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Prescrição e Decadência - Pablo stolsz- Noções conceituais ➢ Prescrição → Perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto em lei. (ações condenatórias) ➢ A obrigação prescrita converte-se em obrigação natural (sem direito de exigir o cumprimento, mas, se cumprida espontaneamente, autoriza retenção do que foi pago) ➢ Tem por objeto direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis ➢ A prescrição atinge a PRETENSÃO e não o DIREITO. ➢ Decadência → Perda efetiva de um direito potestativo (disponíveis ou não), pela falta de seu exercício no período de tempo determinado por lei ou vontade das partes. (ações constitutivas) Prescrição e decadência no Código Civil ➢ Decadência é irrenunciável (art. 209) ➢ Prescrição é renunciável e é aceita sua caracterização tácita. (mas é preciso que já esteja consumada e não haja prejuízo a terceiro) ➢ Prescrição e a decadência podem ser reconhecidas de oficio, mas deve ouvir as partes anteriormente. (exceto no julgamento de improcedência prima facie) ➢ A decadência não pode ser declarada de oficio se estipulada CONVENCIONALMENTE ➢ A prescrição só pode ser fixada por lei, já a decadência pode também por convenção ➢ Os relativamente incapazes e pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente (também aplicável a decadência) ➢ A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor ➢ Com o principal, prescrevem os direitos acessórios Causas impeditivas e suspensivas ➢ Impedimento → O prazo nem chegou a correr ➢ Suspensão → O prazo já fluindo, congela-se ➢ As causas impeditivas e suspensivas são tratadas da mesma forma nos artigos 197 a 199 cc “Art. 197. Não corre a prescrição: I — entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II — entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III — entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Art. 198. Também não corre a prescrição: I — contra os incapazes de que trata o art. 3º; II — contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III — contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: I — pendendo condição suspensiva; II — não estando vencido o prazo; III — pendendo ação de evicção”. ➢ A prescrição não corre CONTRA essas pessoas, embora possa correr A FAVOR. Ex. Se credor se ausentou do país para serviços em embaixada, o prazo ficará suspenso, mas se ele for devedor, a prescrição corre a seu favor. ➢ Ação de evicção → Os prazos prescricionais em geral, e o próprio prazo de usucapião ficam suspensas até que se decida a quem de fato pertence a propriedade. .Art. 200 – Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários somente aproveitará os outros se a obrigação for indivisível. Causas Interruptivas ➢ Enquanto que na suspenção paralisa o prazo, na interrupção zera-se. ➢ A interrupção só pode ocorrer uma única vez ➢ São causas interruptivas: Art. 202 cc a) O despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e forma da lei. (os efeitos da interrupção do prazo prescricional retroagirão até a data da propositura da ação) Ressalta-se que o fundamento da prescrição é a inércia da parte, e não do poder judiciário, não sendo razoável se admitir que, por força de ato não imputável a ela, possa sofrer consequências nos seus direitos subjetivos b) O protesto, nas mesmas condições do inciso antecedente → Trata-se de medida cautelar de protesto (art. 726 a 729 CPC) → O credor pode valer-se de medida judicial de protesto para dar ciência de seu interesse no cumprimento da obrigação ao devedor, interrompendo a prescrição. c) Protesto cambial d) A apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores. e) Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor f) Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito do devedor. (ex. carta de confissão de dívida; declaração feira de viva voz na presença de testemunhas) ➢ Em se tratando de pluralidade de credores → a interrupção feita por um deles não favorece os demais. ➢ Pluralidade de devedores → a interrupção operada contra um dos codevedores ou seu herdeiro, não poderá prejudicar os demais coobrigados. ➢ PORÈM, havendo solidariedade ativa → a interrupção por um deles aproveita os demais. ➢ E, a solidariedade passiva → a interrupção efetuada envolve os demais e seus herdeiros. ➢ POREM, se a interrupção for promovida diretamente contra um dos HERDEIROS do devedor solidário, os seus efeitos não prejudicarão os outros herdeiros ou devedores, senão quando se tratar de OBRIGAÇÃO INDIVIZIVEIS. ➢ A interrupção produzida contra principal devedor alcança, pela relação de acessoriedade, o fiador. Direito Intertemporal ➢ Quando há conflito de normas jurídicas no tempo, fixando prazos distintos. ➢ Quando uma nova lei entra em vigor, pode ocorrer 3 situações: a) Pretéritas → Iniciadas e terminadas antes da vigência da nova lei b) Pendentes → Iniciadas antes da vigência da lei c) Futuras → Iniciadas após a vigência da lei e ainda não concluída ➢ A situação complexa encontra-se nas situações pendentes ➢ No caso da lei não estabelecer regras de transição: I- Se a lei nova aumenta o prazo de prescrição ou decadência, aplica-se o novo prazo, computando-se o tempo decorrido na vigência da lei antiga II- Se a lei nova reduz o prazo de prescrição ou decadência, há que se distinguir: a) Se o prazo maior da lei antiga se escoar antes de findar o prazo menor estabelecido pela lei nova, adota-se o prazo da lei anterior. b) Se o prazo menor da lei nova se consumar antes de terminar o prazo maior previsto pela lei anterior, aplica-se o prazo da lei nova, contando- se o prazo a partir da vigência desta.