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Afecções Hepáticas na Cirurgia 1 Afecções Hepáticas na Cirurgia Algum Resumo? Eu mesmo fiz!! Data da Aula Feito por: Rafael Calvano Impresso Matéria 🔪 Cirurgia II Anatomia do Fígado → Lobar; → segmentar (funcional) → Veia Porta; → Artéria hepática; → Sistema Biliar; O fígado pesa aproximadamente 2% do peso corporal do indivíduo, e é um órgão extremamente sólido suspenso na cavidade abdominal, ligado a 7 ligamentos, principalmente ao ligamento redondo e ligamento falciforme. A drenagem de sangue do fígado é realizada por três veias, que desembocam na veia cava inferior. Aproximadamente 1/4 do sangue corporal está no fígado, é um órgão extremamente vascularizado, e por isso qualquer lesão nele já pode causar uma hemorragia. Fígado tem ainda um sistema de drenagem biliar, o intrahepático acompanha todas as divisões. 🗣 Na verdade existem "oito fígados", quatro funcionantes de cada lado. Sistema Porta Todos os vasos drenados pela veia esplênica e pela mesentérica superior formam o sistema porta. Ele tem função de drenar todos os órgãos da cavidade abdominal como: estômago, pâncreas, intestino delgado, ceco, apêndice, colon direito/transverso/esquerdo, sigmóide, reto e ânus. O sistema porta tem uma característica própria dele, que é um sistema de baixíssima pressão (7mmHg), começa e termina em capilares, sem a necessidade de possuir válvulas, além de ter conexões com a circulação sistêmica. Se essa pressão no sistema porta começa a se elevar, as veias vão ficando mais túrgidas e tumefeitas, causando uma dilatação. Isso são as varizes venosas. Caso esse aumento de pressão seja contínuo, vai gerar um transudato, perda de líquido para o terceiro espaço e nesse caso é a cavidade abdominal, gerando ascite. @August 31, 2021 Afecções Hepáticas na Cirurgia 2 🗣 Devemos ter noção que TODO paciente com hipertensão portal, pode alguma hora apresentar hemorróidas. Síndrome caracterizada por obstrução ou aumento do fluxo sanguíneo no território portal, promovendo o aumento do gradiente de pressão entre a veia porta e a veia hepática ou cava inferior, acima de 6 mmHg, e cuja principal característica é o aparecimento de circulação colateral portossistêmica e hemorragia digestiva alta por ruptura de varizes esofágicas. Principais causas de obstrução do sistema porta Causas pré-hepáticas: trombose de veia porta, compressão tumoral; Causas hepáticas: esquistossomose e cirrose (principal causa de hipertensão portal; Causas pós-hepáticas: síndrome de Budd-Chiari e doença veno-oclusiva; Quadro clínico da hipertensão portal Ascite; Circulação colateral (Caput Medusae); Hemorróida; Varizes de esôfago; Esplenomegalia; baço é drenado pela veia esplênica; Principal complicação: hemorragia digestiva alta!!! Diagnóstico Clínico: anamnese e exame físico; Endoscopia Digestiva Alta: varizes de esôfago; USG Abdominal com doppler; TC; RNM; Portografia / Esplenoportografia / Cateterismo do tronco celíaco; 🗣 90% de todas as hemorragias esofagianas, mesmo que seja uma ruptura absurda, param o sangramento sozinhas. Tratamento da hipertensão portal Tratar a causa! Farmacológico: betabloqueadores (propanolol, nadolol), nitratos (mononitrato de isosorbida), vasopressina, octriotideo. TIPS: derivação transjugular intra-hepática (cirúrgico); é conduta pra evitar a hemorragia, ela trata a hipertensão portal e não a complicação dela; Derivações não seletivas / derivações seletivas (cirúrgico); Tratamento da complicação (Hemorragia Digestiva Alta) Ressucitação volêmica; Farmacológico (vasopressina; somatostatina); Tamponamento por balão de Sangstaken-Blakemore; Tratamento endoscópico (esclerose ou ligadura); Derivação portossistêmica transjugular (TIPS); Cirúrgico; Afecções Hepáticas na Cirurgia 3 Transecção esofágica (cirúrgico); Importante saber se o paciente é cirrótico (classificação de Child); ⚠ TIPS: atravessa o sistema cava inferior no fígado, e coloca um stent entre o sistema cava inferior e o sistema porta. Toda vez que o sist. porta aumentar a pressão, o stent funciona e o sangue cai na aorta. Esse sistema não interrompe a vascularização do sistema porta, apenas mantém a pressão entre 7 e 8 mmHg. Não trata cirrose e sim a hipertensão portal! 🗣 Sobre a classificação de Child, é importante saber se o paciente é A, B ou C, além de dosar proteínas, bilirrubinas, avaliar nível de hipertensão portal, presença ou não de episódios de encefalopatia hepática e de HDA de parede de esôfago. Uma boa saída para a resolução da hipertensão portal é o desvio de fluxo, mas o grande problema disso é que causa uma queda de pressão (que é obviamente o esperado) e isso faz com que haja um menor fluxo no sistema porta. Se esse paciente já tiver um fígado doente, cirrótico, vai ficar sem oxigênio e vai evoluir com insuficiência hepática. A melhor opção então é a ligação da veia esplênica na ???? e faz anastomose da veia esplênica com a veia renal esquerda. Parte do sistema porta (cerca de 50%) passa a ser drenado para o sistema cava inferior e isso melhora a pressão dentro do sistema porta, além de não impedir que o sangue siga até o fígado. Pacientes Child A, B e C suportam tranquilamente essa cirurgia do ponto de vista para evolução à insuficiência hepática. Tumores hepáticos Benignos → Hemangioma; → Hiperplasia Nodular Focal; → Adenoma Hepático; São tumores fáceis de identificar pela USG, e em ordem de incidência é: hemangioma → hiperplasia nodular focal → adenoma hepático; O hemangioma é o tumor mais frequente, sendo que acomete mais mulheres (5:1) e é uma mal formação vascular. Pacientes são assintomáticos e o diagnóstico é feito pela USG de abdome, o tratamento cirúrgico é feio somente quando necessário. A hiperplasia nodular focal também é uma mal formação vascular, mas é uma massa caracterizada por cicatriz fibrótica. Acomete mais mulheres jovens e tem provável relação com contraceptivos orais. No mesmo esquema do hemangioma, pacientes são assintomáticos, o diagnóstico é feito pela USG de abdome e o tto cirúrgico é feito somente se necessário. É um tumor de parênquima hepático, benigno, de 3 a 5 cm de diâmetro, que no centro tem uma cicatriz em forma de gralha. Por fim, o adenoma hepático é bem mais predominante em mulheres (11:1) jovens (20 a 40 anos), e que também tem provável relação com contraceptivos orais. Diferente dos outros tipos de tumores benignos, cerca de 3/4 dos pacientes são sintomáticos (dor abdominal) e o diagnóstico pode ser feito com USG/TC/biópsia. Podem haver complicações como ruptura e malignização, e o tratamento pode ser cirúrgico ou expectante variando de acordo com o paciente e seu estadiamento. Caso essa paciente interrompa o tratamento com anticoncepcionais Malignos → Carcinoma Hepatocelular (fibrolamelar); → Colangiocarcinoma; → Hepatoblastoma (crianças); → Tumores metastáticos; O carcinoma hepatocelular (hepatocarcinoma) está intimamente relacionado com os vírus B e/ou C da hepatite, alfatoxinas e principalmente álcool. Cerca de 95-97% dos tumores malignos são carcinomas hepatocelulares. É um tumor primário de fígado e tem relação direta com cirrose hepática. Alfatoxinas são toxinas do continente africano que contaminam cereais. O quadro clínico tem base em homens de 50 a 60 anos com dor, massa hepática palpável, emagrecimento, anorexia e icterícia (tardia). Se houver agravamento do quadro geral do paciente cirrótico SUSPEITAR! O diagnóstico é feito com exames laboratoriais, marcadores tumorais (principalmente alfafetoproteína), USG, TC, RNM, arteriografia e biópsia hepática. O tumor é altamente vascularizado, então USG ou TC com contraste é muito bom! Essa alfafetoproteína é um marcador tumoral que quando aumentado em 10x associado a cirrose e exame de imagem mostrando lesão em fígado vascularizado pode garantir a certeza do diagnóstico de carcinoma hepatocelular. O prognóstico depende da extensão da doença e extensão da cirrose. Sistema de Estadiamento Okuda(1985): tamanho do tumor; ascite; albumina sérica; bilirrubina sérica; O tratamento pode ser das seguintes formas: Cirúrgico: ressecção ou transplante; Afecções Hepáticas na Cirurgia 4 orais e o tumor continue crescendo, é indicação de cirurgia. Ablativo: etanol, ácido acético ou termo ablação (térmico); Transarterial: embolização, quimioembolização, radioterapia; Sistêmica: quimioterapia, imunoterapia, terapia hormonal; No geral, o tratamento vai depender do estadiamento da doença, tanto do tumor quanto da cirrose! Já o tumor metastático é cerca de 20x mais frequente do que os tumores primários, sendo que 70% deles são de origem colorretal. 🗣 Fisiopatologia → "sistema porta" ; Quadro clínico ; Diagnóstico → durante estadiamento, durante o ato cirúrgico ou sendo o primeiro diagnóstico ; Tratamento Abscessos hepáticos: hepático piogênico, amebiano e cisto hidatico. Abscessos Hepáticos O abscesso hepático piogênico pode ser com duas situações: abscesso hepático amebiano ou cisto hidático. Essa patologia tem etiologia direta com a infecção por E. coli e geralmente acomete multiplamente o lobo direito. Quadro clínico é a queda do estado geral com dor intensa em hipocôndrio direito e febre. Esse quadro clínico + aparecimento de pus (imagem em debris) na USG são os critérios diagnósticos. O tratamento é basicamente ATB e drenagem percutânea, que deve ser feita com anestésico local prévio. É interessante dizer que o abscesso amebiano é um achado ou normalmente evolui para o abscesso hepático indolor. Nesses casos de evolução, pode fazer uso de clotrimazol.
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