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Farmacologia da Contratilidade Cardíaca · Fisiologia da contração cardíaca · Sarcolema: membrana especializada · Túbulo T: canais de cálcio que facilita a entrada na célula de forma mais rápida · Retículo sarcoplasmático: armazena o cálcio e o libera quando sofre despolarização · A contração cardíaca é regulada pelos: Betarreceptores, fluxo de cálcio e pelas proteínas contrateis (actina e miosina) · Regulação por receptores B-adrenérgicos · A noradrenalina se liga nos receptores B1 agonistas e, após uma sequência de eventos, ativa a PKA, ela por sua vez ativa os canais de cálcio provocando um influxo para a célula. Além disso, ativa a fosfolambana, que vai permitir o influxo de cálcio para o retículo sarcoplasmático, fazendo o seu armazenamento. · Assim, aumenta a contratilidade (aumenta influxo de cálcio contração), mas intensifica o relaxamento (devido ao armazenamento) · Regulação do fluxo de cálcio no miócito cardíaco · Chega o potencial de ação estímulo despolariza. A partir disso, os canais NCX (canal sódio/cálcio) são ativados quando tem alta concentração de Na intracelular, assim, vão jogar sódio para fora e trazer cálcio para dentro. · Os canais do tipo L (regulados por voltagem) também serão ativados, promovendo o influxo de cálcio, além disso, ativa-se o transportados RiR2 no reticulo sarcoplasmático, libelando cálcio intracelular · Para ocorrer o relaxamento, os canais NCX vão detectar as baixas concentrações de sódio na célula, assim, irão liberar cálcio para fora e puxar sódio. Ademais, o transportador CaATPase, reconhece as altas concentrações de cálcio intra e o retira e, por fim, ativa-se a fosfolambana que armazenará o cálcio no retículo. · Proteínas contráteis e o ciclo de contração cardíaco · A princípio temos o filamento de actina envolto pela tropomiosina (impede que a miosina se ligue no repouso), bem como as troponinas I/C/T. · Primeiramente, temos a hidrolise do ATP, que se torna um ADP, deixando a cabeça da miosina energizada, e ocorre o afrouxamento da tropomiosina. Após, temos o influxo de cálcio que vai ativar a troponina C que permite a aproximação da actina com a miosina. Posteriormente, ocorre a dissociação do ADP e a contração. Quando chega o ATP a miosina se distancia e se dissocia da actina, momento no qual ativa-se a troponina I, que impede que elas se liguem no repouso · Insuficiência cardíaca · É uma síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a tender às necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento · É a incapacidade dos ventrículos se encherem e esvaziarem de sangue de forma adequada · Geralmente, é a consequência de alguma doença · Perda de força de contração= baixa perfusão dos tecidos · Sinais e sintomas · Pode ocorrer dispneia, crepitações pulmonares e edema periférico em consequência de uma sobrecarga hídrica intravascular e intersticial (“não consegue circular o sangue”) · Pode ter também, fadiga, capacidade de exercício diminuída e disfunção renal (órgão muito perfundido) devido a perfusão tissular inadequada · Causas (faz diferença o tratamento) · Aguda: · IAM extenso · Miocardite aguda · Crônica (consequência de outros distúrbios): · IAM · HAS · Cardiomiopatias dilatadas · Valvopatias · Classificação · Anatômica: · Direita · Esquerda · Biventricular (congestiva): geralmente é uma consequência da esquerda não tratada · Funcional · Sistólica (baixa fração de ejeção) · Diastólica · Débito · Alto (geralmente ocorre quando o coração faz muita força) · Baixo · Estágios · Fisiopatologia da IC · Podem ocorrer alterações na homeostase do cálcio, nos filamentos contráteis e na via de sinalização da Adenil ciclase · Alteração na homeostase do cálcio: no miocárdio em falência, a bomba NCX não funciona corretamente, assim como a fosfolambana que não é ativada impedindo o armazenamento do íon · Disfunção dos filamentos contráteis: o ATP não sofre hidrólise em ADP, impossibilitando a sequência de eventos. · Alterações na via de sinalização da Adenil ciclase: a B arrestina (receptor intracelular responsável pela dessensibilização da proteína G) fica mais ativada · Mecanismos compensatórios · Ativação do SNAs · Aumenta frequência cardíaca · Aumenta vasoconstrição: aumento DC aumenta trabalho do coração= piora a IC a longo prazo · Hipertrofia miocárdica · Parede grossa= ventrículo não consegue relaxar · Ventrículo não enche de forma adequada diminui o DC · Ativação SRAA (não chega sangue no rim ativa esse sistema) · Aumenta volemia · Edema pulmonar e periférico · Peptídeos natriuréticos (função vasodilatadora- promove liberação de sódio): são liberados pelos ventrículos quando estão sob tensão para tentar compensar. · Os agentes inotrópicos são usados na insuficiência aguda grave para evitar que ocorra a falência dos cardiomiócitos · O tratamento farmacológico é feito com intuito de evitar os mecanismos compensatórios de acontecerem · Classificação por fração de ejeção (obtida através do eco) · ICFE reduzida <40%: precisa de tratamento XXX · ICFE intermediária: 40 a 49% XX · ICFE presenrvada >/= 50% X · Inibidores da ECA/BRA · Estágio A · Impede os mecanismos de compensação a partir do bloqueio da AGT II · Reverte a vasoconstrição reduz pós carga · Diminui a retenção do volume (aldosterona) redução pré carga · Tratamento inicial clássico da ICFEr; prevenção de agravos (reduz número de internação) em pacientes em ICFEpreservada · Atenua os efeitos reguladores neuro-humorais · Redução da mortalidade por ICC= 30 a 40% · Ex: enalapril, losartana valsartana · B bloqueador · Evita que o coração se enfraqueça mais · Associado com IECA ou BRA (efeito sinérgico) · Sua utilização na IC se justifica pela inibição da liberação de renina, atenuação dos efeitos citotóxicos e de sinalização das catecolaminas circulantes elevadas e, de modo mais geral, prevenção da isquemia do miocárdio · Podem atenuar os efeitos adversos dos reguladores neuro-hormonais em pacientes com insuficiência cardíaca · Ex: carvedilol, metoprolol, bisoprolol · Antagonista aldosterona · Interrompem a reabsorção de sódio nas células principais do ducto coletor, porem aumentam a reabsorção de potássio no néfron, impedindo sua espoliação (poupadores de potássio) · Espirinolactona: antagonista do receptor de aldosterona inibe a biossíntese de novos canais de sódio · Preservam a função cardíaca · Reduzem a mortalidade em até 30% · Podem ser associados aos IECAs ou BRA · Cautela no uso com IECA: hiperpotassemia · Tratamento inicial ICFEr · Diuréticos de alça · Atuam no RAE da alça de Henle, inibindo transportador NKCC, aumentando a eliminação de eletrólitos e água · Efeito secundário: inibe a reabsorção de cálcio e magnésio · A alta concentração de sódio no ducto coletor estimula a secreção de potássio · Aumenta resposta diurética rápida: diurese aguda e sustentada · Outro efeito: PGE2 (venodilatação) · Ex: furosemida, bumetanida, piretanida · Podem ser associados aos tiazídicos em pacientes refratários a monoterapia diurética (tratamento sintomático da IC) · Indicações terapêuticas: · Edema agudo de pulmão · ICC moderada a grave · Hipertensão severa · Hipercalcemia · Cirrose hepática com ascite · Reações adversas: · Hipocalemia (arritmias) · Hiperuricemia · Hipotensão arterial e ortostática · Ototoxidade · Choque anafilático · Inibidores da neprisilina e AT1-r · Sacubitril + valsartana · Sacubitril inibe a neprisilina, enzima responsável pela degradação dos peptídeos natriuréticos, ou seja, os deixam mais disponíveis · Ação vasodilatadora (natriurese importante- eliminação de sódio) · Utilizados em pacientes refratários ao tratamento com IECAS ou BRA. · Nitratos orgânicos · Efeito vasodilatador pela liberação de óxido nítrico · Aumenta capacitância venosa reduz retorno de sangue (ventrículo direito) reduz pré-carga reduz demanda de O2 · Em doses mais altas: venodilatação arterial: reduz RVP reduz pós carga reduz demandade O2 · Indicações terapêuticas de acordo com a farmacocinética · NTG (EV) e dinitrato de isossorbida (sublingual): nitratos ativos ação rápida- Insuficiência cardíaca GRAVE (aguda) · Sofrem extenso metabolismo de 1º passagem · Mononitrato de isossorbida (oral): tratamento CRÔNICO da ICC (é utilizado quando a tríade principal não e suficiente) · Não sofre metabolismo de 1º passagem: efeito prolongado · Efeitos adversos: vasodilatação excessiva: rubor e cefaleia · Contraindicações: hipotensão, hipertensão intracraniana · Nitroprussiato de sódio · Não precisa ser ativado por enzimas · Liberam NO por processos não enzimáticos: dilatação de artérias e veias · É administrado IV para controle hemodinâmico; potente em emergências hipertensivas e insuficiência cardíaca GRAVE · Início de ação rápido e duração cura infusão venosa monitorada · Decomposição espontânea: NO + cianeto (muito tóxico) · No fígado o cianeto é convertido em tiocianato por um composto que realiza a conjugação para ser eliminado, assim, pacientes com prejuízo renal pode levar a uma toxicidade · Em hepatopatas ocorre uma dificuldade em processar o cianeto · Tolerância fisiológica · Ativação do SNS (para compensar a perda de eficiência do fármaco) · Aumento do tônus vascular · Aumento da retenção de sódio e água · Tolerância farmacológica · Depleção de mediadores (sulfidrila-NO): acúmulo · Utilizar n-acetilcisteina sequestra esses radicais · Formação de radicais livres: inativa o NO: fraciona as doses ao longo do dia · Vasodilatador- Hidralazina · Em associação com isossorbida é utilizado no tratamento da insuficiência cardíaca (quadro mais evoluído) · Mecanismo de ação incerto · Uso clínico limitado devido aos seus efeitos adversos: indução de taquicardia reflexa durante administração IV; desenvolvimento de taquifilaxia e ocorrência de síndrome de lúpus induzida por fármaco durante uso crônico · Digitálicos- DIGOXINA · Agente inotrópico: atuam diretamente na etiologia da doença · Aumentam a força de contração · Inibem a NaKATPase do sarcolema nos miócitos cardíacos. Aumenta o Na intracelular, altera o equilíbrio do trocador Na/Ca; o efluxo de cálcio diminui. Aumenta o cálcio intracelular, incluindo as reservas no retículo aumenta contratilidade cardíaca · Efeitos autonômicos: · Inibição do efluxo nervoso simpático (deixa ativo por mais tempo) · Sensibilização dos barorreceptores (aumenta força de contração) · Estímulo do SNP (estímulos vagais) · Eletrofisiologia · Diminui a automotacidade do nó AV · Prolonga período refratário e diminui velocidade de condçao do Nó · Intensifica a automaticidade do sistema his-purkinge · Indicação: fibrilação atrial · Bradicardia associada · Janela terapêutica estreita: esquemas posológicos ajustados · Se acumula em tecidos com bomba de Na/K cardiotixicidade bradicardia · Excretados pelos rins: DRC (ajustar dose de ataque e manutenção) · Hipotassemia aumenta a ligação da digoxina no miocárdio: aumenta a fosforilação da bomba Na e da fosfolemana · Intoxicação digitálica: efeitos TGI e SNC (confusão mental) · Interações medicamentosas farmacodinâmicas (alteram o efeito do fármaco) · B-bloq e BCC: diminuem os efeitos inotrópicos · Poupadores K: aumenta risco de toxicidade · Interações farmacocinéticas · Eritromicina (antibiótico): aumenta absorção: mata bactéria que degrada a digoxina toxicidade · Verapamil e quinidina e amiodarona: volume de distribuição diminui e aumenta excreção · Agonista B adrenérgico · A ativação diferencial dos subtipos de receptores é influenciada tanto pelo agente selecionado quanto pela dose administrada · Ação direta em aumentar a força de contração · Sua utilização varia com a especificidade pelo receptor beta · Utilizados para suporte a curto prazo da falência cardíaca (estágio 4) · Mais usados: dopamina e dobutamina (mais ação em B1) · Dopamina · Catecolamina endógena precursora de noradrenalina e adrenalina · Utilizada no tratamento do choque, particularmente nos estados de choque causados por baixo débito cardíaco (tratamento da IC) · A dopamina deve ser administrada por via intravenosa com rigoroso monitoramento (não atravessa barreia hematoencefálica) · Efeito vasodilatador pouco previsível na periferia e tendência a induzir taquicardia e arritmia ventricular substituído por outros agentes inotrópicos · Baixas doses: vasodilatação · Doses intermediarias: B1 + débito cardíaco e força de contração · Doses >10 g/kg por min alfa1 (vasos) vasoconstrição · Dobutamina · Droga de escolha no tratamento da insuficiência aguda com baixo débito cardíaco · Agonista B1 seletivo · Administração por via IV por infusão continua · Potencial de induzir arritmias cardíacas · Milrinona · Inodilatadores (agente inotrópico +vasodilatador) · Inibidores seletivos da isoenzima presente no músculo cardíaco · Manejo terapêutico da IC · Paciente que acabou de ser diagnosticado: IECA ou BRA + B bloqueador + espirinolactona · Avaliar se precisa adicionar mais algum · Se tiver edema pulmonar tratar o edema (furosemida) · Caso clínico Paciente do sexo masculino, 68 anos, com história prévia de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e tabagismo em tratamento com Captopril 25mg; hidroclorotiazida 25 mg e Sinvastatina 40mg. Procura atendimento médico apresentando mal estado geral, dispneico aos mínimos esforços, com sudorese fria. - Ao exame físico: estase jugular presente; Murmúrio vesicular presente, com estertores crepitantes em terço inferior, bilateralmente. - ECG: evidenciou sobrecarga ventricular esquerda. - Ecocardiograma: dilatação importante das quatro câmaras com Fração de Ejeção de 22% e hipocontratilidade global de grau importante · Classificação: esquerdo, sistólico, baixo débito · Estágio C · Tira captopril e adiciona enalapril, substitui a HCTZ pela espirinolactona, mantém a sinvastatina e adiciona B bloqueador
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