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Fisiologia do sono

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S6P2 
Fisiologia do sono 
 
Sono: condição fisiológica de atividade cerebral, natural e periódica, caracterizada por modificação do estado de consciência, 
redução da sensibilidade aos estímulos ambientais, acompanhados por características motoras e posturais próprias, além de 
alterações autônomas. 
 
Ciclo sono-vigília 
→ O ciclo sono-vigília, regido pelo ritmo circadiano, encontra-se relacionado ao fotoperiodismo decorrente da alternância 
dia-noite e está sob o controle do núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo. 
→ Núcleo supraquiasmático (NSQ): 
• Responsável pela organização cíclica e temporal do organismo e do ciclo sono-vigília. 
• É influenciado pela luz do ambiente durante o dia (via feixe retino-hipotalâmico) e pela melatonina (secretada pela 
glândula pineal) durante a noite. A secreção da melatonina é máxima durante esse período e sua ação no NSQ tem 
sido implicada no início e manutenção do sono. 
→ Sistema reticular ativador ascendente (SRAA): 
• O SRAA projeta para o córtex cerebral através de dois ramos, um talâmico e outra extratalâmico, estando relacionada 
com os mecanismos do despertar ou da vigília. Deve ser ressaltado que uma das funções do SRAA é a manutenção 
da vigília, mas também está envolvida no sono REM. 
• Quando ativado → induz o despertar e a dessincronização do EEG. 
 
Estágios do sono 
São caracterizados 2 padrões fundamentais de sono: sem movimentos oculares rápidos (NREM) e com movimentos oculares 
rápidos (REM). Estes dois tipos de sono se alternam e se caracterizam por diferenças na velocidade dos movimentos oculares; 
tônus muscular e movimentos corporais; FC e PA; padrões respiratórios; atividade das ondas cerebrais e sonhos. 
→ NREM: reflexão – armazenamento e fortalecimento de novos fatos e habilidades. 
• Composto por 4 etapas em grau crescente de profundidade: I, II, III e IV. 
• Há relaxamento muscular comparativamente à vigília, porém, mantém-se sempre alguma tonicidade basal. 
• Progressiva redução de movimentos corporais. 
• Aumento progressivo de ondas lentas no EEG, conforme se avança do estágio I para o estágio IV do sono NREM. 
• Ausência de movimentos oculares rápidos. 
• Respiração e eletrocardiograma regulares. 
→ REM: integração – interconexão de fatos novos com a experiência passada, construção de um modelo de como o mundo 
funciona, descobertas inovadoras, solução de problemas. 
• Também denominado sono paradoxal (relaxamento muscular total, mas atividade cerebral maior que na vigília) e 
sono dessincronizado. 
• Apesar de ser um estágio profundo (dificuldade de se despertar o indivíduo nesta fase) exibe EEG com predomínio de 
ritmos rápidos e de baixa voltagem (se assemelha ao da vigília). 
• Hipotonia ou atonia muscular (exceto diafragma e músculos oculares). 
- Movimentos oculares rápidos. 
• Movimentos fásicos e mioclonias multifocais, emissão de sons. 
• Respiração e eletrocardiograma irregulares 
• Sonhos - manifestação de conteúdo visual, auditivo, verbal, somestésico e emocional, em geral, com enredo 
sequencial, passível de rememoração pelo paciente e de ativação autonômica, relacionada ao seu conteúdo. Há 
evidências de que ele seja importante na reorganização sináptica e processamento de funções plásticas, referentes à 
homeostase em áreas cerebrais relacionadas com memória, aprendizado e funções psíquicas. 
• Foi demonstrado que é necessária uma quantidade adequada de sono REM para o funcionamento normal durante o 
dia. A privação de sono REM está associada a sintomas de ansiedade, irritabilidade e incapacidade de concentração e 
se a privação for suficientemente grave, manifestam-se transtornos de comportamento. 
 
Arquitetura do sono 
→ Em condições normais, um indivíduo inicia o sono noturno pelo NREM-1, após um tempo de latência aproximada de 10 
minutos. Uma latência muito baixa para início do sono NREM pode ocorrer nos indivíduos privados de sono, ou muito 
cansados, sendo também encontrada em síndromes que cursam com sono não reparador. 
→ Após uns poucos minutos em NREM-1, há o aprofundamento para o NREM-2, em que se torna mais difícil o despertar do 
indivíduo. 
→ Após 30 a 60 minutos, instala-se o sono de ondas lentas, respectivamente, os estágios 3 e 4, com interpenetrações de 
ambos no decorrer desta etapa mais profunda do sono NREM. 
→ Passados aproximadamente 90 minutos, acontece o primeiro sono REM, que costuma ter curta duração no início da noite 
(5 a 10 minutos), completando-se o primeiro ciclo NREM-REM do sono noturno. A saída do sono REM pode se fazer com 
intrusão de microdespertares (3 a 15 segundos de duração), sem um despertar completo do paciente, mudando-se para o 
estágio 1 e em seguida o 2 do sono NREM, ou passando diretamente para o 2 que, em seguida, aprofunda-se novamente 
nos estágios 3 e 4. 
→ Desta forma, cumprem-se cerca de 5 a 6 ciclos de sono NREM-REM, durante uma noite de 8 horas de sono. 
→ Os despertares podem ocorrer a qualquer momento durante o sono, a partir de qualquer estágio, seja de forma 
espontânea, ou eventualmente provocada por fatores extrínsecos ou eventos patológicos. 
Transtornos do sono 
 
Os transtornos do sono cobrem um largo espectro de sintomas, incluindo incapacidade de adormecer e 
permanecer adormecido; transtornos de transição do ritmo circadiano e do ciclo sono-vigília; distúrbios motores 
e respiratórios relacionados com o sono e a sonolência excessiva. 
Transtornos do ritmo circadiano 
→ Transtornos circadianos do sono são “transtornos do sono em que há incompatibilidade entre os ritmos 
circadianos e o ciclo necessário sono-vigília.” 
→ Problemas do sono relacionados com alternâncias nos ritmos circadianos estão associados a fatores 
intrínsecos (transtorno do tipo ciclo livre, irregularidade do ritmo sono-vigília, transtorno de fase avançada 
do sono e transtorno de fase atrasada do sono) e mudanças agudas no ciclo sono-vigília (por jet lag e 
trabalho por turnos). 
 
 
Tratamento medicamentoso e higiene do sono 
 
→ Higiene do sono: são práticas que te ajudam a melhorar a qualidade do sono sem uso de medicamentos. 
• Durma só o tempo necessário para se sentir descansado. Evite dormir por mais de 8 a 9 horas em uma noite. 
• Não tire cochilos maiores que 1 hora durante a tarde 
• Tome banho de sol por 15 minutos antes das 10 horas ou após as 16 horas (melatonina) 
• Não use medicamento para dormir por conta própria 
• Seu travesseiro e seu colchão devem ser confortáveis. O quarto deve ter temperatura agradável, ter pouca luz e estar 
livre de barulhos 
• A prática regular de exercícios ajuda a regular o ciclo circadiano. Contudo, é importante que esses exercícios sejam 
feitos em horários distantes da hora de dormir. Evite fazer exercícios 4 horas ou menos antes de dormir. O melhor 
horário para a prática dos exercícios é pela manhã. 
• Evitar ingerir qualquer tipo de estimulantes depois das 18 horas. Estimulantes mais comuns são: café, coca-cola, 
guaraná, chimarrão e alguns tipos de chá. 
• Evitar fazer atividades muito estimulantes na hora antes de dormir (p.ex. ver filmes de ação, games no 
computador/online) 
• Preferencialmente usar a cama apenas como lugar para dormir (evite trabalhar ou assistir televisão na cama). 
• Antes de dormir, faça alguma forma de relaxamento (p.ex. respiração).

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