Buscar

Biossegurança - Iodo Radioativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aluno: Davi de Aguiar Portela (0001418) 
Medicina – 4º Período TICS IV – Semana 05 
 
Biossegurança 
QUAIS AS POSSIBILIDADES DE USO DO IODO RADIOATIVO NA PRÁTICA MÉDICA? 
COMENTE A RESPEITO E EXEMPLIFIQUE. 
 
IODO RADIOATIVO 
Posologia (Iodo 131, 10-15 mCi) 
Dose fixa de 10-15 mci, por via oral 
 
O iodo radioativo é um medicamento à base de 
iodo que emite partículas beta e radiação gama, 
utilizado principalmente para o tratamento 
chamado Iodoterapia, indicado em certos casos 
de hipertireoidismo ou câncer da tireoide. 
O iodo radioativo promove uma hiperinflamação 
nas células da tireoide, pois emite partículas beta 
altamente citotóxicas restritivamente aos folículos 
da tireoide. É indicado quando o tratamento com 
fármacos que inibem a produção de T3 e T4 
não é eficaz. 
Como ele causa danos irreversíveis a tireoide, 
deve-se controlar a reposição de T4 com 
hormônio exógeno, logo após a iodoterapia. 
Não é indicado para pacientes grávidas e nem 
crianças, pois ele atravessa a via placentária. 
Preparo para a radioterapia com Iodo 131: 
o Deve-se reduzir a ingestão de iodo uma 
semana antes; 
o Paciente deve estar com bloqueio beta 
adrenérgico; 
o Suspender drogas anti-tireoidianos 3 dias 
antes; 
o Excluir gravidez e lactação; 
o Avaliar se tem nódulo maligno na tireoide, 
pois nesse caso deve-se operar; 
o Excluir oftalmopatia em atividade, pois ao 
entrar na tireoide, há o aumento de 
antígenos circulantes durante a 
hiperinflamação, aumentando a piora da 
oftalmopatia; 
o Cuidado: tabagismo, bócio e oftalmopatia 
sem atividade. 
Efeitos colaterais: 
o Xerostomia e xerolftalmia transitória; 
o Piora da oftalmopatia; 
o Quadro de hipotireoidismo. 
Após o tratamento com Iodo 131, o paciente deve 
ter alguns cuidados, pois ele passa cinco dias 
emitindo radiação, devendo evitar contato com 
outras pessoas. 
 
UTILIDADE MÉDICA DO IODO RADIOATIVO 
Iodoterapia para tratar hipertireoidismo 
O iodo radioativo pode ser utilizado para tratar o 
hipertireoidismo, especialmente nas doenças de 
Graves, e costuma ser iniciado quando o 
paciente não tem melhora com o uso de 
remédios, quando não pode utilizá-los por alergia, 
quando apresenta reações adversas graves a 
medicação ou quando é necessário um 
tratamento mais definitivo da doença. 
Iodoterapia para câncer de tireoide 
O tratamento com iodo radioativo no câncer da 
tireoide está indicado como forma de eliminar 
resquícios de células cancerígenas após a 
remoção da tireoide, diminuindo o risco de 
recidiva do câncer. Em alguns casos, também 
pode ser utilizado para ajudar a eliminar 
metástases, e os sintomas produzidos por elas. 
Cintilografia da tireoide 
Exame indicado pelos médicos para estudar o 
funcionamento da tireoide, para investigar as 
doenças que podem surgir neste órgão, 
principalmente quando há a suspeita de nódulos 
cancerígenos ou que estejam produzindo 
hormônios tireoidianos em excesso. 
 
PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA 
Para o acontecimento da iodoterapia, é 
necessário: 
o Blindagem nas paredes do quarto; 
o Menor tempo presente no quarto com o 
paciente, biombo blindado; 
o Avental de chumbo; 
o Colar cervical de chumbo; 
o Óculos de proteção individual; 
o Utilização de dosímetro e luvas. 
O destino dos rejeitos radioativos gerados pelas 
fezes e urina é a rede de esgoto, e este 
lançamento só pode ocorrer se o município 
possuir estação de tratamento de esgoto. 
 
CASO CLÍNICO 
Paciente feminino, 39 anos, história pregressa de 
radioterapia na cabeça, com diagnóstico de bócio 
nodular benigno em 2015, evoluindo, a partir de 
maio de 2021, com aumento de volume em 
região cervical anterior, disfagia para sólidos, 
dispneia paroxística noturna e necessidade de 
hiperextensão do pescoço durante o dia, além 
de perda ponderal de oito quilogramas neste 
período. 
Exames complementares: 
o USG: imagens nodulares bilaterais (motivo 
pelo qual foi realizada biópsia cirúrgica 
aberta). 
o Exame anatomopatológico: mostrou 
neoplasia maligna indiferenciada de alto 
grau compatível com carcinoma papilar 
de tireoide. 
Por se tratar de tumor que media menos de 4 
cm, foi indicado tratamento com iodo radioativo 
para eliminar os folículos tireoidianos nodulares 
malignos. 
 
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. GARDNER, David G.; SHOBACK, Dolores; 
MUÑOZ, Bernardo Rivera. Greenspan. 
Endocrinología básica y clínica. McGraw-
Hill Interamericana Editores, 2012. 
2. OLIVEIRA, Caio Vinicius de. 
Caracterização de protocolo de 
dosimetria interna para planejamento 
individualizado de iodoterapia. 2021. Tese 
de Doutorado. 
3. Poth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 9ª ed. 
Rio deJaneiro: Guanabara-Koogan, 2015. 
4. WONG, Ka Kit et al. Efficacy of radioactive 
iodine treatment of graves’ 
hyperthyroidism using a single calculated 
131 I dose. Clinical diabetes and 
endocrinology, v. 4, n. 1, p. 1-8, 2018.

Continue navegando