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Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 DEFINIÇÃO: Os sopros são produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. Aparecem na dependência de alterações do próprio sangue, da parede do vaso ou das câmaras cardíacas, principalmente nos aparelhos valvares, incluindo os seguintes mecanismos: → Aumento da velocidade da corrente sanguínea; → Diminuição da viscosidade sanguínea; → Passagem de sangue através de uma zona estreitada; → Passagem de sangue por uma área dilatada. Os defeitos valvares (estenose e insuficiência) e algumas anormalidades congênitas (comunicação interventricular, persistência do canal arterial) representam zonas de estreitamento entre 2 câmaras cardíacas ou entra uma câmara e um vaso ou entre 2 vasos. Na maioria das alterações cardiovasculares em que surgem sopros, há associação de 2 ou mais dos mecanismos expostos. A velocidade é um fator que pode somar-se a qualquer um dos outros. CARACTERÍSTICAS: É necessário investigar os seguintes parâmetros: situação no ciclo cardíaco, localização, irradiação, intensidade, timbre e tonalidade, modificação com a fase da respiração, com a posição do paciente e com exercício físico. → Situação no ciclo cardíaco: situá-los corretamente no ciclo cardíaco é a primeira e mais importante análise semiológica. Não pode haver qualquer dúvida sobre isso, sendo essencial o reconhecimento da 1ª e da 2ª bulhas. Como orientação prática, sugere-se ao examinador que, durante a ausculta do coração, palpe concomitantemente o pulso carotídeo e, por intermédio dele, determine o que é sistólico e o que é diastólico. → Localização: localiza-se um sopro na área em que é mais audível e, como pontos de referência, empregam-se as áreas de ausculta e as demais regiões, descritas anteriormente. Se escutará em alguns dos focos (aórtico, pulmonar, aórtico acessório, tricúspide, mitral etc.). → Irradiação: dois fatores influenciam na irradiação de um sopro; o mais Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 importante é a sua intensidade, vale dizer, quanto mais intenso, maior a área em que será audível. Alguns sopros de elevada intensidade propagam-se por todo o tórax ou para o pescoço. Outro fator é a direção da corrente sanguínea. Aliás, este fator pode condicionar uma irradiação tão característica que passa a ter excepcional interesse semiológico. → Intensidade: o mais prático é o sistema de cruzes (+, ++, +++ e ++++), que se escalonada seguinte maneira: • + corresponde aos sopros débeis, audíveis somente quando se ausculta com atenção e em ambiente silencioso • ++ indica sopros de intensidade moderada • +++ traduz sopros intensos • ++++ corresponde aos sopros muito intensos, audíveis mesmo quando se afasta o estetoscópio da parede torácica ou quando se interpõe entre esta e o receptor a mão do examinador. → Timbre e Tonalidade: as mais comuns são: suave, rude, musical, aspirativo, em jato de vapor, granuloso, piante e ruflar. O timbre e a tonalidade têm significado semiológico por facilitar a diferenciação de alguns sopros. Bom exemplo são as diferenças entre 2 sopros diastólicos: o da estenose mitral, de baixa frequência, que pode lembrar o bater de asas de um pássaro, recebeu a denominação de ruflar, enquanto o sopro da insuficiência aórtica, que é de alta frequência, com intensidade que decresce tão abruptamente que lembra o ruído obtido ao fazer-se aspiração com a boca, justifica plenamente a designação de sopro aspirativo. O sopro da estenose aórtica costuma ser chamado de granuloso. SOPROS SISTÓLICOS: Os sopros sistólicos são classificados em: sopro sistólico de ejeção e sopro sistólico de regurgitação. Os sopros sistólicos de ejeção são causados por estenose da valva aórtica ou pulmonar e se originam durante o período de ejeção ventricular, particularidade tão importante que deu origem à sua designação. → Sopro de Ejeção: o sopro de ejeção começa alguns centésimos de segundo após a 1ª bulha, intervalo que corresponde à fase de contração isovolumétrica. Como foi visto anteriormente, neste período, a pressão intraventricular se eleva e as valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) se fecham, dando originando a 1 ª bulha. Contudo, a pressão intravascular (aorta e pulmonar) ainda está mais elevada que a pressão dentro dos ventrículos, e por isso as valvas sigmoides (aórticas e pulmonares) continuam fechadas sem que haja saída de sangue dos ventrículos. Em consequência deste fato, percebe-se o sopro após a P bulha. Quando a pressão intraventricular ultrapassa a pressão intra-aórtica e intrapulmonar, o sangue começa a ser expulso dos ventrículos. A princípio, a ejeção é lenta, passando a ser Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 máxima na mesossístole e voltando a reduzir na telessístole. Por este motivo, do ponto de vista estetacústico, o que se observa é um sopro em crescendo- decrescendo. O sopro termina antes da 2ª bulha porque, na última fase da sístole, as pressões dentro dos ventrículos praticamente se igualam às pressões na aorta e na pulmonar, não havendo quase nenhuma ejeção de sangue neste momento. Normalmente, tem irradiação para a fúrca, o som parecerá como um diamante e mudará a sua intensidade conforme o foco. Haverá alteração para sair o sangue, decorrente de uma esteanose aórtica e/ou pulmonar, valva era para estar aberta entre B1 e B2; entretanto, não abre o suficiente. → Sopro de Regurgitação: este tipo de sopro é audível desde o início da sístole; por isso aparece com a 1ª bulha, recobrindo-a e mascarando-a. Ocupa todo o período sistólico com intensidade mais ou menos igual e termina imediatamente antes da 2ª bulha ou pode recobri-la. Esses sopros são causados pela regurgitação de sangue dos ventrículos para os átrios, quando há insuficiência mitral ou tricúspide, ou de um ventrículo para o outro, quando existe uma comunicação entre eles. Para se compreender o sopro de regurgitação, é necessário lembrar que, durante a fase de contração isovolumétrica, período em que as valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) estão se fechando, a pressão dentro dos ventrículos já está mais alta que no átrio e, por este motivo, o sangue regurgita para a câmara de menor pressão desde o início da sístole. Durante todo o período sistólico, o sangue continua regurgitando e só deixa de fazê- lo ao terminar a contração ventricular. Decorrente de uma insuficiência da valva mitral e/ou tricúspide; normalmente, irradia para a região axial. É um sopro de característica de área dilatada, B1 vai coincidir com o pulso carotídeo e, geralmente, é de foco mitral. Se for no foco tricúspide é intensificado com a manobra de Rivero-Carvalho. → Manobra de Rivero-Carvalho: é executada da seguinte maneira: com o paciente em decúbito dorsal, coloca-se o receptor do estetoscópio na área tricúspide, pondo-se especial atenção na intensidade do sopro. Em seguida, solicita-se ao paciente que faça uma inspiração profunda, durante a qual o examinador procura detectar as modificações na intensidade do sopro. Se não houver alteração ou se o sopro Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 diminuir de intensidade, diz-se que a manobra de Rivero-Carvallo é negativa. Neste caso, o sopro audível naquela área é apenas propagação de um sopro originado na valva mitral. Se, ao contrário, o sopro aumenta de intensidade, pode-se concluir que sua origem é no aparelho valvar tricúspide. O mecanismo principal assim se explica: na inspiração profunda, há aumento da negatividade intratorácica, propiciando maior afluxo de sangue ao coração direito; se mais sangue chega ao ventrículo direito, haverá, ipso facto, maior refluxo de sangue para o átrio durante a sístole.Do ponto de vista estetacústico, a consequência é a intensificação do sopro. SOPROS DIASTÓLICOS: Aparecem durante a diástole e, conforme o momento em que nela se situam, são classificados em protodiastólicos, mesodiastólicos e telediastólicos ou pré- sistólicos. Ocorrem em 2 grupos de afecções – estenoses atrioventriculares (mitral e tricúspide) e insuficiência das valvas aórtica e pulmonar – que apresentam comportamento hemodinâmico que lhes dão características semiológicas próprias. → Sopro Mesodiastólico (+ “Reforço Pré-Sistólico”): o sopro diastólico das estenoses atrioventriculares (estenose mitral e estenose tricúspide) ocupa a parte média da diástole, momento em que se dá o enchimento rápido dos ventrículos; algumas vezes se prolonga, podendo sofrer certo reforço no fim da diástole ou pré-sístole. O reforço pré- sistólico depende da contração atrial. Existe um nítido intervalo entre a 2ª bulha e o início desses sopros. Isso porque, nesse período, as pressões intra- atriais e intraventriculares são quase iguais e passa pouco sangue pelos orifícios valvares. Outra característica importante é sua qualidade, ou seja, são sopros de baixa frequência e tonalidade grave, o que lhes confere o caráter de "ruflar”, designação muito usada para caracterizá-los. Palpei o pulso carotídeo e o pulso do pulso e eles não coincidiram, significa que é m sopro diastólico. Normalmente, de foco mitral e decorrente de uma esteanose mitral e/ou pulmonar, ou seja, a valva deveria estar aberta, mas apresenta dificuldade de abertura. Mesma coisa do sopro sistólico de regurjitação, se for foco tricuspide aumenta a intensidade com a manobra de Rivero-Carvalho. → Sopro Protodiastólico: outro grupo de sopros diastólicos são os que aparecem quando as valvas sigmoides aórticas e pulmonares não se fecham completamente. Apresentam as seguintes características: têm início Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 imediato após a 2ª bulha, porque, neste momento, já é importante o gradiente de pressão entre os vasos da base (aorta e pulmonar) e os ventrículos; podem ficar restritos à primeira parte da diástole (protodiástole) ou ocupar também a mesodiástole e a telediástole. São sopros de alta frequência, decrescendo e tonalidade aguda, qualidades que, em conjunto, dão a estes sopros caráter "aspirativo". São consequência da "regurgitação" de sangue de um dos vasos da base para um dos ventrículos. Quando se emprega o termo "regurgitação” convém alertar para que não seja feita confusão com os sopros sistólicos de regurgitação. São coisas completamente diferentes, às vezes confundidas, exatamente em virtude de se usar a mesma expressão para descrever situações diversas. Decorrente de insuficiência aórtica e/ou pulmonar.
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