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UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Alex Sandro Stein Filho Erika do Nascimento Perônico Gomes Julia da Silva Santos Livia Santos da Rocha Thamires Fraga Rodrigues RELATORIO DE AULA PRATICA Disciplina: Ornitopatologia Turma: MV9M Professor: Fernanda de Toledo Vieira e Flaviana Lima Guião Leite VILA VELHA - ES 2021 UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Alex Sandro Stein Filho Erika do Nascimento Perônico Gomes Julia da Silva Santos Livia Santos da Rocha Thamires Fraga Rodrigues RELATORIO DE AULA PRATICA Relatório de aula prática apresentado à Universidade Vila Velha – UVV, como parte das exigências da Disciplina de Ornitopatologia, sob orientação das professoras Fernanda de Toledo Vieira e Flaviana Lima Guião Leite. VILA VELHA - ES 2021 INTRODUÇÃO A pratica da necropsia consiste em um conjunto de procedimentos, organizado e hierarquizado, utilizado para examinar um cadáver na busca de informações que esclareçam as alterações que o levaram a morte (Fischer e Brito, 1989). A necropsia é uma parte importante da medicina aviária. Frequentemente, sinais clínicos e achados de patologia clínica não são definitivamente explicados até o momento do exame post-mortem (Gonçalves e Salgado, 2011). É essencial ter conhecimento do histórico do animal antes de iniciar uma necropsia. Evidente que informações sobre o animal, como espécie, linhagem, sexo, idade, peso, cor da pelagem, número e setor de origem ou experimento em que foi utilizado, são importantes e devem ser registradas em formulário próprio. Esse histórico consiste basicamente dos dados relativos ao seu comportamento, sintomatologia, características ambientais do local onde era mantido e do experimento em que foi utilizado. Muitas vezes, em virtude da comparação do histórico do animal com os achados de necropsia se consegue estabelecer um diagnóstico (Cardoso, 2002). OBJETIVOS O presente relatório buscou, na prática laboratorial, apresentar a necessidade da realização de necropsias de aves de produção. Além disso, foram feitas colheitas de material da ave viva (sangue da asa e do coração) para analise macroscópica. MATERIAIS ● Bisturi e lâminas; ● Pinças; ● Tesouras; ● Luvas descartáveis; ● Seringas; ● Agulhas; METODOLOGIA A aula pratica, que foi realizada na sala de necropsia do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Vila Velha, no dia 29 de agosto de 2021, ministrada pelas professoras Fernanda de Toledo Vieira e Flaviana Lima Guião Leite, docentes responsáveis pela disciplina de Ornitopatologia, visou a necropsia e diagnostico pôs mortem das aves. 1. CONTENÇÃO FISICA A princípio foi feita a contenção da ave, tomando todo o cuidado necessário para evitar o mínimo de estresse do animal. O profissional que estiver manuseando a ave, não deve usar muita força quando o apreender para que não o machuque, e sua contenção deve ser feita com a imobilização das pernas, asas ou ambos (Paula et al., 2019). 2. EXAME FISICO É realizado o exame físico da ave antes de iniciar a necropsia, observando a plumagem, qual sua aparência, se estão limpas, se tem áreas faltosas ou anormais, os principais ossos da ave (ossos das asas, pernas e crânio) para identificar se há alguma fratura ou lesão, examinar a cloaca se há presença de fezes (qual aspecto, coloração e odor) ou protuberâncias, fossas nasais se há algum tipo de secreção ou presença de sangue, olhos e bico se estão colapsados, lacrimejado, se apresentam ulceras, cortes ou placas e qualquer outra anormalidade na ave deve ser anotado e descrito. A ave em questão, apresentava unhas muito grandes, edema em membro pélvico direito (figura 1) e uma protuberância na região da cloaca (figura 2). Figura 1: Presença aumento exagerado das unhas e edema em membro direito. Figura 2: Protuberância na região da cloaca. 3. COLETA DE AMOSTRAS Foi realizado a colheita de sangue por meio da veia ulnar cutânea, na asa do animal e após realizar a anestesia da ave foi feita a punção cardíaca, na região da quilha (base do esterno), tendo o cuidado para não atingir a traqueia nem o pulmão. O sangue coletado não apresentava alterações macroscópicas visíveis. 4. NECROPSIA Antes da necropsia é realizado, por via endovenosa, a administração de soluções barbitúricas que provocarão anestesia e posterior morte da ave, em seguida é seccionado a medula. Foram realizados os procedimentos descritos a seguir: 1. Umedecido as penas da ave com água ou solução fraca de desinfetante; 2. Posicionamento da ave em decúbito dorsal; 3. Corte transversal do bico para análise dos seios nasais; 4. Corte longitudinal em cada lado do bico (acima da narina); 5. Corte no sentido caudal na pele, seccionando do bico até o início do peito, para expor a traqueia, esôfago e timo; 6. Rebatimento da pele no sentido cranial para expor a musculatura do peito (figura 3); 7. Desarticulação da articulação coxofemoral e observação do nervo ciático (figura 4); 8. Corte dos músculos abdominais e das costelas na região da articulação, levantando toda região peitoral, rebatendo a musculatura para expor os órgãos e sacos aéreos, onde foi observado excesso de tecido adiposo em cavidade abdominal (figura 5); 9. Remoção dos órgãos para avaliação: fígado, intestino e suas porções, baço, pâncreas, moela e suas estruturas (figura 6); 10. Remoção do coração e dos pulmões para avaliação, onde foi observado o pulmão mais avermelhado com áreas hemorrágicas (figura 7); 11. Remoção do trato gastrointestinal e reprodutor da cavidade, onde foi possível observar a presença de ovo no canal do oviduto (figura 8); 12. Abertura dos demais órgãos para avaliação (moela, intestino, rins, baço); 13. Incisão da cabeça na e corte do crânio para observação do cérebro; Figura 3: Rebatimento da pele no sentido cranial para expor a musculatura do peito. Figura 4: Observação do nervo ciático. Figura 5: Excesso de tecido adiposo em cavidade abdominal. Figura 6: Remoção dos órgãos para avaliação. Figura 7: Pulmão mais avermelhado com áreas hemorrágicas. Figura 8: Presença de ovo no canal do oviduto. DISCUSSÃO Durante a necropsia foi possível notar que a ave não apresentava disfunções nutricionais, não sendo encontrado nenhum tipo de alteração em sistema gastrointestinal e nem em seus órgãos adjacentes. A protuberância de cloaca, observado em exame físico, foi justificada pela presença de ovo no canal do oviduto, não foi encontrada nenhuma alteração em seu sistema reprodutor. A hemorragia observada no pulmão, foi justificada por um manejo incorreto no momento de punção cardíaca sendo provocada pequenas lesões na superfície do pulmão. O edema em membro pélvico direito não foi diagnosticado, mas não apresentava nenhum comprometimento a vida da ave. CONCLUSÃO Durante a realização da necropsia, não foram observadas quaisquer alterações anatomopatológicas graves na ave que sugerisse algum tipo de enfermidade ou problema sanitário. REFERÊNCIAS ANDRADE, A., PINTO, SC., and OLIVEIRA, RS., orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 388 p. CARDOSO, C. V. P. Técnica de Necropsia. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 388 p. FISCHER, P.; BRITO, L.A.B. Técnica de necropsia. Publicação de circulação interna (apostila). Departamento de Patologia da Escola de Veterinária da UFG, 1989, 22p. GONÇALVES, G., SALGADO, B. Necropsia Cosmética Em Aves. Universidade Estadual Paulista – UNESP, Archives of Veterinary Science, v.16, n.2, p.9-17, 2011. PAULA, A., MIRANDA, A., VIDAL, C., RIBEIRO, D., ROCHA, K., MARIA, L.Relatório De Aula Pratica, Necropsia Em Aves. Federal University of Pernambuco – UFPE, Departamento De Medicina Veterinária, 2019. WORK, T. M. Necropsia Manual From Seabirds To Biologists In Refuge Or Remote Areas. U. S. Geological Survey National Wildlife Health Center Honolulu Field Station, 2015.
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