Necropsia Ruminantes

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MEDICINA VETERINÁRIA INVESTIGATIVA 
Resumos 
Necropsia de bovino a campo: colheita e 
remessa de materiais para exames 
laboratoriais complementares 
Definição de Necropsia 
Gr – Nekrós (cadáver) + Ópsis (vista) = Exame 
Post-Mortem 
Abertura e inspeção sistemática pormenorizada 
das cavidades corporais e órgãos de um cadáver, 
objetivando elucidar a causa da morte ou verificar 
extensão e natureza das lesões deixadas por 
doenças. 
Objetivo da Necropsia 
• Diagnóstico de doenças hiperagudas e 
assintomáticas, principalmente quando afetam 
rebanho. 
• Esclarecer a causa mortis através da medicina 
veterinária legal para exigência de pagamentos 
de seguros e em processos criminais. 
Importância Geral 
• Determinação do nível de risco a que uma 
população está sujeita, permitindo a tomada de 
medidas emergenciais de controle visando: 
• Proteção do rebanho, dos animais de 
estimação e do próprio homem 
• Avaliação do desempenho clínico – 
Esclarecendo dúvidas 
• Elevação do conceito profissional – 
Demonstração de técnica e conhecimento 
 
Condição Ideal 
 
Animal doente ou morto recentemente, 
remetido para o laboratório de patologia (quase 
impossível). 
 
Na maioria das vezes amostras adequadas de 
tecidos são obtidas por profissionais ainda em 
campo, produzem resultados satisfatórios, 
desde que, acondicionadas cuidadosamente e 
remetidas ao laboratório acompanhadas de 
relatório detalhado. 
 
Nota¹.: JAMAIS congelar o animal para 
posteriormente realizar a necropsia pois 
inviabiliza o material a ser colhido ao 
descongelar. 
 
Planejamento e preparo de material 
necessário 
Considerar a possibilidade de: 
• Ser zoonose 
• Ser doença infecciosa transmissível 
• Ser necessário a colheita de materiais 
biológicos para exames laboratoriais 
complementares 
Alguns materiais como água, formol a 10%, 
vidrarias, caixa térmica com gelo, caixa de 
necropsia, EPIs, são considerados essenciais 
durante qualquer procedimento de necropsia. 
Nota².: Nunca deixar de visitar o lugar onde o 
animal veio a óbito. Pode haver marcas no solo, 
ou quaisquer sinais que possam indicar a causa 
da morte, até mesmo procurar saber o decúbito 
em que o animal foi encontrado. 
Pode se dizer eu a Necropsia inicialmente, é 
dividida em duas etapas: 
• Exames Externos – analisa minuciosamente o 
animal, principalmente seu score corpóreo, 
além de analisar também o local e posição em 
que foi encontrado, neste caso, se tratando de 
um ruminante, a necropsia deve ser sempre 
realizada com o animal em decúbito lateral 
esquerdo para evitar que o rúmen obstrua a 
visão das vísceras abdominais. No caso de 
Equinos, a necropsia deve ser realizada com o 
animal em decúbito lateral direito, e cães e 
gatos em decúbito dorsal. 
• Exames internos – deve ser seguido em uma 
ordem já pré-estabelecida para cada espécie 
onde há grupos de órgãos a serem analisados 
um por vez. 
Abertura do Cadáver 
Incisão Inguinal 
• Desarticulação coxo-femoral 
• Avaliação de superfície articular da cabeça do 
fêmur e fossa do acetábulo 
• Avaliação de linfonodos superficiais 
• Avaliação de grandes massas musculares 
Incisão axilar 
• Liberação de ligamentos e músculos 
• Avaliação de linfonodos superficiais 
Nota³.: A esse passo, já é possível observar 
textura, coloração, possíveis mudanças 
anatômicas etc. 
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Resumos 
Logo após deve se cortar as costelas, expor 
cavidade abdominal, torácica e pericárdica 
observando traqueia, pulmões e coração em 
busca de anomalias como distopias, quantidade e 
qualidade de líquidos, presença de exsudatos, 
deposição de fibrina, posicionamento das 
vísceras, superfície pleural, ocorrência ou não de 
colabamento pulmonar etc. 
Retirada de órgãos 
Começa-se sempre em sentido crânio-caudal e os 
órgãos podem ser retirados em “blocos”, ou seja, 
por grupos. Como por exemplo, o primeiro 
conjunto de órgãos é retirado a partir da língua. É 
composto por: língua, região de laringe, faringe, 
traquéia, esôfago, pulmões e coração. 
O segundo conjunto é constituído pelos órgãos: 
baço e omento apenas, e logo após vem o terceiro 
e maior conjunto composto por diafragma, fígado, 
vesícula biliar, panquecas e duodeno. 
Nota4.: Manobra de Virshow 
Deve ser realizada antes da separação do 
estômago e o fígado. 
Deve-se expor a mucosa do duodeno e pressionar 
a vesícula biliar, com a função de verificar se o 
ducto que leva a bile está obstruído ou não. Caso 
a bile saia, a manobra é positiva. Caso não saia, é 
dada como negativa e significa que há obstrução. 
O quarto conjunto é constituído por todas as 
partes faltantes que compõe o intestino. São elas: 
ílio, jejuno, cólon, ceco, reto e anus. 
Quinto conjunto é formado por todos os órgãos 
que constituem o trato gênito urinário, que são: 2 
rins, bexiga, genital feminino ou masculino. 
Por último, fazendo parte do sexto conjunto, 
composto apenas pelo Sistema Nervoso Central, 
removida a cabeça desarticulando a articulação 
atlantoccipital, seccionando os músculos e 
ligamentos para promover uma extensão da 
articulação e aí isso, remover a cabeça, com a 
intensão de observar encéfalo, cerebelo e tronco 
encefálico, além de nervos, etc.