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Vitória Alvarenga QUESTÕES SOBRE SOPROS CARDÍACOS 1. O que são sopros? 2. Como que o sangue flui normalmente? 3. Quais são os mecanismos de formação dos sopros? 4. Caracterize o sopro sistólico de ejeção. 5. Caracterize o sopro sistólico de regurgitação. 6. Como são classificados os sopros diastólicos? 7. Caracterize o sopro diastólico das estenoses atrioventriculares. 8. Caracterize os sopros diastólicos das estenoses aórtica e pulmonar. 9. Caracterize os sopros sistodiastólicos ou contínuos. 10. Onde pode ser localizado um sopro? 11. Quais os dois fatores que influenciam na irradiação de um sopro? 12. Como é avaliada a intensidade de um sopro? 13. Quais são os possíveis timbre e tonalidade de um sopro e quais as suas indicações? 14. Relacione o sopro com a fase da respiração do paciente. 15. Relacione o sopro com a posição do paciente. 16. Diferencie sopros orgânicos de sopros funcionais 17. Relacione o sopro com o exercício. 18. Caracterize os sopros inocentes. 19. Caracterize o ruído da pericardite constritiva 20. Caracterize o atrito pericárdico. 21. Caracterize o rumor venoso RESPOSTAS SOBRE SOPROS CARDÍACOS 1. O que são sopros? São ruídos produzidos por vibrações decorrentes de alterações no fluxo sanguíneo. 2. Como que o sangue flui normalmente? Normalmente, o sangue flui como uma corrente laminar, com velocidade um pouco mais rápida na porção central, sem formar turbilhoes. Quando deixa de ser laminar, surgem as vibrações que originam os ruídos (sopros). 3. Quais são os mecanismos de formação dos sopros? - AUMENTO DA VELOCIDADE DA CORRENTE SANGUÍNEA: exercício físico, anemia, hipertireoidismo e síndrome febril. - DIMINUIÇÃO DA VISCOSIDADE SANGUÍNEA: amortece a turbulência. Anemia. - PASSAGEM DE SANGUE ATRAVÉS DE ZONA ESTREITADA: estenose e insuficiência, CIV, PCA. - PASSAGEM DE SANGUE PARA UMA ZONA DILATADA: defeitos valvares, aneurismas e rumor venoso. - PASSAGEM DE SANGUE PARA UMA MEMBRANA DE BORDA LIVRE. 4. Caracterize o sopro sistólico de ejeção. Inicia centésimos de segundo após a 1ª bulha (intervalo corresponde a sístole isovolumétrica). Nesse período, a Pventricular se eleva e as valvas atrioventriculares se fecham, dando origem à 1ª bulha, mas a Paórtica e pulmonar ainda está mais elevada do que a ventricular e, por isso, as semilunares estão fechadas. Assim, percebe-se o sopro após a 1ª bulha. Quando a Pventricular ultrapassa as vasculares, o sangue é ejetado, de início lentamente e, depois, passa a ser máximo na mesossístole e voltando a reduzir na telessístole. Ele termina antes da segunda bulha, pois as pressões se igualam e não há mais ejeção. 5. Caracterize o sopro sistólico de regurgitação. Audível desde o início da sístole e aparece com a 1ª bulha, recobrindo-a e mascarando-a, terminando antes da 2ª bulha ou recobrindo-a. CAUSA: regurgitação de sangue dos ventrículos para os átrios na insuficiência mitral ou tricúspide ou de um ventrículo para outro como na CIV. LEMBRE-SE: durante todo o período sistólico, o sangue continua regurgitando e só para quando termina a contração ventricular. 6. Como são classificados os sopros diastólicos? Protodiastólicos, mesodiastólicos ou telediastólicos/pré- sistólicos. 7. Caracterize o sopro diastólico das estenoses atrioventriculares. - Estenose mitral e estenose tricúspide. - Ocupa a parte média da diástole (enchimento rápido dos ventrículos). - Pode se prolongar, sofrendo reforço no fim da diástole ou pré-sístole, sendo que este reforço depende da contração atrial. - Baixa frequência e tonalidade grave (caráter de ruflar) 8. Caracterize os sopros diastólicos das estenoses aórtica e pulmonar. - Início após a segunda bulha - Podem estar restritos à primeira parte da diástole (protodiástole) ou ocupar a mesodiástole e a telediástole. - Alta frequência, decrescendo e tonalidade aguda (caráter aspirativo) 9. Caracterize os sopros sistodiastólicos ou contínuos. - Ouvidos durante toda a sístole e a diástole, recobrindo e mascarando a primeira e a segunda bulha. - Parte sistólica é mais intensa e rude – sopros em maquinaria. - CAUSAS: PCA, fístulas arteriovenosas, anomalias dos septos aortopulmonares e no rumor venoso. Vitória Alvarenga 10. Onde pode ser localizado um sopro? Localizado na área em que é mais audível. 11. Quais os dois fatores que influenciam na irradiação de um sopro? - INTENSIDADE: quanto mais intenso, maior a área em que será audível. Alguns sopros muito intensos se propagam para todo o tórax ou para o pescoço. - DIREÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA: • Sopro da estenose aórtica: irradia para os vasos do pescoço porque o sangue que flui pela valva aórtica se dirige àquela direção. • Sopro da insuficiência mitral: se propaga para a axila porque o átrio esquerdo situa-se acima e atrás do VE. 12. Como é avaliada a intensidade de um sopro? Sistema de cruzes: + : Sopros débeis, audíveis somente quando se ausculta com atenção e em ambiente silencioso. ++ : sopros de intensidade moderada +++ : sopros intensos ++++ : sopros muito intensos, audíveis mesmo quando se afasta o estetoscópio da parede torácica ou quando se interpõe entre esta e o receptor a mão do examinador. 13. Quais são os possíveis timbre e tonalidade de um sopro e quais as suas indicações? Suave, rude, musical, aspirativo, em jato de vapor, granuloso, piante e ruflar. ESTENOSE AÓRTICA: Granuloso. INSUFICIENCIA AÓRTICA: aspirativo ESTENOSE MITRAL: Ruflar (bater de asas de um pássaro). 14. Relacione o sopro com a fase da respiração do paciente. - MANOBRA DE RIVERO-CARVALLO: paciente em decúbito dorsal, coloca-se o receptor do estetoscópio na área tricúspide, pondo-se especial atenção na intensidade do sopro. Em seguida, pede para o paciente fazer uma inspiração profunda, durante a qual o examinador procura detectar as modificações na intensidade do sopro. Se não houver alteração ou se o sopro diminuir de intensidade, a manobra é negativa (indica que a origem é mitral). Se aumentar a intensidade, é positivo (indica que a origem é no aparelho alvar tricúspide). - LESÕES AÓRTICAS: sopros mais audíveis se o paciente fizer expiração forçada. 15. Relacione o sopro com a posição do paciente. - INSUFICIENCIA AÓRTICA: mais nítidos quando o paciente está sentado com o tórax fletido para frente. - ESTENOSE MITRAL: ruflar diastólico é mais intenso no decúbito lateral esquerdo. - RUMOR VENOSO: aumenta de intensidade na posição sentada ou de pé, diminuindo ou desaparecendo quando o paciente se deita. 16. Diferencie sopros orgânicos de sopros funcionais SOPROS ORGÂNICOS: determinados por modificações estruturais em vasos ou aparelhos valvares. SOPROS FUNCIONAIS: não dependem de lesões anatômicas dos vasos ou do coração, mas teriam origem no aumento da velocidade da corrente sanguínea ou na diminuição da viscosidade do sangue, como nas anemias, hipertireoidismo, exercício físico e febre. 17. Relacione o sopro com o exercício. - Exercício: aumenta velocidade sanguínea e estimula sistema adrenérgico à intensifica sopros. - ESTENOSE MITRAL: ruflar fica mais intenso com o paciente em exercício e menos intenso no repouso. 18. Caracterize os sopros inocentes. - É uma conclusão diagnóstica e não um tipo de sopro - São sistólicos, de baixa intensidade (+ ou ++), suaves, sem irradiação, mais audíveis na área pulmonar e na região mesocardíaca, com nítidas várias nas mudanças de posições. - CAUSAS: anemia e febre. 19. Caracterize o ruído da pericardite constritiva - ORIGEM: distensão do pericárdio endurecido. - Audível quando há comprometimento do pericárdio no nível da região apical e da face anterior do coração. - Ocorre no período diastólico, no fim do enchimento ventricular rápido, um pouco mais precoce que a 3ª bulha. - Timbre alto e seco. - Se diferencia do estalido de abertura mitral pois é audível apenas na área mitral, no endoápex e na área tricúspide, enquanto o estalido é audível em todos os focosde ausculta. 20. Caracterize o atrito pericárdico. - Ruído provocado pelo roçar de folhetos pericárdicos que perderam suas características normais (lisos, umedecidos, deslizando um sobre o outro sem vibração). - CAUSA: pericardite fibrinosa. - Não coincide com nenhuma das fases do ciclo cardíaco, habitualmente é contínuo, com reforço sistólico. - Auscultado na região entre a ponta do coração e a borda esternal esquerda. - Não irradia. - Intensidade variável e varia com a mudança de posição. - Ruído que se obtém ao friccionar-se com um couro novo. - Possui mutabilidade – pode apresentar mudanças na intensidade e na qualidade ao longo das horas ou dias. 21. Caracterize o rumor venoso - Ruído contínuo, de tonalidade grave - Auscultado na área do pescoço e na porção superior do tórax, sendo seu local de máxima intensidade acima da clavícula direita, na altura da inserção do esternocleidomastóideo. - Maior intensidade na posição sentada e pode desaparecer na posição deitada ou com a compressão ao nível da jugular direita ou pela rotação do pescoço. - ORIGEM: turbilhona mento do sangue no ponto em que a jugular interna se encontra com o tronco braquiocefálico.
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