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● MAMÍFEROS ● MORFOLOGIA E FISIOLOGIA Uma das características exclusivas dos mamíferos é o corpo coberto (total ou parcialmente) de pelos formados de queratina. A superfície do corpo também apresenta glândulas mamárias (daí o nome do grupo, que significa “portador de mamas”; Figura 1.1), além de glândulas sudoríferas (ou sudoríparas) e sebáceas. Os mamíferos machos também apresentam glândulas mamárias, mas elas são atrofiadas, ou seja, não se desenvolvem nem produzem leite. Figura 1.1 Pelos e glândulas mamárias são características exclusivas dos mamíferos (os elementos da ilustração não estão na mesma escala; as células são microscópicas; cores fantasia). Normalmente podemos observar características típicas dos mamíferos na fase embrionária. Mesmo que ele não apresente todas as características na fase adulta. Outra característica é a presença de um diafragma, um músculo que divide a cavidade torácica da abdominal e cuja contração/relaxamento bombeia o ar para dentro e para fora dos pulmões. Os mamíferos apresentam ainda uma dentição diferenciada em dentes incisivos, caninos, pré-molares e molares. Sob a pele os mamíferos apresentam um tecido rico em células adiposas (adipócitos), o panículo adiposo, que atua como isolante térmico, diminuindo a perda de calor pelo corpo, e como reserva de alimento. ○ REVESTIMENTO A pele, com epiderme queratinizada e derme, apresenta pelos. Sob a derme, a gordura concentra-se no tecido adiposo, que é mais espesso nos animais de clima frio e nos mamíferos aquáticos sem pelos, como a baleia e o golfinho. Os pelos e a gordura funcionam como isolante térmico e contribuem para a manutenção de uma temperatura constante. Em alguns mamíferos, as glândulas sudoríferas ajudam a baixar a temperatura do corpo: ao evaporar, a água do suor retira calor da pele e do sangue abaixo dela, esfriando o corpo. O fato de a água ter um calor de vaporização alto, fenômeno estudado em Física, explica por que a transpiração ajuda a baixar a temperatura do corpo – e também explica por que sentimos frio quando saímos molhados do banho. Alguns animais, como os cães, possuem poucas glândulas sudoríferas, e a temperatura do corpo diminui quando eles respiram rápida e superficialmente (ficam ofegantes), o que aumenta a evaporação do vapor de água pelo sistema respiratório. As glândulas sebáceas produzem gordura que lubrifica os pelos e a pele, contribuindo para sua impermeabilização. As glândulas mamárias produzem o leite que alimenta os filhotes. ○ NUTRIÇÃO Nos mamíferos em geral há vários tipos de dentes: os incisivos são especializados em cortar; os caninos têm um formato apropriado para furar e rasgar; os pré-molares e molares, para triturar (figura 1.2). Os animais carnívoros, como a onça, possuem caninos bem desenvolvidos que furam e rasgam a carne das presas. Nos animais herbívoros, como bois, girafas e camelos, predominam os molares, usados para triturar folhas. Já o castor, que corta com os dentes ramos de árvores para construir barragens, tem incisivos bem desenvolvidos. Há ainda animais onívoros, que comem alimentos vegetais e animais (omne = tudo; vorare = comer). O urso-pardo e o ser humano, por exemplo, podem comer frutas, peixes, ovos, etc. Estão presentes fígado, pâncreas e glândulas salivares (menos nos mamíferos aquáticos). Como nos osteíctes, o tubo digestório comunica-se com o exterior pelo ânus (figura 1.3), exceto no ornitorrinco e na equidna, que possuem cloaca (câmara comum que recebe os resíduos dos sistemas digestório, excretor e reprodutor). O estômago de mamíferos ruminantes (boi, carneiro, cabra, antílope, girafa, veado, camelo, etc.) é muito desenvolvido e divide-se em: pança ou rúmen (rumen = pança, papo); barrete ou retículo; folhoso ou omaso (omasum = tripa de boi); coagulador ou abomaso (ab = afastado). Veja a figura 1.4. Essa divisão em compartimentos permite um melhor aproveitamento da celulose presente nos vegetais ingeridos, que constitui um nutriente importante na dieta desses animais. O alimento é engolido e amassado na pança, onde a celulose é digerida por bactérias. A fermentação da glicose produz ácidos orgânicos – que são absorvidos pela parede do rúmen e utilizados como fonte de energia –, além de vitaminas, metano e gás carbônico. A seguir, o alimento vai para o barrete, no qual há glândulas salivares semelhantes às da boca e com mais bactérias, que continuam a digestão da celulose. Então, o alimento mistura-se à saliva e é regurgitado em pequenas porções, que serão mastigadas na boca vagarosamente. Depois é deglutido outra vez, indo para o folhoso, que ajuda a triturá-lo, além de absorver água. O alimento segue, então, para o coagulador, que produz ácido clorídrico e pepsina, digerindo proteínas e bactérias que chegam a ele. Os microrganismos que vivem no estômago dos ruminantes constituem fonte de aminoácidos e vitaminas para esses animais, sendo digeridos no coagulador. A digestão é finalizada no intestino, e os nutrientes são absorvidos. O intestino dos animais herbívoros é muito maior que o do ser humano e o de animais carnívoros, e pode ter até 40 m de comprimento. Isso se deve à maior dificuldade da digestão do vegetal em comparação à da carne (por causa da parede de celulose das células vegetais). Nos herbívoros não ruminantes, a digestão da celulose ocorre pela ação de bactérias do ceco e do apêndice, que são mais desenvolvidos nesses animais que nos carnívoros. ○ RESPIRAÇÃO, CIRCULAÇÃO, EXCREÇÃO E COORDENAÇÃO. Assim como as aves e os répteis, os mamíferos respiram apenas por meio dos pulmões. A pele dos mamíferos, diferentemente da pele dos anfíbios, não têm função respiratória e, por ser impermeável, protege esses animais contra a desidratação. Mesmo os mamíferos aquáticos respiram por meio de pulmões, já que são animais que se originaram de animais terrestres e, posteriormente, voltaram para o ambiente aquático. O pulmão é dividido em pequenos sacos (alvéolos pulmonares) que aumentam bastante a superfície relativa de absorção do oxigênio. A ventilação do ar é realizada com o auxílio dos músculos que ficam entre as costelas (músculos intercostais) e do diafragma. Esses músculos contraem e relaxam alternadamente, aumentando e diminuindo o volume do tórax, fazendo o ar entrar e sair dos pulmões. O coração dos mamíferos, da mesma forma que o das aves, possui quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Não há comunicação entre o lado esquer- do e o lado direito do coração e, assim como ocorre com as aves, o sangue rico em oxigênio está completamente separado do rico em gás carbônico. A circulação é, portanto, dupla e completa. Isso garante fornecimento suficiente de oxigênio para uma boa produção de energia, o que possibilita que os mamíferos sejam bem ativos em qualquer temperatura. O sistema urinário é formado por dois rins, dois ureteres (canais condutores), uma bexiga urinária e uma uretra (canal de saída), que se abre do lado externo do corpo. Os rins retiram do sangue certas substâncias tóxicas produzidas pela atividade celular, como a ureia, além da água e dos sais minerais em excesso. Essas substâncias, eliminadas e dissolvidas na água, constituem a urina. A urina passa pelos ureteres e se acumula na bexiga urinária até sair do corpo pela uretra. Assim como outros vertebrados, os mamíferos possuem um sistema nervoso formado pelo encéfalo (cérebro, cerebelo, bulbo e ponte), pela medula espinal e pelos nervos. Há doze pares de nervos cranianos. Os mamíferos possuem o maior cérebro entre os vertebrados. Uma camada superficial bem desenvolvida chamada córtex confere a esses animais grande capacidade de inteligência, memória e aprendizagem. A audição – com orelhas interna, média e externa, e com um pavilhão auricular que facilita a percepção dos sons –, a visão e os epitélios gustatórios e olfatórios são bem desenvolvidos, havendo ainda receptores sensoriais espalhados pela pele. ○ CONTROLE DA TEMPERATURA Os mamíferos são endotérmicos. Quando o ambiente esfria, controlam a temperatura do corpoà custa do calor liberado pela oxidação de alimento. Quando o ambiente esquenta, refrigeram o corpo por meio da evaporação da água eliminada pelas glândulas sudoríferas ou da evaporação de água pela expiração. Essa regulação da temperatura traz alguns problemas. Se o ambiente é frio, os mamíferos dependem de maior quantidade de alimento e de oxigênio; se é quente, correm o risco de perder muita água pela evaporação. Isso é diminuído pela presença dos pelos e da camada de gordura sob a pele, os quais isolam termicamente o corpo. Outra adaptação dos organismos endotérmicos é sua capacidade de controlar a quantidade de sangue que irriga a pele por meio da contração ou do relaxamento dos músculos lisos (involuntários) das arteríolas da pele (figura 1.5). Quando os músculos relaxam, as arteríolas dilatam-se e mais sangue circula pela pele, fazendo com que o corpo perca calor. Quando eles se contraem, o volume de sangue diminui, reduzindo a perda de calor. A velocidade das reações químicas, isto é, a taxa metabólica, varia em função da temperatura do ambiente. Ela pode ser medida pelo consumo de oxigênio por unidade de massa do ser vivo. Em geral, quando a temperatura ambiental está entre 27 oC e 35 oC, o metabolismo em repouso de um animal endotérmico permanece constante. Nesse intervalo, o animal quase não gasta energia para manter sua temperatura estabilizada. Abaixo dos 27 oC, à medida que a temperatura ambiente diminui, o animal precisa gastar cada vez mais energia para produzir calor e manter a temperatura do corpo constante; com isso, o metabolismo aumenta. Acima de 35 oC, o metabolismo também aumenta, pois o animal precisa gastar energia para eliminar calor, produzindo suor ou ofegando, por exemplo. Observe na figura 1.6 como o metabolismo de um rato (animal endotérmico) varia com a temperatura. Se essa avaliação fosse feita com um animal ectotérmico (por exemplo, um lagarto em repouso no laboratório), o resultado seria diferente. Quando a temperatura ambiente aumenta, a temperatura corporal também se eleva, o que faz a taxa metabólica aumentar até certo ponto (figura 1.7). ● REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Os mamíferos apresentam fecundação interna. Os machos possuem pênis, e os testículos alojam-se em uma bolsa escrotal – em algumas espécies, permanentemente; em outras, apenas na época da reprodução. O desenvolvimento é direto. Quase todos os mamíferos são vivíparos (exceto o ornitorrinco e a equidna, que são ovíparos): o filhote desenvolve-se no útero à custa de alimento e oxigênio retirado diretamente do sangue da mãe pela placenta; por esta também elimina as excretas e o gás carbônico. Além da placenta, estão presentes o âmnio, o córion, a alantoide e o saco vitelínico (figura 1.8). A placenta comunica-se com o embrião pelo cordão umbilical. Mesmo após o nascimento, o filhote continua a receber, por algum tempo, alimento diretamente da mãe (leite), produzido pelas glândulas mamárias. Os cuidados com a prole são mais intensos e persistem, em geral, por mais tempo nos mamíferos que nos outros vertebrados. ● CLASSIFICAÇÃO Os mamíferos podem ser divididos em três grupos: Prototheria ou Monotremata (prototérios ou monotremados), Metatheria ou Marsupialia (metatérios ou marsupiais) e Eutheria (eutérios). Os prototérios (protos = primitivo; therion = fera, termo usado para mamíferos) são o ornitorrinco e a equidna (figura 1.9). Esses mamíferos apresentam algumas características dos répteis, como a postura de ovos com casca e gema e a presença da cloaca. Vem daí o termo monotremados (monos = um; trema = abertura), que se refere à abertura única dos sistemas digestório, urinário e genital. Possuem pelos e glândulas mamárias, mas não há mamilos, e o leite é lambido dos poros da pele. O ornitorrinco (ornis, ithos = ave; rhygkhos = bico), encontrado na Austrália e na Tasmânia, tem um bico córneo semelhante ao de um pato (na realidade é um focinho), usado para escavar o fundo dos rios em busca de pequenos invertebrados dos quais se alimenta. Os filhotes nutrem-se de leite, que escorre entre os pelos da barriga da mãe (as glândulas mamárias não possuem tetas). A equidna (échidna é um monstro da mitologia grega com cabeça de serpente; possivelmente recebeu esse nome devido ao seu focinho longo e fino), encontrada na Austrália e na Nova Guiné, possui espinhos nas costas, patas com garras e um bico usado para escavar o solo em busca de insetos. Entre os metatérios (meta = além de) estão os cangurus e coalas, encontrados nas ilhas da Oceania (Austrália, Nova Zelândia, etc.), e os gambás e catitas, encontrados na América do Sul. Veja a figura 1.10. São vivíparos, mas de placenta rudimentar (constituída apenas pela união do saco vitelínico com a parede do útero) e transitória (dura apenas poucos dias antes de o filhote nascer; a gestação é curta, estendendo-se de 13 a 35 dias). Ao nascer, o filhote arrasta- -se até o marsúpio (marsupi = bolsa), uma bolsa de pele situada no ventre da mãe que contém glândulas mamárias, onde completa seu desenvolvimento (em alguns gambás não há marsúpio e os filhotes se agar- ram em dobras da pele). As pernas traseiras do canguru são muito desenvolvidas, o que lhe permite se locomover com grandes saltos. Os maiores cangurus podem dar saltos de até oito metros de extensão e cerca de dois metros de altura. O canguru é dos animais-símbolo da Austrália. Quando atacado, o gambá expele um líquido fétido como defesa. O nome “gambá” vem da língua tupi gã’bá, que significa ‘saco vazio’ (referindo-se ao marsúpio). No grupo dos eutérios (eu = verdadeiro) está a maioria dos mamíferos. A placenta é desenvolvida e duradoura. Exemplos desses mamíferos. ❏ Xenarthra (xenartros; edentados; xénos = estranho; arthron = articulação; suas vértebras têm uma articulação extra; e = sem; dente = dente) – com dentição incompleta ou sem dentes e garras desenvolvidas nos dedos. Exemplos: tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim e preguiça, atualmente na ordem Pilosa (figura 1.11); tatu-bola e tatu-canastra, atualmente na ordem Cingulata. ❏ Lagomorpha (lagomorfos; lagos = lebre; morphé = forma) – além dos incisivos semelhantes aos dos roedores, possuem mais um par desse tipo de dente, menos desenvolvido, atrás dos incisivos superiores. Os dentes têm crescimento contínuo. As pernas traseiras são maiores que as dianteiras e estão adaptadas para o salto. A cauda é curta e grossa. São herbívoros (figura 1.12). ❏ Rodentia (roedores; rodentia = que rói) – é a ordem com o maior número de espécies; os animais são herbívoros e possuem dois pares de dentes incisivos bem desenvolvidos, um em cada maxilar, que crescem continuamente, adaptados para roer. Exemplos: rato, cutia, marmota, camundongo, porco-espinho, rato-canguru, esquilo, esquilo-voador, castor, capivara, lemingue, cobaia, chinchila, paca, preá (figura 1.13). ❏ Carnivora (carnívoros; carne = carne; vorare = devorar) – possuem caninos bem desenvolvidos (adaptados para perfurar e rasgar carne) e garras; nos aquáticos os membros são achatados e funcionam como remos. Embora muitos comam apenas carne, há também os de alimentação variada. Exemplos: tigre, raposa, leão, hiena, morsa, urso, cão, lobo, gato, foca, leão-marinho, lontra, leopardo, onça-pintada, quati, lobo-guará, cachorro-do-mato, guaxinim (ou mão-pelada), jaguatirica, guepardo (figura 1.14). ❏ Insectivora (insetívoros) – mamíferos pequenos e insetívoros. Atualmente, esse grupo está desmembrado em outras ordens. Exemplos: toupeira, ouriço-cacheiro e musaranho (figura 1.15). ❏ Primates (primatas; primates = em primeiro lugar) – possuem adaptações relacionadas à vida em árvores: cinco dedos nas mãos e nos pés, adaptados para a preensão (um dos dedos fica em oposição aos outros, o que ajuda o animal a segurar-se em galhos de árvores e a agarrar objetos); unhas em vez de garras; visão bem desenvolvida (estereoscópica e em cores). Além disso, possuem postura ereta ou semiereta, cérebro bem desenvolvido em proporção ao corpo (são muito inteligentes) e, em geral, dedicam grandecuidado à prole. Exemplos: lóris, társio, macacos das Américas (mico, macaco-aranha) e da Europa (babuíno, macaco Rhesus, mandril), antropoides (chimpanzé, gorila, gibão, orangotango e o ser humano) (figura 1.16). ❏ Chiroptera (quirópteros; cheîr = mão; pterón = asa) – voadores com membros anteriores transformados em asas; a maioria se alimenta de frutas, néctar ou insetos; outros caçam ratos e rãs. Das mais de mil espécies de morcegos conhecidas, apenas três se alimentam de sangue: são os morcegos-vampiros. Para isso, eles abrem uma ferida na presa com os dentes incisivos e lambem o sangue. Exemplo: morcego (figura 1.17). ❏ Artiodactyla (artiodáctilos; arthion = par; daktylos = dedo) – herbívoros com número par de dedos (dois ou quatro) protegidos por casco. Exemplos: boi, veado, porco, camelo, hipopótamo, girafa, cabra, lhama, antílope, carneiro (figura 1.18). ❏ Cetacea (cetáceos; ketos = baleia) – mamíferos marinhos, com membros anteriores transformados em nadadeiras; a forma é hidrodinâmica, não apresentam membros posteriores e possuem nadadeira caudal; a narina fica no alto da cabeça e dela sai um esguicho de ar quente com vapor de água; são carnívoros ou filtradores de plâncton; a grossa camada de gordura protege contra o frio. Exemplos: baleia, cachalote, golfinho (figura 1.19). ❏ Perissodactyla (perissodáctilos; perisson = ímpar) – mamíferos com número ímpar de dedos (um ou três) e casco. Exemplos: zebra, rinoceronte, anta, cavalo. A anta é o maior mamífero terrestre brasileiro, podendo pesar até 200 kg (figura 1.20). ❏ Sirenia (sirênios; sirena = sereia) – aquáticos com membros anteriores transformados em nadadeiras; membros posteriores ausentes; cauda achatada, que funciona como remo. Herbívoros. Exemplo: peixe-boi, que vive nos rios da Amazônia (figura 1.21). ❏ Proboscidea (proboscídeos; proboskis = tromba; eidos = forma) – mamíferos herbívoros com nariz e lábio superior transformados em tromba, que pega o alimento e leva-o à boca, e dentes incisivos superiores bem desenvolvidos (presas). Herbívoros. Exemplo: elefante (figura 1.22). ● EVOLUÇÃO Os antepassados dos atuais mamíferos surgiram antes das aves, no período Triássico, há cerca de 220 milhões de anos. Evoluíram de um grupo de répteis atualmente extintos, os terapsidas, conhecidos também como répteis mamaliformes, que viveram entre 280 e 190 milhões de anos atrás. Possuíam já uma dentição especializada (eram heterodontes). As patas mantinham o tronco suspenso do solo, possibilitando que se deslocassem sem rastejar (“terapsida” vem de téras, atos = monstro; apsis = suspenso). Os primeiros mamíferos eram pequenas criaturas peludas, do tamanho dos insetívoros atuais (figura 1.23). Nos fósseis desses animais, o tamanho da órbita (o espaço onde está o globo ocular) indica que seus olhos eram grandes: deviam estar adaptados a pouca quantidade de luz. Seriam, nesse caso, animais de hábitos noturnos. Provavelmente, à noite, quando a temperatura caía e muitos répteis diminuíam suas atividades, eles saíam para caçar insetos e outros invertebrados, uma vez que eram endotérmicos. Foi somente a partir da extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos, que os mamíferos puderam se espalhar pelos mais variados ambientes. No entanto, muitos dos primitivos mamíferos se extinguiram. Por exemplo, o mamute se extinguiu há cerca de 12 mil anos. Há cerca de 60 milhões de anos os mamíferos já tinham se diversificado. Os primeiros antropoides, grupo dos primatas que inclui o gorila, o chimpanzé, o orangotango e o ser humano, devem ter surgido há cerca de 50 milhões de anos.
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