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Causa Jurídica da Morte Quezia Brito CONCEITOS Toda e qualquer causa violenta – homicídio e suicídio – ou acidente capaz de determinar a morte O diagnóstico diferencial das modalidades de causas jurídicas apoia-se em dois pilares básicos: boa investigação e necrópsia/autópsia conduzida com técnica apurada Ou seja, a causa jurídica da morte é buscar e determinar as hipóteses de homicídio, suicídio ou acidente Todas as mortes, por causa violenta, devem ir ao IML, independente do tempo ou no que foi adquirido nesse tempo (ex.: sepse, pneumonia) POR QUE ESTUDAR A CJM? Aumento da pena Diminuição da pena Ausência da pena (ex.: suicídio) Ausência da pena, pelo ato já ser uma pena (pais, sem querer, dormindo deitam em cima da criança e a sufocam. A pena já foi o crime) QUESTIONAMENTOS Qual a arma do crime? Qual a atitude da vítima golpeada? Qual a posição da vítima e agressor? Pela autopsia e da pericia Em que lugar se deu a agressão? Lugar do crime Em que ordem fora feitas as lesões? Houve mais de um agressor? A ferida era mortal em por si própria? Qual foi a responsável pela morte Qual o tempo de sobrevida após a lesão mortal? Quanto tempo da morte a vítima fez certos atos fisiológicos? As lesões podem dá uma ideia de quem as produziu? (ex.: mordeduras, secreções) CAUSAS As causas devem ser especificadas. Se for apenas “sangramento” existe um leque de possibilidades: Causa externa: violência, acidentes, não naturais, duvidosos ou que tem conflito de interesse = IML, médicos legistas emitem a declaração de óbito Causa interna: doenças naturais = não precisa ir para o IML, o médico assistente ou o serviço de verificação de óbito ou duas pessoas (quando não há médico) podem emitir a declaração de óbito DECLARAÇÃO DE ÓBITO Há um espaço (campo VII) na declaração de óbito que deve ser preenchido, exclusivamente, pelo médico legista VIDAS E MORTES PROCESSOS O mecanismo de morte orienta uma causa jurídica. (ex.: esganadura -> homicídio) Decidindo UMA NECRÓPSIA FORENSE Causa traumática: homicídio, suicido acidente Causa não usual: suspeita não natural Causa súbita: poucas horas Causa não esperada: não apresentava doença conhecida MANEIRA DA MORTE – MANNER OF DEATH CÓDIGO PENAL BRASILEIRO Homicídio: é a morte dolosa ou culposa do ser humano por outrem Pessoa A mata pessoa B Homicídio é o termo legal. Assassinato é o termo sensacionalista Exclusão de ilicitude: não há crome quando o agente pratica o fato: 1. em estado de necessidade II. em legítima defesa: quem usa moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem III. em estrito cumprimento de ver legal ou no exercício regular de direito Excesso punível: o agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo Estado de necessidade: considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstancias, não era razoável exigir-se não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços SUICÍDIO Suicida é todo aquele que deliberadamente consuma a própria morte, é o que destrói livremente a própria vida Pessoa retira, intencionalmente, a própria vida Vítima e perpetrador são a mesma pessoa Não é crime penal Não positivado como crime no CPB Mais comum em idade mais avançadas, homens, intelecto maior, transtornos mentais, perdas Diagnóstico: ACIDENTE Evento não planejado, não necessariamente causador de lesões ou danos, que interrompe uma atividade, invariavelmente insegura ou pela combinação de ato e/ou condições inseguras OUTROS Quando não se sabe a classificação em relação aos ventos citados Quando foram realizados todos os exames complementares e não se chegou a uma causa mortis Cold Cases: casos que esfriam. A tecnologia do momento não alcança o diagnóstico. Vestígios armazenados em grandes freezers Ex.: arritmias cardíacas, epilepsias, morte súbita do recém- nascido IGNORADA Quando o médico legista não sabe as circunstâncias da morte em relação às alternativas disponíveis Acidente de trabalho Quando o empregador estiver à disposição do empregador independentemente do local e dia, em horários de trabalho e no ambiente da empresa, mesmo sem estar efetivamente trabalhando (períodos destinados as refeições e a outras necessidades fisiológicas) verificando-se o acidente LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE Lesão corporal: dolo Morte: culpa EXAME CADAVÉRICO LESÕES DE LUTA Dispersas e de localização errática Mais comuns na face, pescoço, tórax e abdome LESÕES nas vítimas provocadas pelo agressor Agressor tenta acabar logo de uma vez Pólo cefálico, nariz, boca, pescoço, antebraço e braço Intenção: subjugação imediata, privação do grito de socorro LOCAL DOS FERIMENTOS NO CORPO E SUA INTERPRETAÇÃO Regiões dificilmente atingidas pelo próprio individuo: escapular, interescapular, nuca, ápice da cabeça, nádegas Número de ferimentos: Homicídio: múltiplos, mas não é regra Exames: Mudança de local da vítima EXAME DE LOCAL DE MORTE/EXAME DE LOCAL DOS FATOS PERINECROSCOPIA ESCLARECIMENTOS