômica; 
● Relatório → autoridade reguladora → aprovação → mercado. 
 
Fase 4: 
● Acompanhamento pós-comercialização; 
● Detectar quaisquer efeitos adversos raros e a longo prazo; 
● Podem limitar o uso do fármaco a grupos particulares ou até mesmo levar a retirada 
do mercado. 
 
Biodisponibilidade 
 
● Fração do fármaco administrado que atinge a circulação sistêmica 
● Biodisponibilidade = 1 quando 100% da dose administrada atinge a 
circulação sanguínea 
 
Ex: um fármaco administrado por via oral vai passar para intestino delgado e vai ser 
absorvido pelo sistema porta-hepático, vai pro fígado e posteriormente para a circulação 
sistêmica, e vai se distribuir por todo organismo. 
 
Suponhamos que entre 100% do fármaco no nosso corpo, no intestino vai ser perdido uma 
fração (100 - x), que se mistura ao bolo fecal, e aí vai menos que 100% para o fígado. No 
fígado ele sofre um quadro de metabolização e perde outra fração, ou seja, vai pra 
circulação menos do que entrou. 
 
Exemplo: Se administrarmos, por via oral, 5 mg de um medicamento e 1 mg alcançar 
a corrente sanguínea, a biodisponibilidade deste equivale à 20%. 
 
Biodisponibilidade oral incompleta - pode ser causada por falha de desintegração ou 
dissolução, falha de absorção, ataque químico, enzimático ou ação de bactérias e o 
metabolismo no intestino ou fígado. 
 
 
 
 
 
 
Bioequivalência 
 
Dois medicamentos são ditos bioequivalentes, quando ao serem administrados na mesma 
dose, eles sejam, para todas as intenções e propostas, equivalentes terapêuticos. 
 
A equivalência farmacêutica implica a mesma quantidade de uma mesma substância ativa, 
na mesma forma de dosagem, pela mesma via de administração e pelos mesmos padrões 
comparáveis. 
 
Lei dos genéricos 
 
Qual a diferença entre: 
1. Medicamento de Referência 
2. Medicamento Genérico 
3. Medicamento Similar 
 
Medicamento de referência: 
 
● São medicamentos inovadores, cuja eficácia, segurança e qualidade foram 
comprovadas cientificamente, por ocasião do registro junto ao Ministério 
da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
● Desenvolvimento de novos fármacos acarreta um alto custo para os laboratórios, os 
quais registram a patente desses produtos e passam a comercializá-los com 
exclusividade durante um determinado período. 
● Devido ao grande investimento realizado pelos laboratórios, esses medicamentos 
geralmente chegam até o consumidor com preços elevados e apresentam margem 
de lucro bruta para as farmácias de aproximadamente 20 a 28%total. 
 
Medicamento Genérico: 
 
● Após o término da patente, um medicamento de referência pode ter seu princípio 
ativo comercializado por outro laboratório. 
● Para a empresa garantir que seu produto é idêntico ao medicamento de referência, 
ela deve realizar alguns testes que comprovem que após a administração do 
medicamento, ele apresentará a quantidade absorvida e a velocidade de absorção 
(Teste de Bioequivalência e Biodisponibilidade) 
● O medicamento é considerado genérico e pode ser substituído pelo produto de 
referência. Para essa classe de medicamentos, a margem de lucro bruta para as 
farmácias é de aproximadamente 40 a 60%. 
 
Medicamento similar: 
 
● Também são produzidos após o término doprazo de exclusividade 
de comercialização do medicamento de referência. 
● Não passam por testes que garantam que a quantidade absorvida e 
o tempo de absorção são iguais ao do produto de referência. 
● Podem alterar os excipientes 
● Como esses produtos não passam por testes, o custo para a empresa produtora é 
relativamente baixo, o que permite que a farmácia trabalhe com margem de lucro 
bruta de 60 até 100%. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E FORMAS FARMACÊUTICAS 04/03 
 
Ações farmacológicas 
 
Ação sistêmica (via de administração enteral e parenteral):​ quando o fármaco vai atuar 
em todos os pontos do organismo, ele vai cair na circulação sistêmica, vai se distribuir 
através do organismo e vai atuar em todos os órgãos possíveis. A intenção nem sempre é 
que o fármaco tenha essa ação, só que para atingir certos órgãos é necessário. 
 
Ação local (via de administração tópica): ​ ação específica, em um único ponto. 
 
O que é via de administração? 
 
Estruturas orgânicas com as quais o fármaco entra em contato para sofrer 
absorção. Exceto para fármacos de ação local, este primeiro contato ocorre longe do efetor 
(tecido ou órgão que sedia o sítio de ação). 
 
Fatores que determinam a escolha da via de administração 
 
➔ Paciente: idade, conveniência da via, aquiescência (concordância, consentimento e 
assentimento) do paciente ao regime de tratamento 
 
➔ Propriedades do medicamento: propriedades físico-químicas, forma farmacêutica, 
farmacocinética 
 
➔ Efeito desejado: local ou sistêmico, latência (tempo necessário para o início do 
efeito) e duração do tratamento. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
Via enteral​ → é a via de administração na qual os fármacos passam pelo TGI antes de 
serem absorvidos (oral, bucal, sublingual, retal) 
 
Via parenteral​ → acessadas por injeção (diretas) e as que dela prescindem (indiretas) 
 
Diretas: intravenosa, intramuscular, subcutânea, intradérmica, etc) 
Indiretas: cutânea, respiratória, conjuntival, genitourinária, etc) 
 
Classificação das formas farmacêuticas 
 
❏ Sólidas: pós, grânulos, cápsulas, comprimidos, drágeas, pílulas 
❏ Semi-sólidas: pomadas, cremes, pastas 
❏ Líquidas: emulsões, elixires, soluções, suspensões e xaropes 
❏ Estéreis 
❏ Especiais: aerossóis, adesivos transdérmicos, implantes, inalatórios 
❏ Liberação modificada 
 
VIAS ENTERAIS 
 
Via oral 
 
Formas farmacêuticas: cápsulas, comprimidos, drágeas, goma de mascar, pílula, xarope, 
soluções, suspensões. 
 
Vantagens: 
● Segura, indolor e conveniente 
● Auto administração 
● Concentração plasmática atingida de forma gradual 
● Efeitos locais e sistêmicos 
● Possibilidade de remover o fármaco do trato gastrointestinal 
● Baixo-custo 
 
Desvantagens: 
● Incapacidade de absorção 
● Destruição no trato gastrointestinal 
● Irritação da mucosa gástrica 
● Irregularidades na absorção do fármaco 
● Metabolismo de primeira-passagem 
● Pacientes inconscientes 
● Adesão do paciente ao tratamento 
 
METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM 
 
Fármaco (via oral) → Absorção pelo trato gastrointestinal → Transporte para o fígado (veia 
porta-hepática) → Metabolização hepática do fármaco → Redução da biodisponibilidade 
 
*todo e qualquer fármaco administrado pela via oral sofre metabolismo de primeira 
passagem no fígado, logo, ​os fármacos administrados por via oral não serão 100% 
biodisponíveis. 
 
Via sublingual 
 
Formas farmacêuticas: comprimidos sublinguais 
 
Vantagens: 
● Fácil acesso e aplicação 
● Absorção rápida de pequenas doses 
● Retenção por tempo mais prolongado 
● Proteção contra o metabolismo de primeira passagem 
● Via geralmente utilizada para aplicar medicações de urgências, como por exemplo, a 
nitroglicerina. 
 
Desvantagens: 
● Irritação da mucosa 
● Pacientes inconscientes 
● Dificuldades em pediatria 
 
Via retal (enteral) 
 
Utilizada quando a administração pelas vias oral ou parenteral não é possível. Efeitos 
sistêmicos. 
 
Vantagens: 
➢ Pacientes não colaboradores (inconscientes, em crise emética) 
➢ Protege fármacos suscetíveis a inativação gastrointestinal e hepática 
 
Desvantagens: 
➢ Absorção irregular e incompleta 
➢ Incômodo 
➢ Irritação ou lesão da mucosa do reto 
➢ Expulsão 
 
Formas farmacêuticas: soluções, suspensões, supositórios 
 
 
SUPOSITÓRIOS: 
Constituída a base de substância fundível pelo calor natural do corpo, destinado a ser 
introduzido no reto, gerando amolecimento ou dissolução do fármaco. O excipiente mais 
usado é a manteiga de cacau (lipossolúvel) junto com a glicerina gelatinada (hidrossolúvel). 
 
VIAS PARENTERAIS 
 
Fármacos administrados por esta via não sofrem metabolismo de primeira passagem (no 
fígado). ​Podemos dizer então, que fármacos administrados pela via parenteral são mais 
biodisponíveis que os fármacos administrados pela via enteral? Reflita. 
 
Administração parenteral direta: 
 
➢ Introdução do fármaco no tecido se dá por injeção 
➢ Necessidade de profissionais e monitoramento 
➢ Utilização de instrumentos: agulhas, seringas, cateteres, aplicadores 
 
Via intravenosa 
 
Vantagens: 
➢ Controle da dose 
➢ Efeito farmacológico imediato 
➢ Admite grandes volumes 
➢ IV Bolus (???) 
➢ Infusão contínua 
 
Desvantagens: 
➢ Necessidade de assepsia e pessoal habilitado 
➢ Incômodo para o paciente 
➢ Não há recuperação do fármaco 
➢ Menor segurança 
 
Formas farmacêuticas: soluções aquosas e emulsões 
 
*Não são compatíveis com a administração intravenosa: fármacos que precipitam 
componentes do sangue e suspensões ou soluções oleosas 
 
Potenciais complicações: 
➢ Efeitos agudos e intensos podem ocasionar reações adversas 
➢ Risco de introdução de material particulado na veia à acidente tromboembólico 
➢ Irritação no local da aplicação 
➢ Infecção 
➢ Necrose 
 
Via intramuscular 
 
Vantagens: 
➢ Rápida absorção 
➢ Fácil aplicação 
➢ Mais segura que a via intravenosa 
➢ Via de depósito ou de efeito prolongado 
➢ Pode ser usada em pacientes não colaboradores 
➢ São evitados os problemas de obediência ao regime terapêutico 
 
Desvantagens: 
➢ Lesão do músculo por soluções irritantes 
➢ Desconforto 
➢ Trauma ou compressão acidental de nervos 
➢ Injeção acidental em veia ou artéria 
➢ Padrões de absorção incomuns em pacientes obesos ou emagrecidos 
➢ Necrose (injeção de soluções ácidas) 
 
*Fluxo sanguíneo músculo deltóide > músculo vasto lateral > músculo glúteo 
 
Formas farmacêuticas: soluções, emulsões e suspensões injetáveis, fármacos solubilizados 
em óleos, formulações de absorção prolongada 
 
Observações: 
➢ Massagem, calor local, exercício: aceleram a absorção intramuscular 
➢ Antes aplicação: realizar assepsia local 
➢ Posição da agulha: perpendicular ao músculo (90°) 
 
Vias subcutânea 
 
Vantagens: 
➢ Absorção lenta e contínua 
➢ Segurança na dose 
 
Desvantagens: 
➢ Fármacos irritantes: dor intensa, necrose e descamação 
➢ Dor local, abscessos estéreis, fibrose 
➢ Pequenos volumes: de 0,5 à 2,0 mL 
 
Formas farmacêuticas: suspensões, implante de pellets (formas sólidas de lenta 
desintegração) 
 
Via intradérmica 
 
➢ Fácil acesso: injeção 
➢ Efeitos locais e sistêmicos 
➢ Absorção lenta 
➢ Vacinação e testes diagnósticos 
➢ Pequenos volumes (0,1 a 0,5 mL) 
 
OUTRAS VIAS 
 
Via tópica 
● Cremes ou pomadas lipossolúveis 
● Efeitos locais 
 
Via transdérmica 
● Via de administração sistêmica 
● Lenta, contínua e prolongada 
● Simples, conveniente e segura 
● Nicotina, estrogênio, escopolamina 
 
Oftálmica 
● Anti-inflamatórios, β-bloqueadores, tratamento do glaucoma 
● Colírios ou pomadas de aplicação tópica 
 
Intranasal 
● Uso tópico, pode ter efeitos sistêmicos 
● Vasoconstritores, anti-histamínicos, anti-inflamatórios 
 
Pulmonar 
● Dilatadores brônquicos e anestésicos 
● Efeitos locais e sistêmicos 
 
SISTEMAS DE LIBERAÇÃO MODIFICADA 
 
 
➔ Os ​comprimidos de liberação imediata​ são absorvidos de uma vez, tem um pico 
de concentração e uma queda, relacionada a sua excreção. Na segunda dose, esse 
pico ocorre somandoa concentração basal da primeira dosagem, tem a queda 
(excreção) e assim vai. Podemos observar pelo gráfico, que algumas doses “saem” 
da janela terapêutica, alcançando o nível tóxico. 
 
➔ Os ​comprimidos de liberação modificada/controlada​ são absorvidos 
gradativamente, o ativo é liberado de maneira gradual e controlada, mantendo a 
dose sempre na janela terapêutica. 
 
Vantagens: 
● mantém nível terapêutico com baixa oscilação 
● impedir níveis tóxicos e efeitos colaterais locais e sistêmicos 
● evitar subníveis terapêuticos 
● aumentar concentrações plasmáticas de princípios ativos de meia-vida plasmática 
relativamente curtas 
 
Desvantagens: 
● custo inicial é mais elevado que as formas farmacêuticas convencionais 
● cinética de liberação é dependente da integridade da forma farmacêutica (o 
comprimido não pode ser partido/rompido, tem que se manter íntegro para que 
possa exercer suas propriedades farmacocinéticas) 
● restrições para fármacos com baixo tempo de meia-vida, com dificuldade de 
absorção no TGI e muito potentes (toxicidade) 
● impossibilidade de interrupção do efeito terapêutico em caso de intoxicação ou 
intolerância 
● risco de acumulação do fármaco com velocidade de eliminação lenta 
 
Em termos gerais, os fármacos que mais se adaptam a esses sistemas, possuem as 
seguintes características: 
 
➢ velocidades médias de absorção e excreção 
➢ absorção uniforme no TGI 
➢ absorção em doses relativamente pequenas 
➢ margem de segurança relativamente larga 
➢ utilização no tratamento de doenças crônicas em vez de agudas 
 
*todas as formulações de liberação controlada utilizam uma “barreira” química ou 
física para proporcionar uma liberação lenta da dose de manutenção 
 
Tipos de sistemas de liberação de fármacos → lipossomas 
 
FARMACOCINÉTICA 10/03 
 
A ciência que estuda a dinâmica dos fármacos dentro dos sistemas biológicos, que envolve 
a absorção, a distribuição, o metabolismo e a eliminação. É o que o organismo faz sobre o 
fármaco. 
 
Processos farmacocinéticos 
 
ABSORÇÃO​ → passagem do fármaco do seu local de aplicação até a corrente sanguínea 
 
Processos passivos: difusão passiva, filtração 
Processos ativos: difusão facilitada, transporte ativo, vesicular 
 
TRANSPORTE PASSIVO 
● transporte paracelular 
● difusão 
 
TRANSPORTE ATIVO 
● transportadores de fármacos 
● difusão facilitada: usa transportadores mas não requer energia, pode ser saturado e 
inibido por compostos que competem pelo transportador 
 
Absorção/distribuição/excreção 
 
Superfamília de transportadores ABC: 
 
Proteínas transportadoras transmembrana: 
● Fígado: fármaco para bile 
● Rins: bombear fármacos urina 
● Glicoproteína P (Pgp): resistência à múltiplos fármacos 
 
Pinocitose e fagocitose 
 
Pinocitose: partículas líquidas 
Fagocitose: partículas sólidas 
 
Invaginação da membrana celular e a captação da substância para o interior da célula. 
 
Fatores envolvidos na absorção 
 
Relacionados ao medicamento: 
➔ Lipossolubilidade 
➔ Grau de ionização 
➔ Peso molecular: quanto menor, mais fácil passa 
➔ Concentração: quanto maior, mais fácil passa 
 
Relacionados ao organismo: 
➔ Espessura da membrana: mais fina é melhor 
➔ Vascularização do local: mais vascularizado é melhor 
➔ Superfície de absorção: maior é melhor 
➔ pH do meio 
 
pH (fator do meio) e grau de ionização (fator do fármaco) 
 
❏ Muitos fármacos são ácidos ou bases fracas: dependendo pH estão na forma 
ionizada ou não ionizada. 
❏ Na difusão simples, as moléculas atravessam as membranas lipídicas na forma 
não-ionizada (NI). 
❏ A razão entre as duas formas varia conforme o pH e a constante de dissociação é 
determinada pela equação de Henderson-Hasselbalch. 
 
Influência do pH 
 
A Aspirina e outros ácidos fracos são mais bem absorvidos no estômago devido ao meio 
ácido. 
 
pKA = constante de dissociação 
 
Ex: a aspirina tem pKA = 3,5, ou seja, em um pH = 3,5, a aspirina está 50% na sua forma 
ionizada e 50% na forma não-ionizada. 
 
➢ Ácidos fracos são melhores absorvidos em pH baixos 
➢ Bases fracas são melhores absorvidas em pH altos 
 
Explicando bioquímica………………….. (merda) 
 
É transportado com maior facilidade através das membranas biológicas os fármacos que 
estão na sua forma molecular. 
 
O que é a forma molecular? (não-ionizada) É a fórmula na qual o ácido ou a base não 
possuem carga efetiva, são moléculas neutras. 
 
A forma ionizada é a forma carregada de um ácido ou de uma base, eles possuem carga. 
 
Logo, fármacos ácidos são melhores absorvidos em meio ácidos e fármacos básicos serão 
melhores absorvidos em meios básicos, porque cada qual no seu meio específico se 
encontrará na sua forma molecular, e estando na forma molecular eles não ficam 
carregados. Moléculas carregadas são altamente hidrofílicas, não conseguem transitar 
através das membranas biológicas que são lipofílicas. 
 
Melhor absorvido: fármacos lipofílicos, pois estão na forma NÃO-IONIZADA, não tem carga 
Mal absorvido: fármacos - hidrofílicos, forma IONIZADA, tem carga 
 
Tamanho molecular 
 
➔ Quanto menor o tamanho de suas moléculas, mais facilmente os fármacos 
atravessarão as membranas plasmáticas. 
➔ Mesmo que o fármaco seja lipossolúvel, quanto maior a massa molecular mais difícil 
será a passagem das moléculas através da membrana plasmática. 
➔ A maioria dos fármacos têm massas molares baixas (exceção: proteinas e 
peptideos). 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
É o processo pelo qual o fármaco reversivelmente abandona a corrente circulatória e passa 
para o interstício (líquido extracelular) e/ou para o interior das células. 
 
Depende: 
➔ Características do fármaco 
➔ Fluxo sangüíneo 
➔ Ligação a proteínas plasmáticas 
 
Devido a hidrofilicidade sanguínea, nem todos os fármacos são transportados livremente 
através do mesmo. Alguns necessitam estarem ligados a proteínas carreadoras. 
 
*Fármaco livre: entra em equilíbrio nos espaços aquosos dos diferentes compartimentos 
 
Ligação do fármaco às proteínas plasmáticas 
 
● Albumina (fármacos ácidos), glicoproteína α1-ácida (fármacos básicos) e outras 
 
Pode ser alterada conforme: 
➢ concentração do fármaco 
➢ afinidade pelos sítios de ligação 
➢ quantidade de locais de ligação 
 
Fármacos lipossolúveis → ação mais lenta, maior tempo de ação 
Fármacos hidrossolúveis → ação mais rápida, menor tempo de ação 
 
Determinados fármacos são capazes de deslocar outros fármacos ligados a proteínas 
devido à maior afinidade de ligação. 
 
Volume de distribuição 
 
Fica principalmente no sangue → pequeno volume de distribuição. 
Distribui igualmente → volume médio de distribuição. 
Distribui muito no tecido → grande volume de distribuição. 
 
Barreiras biológicas 
 
Barreira hematoencefálica 
 
- Células endoteliais muito unidas; 
- Células endoteliais contém proteínas transportadoras que expulsam agentes de volta para 
o sangue; 
- Astrócitos; 
- Lipossolubilidade e grau de ionização; 
- Não está completamente desenvolvida no nascimento – aumento da toxicidade em 
recém nascidos 
 
Placenta 
 
- A placenta é capaz de biotransformar muitas substâncias – presença de sistemas 
enzimáticos – proteção do feto. 
 
METABOLISMO 
 
Absorção → distribuição → ação → metabolização → excreção 
 
A biotransformação dos fármacos: 
 
➢ pode convertê-los em formas inativas e hidrossolúveis → eliminação 
➢ pode gerar metabólitos ativos → ação farmacológica e/ ou tóxica 
➢ pode ocorrer em diferentes tecidos: mucosa intestinal, pulmões, pele, placenta, 
fígado. 
 
Os fármacos são metabolizados no fígado, que aumenta a hidrofilicidade deles de maneira 
geral. Eles precisam ser hidrofílicos para irem para os rins e serem eliminados através da 
urina. 
 
2 fases de metabolização: 
● Fase 1: oxidação (reação para que o fármaco seja inativado) 
● Fase 2: conjugação (ligação do fármaco com um composto hidrossolúvel) 
 
Nem sempre todos os fármacos passampelas duas fases de metabolização, alguns vão 
direto para a fase 2, alguns são eliminados sem a necessidade de metabolização. 
 
Oxidação - fase 1 
 
Enzimas nos microssomos dos hepatócitos catalisam reações: 
 
❏ Oxidação - dependente do citocromo P450 
❏ Oxidação - independentes do citocromo P450 
❏ Redução e hidrólise 
 
As principais enzimas metabolizadoras de fármacos de fase 1 pertencem a família do 
citocromo P450, ou seja, existem grupos de enzimas presentes no fígado que são 
específicas para realizar essa fase de oxidação. 
 
As CYP450 podem ser induzidas ou inibidas, modificando a biotransformação dos 
fármacos. 
 
A ​indução​ da atividade das enzimas microssomais por um determinado 
fármaco pode: 
 
❏ Aumentar o metabolismo do próprio fármaco 
❏ Aumentar o metabolismo de outro fármaco 
❏ Aumentar os níveis de metabólitos reativos e ocorrência de toxicidade 
 
A​ inibição​ das enzimas microssomais pelo um determinado fármaco pode: 
 
❏ Aumentar os efeitos farmacológicos do fármaco 
❏ Elevar a concentração do fármaco à faixa tóxica 
❏ Diminuir o metabolismo de outras substâncias 
 
SISTEMA DE MONOOXIGENASES DO CITOCROMO P450 (CYP450) 
 
➔ Catalisam reações oxidativas (cadeia de transporte de elétrons) 
 
 
 
➔ Ampla especificidade de substrato 
➔ Interações farmacológicas 
 
Conjugação - fase 2 
 
Conjugação do fármaco ou do metabólito à grupos polares: 
● Ácido glicurônico 
● Glicina 
● Sulfato 
 
As enzimas desta fase adicionam grupamentos nos fármacos para torná-los mais 
hidrofílicos. 
 
Tipos de enzimas: 
 
Sulfotransferases → adição de sulfato (altamente hidrofílico) 
UDP-glicuronosiltransferase → adição de ácido glicurônico (altamente hidrofílico) 
Glutationa-S-transferase → adição de glutationa 
 
Fatores que modificam a biotransformação 
 
FATORES INTERNOS 
 
➢ Fatores genéticos 
 
Ex: Acetilação da izoniazida. Caucazianos acetiladores lentos (50-60%), orientais 
acetiladores rápidos 
 
➢ Idade 
 
Fetos e recém-nascidos: baixa capacidade de biotransformar xenobióticos (alta 
suscetibilidade aos danos tóxicos) 
 
Idosos: queda na biotransformação e baixa capacidade de excreção renal 
 
➢ Estado nutricional 
➢ Estado patológico: Doenças hepáticas 
 
EXCREÇÃO 
 
Os fármacos são eliminados dos tecidos e do organismo por diversos transportadores de 
membrana. 
 
Excreção pulmonar 
➔ Eliminação do fármaco no ar expirado 
➔ Importante para gases e vapores anestésicos 
Excreção renal 
➔ Excreção da maior parte dos fármacos 
➔ Eliminação do fármaco na urina (inalterado ou na forma ionizada) 
➔ Substâncias lipofílicas: excreção renal ineficiente à biotransformação 
Excreção biliar 
➔ Fármaco eliminado na bile: fezes 
➔ Circulação êntero-hepática (reabsorção do fármaco) 
 
No rim: 
- filtração glomerular 
- secreção tubular ativa 
- difusão passiva através do epitélio tubular 
 
O pH urinário pode afetar a excreção renal de fármacos ?? 
 
Prisão iônica 
❏ Ácidos fracos podem ser eliminados alcalinizando a urina 
❏ Bases fracas podem ser eliminadas acidificando a urina 
 
Se o fármaco for ácido fraco vai precisar de um pH básico, para ficar ionizado e ser 
excretado, se for base fraca, vai precisar de um pH ácido. 
 
Exemplo: 
 
O que pode ser feito no caso de um paciente apresentando dose excessiva de fenobarbital 
(ácido fraco)?? 
 
Administrar bicarbonato, que alcalina a urina e o mantém na forma ionizada do fenobarbital, 
diminuindo assim sua absorção. 
 
Ciclo entero-hepático 
 
➢ No ​ciclo êntero​-​hepático​, uma droga secretada na bile é reabsorvida a partir do 
intestino. Os conjugados da droga secretados no intestino também são submetidos 
ao ciclo êntero-hepático quando são hidrolisados e a droga é reabsorvida. A 
excreção biliar elimina substâncias do organismo somente até a extensão na qual o 
ciclo êntero-hepático está incompleto, isto é, quando parte da droga secretada não é 
reabsorvida do intestino. 
 
Fármacos sujeitos ao ciclo êntero-hepático são excretados mais lentamente. 
 Ex: contraceptivos orais e anti-inflamatórios não-esteróides 
 
Parâmetros farmacocinéticos 
 
❏ Absorção: biodisponibilidade 
❏ Distribuição: volume de distribuição 
❏ Eliminação: meia-vida biológica e depuração 
 
Distribuição dos fármacos 
 
Volume de distribuição: é o volume de líquido necessário para qual um fármaco possa estar 
totalmente distribuído em um sistema. 
 
É uma medida extremamente eficiente para se determinar a quantidade total de um fármaco 
no organismo, porque existem drogas que estarão presentes predominantemente nos 
tecidos mas não na circulação. E quando eles estão somente na circulação, você não é 
capaz de detectá-los, então se você quantificar um fármaco somente na circulação, você vai 
quantificar somente uma fração dele, uma outra fração estará presente nos tecidos. Se você 
sabe o volume de distribuição de um fármaco, você consegue detectar a partir da 
concentração deste fármaco no sangue a quantidade de fármaco que estará presente em 
todo o organismo. 
 
Permite estimar onde o fármaco se distribui melhor: se no sangue ou nos tecidos. 
 
Ex: 
❏ Warfarin​ liga-se à albumina no sangue e permanece na circulação. Pequeno volume 
de distribuição. 
❏ Quinacrina​ liga-se ao DNA nos tecidos, onde fica retida. Grande volume de 
distribuição. 
 
Cálculo do volume de distribuição: 
 
D = a quantidade total do fármaco no organismo 
C = a concentração plasmática do fármaco 
 
Vd baixo:​ fármaco permanece no plasma e se distribui pouco nos tecidos 
Vd médio: ​distribuição similar no plasma e nos tecidos 
Vd alto: ​fármaco se distribui principalmente nos tecidos, pouco permanece no 
plasma 
 
*​as alterações na perfusão sanguínea tecidual, pode afetar também o volume de 
distribuição de um fármaco 
 
MEDIDAS DE ELIMINAÇÃO 
 
➢ Meia-vida biológica (t ½) 
➢ Depuração ou clearance 
 
Indicam a velocidade com que o fármaco é eliminado do organismo. 
 
Meia-vida 
❏ Tempo necessário para reduzir à 1⁄2 da quantidade total do fármaco do 
organismo 
❏ t ½ curta pode necessitar doses mais frequentes 
❏ Doença hepática pode aumentar a t ½ 
 
A meia vida é o tempo requerido para que a concentração plasmática do fármaco se reduza 
à metade. 
Depois de aproximadamente 4 meias vidas, a eliminação estará cerca de 94% completa. 
 
Ex: 
Um fármaco tem uma meia-vida de 10 segundos. Você dá uma dose de 6 mg a um 
paciente. Após 30 segundos quanto do fármaco permanece? 
 
0 seg → 6 mg 
10 seg → 3 mg 
20 seg → 1,5 mg 
30 seg → 0,75 mg 
 
Depuração 
● Taxa de eliminação de um fármaco em relação à sua concentração plasmática 
● É utilizada para estabelecer a dose dos fármacos em tratamento de longo prazo 
 
Estado de equilíbrio 
 
Um estado de equilíbrio (Steady State) é atingido quando a quantidade de fármaco 
administrado é igual à quantidade de fármaco eliminado dentro de um intervalo de doses, 
resultando num plateau ou nível sérico constante. 
 
FARMACODINÂMICA 11/03 
 
Refere-se ao estudo: 
❏ do local de ação dos fármacos 
❏ de seu mecanismo de ação 
❏ de seus efeitos 
❏ da relação entre dose e magnitude do efeito 
❏ da variação das respostas aos fármacos 
 
De que maneira os fármacos agem no organismo para produzir seus efeitos? 
 
➔ Fármacos precisam exercer alguma influência química sobre algum constituinte da 
célula para produzir a resposta farmacológica. 
➔ Fármacos precisam estar ligados a alvos farmacológicos para exercer uma resposta 
fisiológica 
 
Alvos para ação de fármacos 
 
A) RECEPTORES 
 
Agonista 
❏ Direto: ​abertura/fechamento dos canais iônicos - ativação/inibição de enzimas 
❏ Mecanismo de transdução: ​modulação dos canais iônicos - transcrição do DNA 
 
Antagonista ​- nenhum efeito - bloqueio dos mediadores endógenos 
 
A) CANAIS IÔNICOS 
Bloqueadores: ​permeabilidade bloqueada 
Moduladores: ​aumento ou redução da probabilidade de abertura 
 
B) ENZIMAS 
Inibidor: ​inibição da reação normal 
Substratofalso: ​produção de metabólito anormal 
Pró-fármaco: ​produção de substância ativa 
 
C) TRANSPORTADORES 
Transportador normal: ​ocorre normal 
Inibidor: ​bloqueia o transporte 
Substrato falso: ​acúmulo de composto anormal 
 
Receptores 
 
➔ São moléculas proteicas cuja função é reconhecer sinais químicos endógenos e 
responder a eles. Fazem parte do sistema de comunicação e coordenação funcional entre 
as células. 
 
➔ Os receptores não ocupados não influenciam os processos intracelulares. 
➔ O reconhecimento de um fármaco pelo receptor inicia a resposta biológica 
➔ Os receptores ocupados alteram as propriedades físicas e químicas que levam a 
interação com moléculas celulares causando resposta biológica. 
 
Muitas vezes o termo receptor é utilizado para indicar qualquer molécula-alvo com o qual 
um fármaco tenha que se combinar para produzir um efeito: 
 
“ALVO FARMACOLÓGICO” = “RECEPTOR” 
 
Tipos de receptores 
 
 
 
Tipo 1 - Canais iônicos regulados por ligantes (ionotrópicos) 
Estrutura: 
- 4 ou 5 subunidades diferentes; 
- Cada subunidade atravessa o receptor 4 vezes; 
 
Controlam eventos sinápticos rápidos, aumentando a permeabilidade a certos íons (escala 
de milissegundos) 
Ex: receptor nicotínico de Ach 
 
TIPO 2 - Receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos) 
Estrutura: 
- Cadeia polipeptídica única; 
- 7 α-hélices transmembrana; 
- Genoma humano (800 receptores acoplados à ptn G) 
 
Exemplos: 
- Receptores muscarínicos da ACh; 
- Adrenorreceptores; 
- Receptores de dopamina; 
- Receptores de serotonina; 
- Receptores opióides; 
- Receptores de purinas, etc. 
 
TIPO 3: Receptores ligados à quinases e correlatos 
 
Tipos: 
● Tirosina quinase: possuem tirosina quinase na região do domínio intracelular; 
● Serina/Treonina quinase: fosforila resíduos de serina e treonina; 
● Receptores de citocinas: não possuem atividade enzimática intrínseca; 
● Receptores associados à guanilil ciclase. 
 
TIPO 4: Receptores Nucleares 
 
Família de 48 receptores solúveis que podem detectar lipídeos e sinais hormonais, e 
modular a transcrição gênica; 
 
Exemplo: receptores de esteróides e glicocorticóides 
 
Canais iônicos como alvo para fármacos 
 
 
 
Enzimas 
 
 
Moléculas transportadoras 
 
 
 
 
FARMACODINÂMICA - considerações iniciais 
 
A interação entre um fármaco e certos componentes celulares representam o mecanismo 
de ação do fármaco; 
O efeito do fármaco depende das funções que uma célula é capaz de executar; 
Portanto, o fármaco não cria funções, apenas modifica as que já existem. 
 
Conceitos importantes....revisando.... 
 
Especificidade:​ Para ser efetivo um fármaco deve ter alto grau de especificidade pelo sítio 
de ligação 
Afinidade:​ é a tendência de ligação do fármaco aos receptores. 
Agonistas:​ Fármacos que se ligam ao receptor (possuem afinidade) e desencadeiam uma 
resposta (eficácia) 
Antagonistas:​ Fármacos que se ligam ao receptor (possuem afinidade) e NÃO 
desencadeiam uma resposta (eficácia = 0) 
Curva dose-resposta:​ relação entre a dose do fármaco e o efeito biológico 
 
Através destas curvas é possível estabelecer: 
 
Potência:​ concentração necessária para desencadear 50% do efeito máximo do fármaco. 
Eficácia:​ força do complexo receptor-agonista em desencadear uma resposta 
 
Interação fármaco-receptor 
 
Sítio de ligação: local onde o ligante (fármaco) se liga ao receptor. 
 
A ligação fármaco-receptor é produzida por um conjunto de interações químicas (forças de 
van der Walls, ligações de hidrogênio, interações iônicas e ligações covalente). 
 
Ligante: qualquer molécula que se liga ao sítio ativo do receptor. 
 
Especificidade dos fármacos 
 
Para que um fármaco seja útil terapêuticamente ele precisa agir de modo seletivo sobre 
células e tecidos específicos. 
Para ser efetivo um fármaco deve ter alto grau de especificidade pelo sítio de ligação. 
 
*quando aumentamos a dose do fármaco, a especificidade acaba diminuindo, ele se 
liga em outros receptores e isso pode causar efeitos colaterais. 
 
↑ ​ESPECIFICIDADE ​↓ ​DOSE 
 
↑ ​DOSE ​↓ ​ESPECIFICIDADE 
 
 
Afinidade dos fármacos → é a tendência de ligação aos receptores 
 
A ocupação nem sempre ativa o receptor. 
A ligação do fármaco (afinidade) e a ativação do receptor são etapas distintas. 
 
 
 
Eficácia: força do complexo receptor-agonista em desencadear uma resposta. 
 
Agonista: eficácia = >0 e no máximo 1 
Antagonista: eficácia = 0 
 
Embora a ligação fármaco-receptor possa ser medida, geralmente estamos interessados na 
resposta biológica. 
 
Exemplos: diminuição da pressão arterial, contração ou relaxamento de um músculo, 
resposta comportamental 
 
Relação: dose-efeito / concentração-resposta 
Representa o efeito observado de um fármaco em função da sua dose/concentração. 
À medida que a concentração de um fármaco aumenta, a intensidade do seu efeito 
farmacológico também aumenta. 
 
Curva dose x resposta: ​representações que nos permitem estabelecer e comparar a 
eficácia (resposta máxima) e potência de fármacos. 
 
Potência dos fármacos: ​quantidade de fármaco necessária para produzir 50% da resposta 
máxima 
 
 
 
↑​ POTÊNCIA ​↓ ​DOSE 
 
Eficácia dos fármacos 
 
 
Índice terapêutico 
➔ Quanto maior o índice terapêutico maior a margem entre as doses efetivas e a 
dose letal (tóxica). 
 
AGONISTAS X ANTAGONISTAS 
 
Agonistas:​ drogas que ocupam receptores e os ativam. Divididos em: totais ou plenos, 
parciais e inversos. 
 
Antagonistas:​ drogas que ocupam receptores, mas não os ativam. Antagonistas bloqueiam 
a ativação do receptor por agonistas. 
 
Agonista sozinho → super ativação 
Agonista + antagonista → menos ativação 
Antagonista sozinho → não tem ativação 
 
 
AGONISTA TOTAL ou PLENO: substância que se liga ao receptor desencadeando o 
efeito biológico MÁXIMO. 
 
AGONISTA PARCIAL: substâncias com atividade agonista, mas que produzem efeito 
máximo menor que outros agonistas conhecidos que atuam no mesmo receptor (mesmo 
que todos os receptores estejam ocupados) 
 
❏ Para os antagonistas, a eficácia é zero. 
❏ Agonistas totais (efeito máximo) apresentam alta eficácia 
❏ Agonistas parciais (efeitos submáximos) eficácia intermediária. 
 
Eficácia (atividade intrínseca): 
α ​= 1, ele será um agonista total ou pleno; 
α ​= 0, ele será um antagonista; 
1> ​α​ > 0, ele será um agonista parcial 
 
Antagonismo por bloqueio de receptores 
 
● Antagonismo competitivo reversível: é quando um antagonista se liga 
reversivelmente ao mesmo sítio de ligação do agonista. 
 
➢ tem afinidade pelo receptor, mas não possui atividade intrínseca 
➢ a adição do antagonista reduz a ocupação do receptor pelo agonista (reduz o efeito) 
➢ reversão do efeito causado pelo agonista é SUPERÁVEL com o aumento da dose 
do mesmo; 
➢ desvio da curva para a direita, sem alterar inclinação ou resposta máxima, 
➢ diminui a potência do agonista sem alterar a sua eficácia; 
➢ Exemplo: terazosina (antagonista alfa-adrenérgico) compete com a noradrenalina 
pelos receptores adrenérgicos (reduzindo a contração vascular) 
 
 
● Antagonismo competitivo irreversível 
➢ reversão do efeito causado pelo antagonista é INSUPERÁVEL, mesmo com o 
aumento da dose do agonista; 
➢ a adição do antagonista reduz a ocupação do receptor pelo agonista, 
➢ antagonista dissocia-se muito lentamente, ou não dissocia-se do receptor (ligações 
covalentes) 
➢ Exemplo: a maioria ferramentas experimentais, inibidores da MAO 
 
● Antagonismo não-competitivo: é quando um antagonista se liga irreversivelmente ao 
mesmo sítio de ligação do agonista. 
 
➢ Não compete com agonista pelo receptor. 
➢ Antagonista liga-se em um sítio diferente do local de ligação do agonista, 
modificando a conformação do receptor 
➢ Redução da inclinação e do efeito máximo 
➢ PERDA DE EFICÁCIA 
 
OBS: 
 
Competitivo: reduz a potência do agonista 
Não-competitivo: reduz a eficácia 
 
 
Outros tipos de antagonismos 
 
Antagonismo químico​: interação em solução, interações químicas entre fármacos.Ex: A protamina (proteína) liga-se quimicamente ao anticoagulante heparina, inativando 
esse agente. Usada para interromper os efeitos da heparina 
 
Antagonismo farmacocinético:​ um fármaco reduz de modo efetivo a concentração de 
outro fármaco em seu sítio de ligação; 
Ex: fenitoína x varfarina 
Fenitoína aumenta o metabolismo (indutor do CYP 450), aumenta o metabolismo da 
varfarina e diminui o seu efeito anticoagulante 
 
Antagonismo fisiológico​: interação entre 2 fármacos cujas ações opostas no organismo 
tendem a se anular mutuamente. 
 
Ex: Histamina age sobre os receptores das células parietais da mucosa gástrica 
estimulando a secreção ácida enquanto que o omeprazol bloqueia este efeito por inibição 
da bomba de prótons. 
 
Revisando…. 
 
 
Obs: ​algumas drogas podem atuar como agonistas alostéricos, aumentando a potência de 
outro fármaco. 
Dessensibilização e tolerância 
➔ A ativação continuada ou repetida de um receptor ocasiona redução gradual do 
efeito farmacológico do fármaco: 
– Em minutos/horas = taquifilaxia (dessensibilização) 
– Em dias/semanas = tolerância 
➔ Mecanismos envolvidos: 
– Alteração em receptores 
– Translocação/perda de receptores 
– Depleção de mediadores 
– Alteração no metabolismo dos fármacos 
– Adaptação fisiológica 
 
Alteração nos receptores 
❏ Modificações conformacionais nos receptores, que impedem que a ligação do 
agonista ative o receptor. Ex: receptores nicotínicos da acetilcolina; 
❏ Fosforilação do receptor (interfere na sua capacidade de ativar vias de sinalização). 
Ex: receptores acoplados à proteína G 
Translocação/perda de receptores 
❏ Internalização dos receptores (processo mais lento do que o anterior); 
❏ Endocitose do receptor (adaptação comum); 
Depleção de mediadores 
❏ Depleção de uma substância intermediária essencial; 
 
Alteração do metabolismo do fármaco 
❏ Barbitúricos: a administração repetitiva leva à uma redução da concentração 
plasmática do fármaco em virtude do aumento da sua degradação metabólica 
(induzem enzimas do metabolismo); 
Adaptação fisiológica 
❏ Pode ocorrer diminuição do efeito de um fármaco quando esse efeito é anulado por 
uma resposta homeostática (ex: diuréticos e ativação do sistema 
renina-angiotensina).

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