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Parto e Puerpério

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1 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
PROBLEMA 10 – “TÁ NA HORA, TÁ NA HORA” 
Hoje é domingo e nada melhor do que um churrasco na laje para comemorar as 40 semanas de Gleidivania. 
Gestação normal, sem nenhuma intercorrência, ganho de peso dentro do esperado, pressão arterial normal. Apenas 
o inchaço dos pés incomodou um pouquinho. No final do dia, seus pés parecem duas bolas de boliche. Acordou 
indisposta, mais cansada do que o habitual, com a barriga dura. Acha que são as contrações. Seu médico lhe avisou 
que este seria o sinal do começo de tudo. Já sabe o que fazer. Anotar a duração e a repetição do endurecimento da 
barriga, e correr para o hospital se as contrações aumentarem ou se a bolsa estourar. Foram doze horas de espera 
para ver o rostinho lindo de seu menininho. O parto foi normal, por escolha própria e por ser o mais natural. Agora, 
já na enfermaria, quer dormir um pouco. O obstetra lhe prescreve uma medicação para dor e orienta sobre os 
cuidados neste período. Informa ao esposo e às avós que o pequeno Lucas vai ficar no berçário, será avaliado pela 
pediatra, e assim que estiver tudo liberado, virá para o quarto, para ficar com a mamãe. 
Problemas e Chuva de Ideias: 
1. Partos, tipos de parto, indicações e contraindicações: 
 Primeiros sinais do parto. 
 Quais as características do trabalho de parto e orientações e cuidados desse período. 
 Quando fazer parto cesária e quando fazer parto normal. 
 Características associadas ao tipo de parto (posição do bebê, dilatação, indicações etc.). 
 Avaliações do feto (posição, FC, líquido amniótico, respiração). 
 Acompanhamento semanal para avaliação fetal. 
2. Características do puerpério: 
 Cuidados do pós-parto, pelo menos um retorno no puerpério. 
 Manter período de resguardo (cerca de um mês). 
 É função da equipe da saúde a orientação sobre o aleitamento materno. 
 Tempo de puerpério (41 dias?). 
 Orientações sobre repouso, deambulação, atividade sexual, alimentação adequada, hidratação. 
 Mudanças fisiológicas do corpo da mulher no período puerperal. 
 Ocorrências que podem ocorrer no abdome e outros sistemas consequentes da gravidez e pós-parto. 
 
Objetivos: 
1. Determinar as Características clínicas no trabalho de parto (TP); 
2. Determinar as indicações, contraindicações, riscos e benefícios para cada tipo de parto; 
3. Descrever os parâmetros de avaliação fetal (FC, FR, líquido amniótico, movimento fetal, posição); 
4. Caracterizar o puerpério e as mudanças fisioanatômicas e psicoemocionais no período puerperal; 
5. Definir as orientações no puerpério (atividade sexual/método contraceptivo, aleitamento materno, 
higiene, alimentação e conduta/consultas/retornos). 
 
1. DETERMINAR AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS NO TRABALHO DE PARTO: 
(Tratado de Obstetrícia – FREBASGO; Obstetrícia – Rezende) 
 O TP é caracterizado por aumento da atividade miometrial ou mudanças dos padrões contráteis de baixa 
frequência e intensidade, para um modelo de contrações de alta intensidade e frequência, resultando em 
esvaecimento progressivo e dilatação do colo uterino. 
 O TP e o parto não podem ser considerados um processo passivo em que um “motor” de contrações 
empurra um objeto rígido ou inanimado. A habilidade do feto em “negociar” o sucesso final de passar por 
essa trajetória depende da interação de três variáveis: 
o O poder propulsor, fornecido pelas contrações uterinas; 
o A mobilidade do passageiro (móvel-feto); 
 
2 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
o A passagem (trajeto duro e mole do canal de parto). 
 Há evidências de que são os fetos que controlam o momento exato de deflagrar o TP, devido às mudanças 
que ocorrem nos níveis de hormônios na circulação da mãe e do concepto, para determinar seu início e 
manutenção. 
Fases da Fisiologia da Atividade Contrátil Uterina: (Frebasgo) 
 Fase Zero: inibição ativa 
o A atividade miometrial inibida: durante a maior parte do período gestacional o útero tem sua cinética 
quiescente, decorrente da ação atribuída a várias substâncias inibidoras: 
▪ Progesterona; 
▪ Prostaciclinas (prostaglandina – PG – 1 e 2); 
▪ Relaxina; 
▪ Oxido nítrico; 
▪ Peptídeos relacionados ao gene da calcitonina; 
▪ Peptídeos relacionados ao hormônio paratireoide; 
▪ Adrenomodulina; 
▪ Peptídeo vasoativo intestinal. 
o O útero apresenta atividade contrátil durante toda a gravidez, com frequência, localização e intensidade 
das contrações insuficientes para deflagrar o processo de parturição. 
 Fase 1: Atividade miometrial 
o Período próximo ao termo; 
o O útero começa a reagir às ações de substâncias com poder uterotrópica, como os estrogênios. 
o Fase reconhecida pela ativação dos receptores associados a proteínas (CAP), principalmente os de 
ocitocina e de PGs, dos canais de íons e aumento das chamadas conexinas-43, que fazem parte das GAP 
(comunicações intercelulares). Esse processo aumenta a sincronia elétrica miometrial e facilita a efetiva 
coordenação das contrações. 
 Fase 2 
o Fase de estimulação, quando o útero está “devidamente preparado”, pode ser estimulado pelos 
agonistas uterotônicos como as PGs E2 e F2-alfa, as endotelinas-1 e a ocitocina. 
o Pode ser dividia em três estágios: 
▪ O primeiro começa quando podem ser identificada as primeiras contrações com frequência, 
intensidade e duração suficientes para provocar esvaecimento e dilatação do colo uterino. 
▪ O segundo estágio começa quando a dilatação atinge seu máximo e termina quando o feto é 
expulso do ventre materno. Nesse momento, a ocitocina plasmática aumenta de modo 
dramaticamente intenso. 
▪ O terceiro estágio inicia-se imediatamente após o parto do feto, terminando com a expulsão 
completa da placenta e das membranas com contrações muito fortes e de alta intensidade, mas 
desacompanhada de dores ou desconforto maiores. O processo, realizado de modo espontâneo e 
fisiológico, auxilia de modo poderoso a primeira fase do tamponamento uterino, evitando perdas 
sanguíneas maiores e desnecessárias. 
 Fase 3 
o A involução uterina pós-parto é mediada primariamente pela ocitocina. 
o A ocitocina está em níveis elevados no segundo período do TP (final da fase 3), no início do pós-parto e 
durante a maior parte do tempo de aleitamento. 
o Para a ejeção láctea, a presença da ocitocina é fundamental e a amamentação estimula sua presença 
permanente e prolongada na circulação, assegurando mais rápido o processo de involução uterina. 
(Rezende): 
 Clinicamente, o estudo do parto analisa 3 fases principais: dilatação, expulsão, secundamento, precedidas de 
estágio preliminar, o período premonitório (pré-parto). 
 
3 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
 O conjunto desses episódios constitui os fenômenos passivos do parto, que se completam com a análise dos 
movimentos executados pelo feto, na sua penetração rotativa através do canal parturitivo, impulsionado 
pelas contrações uterinas (mecanismo do parto). 
 
 Período premonitório (Pré-parto): 
o Descida do fundo do útero que condiciona maior amplitude à ventilação pulmonar, dificultada, até este 
momento, pela compressão diafragmática. 
o Incidência de dores lombares, estiramento das articulações da cintura pélvica e transtornos circulatórios 
decorrentes dos novos contatos. 
o Aumento das secreções das glândulas cervicais, com eliminação de muco, por vezes mesclado de sangue. 
o Encurtamento da porção vaginal do colo; início da percepção (geralmente dolorosa), das metrossístoles 
intermitentes do útero, com espações que vão se amiudando e contrações que vão intensificando, a 
prenunciarem a deflagração do parto. 
o A atividade uterina se mantém reduzida até 30 semanas, ficando limitada a pequenas áreas da matriz, 
após essa data tem aumento gradual, especialmente após a 36ª semana, resultante do incremento, na 
intensidade e na frequência, das contrações de Braxton-Hicks, mais coordenadas e que envolvem áreas 
cada vezmaiores. 
o No pré-parto, acentua-se o amolecimento do colo. 
o A relaxina (polipeptídio hormonal produzido pelo corpo lúteo, pela decídua e pelo cório) tem função 
importante no amadurecimento da cérvice. 
o A relaxina atua em todo o decurso da gravidez. 
o O falso trabalho de parto e as contrações dolorosas do pré-parto são quadros clínicos comuns no final da 
gravidez. 
 Diagnóstico do trabalho de parto: 
o Considerado como síndrome: os elementos que a compõem não têm, isoladamente, valor absoluto, e é 
somente o conjunto deles que garante a precisão. 
o Podem ser considerados: 
▪ Contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo duas em 10 minutos), que se estendem a todo o útero e 
têm duração de 50 a 60 segundos. 
▪ 12 contrações por hora (2/10 minutos) é sinal de trabalho de parto verdadeiro ou iminente. 
▪ Dilatação de 4cm com colo apagado ou 5cm independente do apagamento. 
▪ Formação da bolsa das águas. 
▪ Perda do tampão mucoso, que denuncia o apagamento 
do colo. É mais característica do período premonitório e 
da fase latente. 
 
 Fase de dilatação (ou 1º período): 
o Inicia-se a fase de dilatação com contrações uterinas 
dolorosas, começa modificando ativamente a cérvice, e 
termina quando a sua ampliação está completa (10cm). 
o 70% das parturientes referem a dor da contração no 
hipogástrio, 20% na região sacra e 10% em ambos os 
lugares. 
o Durante o primeiro período abre-se o diafragma 
cervicossegmentário e se forma o canal do parto, isto é, a 
continuidade do trajeto uterovaginal, com dois fenômenos 
predominantes: o apagamento do colo, ou desaparecimento 
do espaço cervical, a incorporação dele à cavidade uterina e 
a dilatação da cérvice e, ao fim deste processo, as suas bordas 
limitantes ficam reduzidas a simples relevos, aplicados às paredes 
vaginais. 
 
4 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
o Dilata-se o colo devido ao efeito das fibras longitudinais do corpo, que se encurta durante as contrações 
uterinas, e a outros fatores convergentes (bolsa das águas e apresentação). 
o A ruptura, com evasão parcial do líquido amniótico dá-se em 80% dos casos, no final da dilatação ou no 
início da expulsão. 
▪ Ruptura prematura: quando ausente o TP. 
▪ Ruptura precoce: no início do parto. 
▪ Oportunas: quando ocorrem ao final da dilatação. 
▪ Tardias: quando sobrevêm concomitantes à expulsão do feto 
▪ Espontâneas; provocadas ou artificiais; ou intempestivas. 
o A ruptura das membranas que ocorre no parto pode ser atribuída ao enfraquecimento generalizado, 
quando atual as contrações uterinas e o repetido estiramento. 
 
 Fase de expulsão (ou 2º período): 
o Começa quando a dilatação está completa e se encerra com a saída do feto. 
o Sucessão das contrações uterinas, cada vez mais intensas e frequentes, com intervalos progressivamente 
menores, até chegarem a 5 contrações a cada 10 minutos. 
o Ao comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, o polo inferior do feto provoca, por via reflexa, o 
aparecimento das contrações voluntárias da prensa abdominal. Origina-se então a “vontade de 
espremer”, os puxos, movimentos energéticos da parede do ventre, semelhantes ao suscitados pela 
evacuação ou micção penosas. 
o Período expulsivo: sístole involuntária do útero e contração voluntária da prensa abdominal. 
 
Duração normal do trabalho de parto: 
 A fase latente pode durar em média 20 horas nas primíparas e 14h nas multíparas. 
 O parto propriamente dito (fase ativa) tem o seu período de dilatação completado em cerca de 12h, nas 
primíparas, e de 7h nas multíparas; a expulsão leva, respectivamente, 50 e 20 minutos. 
 Esses tempos são totalmente variáveis. 
 
 Após a expulsão do feto, a mulher passa por um período de euforia e bem-estar que era atribuído ao 
desaparecimento das contrações uterinas e conhecido como 
repouso fisiológico do útero. No entanto, a víscera continua a 
contrair-se após a expulsão do concepto, para prosseguir à 3ª 
fase do parto. São contrações de baixa frequência e alta 
intensidade, mas indolores. 
 O fundos uterino atinge a cicatriz umbilical após a expulsão do 
feto, baixa durante as contrações da dequitadura e volta à 
altura anterior no intervalo entre elas. A cada onda contrátil 
assiste-se à elevação progressiva da matriz, o que traduz, 
gradativamente, o deslocamento, a descida da. Quando a 
passagem dos anexos através do segmento inferior é lenta, a 
subida do fundo uterino se faz vagarosamente; na migração 
rápida, a elevação é súbita. 
 Sinais clínicos que podem ser observados: 
o Pinçamento ou ligadura do funículo, próximo à vulva, que 
dela se irá distanciar com o progresso da migração 
placentária. 
o O deslocamento completo da placenta, que pode ser 
apreciado pela transmissão (presente ou ausente) de 
ligeiros movimentos de percussão do fundo do útero, ao 
 
5 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
cordão umbilical, constituindo, em sentindo inverso o sinal do pescador de Fabre. 
o A maneira de comportar-se o funículo, situado diante da vulva, após compressão da parede abdominal 
(sonal de Küstner), ou esforço voluntário da paciente, que deve ser anotado. 
 
Cascata endócrina fetal que leva ao trabalho de parto: Fundamental para a manutenção da gestação (e preservação 
da espécie) e desembocar no nascimento. 
Hormônios envolvidos na parturição (determinismo): 
 Prostaglandinas: 
o São predominantemente parácrinos/autócrinos (atuam no próprio sítio de produção ou em células 
contíguas). 
o O aumento de sua biossíntese é observado tanto nos partos a termo como nos pré-termo, 
especialmente as PGs das séries de subtipos E e F. 
o Os tecidos do útero humano são seletivamente ricos em ácido araquidônico, precursor fundamental 
para a biossíntese das PGs; 
o Há aumento das concentrações de PGs durante o parto no líquido amniótico, plasma e urina maternos; 
o A administração vaginal, intravenosa e intra-amniótica de PG exógena pode iniciar o parto em qualquer 
época da gravidez e em qualquer espécie animal. 
o Estão envolvidas em três importantes eventos: 
▪ Sincronização das contrações; 
▪ Esvaecimento cervical; 
▪ Aumento da responsividade uterina à ação da ocitocina, devido ao aumento da produção das 
GAP e da concentração dos receptores da ocitocina. 
o Inibidores de síntese das PGs, como os anti-inflamatórios não hormonais (AINH), podem suprimir a 
contratilidade uterina in vivo e in vitro e prolongar a duração da gestação. 
o As PGs F2-alfa estão envolvidas no processo de início da atividade miometrial e as PGs E, no processo de 
esvaecimento e remodelação do colo uterino. 
 Progesterona: 
o A administração de um antagonista desse hormônio, ou a remoção precoce do corpo lúteo, induz o 
aborto, mostrando sua importância no processo de manutenção da gravidez. 
o A queda de seus níveis não acontece antes de iniciado o TP. 
 Estrogênios: 
o Sua principal fonte de produção na gestação é a placenta. 
o São reconhecidos como atuantes na regulação das junções GAP e receptores uterotônicos, incluindo os 
de ocitocina, criando condições para o miométrio gerar contrações. 
 Ocitocina: 
o É uma uterotonina potente e é encontrada naturalmente em todos os seres humanos. 
o Papel na parturição: 
▪ É o mais potente agente uterotônico de produção endógena; 
▪ A frequência e amplitude de suas contrações induzidas são idênticas às do TP; 
▪ Contrações uterinas podem ser provocadas pela estimulação elétrica da hipófise posterior ou por 
estimulação dos mamilos (o controverso reflexo de Fergunson), com aumento de sua circulação no 
sangue; 
▪ Os análogos de ocitocina que competem por seus receptores, bloqueando-os, inibem o TP; 
▪ O número de seus receptores aumenta ao final da gestação nos tecidos deciduais e no miométrio; 
▪ A ocitocina age na decídua para promover a liberação de PGs; 
▪ Há dados abundantes para sustentar seu papel no segundo estágio do TP, no puerpério imediato edurante o aleitamento. 
 Relaxina: 
o Papel na fase 2 do TP, participando da remodelação da matriz extracelular uterina, do colo, da vagina, 
mamas, bem como da proliferação celular e inibição da apoptose. 
 
6 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
o Seus níveis estão mais altos entre 8 e 12 semanas, declinando após a substituição do corpo lúteo, onde 
está a maior fonte de sua produção, e permanecem baixos até o termo. 
 
Considerações finais: 
 As principais mudanças no TP incluem aumento da biossíntese de PG e sua liberação no útero, aumento das 
junções GAP e da liberaçãodos receptores de ocitocina. 
 Quando o miométrio e a cérvix estão preparados, os fatores endócrinos, parácrinos e autócrinos da unidade 
fetoplacentária modificam seu padrão irregular para regular, iniciando-se a ativação miometrial compatível 
com a parturição. 
 O feto parece estar no controle do início do TP, coordenando a ligação da produção dos hormônios 
esteroides sexuais sobre: atividade miometrial, mecanismo de distensão do útero, secreção de hormônios 
da neuro-hipófise e estimulação da síntese de PGs. 
 
 
2. DETERMINAR AS INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES, RISCOS E BENEFÍCIOS 
PARA CADA TIPO DE PARTO; 
(Parto, aborto e puerpério – Assistência Humanizada à Mulher – FREBASGO) 
 O objetivo principal do atendimento no parto é chegar ao fim da gestação com um recém-nascido saudável, 
com plena potencialidade para o desenvolvimento biológico e psicossocial futuro e com uma mulher/mãe 
com saúde e não traumatizada pelo processo de nascimento de seu filho. 
 Esse objetivo envolve fatores como o preparo e as expectativas da mulher, seu companheiro e familiares; ao 
determinantes biológicos e sociais relacionados à mulher e à gravidez; a adequação da instituição ou local 
onde acontecerá o nascimento; a capacitação técnica do profissional envolvido com esta atenção e, 
fundamentalmente, sua atitude ética e humana. 
 Historicamente, as cesáreas eram feitas em situações extremas, tentando basicamente salvar a vida do feto, 
já que raramente as mulheres sobreviviam ao procedimento. 
 Com o passar do tempo aconteceram muitos progressos nas técnicas cirúrgicas, na anestesia, hemoterapia, 
antibioticoterapia e outras áreas afim possibilitando que a cesárea passasse a ser um procedimento técnico 
bastante seguro. 
 A escolha do tipo de parto apresenta uma série de implicações em termos de necessidade e indicação, riscos 
e benefícios, dependendo de cada situação, 
tempo de realização, complicações e 
repercussões futuras. 
Riscos associados: 
 O risco relativo de morte materna é mais 
elevado na cesariana que no parto normal. 
 Um dos riscos da cesárea é o traumatismo fetal 
em caso de prematuridade. 
 Algumas complicações associadas ao 
procedimento da cesárea incluem: 
o Infecção 
o Hemorragia 
o Tromboembolismo 
o Infecção urinária 
o Acretismo placentário (no caso de cesáreas 
de repetição) 
o Riscos associados à necessidade de 
transfusões sanguíneas e de hemoderivados 
(transmissão do vírus da hepatite e do HIV). 
 
7 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
Indicações da Cesárea: 
 Má posição fetal: 
o Fetos cefálicos na posição occipital posterior (OP), transversa ou defletidas levam a maiores taxas de 
complicações perinatais e cesarianas. 
o Algumas má posições da cabeça fetal podem ser corrigidas, mas, ainda assim, muitas pacientes precisam 
de cesariana para o nascimento de seus conceptos. 
o A apresentação córmica é uma indicação indiscutível de cesárea. 
 Desproporção cefalopélvica (DCP) 
 Cesariana prévia e cicatriz uterina prévia 
 Sinais de alteração da vitalidade fetal 
 Deslocamento prematuro de placenta (DPP) 
 Placenta prévia total e acretismo placentário 
 Vasa prévia 
 Prolapso de cordão umbilical 
 Macrossomia fetal 
 Gestação gemelar 
 Distensão uterina/ruptura uterina 
 Gestante soropositiva para HIV (dependendo da carga viral) 
 Herpes-simples 
Não são indicações: 
 Hepatites virais 
 Gestante soropositiva para HIV com CV menor de 1.000 c/mL ou bolsa rota ou trabalho de parto ativo 
 Infecção genital por HPV, sem obstrução do canal vaginal 
 Gestação gemelar com o primeiro feto em apresentação cefálica 
 Gestação gemelar monocoriônica sem complicações 
 Presença de mecônio no líquido amniótico 
 Oligoâmnio 
 História de uma cesariana segmentar anterior prévia 
 Prematuridade 
 Feto pequeno para idade gestacional 
 A grande maioria das cardiopatias maternas e fetais 
 Obesidade materna 
Complicações: 
 Infecções 
 Hemorragia 
 Lesões de órgãos adjacentes ao útero 
 Laceração fetal 
 Eventos tromboembólicos 
 Pseudo-obstrução intestinal 
 Inserção anômala da placenta 
 Ruptura uterina em gestação subsequente 
 Gestação em cicatriz de cesariana 
 Alterações psicológicas 
 
Aspectos gerais: 
 No parto normal o risco de morte é menor, o aleitamento 
é mais fácil, a recuperação é mais rápida. 
 O menor risco de comorbidade fetal é no parto vaginal em relação à cesariana. 
 
 
 
8 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
Posições: 
 Cefálica (indicação de parto normal) 
 Pélvica (indicação a mais rápida, costuma ser feita cesária) 
 Córmica: costas transversal, é necessário avaliar a dilatação para possível correção. 
 Além disso, a mudança na posição fetal pode ser modificada durante o TP, por isso é importante o 
monitoramento da posição fetal. 
 
3. DESCREVER OS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO FETAL (FC, FR, LÍQUIDO 
AMNIÓTICO, MOVIMENTO FETAL, POSIÇÃO); 
 
Formas de avaliação do feto: 
 Contagem dos movimentos fetais: 
o No teste de movimento fetal, se a contagem dos movimentos fetais não alcançar 6 movimentos a cada 2 
horas, o resultado é considerado anormal. 
o Apresenta custo zero e pode ser usado diariamente. 
o Começa a partir da 7 semana de gestação. 
o Depois de 8 semanas eles se tornam ativos e não há períodos de pausa maior de 15 minutos. 
o Depois eles se tornam mais coordenados e controlados com ciclos de repouso. 
o Divididos em estágios: 
▪ 1F: relaxante ou sono tranquilo. 
▪ 2F: Movimentos corporais grosseiros e frequentes, percepção movimentos oculares (sono ativo). 
▪ 3F: movimentos oculares mais contínuos, mas sem movimentos corporais e sem alterações da FC. 
▪ 4F: movimentos oculares contínuos e alterações da FC: acordado. 
 Cardiotocografia (CTG): 
o Tem o objetivo de avaliar a frequência cardíaca feral e a contratilidade uterina no momento do parto. 
o É um dos primeiros parâmetros a se alterar durante a hipóxia. 
o A FCF basal normal é entre 110 e 160bpm, acima de 160bpm considera-se taquicardia e abaixo de 
110bpm, braquicardia, ambos indicativos de sofrimento fetal. 
o 200bpm é considerada grave. 
o Também mede a acidemia fetal 
o A CTG pode ser classificada em reativa e não reativa. 
o É reativa quando apresenta 2 ou mais acelerações ao movimento fetal, com amplitude maior ou igual a 
15bpm e duração maior ou igual que 15s em 20min, sendo que a C TG reativa indica voa vitalidade fetal. 
A CTG é não reativa quando mostra menos que 2 acelerações em 20 min, indicando comprometimento 
fetal. 
 Perfil biofísico fetal (PBF): 
o Avalia as atividades biofísicas fetais e o volume de líquido amniótico. As atividades biofísicas dependem 
do estado de oxigenação fetal e das injúrias que a deprivação de oxigênio causa no sistema nervoso 
central do feto. 
o O PBF inclui a monitoração ultrassonográfica como a cardiotocográfica. 
o Avaliam-se movimentos respiratórios, tônus e os movimentos fetais, além do volume do líquido 
amniótico. No final da avaliação, pontuação maior ou igual a 8 sugere bom prognóstico fetal e inferior a 
8 indica monitorização do bem-estar fetal. 
 Volume do líquido amniótico (vLA) 
 Doppler: 
o Avalia o bem-estar fetal, por meio do estudo da resistência na circulação uterina e fetoplacentária. O 
emprego da ultrassonografiana circulação na gravidez se baseia em modificações hemodinâmicas que 
ocorrem no organismo materno, com o objetivo de proporcionar o crescimento fetal adequado. 
 
9 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
o Estuda os fluxos sanguíneos em territórios materno e fetal e permite a avaliação da hemodinâmica 
placentária, com o objetivo de fazer triagem para quantificá-la e acompanhar os casos. 
o Os principais vasos analisados incluem as artérias uterinas, as artérias umbilicais, a artéria cerebral 
média e o ducto venoso, com curvas de normalidade para cada vaso em relação à idade gestacional. 
 
4. CARACTERIZAR O PUERPÉRIO E AS MUDANÇAS FISIOANATÔMICAS E 
PSICOEMOCIONAIS NO PERÍODO PUERPERAL: 
 Conceitua-se puerpério o período do ciclo gravídico puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, 
provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, retornam à situação do estado pré-gravídico. 
 Inicia-se 1 a 2 horas após a saída da placenta e tem seu término imprevisto, pois enquanto a mulher 
amamentar ela estará sofrendo modificações da gestação (lactância), não retornando seus ciclos menstruais 
completamente à normalidade. 
 Pode ser dividido em: 
o Imediato (1º ao 10º dia); 
o Tardio (11º ao 42º dia); 
o Remoto (a partir do 43º dia). 
 A puérpera apresenta um estado de exaustão e relaxamento. Este estado pode se manifestar por sonolência 
que exige repouso. Após despertar e receber alimentação adequada, sem restrições, a mulher poderá 
deambular e dedicar-se aos cuidados com o filho. 
 Aumento do volume circulante no sistema cardiovascular nas primeiras horas pós-parto. 
 Padrão respiratório reestabelecido, passando o diafragma a exercer funções que haviam sido limitadas pelo 
aumento do volume abdominal. 
 Descompressão do estômago, melhor esvaziamento gástrico. 
 Pode ocorrer retenção urinária, atenuada pelo aumento da capacidade vesical que geralmente ocorre neste 
período. 
 Alterações de humor, com labilidade emocional. 
 O útero atinge a cicatriz umbilical após o parto e regride em torno de 1cm ao dia, embora de forma irregular. 
 A recuperação do endométrio inicia-se a partir do 25º dia pós-parto. 
 O colo uterino, logo após o parto, fica edemaciado e pode apresentar lacerações e, em torno do 10º dia, 
estará fechado. 
 A vagina apresenta-se edemaciada, congesta e atrófica, iniciando sua recuperação após o 25º dia de 
puerpério, mais tardia nas mulheres que amamentam. 
 
Puerpério Imediato (1º ao 10º dia): 
 Estimular a deambulação o mais precoce possível. 
 Higiene: estimular o banho de chuveiro. 
 Mamas: recomendar a utilização de sutiã para melhor conforto da mulher. O colostro já está presente no 
momento do parto, mas a descida do leite ocorre entre o 1º e 3º dia pós-parto. 
o A colocação da criança ao perto deve ser feita logo após o nascimento, para que ocorra liberação de 
prolactina e ocitocina, com consequente produção e liberação do leite. 
 Abdome: identificação de vísceras aumentadas e/ou dolorosas, atenção à involução uterina e à ferida 
cirúrgica, se o parto ocorreu por cesariana. 
 Genitália: inspecionar a região perineal. 
 Membros: pesquisar sinais de trombose venosa profunda, principalmente o relato de dores nos membros 
inferiores e edema súbito. 
 Revisão Puerperal precoce (entre 7 e 10 dias) 
 Revisão Puerperal tardia (até 42 dias) 
 
 
10 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
5. DEFINIR AS ORIENTAÇÕES NO PUERPÉRIO (ATIVIDADE SEXUAL/MÉTODO 
CONTRACEPTIVO, ALEITAMENTO MATERNO, HIGIENE, ALIMENTAÇÃO E 
CONDUTA/CONSULTAS/RETORNOS). 
Contraindicações de amamentação: 
 Mulher com câncer, HIV positivo, HTL positivo, alteração na consciência ou comportamento. 
 Não deve tomar qualquer medicação sem orientação médica. 
 O risco de transmissão do HIV pelo aleitamento materno é muito elevado e por falta de informação, muitas 
mulheres HIV positivo acabam amamentando durante o período puerperal. 
 
 É importante a pega correta na amamentação, pois se estive r incorreta pode causar estresse no RN e dor na 
mãe, é também importante para evitar mastite que pode ocorrer a partir da 2 semana do puerpério. 
 A ordenha manual ajuda inclusive nos cuidados para eliminar a doe na mãe. 
 É importante o uso de sutiãs especiais para facilitar a mamada, além de ajudar a evitar as microfissuras e 
melhorar a circulação no mamilo. 
 Pode se fazer ações educativas para facilitar a vida da mama, além de ser muito bom a iniciativa do Hospital 
Amigo da Criança. 
 Ausência de atração sexual, dispareunia é comum após o parto. 
 
Retornos: 
Orientações puerperais: 
 Após o parto é necessário um retorno ao médico para avaliar as condições da mãe e do RC, inclusive da 
classificação da imunização e sensibilização Rh. 
 É importante avaliar os riscos para definir se ela pode ser liberada para casa ou se é necessária uma 
permanência maior no hospital. 
 30 a 42 dias: No retorno tardio observa-se se houve desenvolvimento ou complicação ou normalidade. 
Avalia a questão do aleitamento, se houve interrupção e o porquê. A questão da atividade sexual e a 
vacinação do RN. 
 
Contracepção no Puerpério: 
1. Lactação e Amenorreia como Método (LAM): Necessita de amamentação exclusiva a livre demanda, até 
seis meses do parto e a ausência de menstruação neste período. Obedecidas estas três exigências, a 
efetividade é de até 98% para evitar uma nova gravidez. Esta prática reforça nas mulheres a importância do 
aleitamento exclusivo, contribuindo para melhoria da saúde das crianças. 
2. Métodos de Barreira: A utilização do preservativo masculino em todas as relações sexuais evita não 
somente uma nova gravidez, como protege a mulher de contrair uma DST. No puerpério recomenda-se a 
utilização do preservativo lubrificado, para evitar o desconforto ocasionado pelo ressecamento da mucosa 
vaginal. A utilização do preservativo feminino deve ser encorajada, apesar dos custos mais elevados quando 
comparado ao masculino. A utilização do diafragma deve ocorrer após seis semanas do parto, pois a partir 
deste período pode-se escolher o tamanho mais adequado. 
3. Dispositivo Intrauterino (DIU): Pode ser inserido logo após a eliminação da placenta, tanto no parto normal 
como na cesárea. Quando sua introdução é feita nesta ocasião, as mulheres referem diminuição do 
sangramento e das cólicas. Quando não inserido dentro das 48 horas pós-parto, recomenda-se inseri-lo 
apenas na sexta semana pós-parto, independente do retorno da menstruação. 
4. Esterilização Feminina: Quando previamente discutido com o casal e dentro das condições em que a lei 
permite, esta prática contraceptiva pode ser efetuada logo após o parto normal, através da laqueadura 
 
11 Tutoria III – M1 P10 Gabriella Almeida XXIV 
tubária realizada por uma minilaparotomia, de preferência até 72 horas do parto, ou durante a cesárea se 
esta for a via do parto. Não é norma aceitável a discussão sobre este método quando do momento do parto. 
O recomendado é que haja uma apresentação de todos os métodos disponíveis e que o casal tome a decisão 
fora do ciclo grávido-puerperal, pela irreversibilidade do método. 
5. Vasectomia: Devem-se ter as mesmas precauções com a utilização deste método que as providenciadas na 
laqueadura tubária, principalmente no ciclo grávido-puerperal. Por ser de menor custo e de mais 
simplicidade, pode ser feita no ambulatório. Deve ser mais divulgada e encorajada sua escolha, pelas 
vantagens que tem e por preservar a mulher de procedimentos invasivos. 
6. Métodos Hormonais (Progestogênios): A utilização da minipílula deve ser iniciada após a 6ª semana do 
parto, e seu uso é contínuo. Quando associada à amamentação, tem sua eficácia aumentada. Deve ser 
substituída por outro método quando ocorre o retorno da menstruação. Os injetáveis (bimensais) também 
podem ser empregados, embora também mais utilizados após as seis semanas do parto.7. Métodos Comportamentais: Envolve vários métodos, incluindo o coito interrompido, a abstinência sexual, o 
de Billings e o de tabela. Os dois últimos são, de difícil utilização neste período porque ainda não aconteceu 
o retorno à função ovariana normal. 
8. Anticoncepcional Oral Combinado: Está contraindicado o use de anticoncepcionais orais combinados nas 
mulheres que estão amamentando, pois o componente estrogênico interfere com a produção do leite. 
Evidentemente esta contraindicação deixa de existir se, por qualquer motivo, o aleitamento materno não 
estiver sendo praticado.

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