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foses a posteriori distingue-se essencialmente do entrelaçamento das séries de metamorfoses, apreciadas anteriormente. No curso do meio circulante a conexão entre compradores e vendedores não é apenas expressa. A própria conexão surge primeiro no curso do dinheiro e com ele. O movimento dos meios de pagamento expressa, ao contrário, uma conexão social que já se tinha completado antes dele. A simultaneidade e o paralelismo das vendas limitam a substi- tuição da massa de moedas mediante a velocidade de circulação. Elas proporcionam, ao contrário, nova alavanca na economia dos meios de pagamento. Com a concentração dos pagamentos na mesma praça de- senvolvem-se naturalmente instituições e métodos próprios para sua compensação. Assim, por exemplo, os virements de Lyon, na Idade Mé- dia. Os créditos de A contra B, B contra C e C contra A etc. precisam apenas ser confrontados para se cancelar mutuamente, até certo total, como grandezas positivas e negativas. Assim fica somente um saldo devedor a ser liquidado. Quanto mais maciça for a concentração de pagamentos, tanto menor será relativamente o saldo e, portanto, a massa dos meios de pagamento em circulação. A função do dinheiro como meio de pagamento implica uma con- tradição direta. Na medida em que os pagamentos se compensam, ele funciona apenas idealmente, como dinheiro de conta ou medida de valor. Na medida em que tem-se de fazer pagamentos efetivos, ele não se apresenta como meio circulante, como forma apenas evanescente e intermediária do metabolismo, senão como a encarnação individual do trabalho social, existência autônoma do valor de troca, mercadoria ab- soluta. Essa contradição estoura no momento de crises comerciais e de produção a que se dá o nome de crise monetária.203 Ela ocorre somente onde a cadeia em processamento dos pagamentos e um sistema artificial para sua compensação estão plenamente desenvolvidos. Ha- vendo perturbações as mais gerais desse mecanismo, seja qual for a sua origem, o dinheiro se converte súbita e diretamente de figura so- mente ideal de dinheiro de conta em dinheiro sonante. Torna-se in- substituível por mercadorias profanas. O valor de uso da mercadoria torna-se sem valor e seu valor desaparece diante de sua própria forma de valor. Ainda há pouco o cidadão, presumindo-se esclarecido e ébrio de prosperidade, proclamava o dinheiro como uma paixão inútil. So- mente a mercadoria é dinheiro. Apenas o dinheiro é mercadoria, cla- ma-se agora por todo o mercado mundial. E como o cervo que grita MARX 257 203 Deve-se distinguir bem a crise monetária, definida no texto como fase particular de cada crise geral de produção e comércio, do tipo especial de crise que se chama também de crise monetária, mas que pode aparecer independentemente, de modo que ela só afeta indústria e comércio por repercussão. Estas são crises cujo movimento se centra no capital monetário e, por isso, bancos, bolsas de valores e finanças são sua esfera imediata. (Nota de Marx à 3ª edição.)
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