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DÉBITO CARDÍACO E SEUS DETERMINANTES Debito cardíaco é a frequência cardíaca x volume sistólico. DC = FC x VS A frequência cardíaca é modulada pelo RITMO SINUSAL, SIMPÁTICO e PARASSIMPÁTICO; o volume sistólico é modulado pela PRÉ-CARGA, PÓS-CARGA (resistência) e CONTRATILIDADE. DETERMINANTES DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NODO SINUSAL · O batimento é de origem intrínseca; · Hierarquia funcional das células especializadas do coração: 1. Nodo AS (70 a 80 bpm); 2. Nodo AV (40 a 60 bpm); 3. PURKINJE (15 a 40 bpm). ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA · Mecanismo: · Liberação de norepinefrina; · Aumenta a permeabilidade ao sódio (aumenta a FC); · Aumenta a permeabilidade ao cálcio (aumenta a força contrátil); · Efeitos: · Eleva a FC; · Aumenta a velocidade de condução; · Aumenta a força de contração; · Aumenta o DC. ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA · Mecanismo: · Liberação de acetilcolina; · Aumenta a permeabilidade à saída de potássio; · Efeitos: · Diminui a FC; · Diminui a excitabilidade das fibras juncionais AV · Diminui o DC; DETERMINANTES DO VOLUME SISTÓLICO PRÉ E PÓS-CARGA · Pré-carga: tensão exercida na parede ventricular após a sístole atrial; depende do retorno venoso e determina o grau de estiramento do sarcômero na final da diástole. Quanto maior o estiramento, maior será o numero de sítios onde haverá acoplamento actina-miosina (até um limite). · Pós-carga: definida como a carga contra a qual o coração contrai durante a sístole (resistência). Depende da complacência arterial e da resistência que determina a pressão arterial. Na prática clínica, a pressão arterial pode ser usada como parâmetro para estimar-se a pós-carga (sem que haja estenose aórtica ou alteração da complacência aórtica). RETORNO VENOSO · Ação propulsora da panturrilha e da coxa: as válvulas venosas e a atividade muscular da panturrilha e da coxa são fundamentais para o retorno venoso, tanto a posição ortostática quanto na deambulação. · A própria pulsação da artéria femoral auxilia no retorno venoso. · Pessoas paraplégicas devem ter acompanhamento de fisioterapeutas para minimizar o impacto no retorno venoso. CONTROLE NEURO-HUMORAL DO TÔNUS VENOMOTOR · Venoconstrição: · Simpático: receptores alfa-adrenérgicos e noradrenalina; · Epinefrina (suprarrenal); · Angiotensina II: via músculo liso e via estimulação simpática; · Venodilatação: · Vasopressina (ADH): vasodilatador de pequenas veias e vênulas. Quer aumentar a pressão para que o sangue chegue novamente ao coração, auxiliando no bombeamento; · Bradicinina; CONTRATILIDADE · Os cardiomiócitos estão ligados uns aos outros por junções comunicantes que permitem a difusão quase totalmente livre de íons. Configuram-se como um SINCÍCIO, ou seja, um estímulo aplicado em qualquer parte do coração gerará resposta em todo o músculo cardíaco. · A distância ótima dos sarcômeros: a miosina e a actina precisam ter um acoplamento eficiente, quando se tem um relaxamento de, por exemplo, 135ml e que o ventrículo esteja apto para aportar esses 135ml. Em caso do aumento da chegada de sangue, enquanto houver possibilidade da actina se ligar à actina, é possível manter a fração de ejeção. CONTRATILIDADE x MECANISMO DE FRANK-STARLING · Se enche com 135ml e ejeta 70ml, a fração de ejeção é de 51%. Se enche com 200ml e ejeta 110ml, a fração de ejeção é de 51$. Ou seja, apesar de ter enchido mais, o ventrículo estirou um pouco mais, mas continuou permitindo a interação entre actina e miosina, além da afinidade do cálcio pela troponina C. · Frações de ejeção acima de 50% são ótimas. · A fração de ejeção cairá quando houver uma insuficiência de grau alto, a depender do motivo. FUNÇÃO SISTÓLICA · Depende da contração intrínseca do miocárdio, da pré e pós carga e da FC. · O ápice do VE gira no sentido anti-horário durante a contração, e a base fira no sentido horário (em visão do ápice). · As fibras circunferenciais estão localizadas nas porções médias das paredes miocárdicas, sendo responsáveis por 80% do volume ejetado. · As fibras longitudinais estão situadas no subendocárdio e subpericárdio, contribuindo para cerca de 20% do volume sistólico. · O desempenho ventricular esquerdo, está estreitamente relacionado com a estrutura e as adaptações ventriculares, resultante de complexa interação de fatores que podem influenciar, em diferentes graus, a quantidade de sangue bombeada” AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA Fração de encurtamento · (D%) é determinada a partir dos valores de DDVE e DSVE obtidos no de acordo com a equação : D% = (DDVE - DSVE) / (DDVE) x 100 · No coração normal cerca de 80% do volume de ejeção se deve ao encurtamento do diâmetro menor e apenas 20% ao encurtamento do diâmetro maior. Fração de ejeção: FE % = (VDF – VSF)/VDF · É um índice bastante útil clinicamente, podendo representar a função contrátil ventricular em situações hemodinamicamente estáveis e crônicas. OUTRAS PROTEINAS CONTRÁTEIS · Desimina: união das miofibrilas · Distrofina: ancoragem das miofibrilas ao sarcolema · Titina: conexão estrutural · Nebulina: conexão estrutural TITINA · No repouso, os elementos elásticos da titina encontram-se contraídos. · Com alongamento do sarcômero (diástole), outros domínios da proteína começam a desenrolar para que não se desenvolva uma tensão excessiva, o que prejudicaria a função diastólica. · É a titina que evita a tensão excessiva. FUNÇÃO DIASTÓLICA RELAXAMENTO MIOCÁRDICO · Modulado pela carga, pela inativação (cinética do cálcio e dissociação dos miofilamentos), e pela não uniformidade da parede ventricular. A “força de restauração” (elastic recoil) gerada pela titina permite aumentar a velocidade de relaxamento ventricular levando a “sucção ventricular”, sobretudo na fase inicial da diástole. PROPRIEDADES PASSIVAS DO VENTRÍCULO · Influenciadas pela rigidez miocárdica · Espessura da parede do ventrículo · Geometria das câmaras cardíacas DISFUNÇÃO DIASTÓLICA Causada por uma lentificação do relaxamento miocárdico e/ou alterações das propriedades passivas do ventrículo, nomeadamente pelo aumento da rigidez ventricular. Podemos chegar a conclusão de que vimos todos os determinantes do DC, faltando a RP (resistência periférica), que é encontrada na fórmula para achar PRESSÃO ARTERIAL. PA = DC x RP Com tantas variáveis, os mecanismos de variação da PA são muitos. Sofre influencia do DC, RP, FC, VS, RV, CV, comprimento do vaso e viscosidade do sangue. A sobrecarga de pressão gera o aumento do estresse sistólico, que ocasiona sinais extras e intracelulares que remodelam o ventrículo com os sarcômeros em paralelo, causando uma HIPERTROFIA CONCÊNTRICA. A sobrecarga de volume gera o aumento do estresse diastólico, que ocasiona sinais extras e intracelulares que remodelam o ventrículo com os sarcômeros em série, causando uma HIPERTROFIA EXCÊNTRICA. Ana Júlia Santos – Medicina Modificado de Heart Desease, Eugene Braunwald 6th edition, 2001 Sobrecarga de pressão Sobrecarga de volume Estresse sistólico Estresse diastólico Sinais extra e intracelulares Remodelamento do ventrículo Sarcomêros em paralelo Sarcomêros em série Hipertrofia concêntrica Hipertrofia excêntrica VE normal Modificado de Heart Desease, Eugene Braunwald 6 th edition, 2001 Sobrecarga de pressão Sobrecarga de volume Estresse sistólico Estresse diastólico Sinais extra e intracelulares Remodelamento do ventrículo Sarcomêros em paralelo Sarcomêros em série Hipertrofia concêntrica Hipertrofia excêntrica VE normal
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