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Doenças da via biliar A colestase é provocada pela obstrução do fluxo da bile. Causa icterícia (BB direta), aumenta fosfatase alcalina e GGT. O primeiro exame a fazer é o USG pois localiza de forma grosseira o lugar da obstrução. Nosso corpo reabsorve 95% dos sais da bile no íleo (recirculação enterohepática de sais biliares). Pessoa com problema no íleo tem uma bile pobre em sais biliares e rica em colesterol (sal biliar iria dissolver o colesterol, sem ele, ele fica com colesterol concentrado). Colelitíase Os cálculos podem ser de colesterol (amarelos) ou de cálcio de bilirrubina (pigmentados). Os amarelos são 75% do total e não aparecem no raio x. Dentre os pigmentados existem os pretos e os castanhos. Os pretos são formados na vesícula e não costumam ter mais de 1cm, são relacionados a hemólise crônica e cirrose. Os castanhos são geralmente formados no colédoco e são relacionados à presença de E. coli e A. lumbricoides. Fatores de Risco Predisposição genética Dismotilidade vesicular (seja por hipersaturação da bile, vagotomia troncular levando a desenervação da vesícula, pacientes em nutrição parenteral deixando a vesícula em repouso, diabéticos, gestantes e pacientes com lesão da medula espinhal) Fatores ambientais (alimentação) Dieta (pobre em fibras, lentificando o transito intestinal) (muito colesterol ainda não teve associação comprovada) Estrogênio e progesterona (mulheres entre 15 e 40 anos- multíparas e usuárias de anticoncepcionais) Idade Obesidade Hiperlipidemia e Clofibrato (Níveis baixos de LDL e altos de Triglicerídeos) Receccção ileal e Doença de Cronh Anemia hemolítica (litíase pigmentar) Cirrose Infecções OBS- Lama biliar – Massa fluida identificada pelo USG considerada um precursor da litíase. Manifestações clínicas Assintomático – 80% Cólica biliar – Após comer muita gordura, produz muita bile e o cálculo pode obstruir por 6 horas a saída da vesícula causando dor (mais do que 6 horas iria inflamar causando colecistite). Não tem icterícia Exames complementares 1- Radiografia – Consegue evidenciar cálculos radiopacos e ver a vesícula edemaciada ou calcificada (vesícula em porcelana). Facilmente evidencia aerobilia decorrente de uma fístula biliodigestiva e pode evidenciar uma colecistite enfisematosa (infecção por anaeróbios). 2- USG –Imagens circulares hipoecogênicas e sombra acústica posterior. Deve ser o primeiro a ser solicitado. Muito bom para evidenciar colelitiase, porém ruim para diagnóstico de coledocolitíase. Bom para evidenciar dilatações no trato biliar. 3- TC – Útil para avaliar os outros órgãos abdominais, revela dilatações no trato biliar. Detecta cálculos no colédoco, porém para avaliação de cálculos na vesícula, o USG é melhor. Tratamento Colecistectomia por videocirurgia Paciente assintomático não operar a princípio. Operar se Vesícula em porcelana ou associação com pólipo – Risco de CA de vesícula Cálculo maior que 2,5 – 3 cm – Nunca vai sair, risco de CA de vesícula Anemia hemolítica Paciente sintomático operar a princípio. Não operar se risco cirúrgico alto ou recusa do paciente. OBS- Tratar a doença clinicamente – sal biliar sintético (ursodesoxicólico) em caso de calculo biliar menor de 1 cm. OBS- Triangulo de Calot – Onde passa a artéria cística que será ligada na cirurgia. Dentro dele passam o ducto cístico, ducto hepático comum e borda inferior do fígado. Colecistite Inflamação da vesícula por cálculo obstruindo a mesma Manifestações clínicas Febre Não há icterícia Dor > 6 horas Sinal de Murphy positivo Laboratório Leucocitose BB normais ou tocadas Aumento discreto de FA e AST Aumento da Amilase sérica Exames complementares USG abdome (principal exame) Cintilografia biliar (padrão ouro) Tratamento 1. ATB terapia para esfriar o processo - optar por um que pegue gram negativo e anaeróbio (E. Coli, Enterobacter e Enterococo). 2. Colecistectomia laparoscópica precoce. Complicações Empiema Perfuração – peritonite biliar Pode formar fístula na direção de outros órgãos. O Cálculo pode cair no duodeno e chegar ao íleo ficando impactado na válvula ileocecal (Íleo Biliar). A clínica seria uma obstrução intestinal com ar nas vias biliares. Colecistite enfisematosa – Mais comum em homem com DM. Há ar na parede e interior da vesícula e é causada pelo clostridium. OBS – Colecistite com icterícia – Tem ao mesmo tempo coledocolitíase ou Síndrome de Mirizzi (Cálculo impactado no ducto cístico ou infundíbulo causando compressão no hepático comum). OBS – Colecistite alitiásica ou acalculosa – Obstrução por bile mais espessa – Ocorre muito em CTI, grandes queimados e NPT, tem muitas complicações e precisa de cirurgia de urgência. Coledocolitíase Manifestações clínicas Icterícia intermitente colestática Laboratório Aumenta BB direta, fosfatase alcalina e Gama GT Diagnóstico USG abdome CPRE – Muito mais invasiva e pode complicar com pancreatite, porém, tem potencial terapêutico. Colangiorressonância Colangiografia OBS - Existe o risco de um paciente com colelitíase marcar sua cirurgia e nesse período o cálculo migrar para o colédoco. Antes da cirurgia fazer CPRE se o risco for alto (Ictericia e BB>4mg por dl), fazer colangiografia intraop ou colangioRNM ou USG endoscópico se o risco for intermediário (BB 1,8 a 8 mg por dl) e fazer apenas a colecistectomia se o risco for baixo (não há coledocolitíase) Tratamento CPRE Exploração cirúrgica: coledocotomia Derivação bileo – digestiva (casos refratários a CPRE) Não esquecer de também tirar a vesícula Colangite Obstrução duradoura que favorece ploriferação e infecção das vias biliares Não grave (não supurativa) – Tríade de Charcot – Febre e calafrios + dor abdominal + icterícia. Grave (supurativa) – Pentade de Reynolds – Febre e calafrios + dor abdominal + icterícia + hipotensão +diminuição do sensório Aumenta BB direta, fosfatase alcalina e Gama GT Leucocitose Tratamento ATB + drenagem biliar eletiva (não grave) ou de urgência (grave) OBS – Drenagem baixa com CPRE e alta é drenagem transhepática percutânea. Tumores periampulares Perto da Ampola de Vater, são eles: CA de cabeça de Pancreas CA ampola de Vater Colangiocarcinoma distal CA duodeno (raro) Manifestações clínicas Icterícia colestática progressiva Emagrecimento Vesícula de Courvasier Terrier (palpável e indolor) Diferenças entre TU Ampola de Vater e Coledocolitíase Vesícula de Courvasier Terrier Período de atenuação da icterícia mais melena Diagnóstico Endoscópio de visão lateral USG endoscópico TC Tratamento curativo (raro) Cirurgia de Wipple OBS – TU de Klatskin – Colangiocarcinoma perihilar (na saída do fígado). Não desce bile, vesícula murcha. Icterícia colestática progressiva + emagrecimento. No USG vemos a vesícula murcha e dilatação da via biliar intra-hepática. Classificação de Bismuth Tipo 1 – hepática comum Tipo 2 – junção dos hepáticos Tipo 3A – hepática direita Tipo 3B – Hepática esquerda Tipo 4 – Ambas as hepáticas Pâncreas Irrigado pelo tronco celíaco e A. Mesentérica superior. É retroperitonel, dor irradia para o dorso. A principal causa de pancreatite aguda é biliar e pode dar icterícia pois o colédoco passa dentro da cabeça do Pancreas. Principal local de CA é na cabeça causando icterícia colestática (colúria – úrica cor de coca cola e acolia fecal) + Sinal de Courvosier Terrier Paciente com pancreatite crônica faz hiperglicemia e está desprotegido pelo glucagon, fazer baixas doses de insulina O TU endócrino mais comum é o insulinoma. Benigno em sua maioria e o tratamento é a retirada do nódulo ou enucleação Pancreatite Aguda Etiologias Litíase Biliar Álcool Trauma e Pancreatiteautoimune (crianças) Manifestações clínicas Dor abdominal em barra Náuseas e vômitos Icterícia leve ‘’Abdome agudo’’ Sinais de Cullen (periumbilical), Grey Turner (flancos), Fox (base do pênis). São de maior gravidade. Não são patognomônicos – podem ser fratura de pelve. Diagnóstico Laboratorial Leucocitose Hiperglicemia Aumento de TGO e TGP (TGP aumentada 3x é bom prognóstico) Aumento de Amilase e Lipase Diagnóstico inespecífico por imagem Derrame pleural esquerdo Sinal do cólon amputado Exames de imagem USG (primeiro a ser feito) TC com contraste (diagnóstico definitivo) CPRE É possível achar edema, necrose, captação homogênea ou heterogênea (ar). Se houver infecção, provavelmente haverá coleções de ar. Com necrose, porém sem ar, há uma suspeita de infecção, então fazer uma punção para fazer cultura. Confirmando o diagnóstico – 2 dos 3 seguintes Dor abdominal fortemente sugestiva Enzimas aumentadas 3x o normal Exames de imagem característicos Tratamento 1. Dieta zero 2. Hidratação (Muito importante) 3. Controle eletrolítico ácido-básico 4. Analgesia com opióides Reiniciar dieta VO ou por cateter NG depois que o paciente parar de sentir dor, diminuir o PCR e começar a ter fome. Tratamento pancreatite biliar leve – Colecistectomia ou papilotomia Tratamento pancreatite biliar grave + colangite – Papilotomia via EDA e depois de 6 meses fazer colecistectomia. Tratamento complicações 1. Necrose – No caso da infecção da necrose fazer imipenem ou cipro + metro. Fazer necrosectomia se tiver infectado. 2. Pseudocisto – Intervir se compressão de estruturas, ascite ou hemorragia – drenagem interna. Pancreatite crônica Etiologia Álcool Manifestações clínicas Esteatorreia DM Calcificação pancreática Dor abdominal Emagrecimento Icterícia Diagnóstico Gordura Fecal D – Xilose Secretina Exames de Imagem Exames de imagem USG EDA TC Colangiorressonância Biópsia CPRE Tratamento Cessar etilisto e tagabismo Dieta pobre em gordura Enzima pancreática + prazol Analgesia com AINES, Amitriptilina ou opióides Insulina Cirurgia se dor intratável ou Doença do grande ducto – Fazer pancreatojejunostomia látero- lateral em Y de Roux. Doença de pequenos ductos na cabeça fazer whipple modificada, se for corpo e cauda fazer pancreatectomia sub-total distal – child. Câncer de Pâncreas O principal é o adenocarcinoma e atinge principalmente idosos e negros Manifestações clínicas Icterícia colestática Perda Ponderal Dor Abdominal (pode haver dor lombar) Sinal de Courvasier Terrier Linfonodo supraclavicular esquerdo (nódulo de Virchow) Prateleira de Plummer (linfonodomegalias ao toque) Sinal da irmã maria José Tromboflebite superficial migratória: hipercoagulabilidade (síndrome de trousseau) Os 3 primeiros são clássicos, sendo que quando não for de cabeça, não há icterícia Diagnóstico TC Helicoidal USG endoscópico Tratamento Cabeça – Whipple Corpo e Cauda – Child Terapia Adjuvante Quimioterápico – Gemicitabina Abordagem Paliativa 1. Stents em colédoco (e duodeno) 2. Cirurgia – Derivação bileo –digestiva (para diminuir icterícia) + gastrojejunostomia (para tratar a obstrução intestinal) + terapia adjuvante com quimioterápico. Apendicite Obstrução de alça cega (por fecalito, hiperplasia folículo linfoide, neoplasia, áscaris) provoca distensão e proliferação bacteriana (E. Coli e B. Fragilis) causando inflamação. Em 12 horas de inflamação pode diminuir o suprimento arterial causando necrose de parede. Em 48 horas pode formar um abscesso ou perfurar provocando uma peritonite difusa. A complicação mais comum é o abscesso periapendicular. Mas em crianças pequenas, idosos e imunodeficientes é comum a peritonite difusa. Manifestações clínicas 1. Dor em região mesogástrica periumbilical (dor vaga visceral) 2. Dor migra para a FID – Sinal de peritonite localizada (sinal de Blumberg) 3. Outros sinais – anorexia, náuseas, vômitos e febre Quando complica há o plastrão (massa palpável) e peritonite difusa Sinais clássicos Blumberg – Descompressão dolorosa no ponto de Mc Burney Sinal de Rovsing – Dor na FID após compressão de FIE Diagnóstico Clínico, mas para confirmar são usados TC (melhor) ou USG. Laboratório e EAS para diagnóstico diferencial. Se persistir a dúvida fazer a laparoscopia. Tratamento Sempre cirúrgico – Aberto ou vídeo Sem abscesso – ATB profilático + apendicectomia Abscesso < 4cm – ATB terapêutico para esfriar o processo e 6 a 8 semanas cirurgia Abscesso > 4cm – ATB +drenagem percutânea + colono 2 a 4 semanas + cirurgia 6 a 8 semanas Doença Diverticular do Cólon Herniação da mucosa e submucosa, mais comum no sigmoide, comete idosos e a maioria é assintomática. Diagnóstico Colonoscopia Clister Opaco Complicações Inflamação por obstrução por fecalito no cólon esquerdo (sigmoide) Sangramento mais comum no cólon esquerdo por trauma de artéria tracionada (cólon direito) Diverticulite Aguda Obstrução por fecalito gera acúmulo de secreção e proliferação bacteriana que provoca microperfuração e abscesso. Manifestações clínicas ‘’Apendicite à esquerda do idoso’’ Dor na FIE Piora com a defecação Diarreia Constipação Febre Diagnóstico Clínico TC de abdome na dúvida Evitar colonoscopia e clister opaco Diagnóstico Diferencial CA reto e sigmoide – Colonoscopia após 4 a 6 semanas não no momento da inflamação Complicações Abscesso – Mais comum Peritonite – Mais grave Fístula – Entero vesical é a mais comum e causa pneumatúria Obstrução intestinal – Mais comum no delgado Classificação Hinchey Estágio 1 – Abscesso pericólico Estágio 2 – Abscesso pélvico Estágio 3 – Peritonite purulenta Estágio 4 – Peritonite fecal Tratamento Suporte e ATB e após 4 a 6 semenas avaliar a colonoscopia para excluir CA. Cirurgia em imunodeprimidos, 2 ou 3 episódios ou impossibilidade de excluir CA. Fazer sigmoidectomia + anastomose primária. Abscesso – drenagem guiada por TC + ATB + Cirurgia eletiva em 6 semanas Fístula – ATB + cirurgia eletiva Peritonite Generalizada – Cirurgia de urgência, se não, óbito Obstrução – Suporte + cirurgia eletiva após 6 semanas Cirurgia à Hartmann – Sigmoidectomia + colostomia terminal e fechamento do colo retal. Hemorragia Digestiva Ângulo de Treitz (duodeno- jejunal) HD alta – Acima do ângulo HD Baixa – Abaixo do ângulo Clínica Hematêmese, melena Hematoquesia, enterorragia Frequência 85 – 90% 10 – 15% Causas Úlceras e varizes >50 anos – Divertículo, angiodisplasia e CA jovens. Jovens – DII e Meckell Se vomitar sangue é alta, se evacuar, pode ser as duas. Conduta HDA EDA – terapia endoscópica HDB 1. Afastar HDA com EDA 2. Colonoscopia 3. Cintilografia (acha todos os sangramentos >0,1ml por minuto) ou arteriografia (>0,5ml por min mas é diagnóstica e terapêutica pois libera Vasopressina no local do sangramento) Pólipos intestinais Crescimento da mucosa para a luz colônica. O pólipo maligno (adenocarcinoma) vem do benigno (o adenoma). Se for adenoma viloso aumenta o risco - > 2cm é displasia grave Os não neoplásicos são hiperplásicos, Harmartomatosos e inflamatórios. Os neoplásicos são adenoma e adenocarcinoma Em caso de pólipo fazer polipectomia Síndrome de polipose intestinal -Adenomatosa O pedicular pode se tornar tubular ou tubuloviloso e o séssil pode se tornar tubuloviloso e viloso. (Mais fácil de tirar o tubular que o tubuloviloso e o viloso já pode ter doença maligna) Polipose adenomatosa familiar (PAF) Presença de gente APC mutante Fazer TTM – colectomia profilática Condição associada é a retinite pigmentosa -Hamartomatosa Síndrome Peutz-Jeghers Maisno delgado Incidência aumentada de CA Manchas melanóticas pele e mucosa Câncer Colorretal – surge de um pólipo O mais comum é o adenocarcinoma esporádico (?) Pode ser hereditário associado à pólipos – Polipose adenomatosa familiar Pode ser hereditário não polipoide – Síndrome de Lynch Manifestações clínicas Cólon direito – Anemia ferropriva, massa palpável e febre Cólon esquerdo – Diarreia e ou constipação Reto – Sangue vivo (hematoquesia), fezes em fita e tenesmo Diagnóstico Colonoscopia + Biópsia CEA para acompanhamento Tratamento ressecção cirúrgica Metástases no fígado, pulmão e peritônio (TC de abdome e tórax para estadiamento) Cólon direito tem a função de reabsorver água e drena para a veia mesentérica superior, o Cólon esquerdo tem a função de formar as fezes e drena para a veia mesentérica inferior. Ambas as veias drenam para o sistema porta, por isso mais metástases no Fígado. TU Cólon direito TU cólon esquerdo Mais silencioso, poucos sintomas Fezes mais finas Descama e faz pequenas raias de sangue e muco que não dá para ver pois se mistura ao bolo fecal Dor em cólica e constipação (cólon contrai para as fezes passarem por uma luz menor) Anemia, hipocorado e cansaço (perda contínua de sangue) Fezes explosivas, diarréia e fezes em cíbalos (constipação) Quando crescer muito, dor em cólica e diminuição da absorção Consegue ver o sangramento: bolo fecal já formado. Quando grande síndrome desabsortiva Fístula para bexiga e vagina (complicação) Abscesso (complicação) Hérnias 95% são femurais ou inguinais Hérnia umbilical Na criança é um defeito congênito e pode haver fechamento espontâneo até os 2 anos. Mas em algumas situações pode ser necessária cirurgia Junto de uma hénia inguinal Defeito herniário>2cm Associada à DVP (derivação ventrículo peritoneal) Não fechar após 4-6 anos Em adultos é adquirido (ganho de peso, tabagismo etc) e deve ser operado caso seja sintomático (dor) ou haja ascite (há risco de ruptura). Hérnia Epigástrica Como se fosse a umbilical mas mais acima. Linha média umbilical e terço inferior do apêndice xifoide Hérnia incisional Ocorre abaixo da cicatriz cirúrgica em paciente com complicação pós operatória (desnutrição e infecção). A pele e subcutâneo impedem a evisceração. Hérnia de Spiegel (ou semi-lunar) Marca a junção da musculatura mais lateral do abdome. Se forma entre a borda lateral do reto abdominal e a linha semilunar Hérnias lombares Hérnia lombar superior se forma no triangulo lombar superior (grynfeit) abaixo da costela 12. Hérnia lombar inferior se forma no triangulo lombar inferior (Petit) acima da crista ilíaca. Hérnia inguinal indireta Mais comum. É típica da infância. Se anuncia através do anel inguinal interno e tenta imitar o caminho do testículo, mas ele está envolvido pelo peritônio. Para ocorrer precisa de um defeito congênito – Não fechamento do conduto peritônio vaginal. A ponta do dedo encosta à manobra semiológica. Provoca a hérnia inguino escrotal. É lateral aos vasos epigástricos inferiores. Maior risco de encarceiramento. Hérnia inguinal direta Enfraquecimento da parede posterior do canal inguinal, causa adquirida. Somente a fáscia transversalis que sofre o enfraquecimento mas não os músculos. Mas não é toda a fáscia, é uma área triangular (Triângulo de Hesselbach) cujos limites são 1. Ligamento inguinal 2. Vasos epigástricos inferiores 3. Borda lateral do músculo reto do abdome Há aumento da Pi abdominal forçando a parede posterior. Desloca a ponta do dedo à manobra semiológica. É medial aos vasos epigástricos inferiores. Difícil encarceirar. Hérnia Femural ou crural Se anuncia abaixo do ligamento inguinal e é mais comum em mulheres. Mais comum na direita pois na esquerda tem cólon e sigmoide que tamponam a região. Maior risco de encarcerar pois o canal femoral é rígido e estreito. Classificação de NYHUS (inguinal e femural) I. Indireta com anel inguinal interno normal, íntegro II. Indireta com anel inguinal interno dilatado com parede posterior preservada III. Defeito na parede posterior (A- Direta, B- Indireta, C- Femoral Crural) IV. Recidivante (A- Direta, B- Indireta, C- Femoral Crural, D- Mista) Tratamento Redutível – Cirurgia eletiva Encarcerada- Tentar redução manual se não houver risco de complicação (isquemia, hérnia estrangulada, encarceramento >6horas, obstrução intestinal com distensão abdominal) Estrangulada – Cirurgia de emergência A cirurgia é a inguinotomia. Se houver necrose, fazer ressecção do conteúdo morto e depois fazer anastomose. Se reduzir durante a anestesia fazer laparotomia. Tipos de cirurgia – Herniorrafia anterior mais reforço de parede posterior Shoudice – Sutura dos músculos Lichenstein – Tela (escolha) Mc Vay – Boa para hérnia femoral Caso especial – Hérnia na infância, inguinal indireta risco de encarceiramento, operar o mais rápico possível. Risco aumento de bilateralidade. Hérnia de Richter – Pinça borda antimesentérica (isquemia sem obstrução). Mais comum na hérnia femoral. Hérnia de Littre – Contém divertículo de Meckel. Obstrução intestinal Parada de gases e fezes e no exame físico Peristalse de luta com timbre metálico Após a peristalse de luta, o intestino se cansa, perde a contratilidade e a função. Com isso, há proliferação das bactérias, causando infecção, isquemia, necrose e perfuração. A isquemia pode ser por aumento da pressão intraluminal sobre os vasos gerando necrose e perfuração. Dor em cólica Pode comprimir o diafragma prejudicando a respiração Distensão abdominal e hipertimpanismo. Há risco de estrangulamento e ocasionar isquemia gerando necrose, perfuração e peritonite. Paciente desidratado (taquicardico e hipovolemia) Vômitos em aspecto fecalóide acontecem pois a válvula ileocecal é fraca, mas se ela for competente pode haver perfuração. Pode formar volvo de sigmoide. No RX vê sinal do empilhamento de moedas (deitado) e Nível hidroaéreo (em pé). TC primeiro sem contraste e depois com! Se for alta causa vômitos precoces causando alcalose e hipocalemia. Se for parcial a obstrução, o paciente faz diarreia paradoxal. Causas delgado Íleo biliar – paciente com colelitíase e colecistite aguda faz uma fístula para o duodeno impactando o cálculo no íleo distal. Paciente apresenta a tríade de Rigler (aerobilia, cálculo ectópico e distenção do delgado). O Tratamento seria ordenha para o cólon ou cirurgia de remoção do cálculo. Aderência (pode fazer tratamento conservador) Hérnia Câncer Causas Cólon Volvo de sigmoide – torção sobre o próprio eixo. Raio X em grão de café, bico de pássaro ou U invertido. Cirurgia de emergência. Câncer Divertículo OBS- Obstrução em alça fechada –oclusão de 2 pontos ao mesmo tempo (obstrução colônica com válvula ileocecal competente). Na infância -Invaginação intestinal Fezes em geléia de framboesa (descamação mucosa e submucosa) Alças em aspecto de salsicha palpaço Dor abdominal Diagnóstico por RX + clínica, USG ou Enema Tratamento através do próprio enema (redução hidrostática da intussuscepção) -Bolo de áscaris -Bezoar Diagnóstico Rotina abdome agudo (RX abdome em pé e deitado + tórax). Pregas coniventes, distensão central e empilhamento de moedas na obstrução de delgado. Distensão periférica e austrações colônicas na obstrução colônica. Tratamento 1. Suporte clínico (SNG e distúrbios eletrolíticos). 2. Paciente bem com obstrução intestinal parcial pode regredir sozinho. 3. Avaliar cirurgia de imediato se estrangulamento e obstrução total. OBS – Volvo de sigmoide dividir em não complicada e complicada. Não complicado – Sem irritação peritoneal e estável. Tentar fazer descompressão endoscópica (colonoscopia e retossigmoidoscopia). Mas ela não excluia necessidade cirúrgica, apenas a torna eletiva pois a chance de recorrência é grande. Complicado – estrangulamento, instável. Fazer sigmoidectomia à hartmann. OBS- Obstrução funcional – Não há agente físico, o problema é funcional. Por algum motivo não há peristalse. OBS- Íleo paralítico – todo intestino está paralisado. Causado por pós-operatório de cirurgia abdominal, drogas e distúrbio hidroeletrolíticos (pouco K). Tratamento é suporte com HV, SNG e eletrólitos). OBS- Síndrome de Ogilvie – Pseudo obstrução colônica grave. Ocorre em pacientes graves com sepse, IAM e trauma. Cólon apenas para de funcionar. Tratamento é suporte + neostigmina (anticolinérgico) + avaliar colonoscopia descompressiva. Úlcera péptica No estômago ou duodeno uma lesão maior que 5 mm Dentre os causadores, o H. pylori (forte relação com linfoma Malt, tratar o H.pylori resolve) e o uso de AINES são os mais importantes. A síndrome de Zollinger Ellison, um gastrinoma, pode ser uma das hipóteses quando não há H. pylori e nem uso de medicação. Manifestações clínicas Queimação Plenitude Saciedade precoce Dor piora logo após alimentação na gástrica e a duodenal 2 a 3 horas depois Diagnóstico EDA em > 45 anos ou sinais de alarme Por presunção, clínica em <45 anos e sem sinais de alarme Todos que fizeram o diagnóstico de úlcera devem fazer pesquisa da bactéria Tratamento 4 a 8 semanas IBP Bloqueio histamínico (cimetidina) Indicações para tratamento do H. pylori Úlcera péptica Linfoma MALT Dispepsia funcional CA gástrica Tratamento H. pylori IBP Amoxicilina Claritromicina Fazer controle de cura do H. pylori pelo teste respiratório com C13 e o controle de cura da úlcera com EDA. Indicações cirúrgicas Refratariedade e recidivas Perfuração, obstrução e Hemorragia refratária Classificação de Forrest 1. Sangramento Ativo (A- Arterial ; B- Lento) 2. Hemorragia recente (A- Vaso visível não sangrante - risco alto; B- Coágulo aderido – risco médio; C – Hematina – risco baixo) 3. Base clara, sem sangramento (risco baixo) Cirurgias 1. Vagotomia mais piloroplastia 2. Vagotomia troncular mais antrectomia 3. Vagotomia super seletiva 4. Billroth I, II e Y de Roux Complicações cirúrgicas Síndrome de Dumping – Perda da barreira pilórica e o alimento cai direto no intestino Gastrite alcalina ou gastropatia por refluxo biliar – refluxo biliar e pancreático para o estômago gerando gastrite alcalina. Ocorre em Billroth I e II. Síndrome da alça aferente Úlcera perfurada Pode cair conteúdo gástrico na cavidade abdominal causando uma peritonite difusa. Mas também órgãos adjacentes podem ‘’tampar esse buraco’’ e eles serem os próximos a sofrer ação da acidez (o principal a sofrer é o pâncreas causando pancreatite aguda). Os pacientes apresentam dor abdominal e pode ocorrer hipotensão, taquicardia e taquipnéia. Paciente geralmente é encontrado imóvel, com os joelhos fletidos com sinais de irritação peritoneal. O raio x evidencia ar fora cavidade mas o melhor exame é a TC. A úlcera duodenal é tratada com rafia e protegida com omento (tampão de Graham). A úlcera gástrica pode ser tratada com gastrectomia distal somada a reconstrução à Billroth 1. Câncer Gástrico Adenocarcinoma (95%), Linfoma (3%) e TU estromal Fatores de risco Anemia perniciosa (hipocloridria – Metaplasia intestinal) Gastrite crônica por H. pylori (hipocloridria – Metaplasia intestinal) HF Tabagismo Pólipo adenomatoso Classificação de Borrmann I. Polipoide II. Ulceras bordos nítidos III. Ulceras bordos não nítidos (mais comum) IV. Infiltrante (linite blástica) V. Nenhum dos demais Quadro clínico Assintomático Dispepsia Alarme (emagrecimento, anemia, odinogafia, disfagia) Sd nefrótica, Acantose Nigricans (Sds paraneoplásicas) Sinal de Virchow (nódulo supraclavicular esquerdo) Nódulo axilar esquerdo (IRISH) Nódulo umbilical (sinal da irmã Josefa) Ovários (Krukenberg) Prateleira retal (Blumer) Diagnóstico EDA (PO) Seriografia Estadiamento pelo USG endoscópico(TN) e TC de abdome e pelve(Metástases) Tratamento Quase sempre gastrectomia Ressecção endoscópica só quanto tiver todos os critérios: Limitada a mucosa Não ulcerado Menor que 2cm Sem linfonodo Bem diferenciado Câncer de Esôfago Escamoso (epidermóide) 1/3 superior e médio Etilismo e tabagismo Tilose Palmo plantar - Mão seca descascada (95% de relação) Consumo de bebidas quentes Esofagopatias (Acalásia e Estenose cáustica) Adenocarcinoma 1/3 inferior Esofago de Barret (Metaplasia intestinal que melhora a clínica e é diagnosticada pelo histopatológico, a EDA apenas levanta suspeita). O tratamento da metaplasia é IBP e EDA e das displasias é a ablação endoscópica ou EDA. A agressividade desse CA é pela ausência de serosa facilitando a disseminação local. Além da drenagem linfática eficiente. Clínica Disfagia, emagrecimento rápido Dor retro-esternal Rouquidão Assintomático, quando os sintomas aparecem é porque é grave HDA (DÇ avançada) Diagnóstico Esofagografia baritada (sinal da maçã mordida) EDA faz diagnóstico histopatológico Estadiamento USG endoscópico(TN) e Pet Scan(M) Tratamento Esofagectomia + linfadenectomia O paliativo seria radioterapia, stent para dilatação e gastrostomia. É feito quando o estadiamento é T4B e M1. Câncer de Tireóide Divididos em -Tumores bem diferenciados (90%) – carcinoma papilífero (principal), carcinoma folicular e carcinoma de células de Hurthle. Todos tem origem folicular. Mulher 20 a 40 anos. Bom prognóstico. -Tumores pouco diferenciados (9%) – Carcinoma Medular de tireóide e carcinoma anaplásico. -Linfoma Fatores de Risco Exposição à radiação Genética HF Deficiência de Iodo Aumentam a probabilidade de nódulo maligno – Crescimento rápido + fixação dos tecidos adjacentes + surgimento de rouquidão + adenomegalia ipsilateral. Em caso de nódulo tireoidiano + diarreia + suspeitar de nódulo medular da tireóide. Carcinoma Papilífero O mais comum da tireóide e acomete principalmente crianças. Bom prognóstico e a maioria não morre da doença. Acomete mais mulheres de 20 a 40 anos. Seu principal fator de risco é irradiação cervical. Ele invade os linfonodos regionais. Ele é diagnosticado através da PAAF (punção aspirativa por agulha fina). O TU apresenta crescimento lento e invade os linfonodos regionais (piora o prognóstico). Metástases são raras mas acometem pulmão, osso e SNC. Manifestações clínicas Paciente eutireoidiano Massa de crescimento lento Linfonodo palpável Disfagia e rouquidão (casos avançados) Diagnóstico USG (pode ser usado com doppler) PAAF TC e RNM (apenas para completar a avaliação de pacientes com doença extensa) Tratamento Maiores de 1cm ou menor mas com fator de risco - Tireoidectomia total pelo risco de recidiva + radioterapia adjuvante Menores de 1cm e sem fator de risco – Tireoidectomia parcial Dissecção linfonodal somente na presença de adenomegalias palpáveis ou detectadas no exame de imagem Carcinoma Folicular Segundo tumor mais comum. Acomete mulheres mais velhas (50 anos). Mais comum em áreas deficientes em Iodo. Sua principal disseminação é hematogênica. Portanto, gera metástases de forma precoce para osso, pulmão e fígado. O carcinoma das células de Hurthle é sua variedade agressiva. Afeta mais idosos e tem células oxífilicas (oncócitos). A PAAF não diagnostica o TU. Manifestações clínicas Nódulo tireoidiano solitário e indolor Não tem adenomegalia Diagnóstico Após a USG, se realiza a PAAF que é incapaz de fazer o diagnóstico. Então se faz a remoção cirúrgica do TU e o diagnóstico só pode ser confirmado pela análise histopatológica convencional.Tratamento Lesões unilobulares < 2cm fazer tireoidectomia parcial. Se o resultado trouxer malignidade, reabordar e realizar tireoidectomia total. Lesões > 2 cm fazer tireoidectomia total. Carcinoma Medular da Tireóide É o TU das células parafoliculares (células C) produtoras de calcitonina. Geralmente bilateral. Atinge pessoas entre 50 e 60 anos. TU associado às NEM (Sd neoplásicas endócrinas múltiplas). TU associado a mutações no protoncogene RET. Se tiver mutação nele faz tireoidectomia profilática! Procurar nos parentes de primeiro grau. Tratamento cirúrgico. TU não responde a radioablação nem levotiroxina. Manifestações clínicas Massa palpável (rouquidão e disfagia em casos avançados) Diarréia (maior secreção jejunal de água e eletrólitos induzida pela calcitonina) Feocromocitoma (HAS) Hiperparatireoidismo (hipercalcemia e cálculos renais) Imagens esparsas de hipotransparência pode degeneração calcifica. Ocorre invasão linfática e hematogênica Diagnóstico Massa cervical palpável + altos níveis de calcitonina selam o diagnóstico PAAF para confirmar Tratamento Tireoidectomia total sempre indicado OBS MEN MEN 1 MEN 2 A MEN 2B Adenoma Pituitário Neurofibromatose múltipla Hiperparatireoidismo Hiperparatireoidismo Hiperparatireoidismo TU de Pancreas Carcinoma medular tireóide Carcinoma medular tireóide Feocromocitoma Feocromocitoma Carcinoma indiferenciado ou anaplásico Muito agressivo, poucos sobrevivem mais de 6 meses. Idoso Incidência aumentada onde falta Iodo. Doença extremamente invasiva, acomete rapidamente toda a tireóide e estruturas vizinhas como linfonodos e outras estruturas. Há disseminação linfática e hematogênica Manifestações clínicas Disfagia Nódulo palpável que aumenta e se torna doloroso Disfonia Dispneia TU aderido a estruturas vizinhas Diagnóstico PAAF + citologia. As vezes é usada a imunohistoquímica junto. Tratamento Não traz bons resultados. Já fazer traqueostomia, radioterapia e quimioterapia. Não fazer tireoidectomia. Linfoma São raros. Geralmente não Hodgkin. Associação com Tireoidite de Hashimoto. Tratamento com quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Conduta frente à nódulos na Tireóide Tromboembolismo Venoso TVP e TEP tem os mesmos fatores de risco Mecanismos dos fatores de risco é a tríade de Virchow 1. Estase Sanguínea 2. Hipercoagulabilidade 3. Lesão endotelial Fatores de risco Hereditários- Trombofilias (Fator V de Leiden e Mutante do gene da Protrombina) Pós operatório – causa lesão endotelial e estase sanguíne. Pior se ficar restrito ao leito Eventos obstétricos – Mulher se prepara para o parto e sua coagulação fica muito competente. Perigoso na gravidez e puerpério. Neoplasias malignas – TU libera fatores pró trombóticos Imobilização – Paciente em CTI, viagens longas TVP Manifestações clínicas Maioria assintomática Edema assimétrico de MI Dor à palpação Empastamento Phegmasia alba dolens (extremidade pálida) Phegmasia cerúlea dolens (extremidade cianótica) Sinal de Homans (sinal semiológico – dor na panturrilha à flexão dorsal do pé) Diagnóstico Doppler de MI (de escolha) – Perda da compressibilidade da veia Venografia (P.O.)- Mas ninguém faz! TEP Manifestações clínicas Dor torácica pleurítica – Acentua com a inspiração Evento súbito Hemoptise Sibilância (Plaquetas que impactam e rompem liberam serotonina que causa broncoconstrição) Taquipnénia (principal sinal) Dispnéia (principal sintoma) OBS – TEP Maciço – Êmbolo gigante Obstrução da vasculatura arterial do pulmão de forma que o sangue não passa e acumula no VD – COR PULMONALE súbito! Paciente pode chocar (choque obstrutivo – Hipotensão). 2 exames laboratoriais mostrando TEP maciço 1. BNP elevado (coração afetado) 2. Troponina elevada (microinfarto do VD por compressão sanguínea) Exames complementares não específicos Gasometria – Hipoxemia, hipocapnia ECG – Mais comum taquicardia sinusal, mais específico S1Q3T3 RX – Pode vir normal (mais comum) Inespecífico – Atelectasia e derrame Específicos – Westermark (área preta localizada), Hampton (Hipotransparência triangular periférica) e Palla (Dilatação do ramo descendente da Artéria pulmonar – mais grave) ECO – Disfunção de VD (pior prognóstico) BNP e troponina – pior prognóstico D – Dímero – Produto de degradação de fibrina! Qualquer trombo que exista no corpo, vai mostrar D-dímero. Exames complementares específicos Doppler MMII Cintilogrfia V/Q AngioTC (muito bom – escolha!) Arteriografia (P.O. – muito invasivo) Algoritmo respiratório para TEP Critérios de Wells CA – 1pt Clínica de TVP – 3 pts Imobilização >3d / cirurgia < 4 sem – 1,5 pts Sem diagnóstico mais provável – 3pts Episódios prévios de TVP e TEP – 1,5 pts Taquicardia – 1,5 pts Hemoptise - 1pt Fazer Anamnese e exame clínico -Baixa probabilidade – Wells < 4 pts 1. Fazer D- dímero – Se normal não é TEP, se aumentado continuar investigação. 2. Angio TC e Cintilografia 3. Doppler MMII 4. Arteriografia -Alta probabilidade – Wells >4 pts (começar a tratar TEP na suspeita de alta probabilidade) 1. AngioTC/Cintilografia 2. Doppler MMII 3. Arteriografia Tratamento Anticoagulação por 3 meses ! (Alguns para a vida toda!) OBS – anticoagulação não são trombolíticos, só impedem que eles sejam formados. Opções de tratamento Warfarina + Enoxaparina (começar com os 2 mas a warfarina demora 5 dias para funcionar, então quando o INR ficar entre 2 e 3, o que mostra a ação da warfarina, tirar a enoxaparina. Heparina por 5 dias, depois Dabigatran Rivaroxaban Se TEP maciço Trombolisar até 14 dia e anticoagular Filtro de veia cava Profilaxia Risco baixo: cirurgia mínima em pacientes que deambulam: deambulação precoce e agressiva. Risco moderado: maior parte das cirurgias convencionais, ginecológicas e urológicas: Enoxaparina 40mg SC 1x dia + compressão pneumática. Risco alto: artroplastia de quadril ou joelho, cirurgias de correção de fratura de quadril, politraumatizados, trauma raquimedular e cirurgias oncológicas: Enoxaparina 4 a 8 semanas +compressão pneumática. Doença inflamatória intestinal Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa. São idiopáticas e sistêmicas. Incidência bimodal (adulto jovem e idoso). Atentar para história familiar, mais em judeus. O cigarro protege contra RCU e deixa mais exposto DC. Em ambos há febre, dor abdominal e diarreia invasiva. -RCU Limitada ao retocólon (poupa ânus) Limitada a mucosa Progressão ascendente e contínua Não há síndrome desabsortiva pois não há lesão de delgado Diarreia sanguinolenta Sangue, muco e pus Dor abdominal Febre Ocorre erosão e sangramento (hemorragia refratária ao tratamento – cirurgia). Cólon pode perder haustração (cano de chumbo). Podem se formar psudopólipos pois inflama e desinflama o tempo todo. Criptite (biópsia). Urgência e tenesmo. Hemorragias -DC Acomete todo TGI Não acomete só mucosa (padrão transmural) Acometimento salteado descontínuo Poupa reto Massa palpável em QID Má absorção no íleo Diarreia crônica Dor abdominal Febre, anorexia e perda de peso Podem aparecer úlceras aftóides, pedra de calçamento(múltiplos pólipos juntos), granuloma não caseoso(biópsia), estenose por inflamação de repetição, fístulas para vagina e bexiga (ITU de repetição) e fissura anal. Manifestações extraintestinais R esposta imune C olangite esclerosante (RCU) U veíte E ritema nodoso (DC) e Pioderma gangrenoso (RCU) D or articular (espondilite anquilosante) C álculo renal Diagnóstico -RCU – Retossigmoidoscopia Anticorpo p-ANCA -DC – Transito de delgado + ileocolonoscopia Anticorpo ASCA Complicações Megacólon –Distensão, dor, febre, leucocitose, hipotensão e cólon transverso > 6cm. Acontece mais na RCU no colo transverso. Tratamento com ATB, corticoide e ciclosporina. Casos refratários – colectomia CA colorretal – Mais comum na RCU. Numa biópsia com displasia de alto grau ou CA, fazer colectomia. Tratamento clínico – 4 degraus, nem sempre começa no primeiro 1. Antiinflamatórios intestinais – Aminossalicilatos- Mesalazina e sulfassalazina 2. Corticóide 3. Imunossupressores – MTX, Azatioprina e ciclosporina 4. Inibidores TNF Alfa – Infliximab e Adalimumab Ataque usar 1 + 2 na leve e moderada e 2 + 3 + 4 na grave. Manutenção usar 1 ou 3 Tratamento cirúrgico Indicações Intratabilidade clínica Displasia alto grau/CA Hemorragia Grave (RCU) Megacólon tóxico refratário (RCU) Fístulas intratáveis (DC) Obstrução intestinal (DC) Pé diabético Classificação de Wagner Grau 0 Sinais de neuropatia e/ou isquemia sem ulceração Grau I Úlcera superficial Grau II Úlcera profunda sem abscesso e sem osteomielite Grau III Úlcera profunda com celulite, abscesso, possivelmente com osteomielite e gangrena do subcutâneo Grau IV Gangrena úmida localizada em pododáctilo Grau V Gangrena úmida de todo o pé DM é a principal causa de amputação de MI não traumática do país. Envolve infeção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos, associados com anormalidades neurológicas e graus variados da doença arterial periférica. O desenvolvimento resulta da integração da neuropatia com a vasculopatia com ou sem a presença de infecção. O pé diabético infectado e a gangrena úmida de pododáctilo, pé ou perna são os principais motivos de internação. Se conseguirmos palpar o pulso pedioso, provavelmente a causa foi neurológica e não vascular. A neuropatia contribui pela secura nodal (anidrose) predispondo a fissuras e pequenas rachaduras. A perda da sensibilidade desestabiliza a pisada e a pessoa coloca toa a pressão na região tenar, lugar comum de abertura dessas úlceras. Agentes infecciosos gram positivos podem causar celulite, podendo se unir a gram negativos e anaeróbios formando frequentemente infecções polimicrobianas. O que indica a infecção é secreção purulenta, odor forte e celulite nos bordos das úlceras. Em infecções superficiais podemos usar cefalexina, Clavulin ou clindamicina. Nas infecções mais pronfudas e perigosas usamos Ampisulba/Ceftriaxona + clinda/cropro + clinda etc. Além do tratamento com ATB, o debridamento cirúrgico dos tecidos desvitalizados é essencial. Os casos avançados podem evoluir para osteomielite (diagnóstico pela RNM) ou gangrena úmida. A amputação é necessária nos graus IV e V. Como prevenir Não andar descalço Cortar unhas de forma reta Não colocar pé de molho em água quente Enxugar bem os pés Inspecionar o interior dos calçados antes de calçar Exame regular do pé pelo profissional de saúde Só usar sapatos com meias Não usar sapatos apertados Procurar lesões nos pés diariamente Trauma Avaliação A. Via aérea + colar e prancha (controle da coluna cervical) B. Respiração – dar O2, exame aparelho respiratório e oximetria C. Circulação – acessos venosos, reposição volêmica e controle de hemorragia D. Disfunção neurológica – GASGLOW, pupilas e extremidades E. Exposição-controle do ambiente (prevenção de coagulopatia) A – AIRWAY Saber se a vi aérea está pérvia, falar com o paciente, ver se ele está falando. Dar O2 em máscara 2L/min. Paciente sem via aérea pérvia, fazer via aérea artificial. Indicações Apnéia TCE grave (GLASGOW <8) Proteção da VA (muito sangue, baixo nível de consciência, vomitando) Incapacidade de manter oxigenação com máscara artificial VA definitivas protegem a via aérea com um balonete insuflado na traqueia, são elas a traqueostomia, crico, IOT e INT. A mais usada é a IOT. No ACSL temos 10 segundos para intubar, no trauma é o tempo de apnéia. Vemos se o tubo está bem colocado a partir do exame físico, RX de tórax e capnografia. Na impossibilidade de intubar, muito sangue, trauma maxilo facial etc, fazer crico. Contraindicações para crico são criança menores de 12 anos, traqueomalácea e edema subglótio. Nesses casos fazer crico por punção. Indicações de traqueostomia é fratura de laringe (tentar IOT antes), rouquidão, enfisema subcutâneo e fratura palpável. B- BREATHING Oxigênio, exame aparelho respiratório e oxímetro Atentar para pneumotórax hipertensivo, os sinais são desvio da traqueia, turgência de jugular (dobra vasos da base) e ausculta com MV abolido, hipertimpanismo na percussão. Paciente evolui com hipotensão provocado pelo choque obstrutivo. Não se faz diagnóstico de pneumotórax por raio x. O diagnóstico é clínico e conduta imediata. Fazer toracocentese no segundo EIC na linha hemiclavicular e em seguida drenagem em selo d’agua no quinto EIC entre as linhas axilares anterior e média. Se não melhorar há lesão em broncofonte. Fazer segundo dreno ou IOT seletivo no lado ruim. O Diagnóstico é pela broncoscopia e tratamento pela toracotomia. O pneumotórax aberto, fazer curativo de 3 pontas e depois drenagem em selo d’água, mas nem todos precisam drenar, apenas aqueles que tem risco de aumentar. C- Circulation O Choque mais comum é o hipovolêmico e sangra muito pelo tórax, abdome, pelve e fêmur. Fazer acesso periférico para reposição. Se não conseguir periférico, fazer central, safena ou intraósseo. Preferir intraósseo se menor de 6 anos. Fazer reposição volêmica com solução cristaloide isotônico aquecido. Fazer 1L em cada lado e em criança 20 ml/kg. Como avaliar a resposta – diurese e sinais vitais A. Rápida – 10 a 20% de perda de volume (não precisa de soro) B. Transitória – 20 a 40% de perda de volume (precisa de soro ou sangue) C. Mínima/Negativa (Soro e sangue) Mas nada disso adianta se não houver controle da hemorragia. Compressão local ou torniquete (até 6 horas) Cuidado com o cateter vesical pois pode haver lesão de uretra (fratura de pelve, toque retal com próstata alta/cefálica, sangue no meato, hematoma perineal ou escrotal. Fazer uretrocistografia retrógrada antes do cateterismo. Se não houver lesão, passar o cateter. Se houver lesão fazer cistostomia. Avaliar pelve do paciente (fixar com lençol). D- Disability Gasglow, pupilas e extremidades E- Exposição OBS- Na investigação primária já pode fazer Rx de tórax, coluna cervical e pelve. Trauma de tórax Tórax instável 2 ou mais arcos costais em 2 ou 3 locais Dor e respiração paradoxal. A dor é o problema pois não aguenta manter a respiração com máscara, podendo dar atelectasias. Insuficiência respiratória pela dor e lesão. Fazer analgesia e depois O2 Se PaO2<65 ou Sat <90% pode intubar + VM Hemotórax Lesão de parênquima pulmonar e é autolimitada – para de sangrar. A clínica é desvio da traqueia e turgência de jugular. No exame físico vemos MV abolido, maciço e hipotensão. Todo hemotórax tem que ser drenado (em selo d’água) porque pode fibrosar. As vezes fazer toracotomia para saber o que ocorre lá dentro – Quando fazer- Drenou imediatamente 1500ml Drenagem de 200ml/h durante 2 a 4 horas Necessidade persistente de transfusão OBS – Toracotomia de reanimação – indicada no trauma quando é penetrante torácico, PCR em AESP com sinais de vida (pupilas reativas, movimentos espontâneos e atividade organizada no ECG) Contusão cardíada IVD, arritmias, BRD Dignóstico por ECO Monitorizar por 24 horas mais dobutamina (duvidoso) Tamponamento cardíaco Para acontecer precisa de 100 a 200 ml de sangue e trauma penetrante. Há uma carapaça de sangue que não permite que o coração relaxe Tríade de Beck – Turgência jugular, hipofonese de bulhas e hipotensão Pulso paradoxal e sinal de Kussmaul Diagnóstico- Clínica + USG do trauma (FAST) Tratamento - Pericardiocentese Lesão de aorta ‘’Morre ou vive’’ Ao níveldo ligamento arterioso os pulsos do MMSS ficam normais e MMII diminuem. O hematoma de subclávia para baixo que tampona aorta e salva o paciente. Diagnóstico por AngioTC(mais usado) ou Aortografia(padrão ouro) O hematoma rompe em 24h, então se trata as outras lesões antes em um politraumatizado. Iniciar Beta bloqueador, fazer toracotomia esquerda e terapia endovascular. Trauma Abdominal Trauma fechado mais comum é o de baço Penetrante por arma de fogo mais comum é o delgado e por arma branca é o fígado Sinal do cinto de segurança – órgão mais lesado é o delgado Importante solicitar uma TC mas o paciente precisa estar hemodinamicamente estável! Em pacientes estáveis fazer o lavado peritoneal. Se >10ml de sangue no aspirado é lavado positivo Caso não venha essa quantidade, jogar solução cristaloide aquecida no abdome (1 L em adulto e 1 ml/kg em criança), aguardar 5 minutos e colher. Se achar os valores abaixo, o lavado é positivo. Hemácia >100000 Leucócito >500 Amilase >175 Bile Pode ser feito também o FAST que vê 4 sítios A. Espaço hepatorrenal B. Espaço esplenorrenal C. Pelve D. Fundo de saco pericárdico No tórax ele vê hemo e pneumotórax. Como indicar laparotomia: A. Penetrante: Tem choque, peritonite e evisceração B. Fechado: peritonite 90 a 95% das lesões por arma de fogo causam peritonite. Se for arma branca, se não houverem as 3 condições acima, deve-se: 1. Explorar com o dedo a cavidade, se violar o peritônio, cirurgia, se não, continuar 2. Violou ou foi duvidoso, observar por 24h (exame físico seriado + Hb8/8h) 3. Se não houver alteração, reiniciar dieta e dar alta 4. Se houver alteração: 5. Leucocitose ou hemoblogina menor que 3 -> Laparotomia, mas se tiver estável, fazer TC ou FAST para avaliar 6. Abdome agudo – Laparotomia Trauma de baço Dor referida no ombro – Sinal de Kehr Tratamento clínico – só com estabilidade hemodinâmica e TC com lesões grau 1, 2 e 3. Tratamento cirúrgico – instabilidade hemodinâmica ou TC com lesões graus 4 e 5. (4-1/4 da vascularização lesionada e 5- baço pulverizado) Fazer a menor cirurgia possível – Esplenorrafia ou esplenectomia parcial/total (Não é preciso deixar dreno) Vacinar contra haemophilos e pneumococo Trauma de fígado Tratamento clínico só com estabilidade hemodinâmica sem evidência de sangramento. Tratamento cirúrgico com instabilidade hemodinâmica (deixar dreno) Se o sangramento for difuso: manobra de Pringle (clampeamento do ligamento hepatoduodenal) – clampeia colédoco, A. hepática e V. porta. Se mesmo assim não parar de sangrar é lesão de cava inferior (retro hepática) ou veias hepáticas – fazer tamponamento com compressas. Trauma de Pâncreas Maioria é tratamento cirúrgico e dreno. Quando não tem lesão de ducto é drenagem apenas. Lesão do ducto pancreático principal: cirurgia. Trauma de Duodeno Perfuração de Duodeno causa retropneumoperitônio cujas características são: Escoliose antálgica Dor lombar irradiando até região escrotal e grandes lábios Crepitação ao toque retal Sinal radiológico é o ar delineando os rins Laparotomia Contusão do Duodeno causa hematoma de parede duodenal. Paciente vomita o que come e no RX contrastado mostra ‘’mola em espiral’’ ou ‘’empilhamento de moedas’’. Conduta – Descompressão gástrica mais nutrição parenteral total por 2 semanas. Se por 2 semanas não melhorar – abrir e laparotomia. Rafia primária: menos de 50% da circunferência Ressecção + anastomose primária: mais de 50% da circunferência Trauma de Grosso + Reto Rafia primária: <50% da circunferência, cirurgia precoce 4 a 6 h, estabilidade hemodinâmica, ausência de lesão vasculare <6 concentrado de hemácias. Ressecção + anastomose primária: estabilidade hemodinâmica mas não preenche todos acima Hartmann ou controle de danos: instabilidade hemodinâmica No reto, o quanto mais baixo, não pode fazer anastomose primária. Se for no terço distal ou lateral ou posterior do reto: colostomia de proteção + drenagem pré sacra Hematomas retroperitoneais Zona 1: Aorta e Cava –trauma contuso: explorar (exceto retrohepática) Zona 2: Rins e Adrenais – trauma contuso: Não explorar (exceto expandido) Zona 3: Vasculatura pélvica – trauma contuso: não explorar exceto expandido ou esanguinado. Cirurgia para controle de danos Cirurgia inicial breve (controle de danos vascular), reanimação em UTI e reoperação planejada Síndrome compartimental Abdominal Alças muito edemaciadas ficam comprimindo tudo causando insuficiência renal, Insuficiencia respiratória, aumento Pi craniana, diminui PA. P intra abdominal normal é de 5 a 7, a hipertensão abdominal é 12 e a síndrome compartimental é maior de 21 mais lesão de órgãos. Conduta: 1. Posição supina 2. Reposição volêmica cuidadosa 3. Drenagem de coleção intra abdominal Se não melhorou, abdome tenso ou ins resp/renal: considerar descompressão Pia>25 ou Pia>21 + TCE + HIC = descompressão (deixar com a bolsa de Bogotá) Pré e pós operatório Como começar: 1. Avaliar o risco cirúrgico (se risco>benefício: não operar) 2. Exames pré operatórios 3. Profilaxia ATB 4. Medicações de uso crônico .1 Avaliar o paciente para estimar o risco e para isso examinar todos os sistemas A) Cardiopatia ativa contraindica a cirurgia: é preciso compensar a doença. Por exemplo: IC descompensada, arritmias graves, doenças valvares graves e isquemia ativa ou recente (<4 semanas). Não tendo isso, ir para o fluxograma dos fatores de risco (avaliação do risco cardíaco revisado) 1. Coronariopatia 2. Insuficiência cardíaca 3. IRC (cr>2) 4. DM com insulina 5. Doença cerebrovascular (AVC ou AIT) 6. Cirurgia torácica, abdominal ou vascular suprainguinal Apenas 1 desses: Risco mínimo Mais que 2: pode ter risco -> Fazer avaliação da capacidade funcional do coração Capacidade funcional do coração mede o quanto o coração usa de energia em MET’s < 4 MET’s para comer, vestir etc 4-10 MET’s sobe escada e trabalha >10 MET’s exercício aeróbico Um ato cirúrgico anestésico usa 4 MET’s Então, se der mais de 4 MET’s, libera para a cirurgia mesmo com 2 fatores de risco. Se permanecer a dúvida, fazer teste do estresse farmacológico, se der normal, fazer cirurgia, se não, não operar! Como minimizar o risco: Beta bloq 1 dia antes de IRCR > ou = a 3 e Estatina Resumo do Estado clínico do Paciente: ASA I. Saudável II. Tem doença sistêmica mas não tem limitação funcional (HAS controlado, DM controlado, beber social e tabagista) III. Limita mas não incapacita (HAS e DM não controlada) IV. Limita e incapacita (IC grave) V. Moribundo (morredor: não sobrevive a cirurgia. EX: AVC com Hi craniana) VI. Morte cerebral (doador de órgãos) Exames pré-operatórios: depende do paciente e do tipo de cirurgia <45 anos: pode ser operado sem exame 45 a 54 anos: ECG para homem 55 a 70 anos: ECG + Hemograma >70 anos: ECG + Hemograma + eletrólitos + glicemia + função renal OBS: Pedir coagulograma se estimativa de perda de sangue >2L, neurocirurgia, cirurgias cardíacas e torácicas. OBS2: Pedir Rx de tórax se cirurgias cardíacas e torácicas Medicações de uso crônico -Manter: Antihipertensivos Corticóide (precisa para o trauma pois a suprarrenal está inibida, então fazer mais hidrocortisona IV para mimetizar a resposta a cirurgia) Insulina (péssimo operar alguém hiperglicêmico: infecção e má cicatrização) fazer 2/3 da dose no dia anterior e na manhã fazer ½ da dose. -Suspender Anti agregantes (AAS e clopidogrel) Warfarina: colocar heparina oral pra quem não pode ficar sem. Só operar quando INR<1,5 AINE: suspender 1 a 3 dias antes Anti-diabético oral(clopropamida) Suspender jincobiloba Profilaxia ATB: para infecção de ferida operatória (S. Aureus) Classe I: limpa Não traumático, sem inflamação, não há entrada em TGI, genitourinário ou respiratório. Cirurgias cardíaca, neurocirurgia, ortopédica, plástica, hérnia e tireóide. Cefazolina ou nenhum (dúvida) Classe II: limpa- contaminada Cirurgia em TGI ou respiratório sem extravasamento de conteúdo ou pouco extravasamento. Cirurgia orofaríngea, esôfago, jejunoileal, biliar, cólon-reto, urológica e gineco. Cefazolina. Mas íleo terminal, cólon e reto usar cefoxitina ou metro + genta Classe III: contaminada Extravasamento grosseiro de conteúdo luminal de víscera oca, ferida traumática recente, Entrada do TGI ou TGU, ITU, bile infectada, infecção a distância. Apendicite ou Colecistectomia Cefazolina. Mas íleo terminal, cólon e reto usar cefoxitina ou metro + genta Classe IV: infectada suja Infecção clínica com supuração prévia à cirurgia, viscera perfurada prévia à cirurgia, transsecção de tecido limpo para ter acesso à coleção purulenta, ferida traumática com tecido desvitalizado, corpo estranho ou contaminação fecal. Apendicite supurada, colecistite com empiema, trauma abdominal com rotura de alça. Não necessitam de profilaxia e sim de tratamento antimicrobiano É comum manter o ATB pós cirurgia mas é errado, salvo em cirurgia cardíaca que fica por mais 24h. O ATB é feito pelo anestesista 30 minutos antes junto a anestesia. OBS: tricotomia: não fazer pois lesa a pele e aumenta infecção, se precisar fazer, fazer no momento da cirurgia com métodos menos traumáticos OBS: jejum de sólidos de 6-8h, líquidos 2h e leite materno 4h. Reposição volêmica 1g de NaCl tem 17 meq de Na – Damos 2 meq por kg por dia 1g de KCl tem 13 meq de K – Damos 1,5 meq por kg por dia H2O – Damos 40 à 50 ml por kg por dia O normal de Na no sangue é de 135 a 145 meq/L. Então, se um paciente tem 115 meq/L, devemos acrescentar 20 meq/L. Importante lembrar que não pode dar mais de 0,5 meq por hora para não causar MPC (desmielinização da ponte). RL: 120 meq de Na/L SF: 155 meq de Na/L Paciente com hipovolemia preferir RL pois tem menos cloreto! Com isso, evita acidose hiperclorêmica Na hiponatremia tenho diminuição da osmolaridade do plasma, então a H2O entra na célula. Na célula do SNC terei hipertensão intracraniana. Quantos meqs para repor: (135 – X). P. 0,6 Acidose: Hiperpotassemia (H+ entra na célula e o K sai) Alcalose: Hipopotassemia (célula pega K e libera H+) OBS: última coisa a fazer é dar Bicarbonato ao paciente, nunca é opção inicial. Só é usado em acidose prolongada. Ânio Gap: normal é de 10 a 14 Na – (Cl + HCO3) AG aumentado: Zollinger Ellison Choque Definição Estado de hipoperfusão orgânica efetiva generalizada – isquemia generalizada. As células não recebem o aporte de oxigênio necessário para manter a homeostase. Tipos de choque Hipovolêmico – redução do volume sanguíneo em relação ao espaço vascular total, levando à queda das pressões e volume de enchimento diastólico ventricular. Cardiogênico – falência da bomba cardíaca. Obstrutivo extracardíaco – devido a um fator estrutural extracardíaco que dificulte a circulação de sangue (tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e TEP maciço). Distributivo – devido à perda do controle vasomotor e ao distúrbio microcirculatório, levando à vasodilatação (TCE e AVE). Manifestações Clínicas Fácies de sofrimento Palidez cutaneomucosa Sudorese fria e pegajosa Taquicardia Taquipneia Pulsos radiais finos ou impalpáveis Oligúria Hipotensão arterial (PAS<90mmHg) Paciente acima de 40 anos que apresenta dor torácica súbita evoluindo com choque pode ser IAM (choque cardiogênico), dissecção de aorta ou TEP maciço, por exemplo. Critérios diagnósticos: 4 de 6 devem ser preenchidos Fácies de sofrimento ou alteração do estado mental Taquicardia Taquipneia Base Excess < -5 mEq/L ou Lactato sérico > 4mM Débito urinário <0,5 ml/kg/h Hipotensão (PAS<90mmHg por mais de 20 min) Abordagem terapêutica 1. Monitor cardíaco, com oximetria de pulso e O2 com máscara de Hudson. 2. Acesso periférico (vítimas de trauma ou choque hemorrágico colocar 2 acessos para melhor capacidade de reposição de fluidos) 3. Coletar sangue para tipagem, bioquímica, hemograma, gasometria arterial, enzimas cardíacas, lactato e PCR 4. Nos casos de insuficiência respiratória (grande esforço, respiração agônica e diminuição do nível de consciência) intubar e colocar em VM com pressão positiva. 5. Primeira medida para o tratamento do choque é a reposição de flúidos 6. Cateter de Foley para monitorizar o débito urinário é um grande parâmetro para avaliar o sucesso terapêutico Aminas Inotrópicas e vasopressoras As mais utilizadas são dopamina (vasopressor), noradrenalina e adrenalina (inotrópicas e vasopressoras). Estão indicadas em todos os casos de choque refratário à reposição volêmica ou outras medidas iniciais. São usadas quando PAS menor que 80 e PAM invasiva menor que 65-70. Choque Hemorrágico Causado por politrauma ou hemorragia digestiva. Abordagem inicial é o controle de via aérea. Classificar de acordo com o grau de perda 1. Classe 1: pouca repercussão clínica, perda de menos de 15% da volemia. O corpo consegue recuperar sozinho essa perda em 24 horas. 2. Classe 2: perda de 15 a 30% da volemia. Paciente já apresenta taquicardia, taquipneia e diminuição da pressão de pulso. Diurese ainda preservada. 3. Classe 3: perda de volume significativa (2L no adulto). Paciente com sinais e sintomas clássicos de choque hipovolêmico (taquicardia e taquipneia acentuadas, oligúria e alterações do nível de consciência. A partir desse volume que começa a diminuir a Pressão sistólica. Paciente precisa não só de cristaloides mas também de sangue. 4. Classe 4: apresentam sangramentos acima de 2L. Paciente em choque hemorrágico franco: obnubilação ou coma, diminuição significativa da PAS, PAD não mensurável e anúria. Necessita início imediato de reposição vigorosa, com soluções salinas e hemoderivados, além de intervenção cirúrgica imediata. Ausência de pulso e PA não consegue ser aferida. Puncionar veias de ambos os MMSS e infundir 1 a 2 L de solução salina isotônica. Não infundir noradrenalina. A reposição de fluidos deve continuar enquanto a PAS estiver baixa – sendo que em vítimas de trauma que não obtiveram controle da hemorragia, uma PAS no limite inferior da normalidade ou uma discreta hipotensão é permitida. Os sinais clínicos como PA, nível de consciência, débito urinário e a perfusão periférica são suficientes para guiar na ressuscitação. A medida da PVC encontra-se indicada no doente que não respondeu de forma imediata à infusão de fluidos. O desenvolvimento de acidose láctica requer a infusão de bicarbonato quando pH<7,1. A transfusão geralmente é realizada com concentrado de hemácias e sua indicação inclui: Queda da pressão arterial Sinais clínicos e hemodinâmicos típicos de baixa oferta de oxigênio (extremidades frias e úmidas, rebaixamento do nível de consciência, anúria, acidose láctica, taxa de extração de oxigênio > 0,3 e oferta de oxigênio (DO2)<10 a 12 ml/kg/min. Em pacientes não submetidos a monitorização hemodinâmica invasiva, a resposta a reposição é mais bem avaliada pela diurese. Em vítimas que receberam grande quantidade de volume em sua ressuscitação, podemos esperar hipotermia, coagulopatia e síndrome de compartimento do abdome. Complicações de cirurgias Infecção de ferida operatória Necrosante: S. pyogenes ou Clostridium Perfingens (24-72h) Ferida operatória (S. Aureus) (72h) Até 30 dias pós procedimento ou em caso de colocação de prótese ou tela até um ano após cirurgia. Pode ser: 1. Superficial: febre, alterações inflamatórias na ferida, drenagem purulenta, dor. Retirar o ponto, drenar e lavar. 2. Profunda: febre, alterações inflamatórias na ferida, drenagem purulenta, dor e crepitação da ferida. Retirar o ponto, drenar, lavar maisATB. 3. De órgãos ou cavidades: febre, distensão e toxemia (+ graves). ATB mais drenagem guiada por USG ou outro método de imagem.
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