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Bronquiolite ⇒ Doença infecciosa, na maioria das vezes causada por vírus, com incidência maior em lactentes (< de 24 meses) ⇒ ocasiona obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores (bronquíolos) ⇒ Se apresenta como a principal causa de hospitalização em lactentes. ⇒ Tem sua incidência maior no inverno. ⇒ Os lactentes possuem condições que predispõem a obstrução bronquiolar ⇒ Raio das vias aéreas é menor (qualquer inflamação da mucosa e acúmulo de secreção nas vias respiratória ocasionam grande aumento na resistência à passagem do ar), e devido a maior complacência torácica ocasiona que durante a inspiração, a pressão negativa exercida produz um colapso das vias aéreas e consequente atelectasia. ⇒ O Vírus Sincicial Respiratório é responsável por mais de 50% dos casos de bronquiolite.O parainfluenza , e adenovírus 7 e 21 ( causador da bronquiolite obliterante) e o Mycoplasma pneumoniae também podem causar a doença. ⇒ Transmissão ocorre por contato com secreções da pessoa contaminada ⇒ O VSR é inoculado através da superfície da mucosa nasal ⇒ paciente permanece assintomático por 3 a 5 dias e então passa a apresentar sintomas de vias aéreas superiores ⇒ em seguida ocorre disseminação para as vias aéreas inferiores ocorra por aspiração das secreções da nasofaringe ⇒ Por fim, ocorrem acometimento de vias aéreas inferiores. ⇒ Na bronquiolite aguda temos a obstrução inflamatória dos bronquíolos (edema, muco, acúmulo de fibrina e debris celulares) ⇒ que resulta em uma alteração na relação ventilação/perfusão, com consequente hipoxemia, retenção de CO2 e acidose respiratória. # O aumento da resistência da passagem do ar pelos bronquíolos na expiração ⇒ causa sibilos expiratórios (dificuldade de eliminar o ar e aumentando o volume residual, com hiperinsuflação). # Se a obstrução valvular for completa, o ar aprisionado será progressivamente reabsorvido, resultando em atelectasias. # Nos casos mais graves, pode ocorrer evolução para pneumonia viral ou infecção bacteriana secundária. ⇒ Manifestação clínica: ⇒ Na maioria das vezes ocorrem pródromos (sintomas leves de vias aéreas superiores - espirros e rinorréia) e febre. ⇒ Progressivamente a criança passa a apresentar deterioração do quadro respiratório ⇒ tosse paroxística, dispneia e irritabilidade. ⇒ Paciente passa a apresentar recusa alimentar. ⇒ Principal achado é a sibilância, geralmente acompanhada de expiração prolongada, podendo ocorrer expansão torácica diminuída e sinais de desconforto respiratório. ⇒ O pico da doença costuma acontecer entre 3 a 5 dias do início dos sintomas ⇒ posteriormente apresentando melhora gradual. ⇒ Pode acontecer ainda (mais comum que sibilância em lactentes <2 meses), devido consequência da insuficiência respiratória e da imaturidade do centro respiratório ⇒ que gera resposta de forma ineficiente à hipóxia e hipercapnia. ⇒ Ao exame físico: ⇒ taquipneia (contar a FR e avaliar valores de referência para cada idade) # < de 2 meses ⇒ taquipneia quando > 60 irpm # Entre 2 meses a 1 ano ⇒ taquipneia quando > 50 irpm # De 1 a 5 anos ⇒ taquipneia quando > 40 irpm ⇒ sinais de desconforto respiratório ( batimento da asa de nariz, tiragem intercostal, subcostal e de fúrcula). ⇒ cianose (sinal de grave) ⇒ Ausculta respiratória com sibilos expiratórios + aumento do tempo expiratório e possivelmente com presença de crepitações inspiratórias em todos os campos pulmonares. ⇒ Fatores de risco para evolução grave⇒ < 12 semanas, presença de tabagismo domiciliar , presença de cardiopatia congênita, imunodeficiência, doença pulmonar crônica da prematuridade. ⇒ Diagnóstico⇒ Na maioria das vezes a manifestação clínica basta para diagnóstico. ⇒ Lançar mão de exames complementares quando diante de um quadro atípico ou grave. # Na oximetria de pulso é possível avaliar o grau de hipoxemia. # RX de tórax evidenciam sinais hiperinsuflação (aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, retificação dos arcos costais e do diafragma e aumento da transparência pulmonar) ⇒ Não é feito de rotina. Achados como infiltrados reticulonodulares e áreas de atelectasia podem ser encontrados. # A gasometria arterial é útil na avaliação de hipoxemia e hipercapnia. # Leucocitose é um achado comum podendo apresentar desvio para esquerda mesmo na ausência de infecções bacterianas (principalmente nas infecções por adenovírus). # Diagnóstico etiológico pode ser feito através de secreção do aspirado nasofaríngeo ⇒ testes virológicos. ⇒ Diagnósticos diferenciais: ⇒ Principal DD é a asma (difícil de ocorrer antes dos 3 anos) ⇒ Pneumonia aspirativa. ⇒ Refluxo gastroesofágico ⇒ aspiração de conteúdo gástrico para dentro da Árvore respiratória. ⇒ Fibrose cística ⇒ suspeitar quando os sintomas de sibilância forem persistentes e refratários ao tratamento broncodilatador + dificuldade de ganho de peso + sintomas de má absorção + distúrbios hidroeletrolíticos + baqueteamento digital. ⇒ Cardiopatias congênitas ⇒ hiperfluxo pulmonar que leva à edema do parênquima e ao ingurgitamento do leito linfático e venoso ⇒ causando obstrução dos bronquíolos por compressão (clinicamente se manifesta como broncoespasmo). ⇒ Pneumonia bacteriana. ⇒ Malformações pulmonares (cistos e fístulas traqueo esofágica). ⇒ Tratamento⇒ tratamento de suporte, direcionado às manifestações clínicas (controle da temperatura, aporte hídrico e nutricional adequados + limpeza das vias aéreas superiores com SF+ oxigenioterapia e uso de broncodilatadores quando necessário). ⇒ Na emergência (se necessário) ⇒ O2 (cânula nasal de alto fluxo) caso SatO2 em ar ambiente < 92% ⇒ Lavagem nasal com soro fisiológico e aspiração de secreções. ⇒ Hidratação caso precise. ⇒ Broncodilatadores (fazer tentativa, nem sempre vão auxiliar) ⇒ Nebulização ou inalação via espaçador com beta-2-agonista: # AEROSSOL ⇒ Salbutamol 100 mcg/jato ⇒ 1 jato a cada 2-3 kg a cada 20 mim por 3 doses (máximo de 10 jatos). # NEBULIZAÇÃO ⇒ Salbutamol 5mg/ml ⇒ de 0,07 a 0,15 mg por cada kg (1 gota tem 0,25mg - dose média de 1 gota a cada 3kg de peso) a cada 20 min por 3 doses (máximo de 5 mg). # Se obtiver melhora do sibilo ⇒ manter o TTO de acordo com a clínica. Se não tiver melhora ⇒ suspender. ⇒ +- 2 % dos casos vão precisar ser internados ⇒ Sociedade brasileira de pediatria indica hospitalização quando: ⇒ < de 6 semanas de vida. ⇒ Recusa alimentar (~50% inferior da ingesta normal). ⇒ Desidratação. ⇒ Letargia. ⇒ História de apnéia ou taquipneia moderada a grave, disfunção respiratória moderada a grave (saturação de O2 < 91% em ar ambiente). ⇒ Comorbidades (cardiopatia congênita, hipertensão pulmonar, doença neuromuscular, pneumopatia dependente de oxigênio, imunodeficiência ou diagnóstico é duvidoso). # No TTo hospitalar devemos incluir ⇒ precaução de contato + cabeceira elevada a 30° (podendo ser usado prona), aspiração de vias aéreas ( quando necessário), oxigênio (se sat O2 em ar ambiente < 92% ou desconforto respiratório), alimentação por via oral deve ser cuidadosa e evitada nos lactentes taquipneicos (caso taquidispneia moderada, a dieta poderá ser passada por sonda orogástrica ou enteral), hidratação venosa, broncodilatadores (se necessário). ⇒ O período mais crítico da doença é entre 48 a 72 horas ⇒ as principais complicações incluem insuficiência respiratória, pneumotórax, atelectasias, e infecções bacterianas secundárias. ⇒ Sintomas podem permanecer aproximadamente 12 dias. ⇒ Mortalidade < que 1%. Bronquiolite Obliterante ⇒ Trata-se de uma obstrução crônica de bronquíolos e pequenas vias aéreas (rara de ocorrer na infância). ⇒ Ocasionada por fibrose de bronquíolos após um insulto infeccioso agudo. ⇒ Agentes mais comuns de infecção ⇒ adenovírus, influenza, parainfluenza, sarampo, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), varicela e Mycoplasma pneumoniae e B. # Pode ocorrer após Transplante de medula, devido doenças reumatológicas (artrite reumatoide juvenil, lupus eritematosos sistêmico, esclerodermia, síndrome de Sjögren), aspiração (doença do refluxo gastroesofágico, corpos estranhos).⇒ Ocorre inflamação ⇒ tentativa de reparo ⇒ reparo de forma desorganizada ⇒ resultando em epitélio respiratório com obstrução do lúmen de bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios, e ductos alveolares. ⇒ Sua manifestação clínica⇒ episódios recorrentes de dispneia, tosse crônica e produção de escarro. ⇒ No exame físico encontramos sibilos, estertores e hipoxemia. ⇒ RX de tórax com áreas irregulares de hipertransparência associadas à bronquiectasias. ⇒ Na espirometria encontramos um distúrbio ventilatório obstrutivo crônico. ⇒ Diagnóstico através de biópsia pulmonar. ⇒ Para Tratamento é possível se utilizar corticóides, imunomoduladores (sirolimus, tacrolimus) e/ou ciclosporina em aerossol.
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