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1 MANUAL TEÓRICO PRÁTICO DE HISTOLOGIA PROFESSOR MSc EDIBERTO NUNES BELÉM – PARÁ FEVEREIRO DE 2017 2 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO A HISTOLOGIA 03 2 TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 05 3 EPITÉLIO E GLÂNDULAS 15 4 TECIDO CONJUNTIVO 21 5 SANGUE 28 6 CARTILAGEM 34 7 TECIDO ÓSSEO 39 8 TECIDO MUSCULAR 46 9 TECIDO NERVOSO 50 10 SISTEMA DIGESTIVO 57 11 SISTEMA CIRCULATÓRIO 62 12 SISTEMA URINÁRIO 66 LITERATURA CONSULTADA E MATERIAL BIBLIOGRÁFICO UTILIZADO 71 3 1 - INTRODUÇÃO A HISTOLOGIA CONCEITOS É o ramo da anatomia que estuda os tecidos animal e vegetal. A histologia também é chamada de anatomia microscópica, pois engloba não somente a estrutura microscópica dos tecidos, mas também das células dos órgãos e dos sistemas. O nosso corpo é constituído de células, matriz intercelular, substância líquida, matriz extracelular e líquido extracelular. DISCIPLINAS RELACIONADAS Anatomia. Citologia. Biologia celular. Bioquímica. Fisiologia. Patologia. TÉCNICAS HISTOLÓGICAS BÁSICAS ETAPAS NA PREPARAÇÃO DOS TECIDOS PARA VISUALIZAÇÃO EM MICROSCÓPIO COMUM: a) COLETA DA AMOSTRA: biópsia ou necropsia. b) FIXAÇÃO: preserva as estruturas celulares insolubilizando as proteínas dos tecidos. Evita autólise (destruição das células por suas próprias enzimas, ou por bactérias). Evita a proliferação de fungos e bactérias. Tipo de Fixador: para corte histológico FORMOL 4 – 10% em solução tamponada (pH 7,4). c) DESIDRATAÇÃO: tem como finalidade retirar água dos tecidos. Consiste em banhos de concentrações crescentes de etanol: 70%; 80%; 90% e 2 vezes de 100%. Legenda: Coleta de material do tipo BIÓPSIA em colo uterino por alça elétrica. Legenda: A) Frasco com a peça imersa no formol a 10% e B) Inspeção da peça fixada. A B 4 d) CLAREAMENTO: o etanol é substituído por um líquido miscível com o meio de inclusão (XILOL). Os tecidos embebidos em xilol tornam-se translúcidos, razão porque essa etapa é denominada diafanização ou clareamento. e) IMPREGNAÇÃO EM PARAFINA: aquece a parafina em estufa a 60ºc para que a mesma ocupe os espaços antes ocupados pelo xilol. Obtenção dos blocos de parafina. f) MICROTOMÍA: corte de 5 micras de espessura. Legenda: A) Micrótomo e B) Separação dos cortes após a microtomia. g) COLORAÇÃO: coloração mais utilizada em histologia e técnica de Hematoxilina e Eosina (HE). Eosina é um corante ácido, portanto cora componentes básicos (citoplasma da célula). Hematoxilina é um corante básico, portanto cora componentes ácidos (núcleo). Outras colorações como: panóptica (hematológica), Mallory, impregnação pela prata, etc. Legenda: A) Lâminas prontas para serem submetidas à coloração e B) Corantes Eosina e Hematoxilina utilizados em várias técnicas de coloração. Legenda: Aquecimento da parafina e montagem das cubas para impregnação. A B A A 5 h) MONTAGEM EM LAMÍNULA: objetivo de manter o material estável por um longo tempo, mantendo suas características tintoriais e morfológicas. Usa-se lamínula de vidro sobre o material e o entellan para colar na lâmina. i) Leitura: utiliza-se o microscópio ótico comum nos aumento de 100; 400 e 1.000X. TÉCNICAS AVANÇADAS DE VISUALIZAÇÃO MICROSCÓPICA HISTOQUÍMICA. IMUNOCITOQUÍMICA. RADIOAUTOGRAFIA. MICROSCOPIA ELETRÔNICA: Transmissão: maior poder de penetração. Varredura: observação de superfície. 2 – TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO ORIGEM EMBRIOLÓGICA ECTODERMA. ENDODERMA. O tecido epitelial encontra-se presente em duas formas: 1) Como revestimento externo e interno e 2) Glândulas que se originam a partir da invaginação das células epiteliais. EPITÉLIO Legenda: Lâminas de corte histológico prontas para serem examinados no microscópio ótico comum. Legenda: Imagem no aumento de 400X de lâmina de corte histológico do colo uterino com lesões celulares. 6 FUNÇÕES: proteção, transporte transcelular, secreção, absorção, permeabilidade seletiva e detecção de sensações. CLASSIFICAÇÃO: a) SIMPLES: epitélio pavimentoso, epitélio cúbico, epitélio cilíndrico e epitélio pseudo- estratificado. b) ESTRATIFICADO: epitélio pavimentoso não queratinizado, epitélio pavimentoso queratinizado, epitélio cúbico, epitélio cilíndrico e epitélio de transição. ÓRGÃO: Rim (cápsula de Bowman) e vaso sanguíneo. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina; impregnação pela prata. AUMENTO: 400 vezes. A A C C 7 Legenda: A) Epitélio pavimentoso simples (cápsula de Bowman); B) Epitélio pavimentoso simples (artéria aorta) e C) Espaço da cápsula de Bowman (SETA). ÓRGÃO: Rim (túbulo contorcido proximal). COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 400 vezes. Legenda: A) epitélio cúbico simples. Legenda: A) Epitélio cúbico simples com bordadura em escova. Legenda: A) Epitélio cúbico simples com bordadura em escova – microvilos (túbulo contorcido proximal); B) Epitélio pavimentoso simples (cápsula de Bowman) e C) Espaço da cápsula de Bowman (SETA). ÓRGÃO: Intestino delgado. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 400 vezes. B B A A A B C 8 Legenda: A) Epitélio cilíndrico simples com planura estriada – microvilos (duodeno); B) Células caliciformes); C) Microvilos e D) Lúmen (SETA). Legenda: A) Epitélio cilíndrico simples com planura estriada – microvilos (duodeno); B) Células caliciformes); C) Microvilos e D) Lúmen (SETA). C B D A A C D B B 9 ÓRGÃO: Traquéia. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 400 vezes. Legenda: A) Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado; B) Células caliciformes e C) Cílios (SETA). Legenda: A) Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado; B) Células caliciformes e C) Cílios (SETA). ÓRGÃO: Trompa uterina. B A A B C C B B 10 COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 400 vezes. Legenda: A) Epitélio cilíndrico simples ciliado); B) Cílios); C) Luz ou lúmen do órgão e D) Tecido conjuntivo (SETA). ÓRGÃO: Esôfago. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. A B C D B D B 11 AUMENTO: 400 vezes. Legenda: A) Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; B) Célula descamativa; C) Tecido conjuntivo e D) Fibroblasto (SETA). Legenda: A) Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; B) Célula descamativa; C) Tecido conjuntivo; D) Fibroblasto e E) Macrófago (SETA). B A B A E D E E C D C 12 ÓRGÃO: Pele grossa. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 400 vezes. Legenda: A) Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado; B) Tecido conjuntivo e C) Camada córnea ou descamante (SETA). v v Legenda:A) Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado; B) Tecido conjuntivo; C) Camada córnea ou descamante e D) Fibroblastos (SETA). ÓRGÃO: Bexiga. B A C A B B C A D A B 13 COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes. Legenda: A) Epitélio estratificado de transição e B) Tecido conjuntivo (SETA). Legenda: A) Epitélio estratificado de transição e B) Tecido conjuntivo (SETA). A A B B 14 DESENHO ESQUEMÁTICO DA JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR (JEC) LEGENDA: A) Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; B) Junção escamo colunar (JEC); C) Epitélio cilíndrico simples (endocervical) e D) Tecido conjuntivo. MEMBRANA BASAL LÂMINA BASAL: produzida pelas células epiteliais. Eletromicrografias mostram duas regiões: 1) Lâmina Lúcida de 50 nm (logo abaixo do epitélio), constituída principalmente de laminina, A B C D Legenda: Colo uterino humano normal. 15 entactina e integrinas 2) Lâmina Densa que compreende uma rede de colágeno do tipo IV, percalana e fibronectina. LÂMINA RETICULAR: uma região de espessura variável e produzida pelas células do tecido conjuntivo (fibroblastos). Constituída por colágenos tipo I e tipo III. LEGENDA: A) Epitélio pavimento estratificado queratinizado; B) Camada córnea; C) Membrana basal e D) Tecido conjuntivo (SETA). 3 - EPITÉLIO E GLÂNDULAS POLARIDADE E SUPERFÍCIE CELULAR A maioria das células epiteliais possui regiões morfológicas, bioquímicas e funcionais distintas e, assim, apresentam uma polaridade que pode estar relacionada com uma ou muitas dessas diferenças. B A C D D Legenda: Membrana basal visto pela microscopia eletrônica de varredura (SETA). 16 PÓLO APICAL: é a região da célula epitelial voltada para a luz, é rica em canais iônicos, proteínas, glicoproteínas e enzimas hidrolíticas; é também o local onde são transportados os produtos de secreção. São necessárias várias modificações de superfície para que o pólo apical do epitélio possa desempenhar suas várias funções. Estas incluem: microvilos, entereocílios, cílios e flagelos. MICROVILOS: são projeções cilíndricas do citoplasma, envolvidas por membranas e que se projetam da superfície apical. Os microvilos representam a planura estriada das células intestinais absortivas e borda em escova das células do túbulo proximal do rim. ESTEREOCÍLIOS: são microvilos longos, encontrados no epidídimo e nas células pilosas sensoriais da cóclea (ouvido interno). CÍLIOS: são projeções móveis, semelhantes a pêlos que se projetam da superfície de certas células epiteliais. Ex: traquéia e brônquios. Os cílios são especializados para funcionar na propulsão do muco e de outras substâncias sobre a superfície do epitélio, através de rápidas oscilações rítmicas. Os cílios do oviduto movem o óvulo fertilizado em direção ao útero. FLAGELOS: as únicas células do corpo humano que possuem flagelos são os espermatozóides. Legenda: A) Tecido epitelial cilíndrico simples com planura estriada; B) Microvilos; C) Células caliciformes e D) Lúmen do duodeno (SETA). A B C D Legenda: A) Tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado; B) Cílios; C) Células caliciformes e D) Tecido conjuntivo (SETA). A B C D D 17 PÓLO BASOLATERAL: pode ser subdividido em duas regiões: a membrana plasmática lateral e a membrana plasmática basal. Cada região possui seus próprios dispositivos juncionais e receptores. ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA LATERAL JUNÇÕES OCLUSIVAS: funcionam unindo células para formar uma barreira impermeável, evitando que o material siga um caminho intercelular em vez de passar através da camada epitelial (Zónulas de Oclusão). Localizadas entre as membranas plasmáticas adjacentes e são as junções mais apicais, que rodeia toda a circunferência da célula. JUNÇÕES DE ANCORAGEM: funcionam na manutenção da adesão célula-célula ou célula-lâmina basal (Zónulas de Adesão). Estão localizadas logo abaixo da zónula de oclusão e também circundam a célula. Outro exemplo são os desmossomas (Mácula de Adesão) que forma o terceiro componente do complexo juncional das células epiteliais. JUNÇÕES DE COMUNICAÇÃO: funcionam permitindo o movimento de íons ou moléculas sinalizadoras entre as células (Junções GAP). Estão distribuídas nos tecidos epiteliais através do corpo, bem como nas células musculares cardíacas, células musculares lisas e neurônios. Legenda: A) Tecido epitelial cilíndrico simples (SETA); B) Esteriocílios (SETA) e C) Espermatozóides. B A A C Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. 18 LEGENDA: Doenças auto-imunes, produção de anticorpos contra desmocolina, levando a inibição da formação da junção de células epiteliais do tipo desmossomos (PÊNFIGO). ESPECIALIZAÇÕES DA SUPERFÍCIE BASAL: três características importantes definem a superfície basal dos epitélios. a) Lâmina basal. b) As pregas da membrana plasmática. c) Hemidesmossomas, que fixam a membrana plasmática basal à lâmina basal. RENOVAÇÃO DAS CÉLULAS EPITELIAIS Epiderme: entorno de 28 dias. Colo do útero: entorno de 12 dias. Intestino delgado: entorno de 6 dias. CORRELAÇÕES CLÍNICAS METAPLASIA ESCAMOSA: é um processo fisiológico que busca transformar um epitélio que está recebendo agressão em outro epitélio mais resistente, com isso evita lesões celulares mais sérias. Ex: colo do útero (ectopia), esôfago (refluxo) e fumantes. f Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. 19 GLÂNDULAS As glândulas se originam das células epiteliais que abandonam a superfície, de onde se desenvolvem e penetram no tecido conjuntivo subjacente, formando uma lâmina basal em torno de si mesma. As unidades secretoras, junto com seus ductos, constituem o parênquima da glândula; o estroma da glândula é formado pelos elementos do tecido conjuntivo que invadem e sustentam o parênquima. O epitélio glandular produz seu produto dentro da célula, através de síntese de macromoléculas que, normalmente, são empacotadas e armazenadas em vesículas chamadas grânulos de secreção. O produto de secreção pode ser um hormônio, cera, muco, saliva, etc. As glândulas pertencem a dois grandes grupos, baseados no método de distribuição de seus produtos de secreção: GLÂNDULAS EXÓCRINAS. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS. GLÂNDULAS EXÓCRINAS As glândulas exócrinas liberam seus produtos através de ductos na superfície externa ou interna da qual se originam. São classificadas de acordo com a natureza de sua secreção (mucosa, serosa ou mista), o número de células (unicelular ou multicelular) e sua forma de secreção: MERÓCRINO: ocorre via exocitose, de modo que nem a membrana e nem o citoplasma fazem parte da secreção. Ex: glândula paratireóide. APÓCRINO: uma pequena porção do citoplasma apical é liberada junto com o produto de secreção. Ex: glândula mamária em lactação. HOLÓCRINO: à medida que uma célula secretora amadurece, ela morre e se torna o produto de secreção. Ex: glândulas sebáceas. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS As glândulas endócrinas liberam suas secreções, os hormônios, em vasos sanguíneos ou linfáticos, a serem distribuídos aos órgãos-alvo. Ex: supra-renal, hipófise, tireóide, pineal, ovários, testículos, etc. Muitos tipos celulares secretam moléculassinalizadoras chamadas citocinas, que desempenham a função de comunicação célula-célula. Dependendo da distância que a citocina precisa percorrer para alcançar sua célula-alvo, seu efeito é chamado: AUTÓCRINO: a célula sinalizadora é o seu próprio alvo, de modo que a célula estimula a si mesmo. PARÁCRINO: a célula-alvo está localizada na vizinhança da célula sinalizadora, de modo que a citocina não precisa entrar no sistema vascular. ENDÓCRINO: a célula-alvo e a célula sinalizadora estão longe uma da outra, de modo que a citocina precisa ser transportada pelo sistema vascular. Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. 20 QUESTÕES PARA REVISÃO DOS ASSUNTOS MINISTRADOS 1) Um grupo de 5 (cinco) alunos numa revisão para a avaliação de histologia fizeram vários comentários fundamentados nos seus apontamentos e estudos nas literaturas sugeridas pelo professor. Qual destes comentários está CORRETO? a) As glândulas são originariamente de células epiteliais e musculares. Importante na síntese de macromoléculas que serão liberadas na superfície na mesma ou na corrente circulatória. b) As glândulas podem ser de 2 tipos: exócrinas e endócrinas. A primeira pode ser classificada quanto ao número de células em: unicelular e multicelular. A última pode ser classificada quanto à distância da ação do seu material secretor em: parácrino, autócrino e endócrino. c) As glândulas exócrinas são classificadas quanto a sua forma de secreção em: apócrino: o citoplasma fazem parte da secreção (glândula paratireóide); merócrino: uma pequena porção do citoplasma apical é liberada junto c/ o produto de secreção (glândula mamária em lactação) e holócrino: a medida que uma célula secretora amadurece, ela morre e se torna o produto de secreção (glândulas sebáceas). d) O tecido epitelial é muito importante no preenchimento e ocupação dos espaços com a finalidade de facilitar a migração das células de defesa e tornar funcional os órgãos do nosso organismo. e) O revestimento vascular é denominado endotélio (tecido epitelial cúbico simples) e tem um papel importante no isolamento do sangue em relação ao elementos do tecido conjuntivo. 2) Os epitélios são camadas de células coesas que cobrem ou revestem as superfícies corporais e, ainda, formam as unidades funcionais das glândulas de secreção exócrina e endócrina. Sobre as características desse tecido, analise as assertivas e marque as corretas: I. Suas funções básicas incluem: proteção (pele); absorção (intestinos); transporte de substâncias sobre as superfícies (ação de cílios); secreção (glândulas); excreção (túbulos renais); trocas gasosas (alvéolos pulmonares) e deslizamento entre superfícies (pleura). II. Apresenta uma capacidade de renovação contínua. O ciclo celular, definido como o intervalo entre duas divisões mitóticas sucessivas que resultam na produção de duas células-filhas, é constante. Dessa forma, as células são classificadas como lábeis. III. A coesão de um epitélio é mantida por moléculas de adesão celular e complexos juncionais, sendo estes representados pelas junções de oclusão, zônula de adesão ou desmossoma, junções comunicantes e hemidesmossomas. IV. Apresenta especializações que se projetam na superfície e podem ser móveis (cílios) – presentes no epitélio de revestimento das vias aéreas – ou não móveis (microvilos e estereocílios) – presentes no revestimento intestinal e no epidídimo. V. A nutrição do epitélio de revestimento está na dependência de pequenos vasos sanguíneos que chegam até à superfície e terminam entre as células epiteliais, fornecendo gases (como o O2) e nutrientes (como a glicose). A alternativa CORRETA é: a) II, III e V. b) I, III, IV e V. c) II, III, IV e V. d) I, II e IV. e) I, II, III e IV. 3) A pele é o maior órgão do corpo humano e corresponde a 16% do peso corporal. Reveste toda a superfície do corpo e o protege contra as radiações solares, particularmente os raios ultravioletas. Sobre os efeitos dessas radiações, são feitas as afirmações a seguir: I. Em presença de radiação solar, ocorre na pele à síntese de vitamina D, substância importante para a absorção de cálcio pelos ossos. II. Quanto mais intensa for à exposição solar, mais melanócitos, que se encontram na derme, migram para a epiderme, escurecendo a pele e protegendo-a. III. A radiação ultravioleta é um importante fator mutagênico, pois pode provocar alterações no DNA, aumentando os riscos de melanoma, principalmente em pessoas de pele clara. IV. Os tipos de câncer causados por radiações ultravioletas são hereditários, pois afetam o material genético das células da pele. É válido o que se afirma em: a) III, apenas. b) I e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 21 4) A pele é um exemplo de estrutura moldada evolutivamente para resistir rotineiramente a estresse, sem apresentar alterações em sua morfologia ou fisiologia, mesmo estando sujeita a agressões externas constantes. [...] Lesões maiores que afetam a estrutura da pele são reparadas pela ação conjunta de diversos tipos celulares por meio de um mecanismo conhecido como cicatrização. Após uma ferida na pele, o local afetado é preenchido por um tampão de coagulação, formadas por uma rede de proteínas sanguíneas associadas a plaquetas. Essa estrutura emergencial evita a perda de líquido tecidual e a invasão de microrganismos. A seguir, macrófagos e leucócitos sanguíneos invadem a região e eliminam bactérias e células danificadas. Essas células de defesa imune também liberam moléculas que estimulam a reestruturação tecidual. (BORGES, 2006). Um aspecto na estrutura da pele que a torna peculiar no reparo de danos é a: a) Revitalização das células epidérmicas mais superficiais. b) Rica vascularização da derme. c) Capacidade da lâmina basal para reconstituir as fibras conjuntivas e elásticas lesadas. d) Recomposição da camada dos queratinócitos a partir da multiplicação de células sanguíneas. e) Produção do tampão de coagulação pela conversão da fibrina em fibrinogênio. 5) Faça a correspondência entre as colunas. Identifique em uma das alternativas a seguir, qual a sequência CORRETA: Tipo de Epitélio Ocorrência em Humano 1- Cúbico Simples ( ) Revestimento do esôfago e vagina 2 - Pavimentoso Simples ( ) Revestimento dos vasos sanguíneos e alvéolos. 3 - Pavimentoso Estratificado Não Queratinizado ( ) Traquéia 4 - Cilíndrico Simples ( ) Revestimento do intestino delgado e estômago 5 - Cilíndrico Pseudoestratificado ( ) Revestimento dos túbulos renais a) 3; 4; 2; 5; 1. b) 1; 5; 2; 3; 4. c) 3; 2; 5; 1; 4. d) 3; 2; 5; 4; 1. e) 3; 4; 2; 3; 1. 4 - TECIDO CONJUNTIVO Como o próprio nome indica, estabelecem uma continuidade com o tecido epitelial, com o músculo e com o tecido nervoso, bem como com outros componentes do tecido conjuntivo, mantendo o organismo funcionalmente integrado. A maioria dos tecidos conjuntivos se origina do mesoderma. A partir deste folheto, desenvolvem-se as células multipotenciais do embrião, o mesênquima. Estas células mesenquimais migram pelo corpo, originando os tecidos conjuntivos e suas respectivas células, incluindo a cartilagem, osso e sangue. Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. http://www.vegarcez.com.br/erro.htm http://www.vegarcez.com.br/acerto.htm http://www.vegarcez.com.br/erro3.htm http://www.vegarcez.com.br/erro1.htm http://www.vegarcez.com.br/erro3.htm 22 FUNÇÃO PROPORCIONAR SUSTENTAÇÃO ESTRUTURAL. SERVIR COMO UM MEIO DE TROCAS: de restos de metabólicos, nutrientes e oxigênio, entre o sangue e muitas células do organismo. CONTRIBUIR PARA DEFESA E PROTEÇÃO DO ORGANISMO: são desempenhadas (a) pelas células fagocitárias do organismo, que englobam e digerem restos celulares, partículas estranhas e microrganismos; (b) por suas células imunocompetentes, que produzem anticorpos contra antígenos; (c) por certascélulas que produzem substâncias farmacológicas, que auxiliam no controle da inflamação e (d) formando uma barreira física à invasão e à disseminação de microrganismos. CONSTITUIR UM LOCAL PARA ARMAZENAMENTO DE GORDURA. MATRIZ EXTRACELULAR: constituída de substância fundamental amorfa e fibras. SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA: é um material amorfo, hidratado, que é constituído de: GLICOSAMINOGLICANAS (DISSACARÍDEOS): queratan-sulfato, heparan-sulfato, heparina, condroitino-sulfato e o ácido hialurônico. PROTEOGLICANAS (PROTEÍNAS): responsável pelo estado gel da matriz extracelular. GLICOPROTEÍNAS DE ADESÃO: integrinas, laminina, condronectina, fibronectina e osteonectina. FIBRAS COLÁGENAS: são inelásticas e possuem grande resistência à tração. Os principais tipos de colágenos são: tipo I (no tecido conjuntivo propriamente dito, osso, dentina e cemento); tipo II (nas cartilagens hialina e elástica); tipo III (fibras reticulares); tipo IV (lâmina densa da lâmina basal); tipo V (placenta); tipo VII (ligando a lâmina basal à lâmina reticular). ELÁSTICAS: são formadas de elastina e de microfibrilas. São altamente elásticas e podem ser estiradas até 150% do seu cumprimento em repouso sem romper (grandes vasos). COMPONENTES CELULARES DO TECIDO CONJUNTIVO As células nos tecidos conjuntivos são agrupadas em duas categorias: células fixas e células transitórias. CÉLULAS FIXAS DO TECIDO CONJUNTIVO FIBROBLASTOS: são os responsáveis pela síntese da matriz extracelular do tecido conjuntivo e são derivados das células mesenquimais indiferenciadas. Podem apresentar de duas formas: ativos e inativos. Os miofibroblastos são fibroblastos modificados, semelhantes tanto a fibroblastos quanto a células musculares lisa. PERICITOS: circundam parcialmente as células endoteliais de capilares e vênulas. CÉLULAS ADIPOSAS: células de gordura, ou adipócitos. São derivadas das células mesenquimais indiferenciadas. Elas participam na síntese e no armazenamento de triglicerídeos. Existem dois tipos de células adiposas, que constituem dois tipos de tecido adiposo. A célula com gotícula lipídica grande e única, formam o tecido adiposo branco e as células com gotículas lipídicas pequenas e múltiplas, formam o tecido adiposo pardo. MASTÓCITOS: são as maiores células fixas do tecido conjuntivo. Originam da medula óssea. Apresentam numerosos grânulos no citoplasma. Nestes grânulos contém: heparina, histaminas, proteases neutras, fator quimiotático de neutrófilos e de eosinófilos. 23 MACRÓFAGOS: são fagócitos ativos e atuam na remoção de restos celulares e na proteção do organismo contra invasores. Originam da medula óssea e faz parte do sistema mononuclear fagocitário. Os monócitos quando abandonam a corrente sanguínea e migram para o tecido conjuntivo passa a ser chamado macrófagos. Os macrófagos localizados em certas regiões do corpo foram denominados especificamente de: 1) células de Kupffer: fígado; 2) células de poeira: pulmão; 3) células de Langerhans: pele; 4) monócitos: sangue; 5) micróglias: cérebro e 6) osteoclastos: osso. LEGENDA: A) Fibroblasto; B) Macrófago; C) Mastócito; D) Fibras Colágenas e E) Fibras Elásticas (SETA). CÉLULAS TRANSITÓRIAS DO TECIDO CONJUNTIVO Todas as células transitórias do tecido conjuntivo são derivadas dos precursores na medula óssea. PLASMÓCITOS: são derivados dos linfócitos “B”. Interagem com antígeno e produzem e secretam anticorpos. LEUCÓCITOS: são glóbulos brancos que circulam na corrente sanguínea e migram por frequentemente para o tecido conjuntivo através das paredes dos capilares por um C A E D C C E D B A D 24 processo denominado de diapedese, que consiste de três etapas: a) Rolagem; b) Adesão e c) Transmigração. Os leucócitos são representados por: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos. LEGENDA: A) Neutrófilos ou Polimorfonucleares; B) Linfócito; C) Macrófago e D) Plasmócito (SETA). CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO TECIDOS CONJUNTIVOS EMBRIONÁRIOS: Tecido conjuntivo mesenquimal. Tecido conjuntivo mucoso. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO: Tecido conjuntivo frouxo (areolar). Tecido conjuntivo denso: Tecido conjuntivo denso não modelar. Tecido conjuntivo denso modelar. Colágeno. Elástico. Tecido reticular. Tecido adiposo. TECIDO CONJUNTIVO ESPECIALIZADO: Sangue. Cartilagem. Osso. ÓRGÃO: Pele grossa. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. A A C B B D C 25 AUMENTO: 400 vezes. Legenda: Tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado (PELE GROSSA). ÓRGÃO: Esôfago. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 vezes. Legenda: E) Tecido epitelial pavimentoso estratificado não queratinizado; CF) Tecido conjuntivo frouxo e CD) Tecido conjuntivo denso não modelado. 26 ÓRGÃO: Tendão. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes. Legenda: A) Tecido conjuntivo denso modelado aumento de 100X e B) Tecido conjuntivo denso modelado aumento de 400X. ÓRGÃO: Cordão umbilical. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes respectivamente. Legenda: Tecido conjuntivo mucoso. A) Vaso sanguíneo do cordão umbilical; B) substância fundamental amorfa; C) Fibras colágenas e D) Fibroblasto (SETA). ÓRGÃO: Pele grossa. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes respectivamente. A A B B C D 27 Legenda: A) Tecido adiposo em aumento de 100 e 400X respectivamente e B) Tecido conjuntivo denso não modelado (SETA). ÓRGÃO: Fígado. COLORAÇÃO: Impregnação pela prata. AUMENTO: 100 e 400 vezes respectivamente. Legenda: A) Tecido reticular (aumento de 100X) e B) Tecido reticular (aumento de 400X). Órgão: Mesentério. Coloração: Hematoxilina e Eosina. Aumento: 400 vezes. A B A A B 28 Legenda: A) Fibra de colágena; B) Fibra elástica e C) Mastócito (SETA). 5 - SANGUE O sangue é um tecido fluido, formado por uma porção celular que circula em suspensão num meio líquido, o plasma. A porção celular representa 45% de um volume determinado de sangue, enquanto o plasma representa os 55% restantes. A parte celular é denominada hematócrito. A porção acelular ou plasma é constituído por 92% de água, os restantes 8% são formados por proteínas, sais minerais e outros constituintes orgânicos em dissolução. SANGUE PLASMA: 55% Água: 92%. Proteínas Plasmáticas: 7%. Outros Solutos: 1%. ELEMENTOS FIGURADOS: 45% Eritrócitos: 99%. Plaquetas: <1%. Leucócitos: <1%. A B C A C B Legenda: Concentração de células no sangue periférico. 29 SANGUE E SEUS COMPONENTES Fonte: Manual de Hematologia da Terezinha F. Lorenzi. PROTEÍNAS DO PLASMA Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. CÉLULAS DO SANGUE As células do sangue são estudadas em esfregaços. Os esfregaços são preparados sobre uma lâmina de vidro, onde as células ficam distendidas e espalhadas. Após coloração com corantes específicos como: Wright e Giemsa são observadas ao microscópio. As células do sangue periférico são: eritrócitos, plaquetas e leucócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos). 30 ERITRÓCITOS OU HEMÁCIAS O eritrócitoassemelha-se a um disco bicôncavo, com um diâmetro de 7,5 – 9,0 micras de espessura. Eritrócito maior de 9 micras é denominado de macrócito e o menor de 6 micras é denominado de micrócito. Os eritrócitos são preenchidos por uma grande molécula protéica chamada de hemoglobina, que consiste de duas partes: uma protéica (globina) e a outra o heme que contém ferro. FUNÇÕES: transporte de gases. ANEMIAS: talassemia, ferropriva, falciforme, etc. HEMATÓCRITO: 45 – 55%. VALORES NORMAIS: HOMEM: 4.500.000 – 5.000.000/mm3 de sangue. MULHER: 4.200.000 – 4.500.000/mm3 de sangue. SISTEMA ABO DO GRUPO SANGUÍNEO: A, B, AB e O. VIDA MÉDIA: 120 dias (baço, medula óssea e fígado). ERITROPOIETINA: fator estimulador para a medula óssea produzir novos eritrócitos. Sua síntese acontece nos rins. LEUCÓCITOS Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. 31 Legenda: A) Neutrófilo Segmentado; B) Eosinófilo; C) Basófilo; D) Eritrócito ou Hemácias e E) Plaquetas ou trombócitos (SETA). D A E E A C D E C B D E E B D B D 32 Legenda: A) Neutrófilo Bastão; B) Neutrófilo Metamielócito; C) Linfócito; D) Eritrócito ou Hemácias e E) Plaquetas ou Trombócitos (SETA). Legenda: A) Linfoblasto; B) Linfócito; C) Eritrócito ou Hemácias e D) Plaquetas ou Trombócitos (SETA). C B A E E D A B B C D 33 Legenda: A) Monócito e B) Eritrócito ou Hemácias (SETA). PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS São corpúsculos anucleados, com a forma de disco, medindo cerca de 2 – 4 micras de diâmetro. São derivadas dos megacariócitos na medula óssea vermelha. Promovem a coagulação sanguínea. Vivem aproximadamente 10 dias. Normalmente, existem de 200.000 – 400.000/mm3 de sangue. Trombocitopenia < 150.000/mm3 de sangue. Trombocitose > 400.000/mm3 de sangue. COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Fonte: Manual de Hematologia da Terezinha F. Lorenzi. A A B 34 PERÍODOS DA HEMATOPOESE 1º) EMBRIONÁRIO: as primeiras células sanguíneas do homem surgem por volta da 7ª ou 8ª semana de vida, no saco vitelino e esse período encerra no 4º mês de gestação. 2º) HEPATOESPLÊNICO: a partir do 2º ao 7º mês de vida fetal as células sanguíneas começam a ser produzidas pelo baço e fígado. 3º) MIELÓIDE: a partir do 5º ao 9º mês de vida fetal a porção esponjosa dos ossos assumem a produção das células sanguíneas e mantém por toda a vida. CÉLULA PLURIPOTENTE, TOTIPOTENTE, STEM CELL OU CÉLULA TRONCO Fonte: Manual de Hematologia da Terezinha F. Lorenzi. 6 - CARTILAGEM FUNÇÕES DE CARTILAGEM Suporte de tecidos moles. Reveste superfícies articulares onde absorve choques e facilita os deslizamentos. É essencial para a formação e o crescimento dos ossos. COMPONENTES DE CARTILAGEM Condroblastos. Condrócitos no interior das lacunas. Abundante matriz extracelular formada por: Moléculas de proteoglicanas. Glicoproteínas. Colágeno e elastina. 35 Moléculas de água em grande quantidade presas às glicosaminoglicanas (água de salvatação). Pericôndrio: é formado por tecido conjuntivo muito rico em fibras de colágeno tipo I nas partes mais superficiais, porém gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem. Lacunas. Cápsula. Legenda: Cartilagem Hialina (traquéia). A) Pericôndrio; B) Condroblasto; C) Condrócito; D) Matriz cartilaginosa e E) Lacuna (SETA). CARACTERÍSTICAS DE CARTILAGEM É avascular, sendo nutrida por capilares do tecido conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. É desprovida de vasos linfáticos e de nervos. As cartilagens (exceto articulares e a cartilagem fibrosa) são envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio. INFLUÊNCIA HORMONAL NA CARTILAGEM Hormônio do crescimento (GH), tiroxina (TH) e testosterona aceleram a síntese de proteoglicanas. Cortisona, hidrocortisona e estradiol inibem a síntese de proteoglicanas (formação da matriz extracelular). O crescimento da cartilagem depende principalmente de GH: Estimula o fígado a produzir somatomedina “C”. Somatomedina “C” aumenta a capacidade de síntese dos condroblastos e também a multiplicação dessas células promovendo o crescimento das cartilagens. INFLUÊNCIA DAS VITAMINAS NA CARTILAGEM D C B E A 36 HIPOVITAMINOSE “A”: reduz a largura dos discos epifisários. HIPERVITAMINOSE “A”: acelera a ossificação dos discos epifisários. HIPOVITAMINOSE “C”: inibe a síntese da matriz e modifica a arquitetura dos discos epifisários, leva ao escorbuto. AUSÊNCIA DE VITAMINA “D”: resultando na deficiência de absorção de cálcio e fósforo: proliferação de condrócitos é normal, mas a matriz não se torna verdadeiramente calcificada; resulta em raquitismo. CRESCIMENTO DE CARTILAGEM O crescimento das cartilagens deve-se a dois processos: CRESCIMENTO INTERSTICIAL Divisão mitótica dos condrócitos preexistentes. Síntese de matriz extracelular. Ocorre nos discos epifisários e nas cartilagens articulares. CRESCIMENTO APOSICIONAL Diferenciação das células do pericôndrio = condroblastos. Síntese de matriz extracelular. A medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o crescimento intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por oposição. - Órgão: Traquéia. - Coloração: Hematoxilina e Eosina. - Aumento: 100 e 400 vezes. 37 Legenda: A) Cartilagem hialina observada no aumento de 100X. B) Pericôndrio e C) Tecido de revestimento da traquéia: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado (SETA). Legenda: A) Cartilagem hialina observada no aumento de 400X. B) Pericôndrio; C) Condroblasto; D) Condrócito; E) Grupo isogênico e F) Matriz cartilaginosa (SETA). A A B C E C C F F B D B A 38 ÓRGÃO: orelha. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes respectivamente. Legenda: A) Pericôndrio; B) Cartilagem elástica e C) Tecido de revestimento da orelha - epitélio pavimentoso estratificado queratinizado (SETA). Legenda: A) Pericôndrio; B) Cartilagem elástica; C) Condroblastos; D) Condrócitos; E) Grupos isogênicos; F) Matriz cartilaginosa e G) Fibras elásticas (SETA). B C A B A A A B C C D D E E F G G 39 7 - TECIDO ÓSSEO É um tecido conjuntivo especializado, cuja matriz extracelular é calcificada, aprisionando as células que a secretam. É um tecido dinâmico, que muda de forma, constantemente, dependendo da força a ele aplicada. O osso é a estrutura básica de sustentação e proteção dos órgãos do corpo, servem também, como alavanca para os músculos que estão aderidos a eles. O osso é um reservatório para muitos minerais do corpo. Ex: armazena cerca de 99% do cálcio do organismo. O osso possui uma cavidade central, a cavidade medular, que abriga a medula óssea, um órgão hematopoiético. Exceto nas articulações sinoviais, o osso é recoberto, na sua face externa, pelo periósteo, que consiste em uma camada externa de tecido conjuntivo denso fibroso e de uma camada interna celular, que contém células osteoprogenitoras(osteogênicas). A cavidade central do osso é revestida por endósteo, um tecido conjuntivo delgado, constituído de uma única camada de células osteoprogenitoras e de osteoblastos. MATRIZ ÓSSEA A matriz óssea possui constituintes inorgânicos e orgânicos: COMPONENTES INORGÂNICOS: a porção inorgânica do osso, com cerca de 65% de seu peso, é constituído principalmente, de cálcio e fósforo, junto com outros como: bicarbonato, citrato, magnésio, sódio e potássio. O cálcio e o fosfato existem na forma de cristais de hidroxiapatita. O osso é um dos componentes mais duro e forte do corpo. Sua força e dureza estão relacionadas com a associação dos cristais de hidroxiapatita com o colágeno. COMPONENTES ORGÂNICOS: constitui aproximadamente 35%, inclui fibras que são quase exclusivamente colágeno Tipo I. CÉLULAS DO OSSO CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS: estão localizadas na camada celular interna do periósteo, revestindo canais de Havers. Estas células são derivadas do mesênquima embrionário. OSTEOBLASTOS: derivados das células osteoprogenitoras, são responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea, incluindo o colágeno, proteoglicanas e glicoproteínas. OSTEÓCITOS: são as células maduras do osso, derivadas dos osteoblastos, que ficam situadas em lacunas no interior da matriz óssea calcificada. OSTEOCLASTOS: originam da medula óssea e tem a função de reabsorção óssea. A atividade de reabsorção óssea é regulada por dois hormônios: paratormônio e calcitonina, produzidos pelas glândulas paratireóide e tireóide respectivamente. ESTRUTURA DO OSSO Os ossos são classificados de acordo com sua forma: OSSOS LONGOS: que apresenta um cilindro (diáfese) localizado entre duas cabeças (epífeses). Ex: tíbia, fêmur, etc. OSSOS CURTOS: que possuem mais ou menos o mesmo comprimento e largura. Ex: ossos do carpo. OSSOS CHATOS: são finos, achatados e em forma de disco. Ex: ossos que formam a caixa craniana. 40 OSSOS IRREGULARES: ossos esfenóide e etmóide. OSSO SESAMÓIDES: que desenvolvem no interior de tendões. Ex: patela. As observações do osso longo a olho nu, em corte longitudinal, revelam dois tipos diferentes de estrutura óssea. O osso muito denso na superfície externa é o osso compacto, enquanto a porção porosa que reveste a cavidade medular é o osso esponjoso. Uma observação mais de perto do osso esponjoso mostra trabéculas e espículas ósseas ramificadas, partindo da superfície interna do osso compacto em direção à cavidade medular. Não existem sistemas de Havers no osso esponjoso, mas existem arranjos irregulares das lamelas. Existem dois tipos de medula óssea: medula óssea vermelha, onde se formam as células sanguíneas e a medula óssea amarela, constituída principalmente de gordura. HISTOGÊNESE DO OSSO A formação do osso durante o desenvolvimento embrionário pode ocorrer de duas maneiras: OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA: a maioria dos ossos chatos tem esta formação. As células mesenquimais se diferenciam em osteoblastos, que secretam a matriz óssea, formando uma rede de espículas e trabéculas, que é conhecida como centro primário de ossificação. OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL: a maioria dos ossos longos e curtos se desenvolve por esta formação. Este tipo de ossificação ocorre em duas etapas: a) forma-se um pequeno molde de cartilagem hialina; b) o molde de cartilagem continua a crescer e serve como base para o desenvolvimento do osso, é reabsorvido e substituído por osso. Observar a epífise do osso longo constituído de cartilagem hialina mostrando a zona de transformação nos seus diversos estágios. Após a Zona de Transformação (ZT) verifica-se o osso esponjoso com suas trabéculas ósseas circundadas por medula óssea. Toda estrutura e revestida por uma camada de tecido conjuntivo espesso denominado periósteo. CRESCIMENTO DO OSSO EM EXTENSÃO a) ZONA DE REPOUSO DA CARTILAGEM (ZCR): caracterizada por condrócitos sem nenhuma alteração morfológica. b) ZONA DE CARTILAGEM EM SERIE OU PROLIFERATIVA (ZCS): os condrócitos apresentam-se organizados em fileiras radiais. c) ZONA DE CARTILAGEM HIPERTRÓFICA (ZCH): caracterizada por uma hipertrofia dos condrócitos pelo acumulo de glicogênio citoplasmático e uma imagem negativa perinuclear. d) ZONA DE CARTILAGEM CALCIFICADA (ZCC): significa a morte dos condrócitos. A enzima fosfatase alcalina estimula a precipitação de cálcio ao redor dos condrócitos reduzindo a captação de nutrientes pela célula. Morfologicamente os condrócitos apresentam-se sem núcleo ou com fragmentação nuclear. e) ZONA DE CARTILAGEM OSSIFICADA (ZCO): as células osteogênicas proliferam para o interior da cartilagem reduzindo a matriz a pequenos tabiques. 41 Legenda: A) ZCR; B) ZCS; C) ZCH; D) ZCC; E) ZCO e F) Medula óssea (SETA). REPARAÇÃO ÓSSEA Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. ÓRGÃO: Osso Compacto. COLORAÇÃO: Hematoxilina – Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes respectivamente. A B C D E F 42 Legenda: A) Periósteo; B) Osso compacto; C) Osteócitos; D) Medula óssea; E) Trabécula óssea; F) Endósteo; G) Sistema de Havers e H) Canal de Havers (SETA). B B E D H G C C D F A E C 43 Legenda: Osso esponjoso corado pelo método de Hematoxilina e Eosina e observado no aumento de 400X. Legenda: Osso esponjoso corado pelo método de Hematoxilina e Eosina e observado no aumento de 400X. A) Osteoclasto e B) Matriz óssea (SETA). F D D G A B 44 Legenda: Osso esponjoso corado pelo método de Hematoxilina e Eosina e observado no aumento de 100X. A) Osteoclasto; B) Megacariócito; C) Matriz óssea e D) Medula óssea (SETA). HISTOFISIOLOGIA DO OSSO MANUTENÇÃO DE NÍVEIS DE CÁLCIO SANGUÍNEO: o cálcio é vital para a atividade de muitas enzimas e funciona, também, na permeabilidade da membrana, adesão celular, coagulação sanguínea, contração muscular, entre outros processos orgânicos. EFEITOS HORMONAIS: paratormônio, calcitonina e somatotrofina (secretado pela hipófise anterior). OSTEOPOROSE: a queda da concentração de estrogênio após a menopausa inibe a síntese de matriz óssea e a atividade osteoclástica é maior do que a deposição óssea. EFEITOS NUTRICIONAIS: sem a vitamina “D” a mucosa intestinal é incapaz de absorver cálcio, apesar de haver uma ingestão adequada na dieta. Isto resulta no raquitismo. Deficiência de vitamina “C” resulta em escorbuto, produção deficiente de colágeno. QUESTÕES PARA REVISÃO DOS ASSUNTOS MINISTRADOS 1) Uma criança de 8 (oito) anos de idade, oriunda de uma aldeia indígena de Altamira – PA, foi atendida num Hospital Infantil do Estado do Pará, com queixa de baixo crescimento. O pediatra, após exames físicos e clínicos, solicitou os seguintes exames: dosagens das vitaminas “A” e “C”, dosagem de hormônio do crescimento (GH), dosagem de cálcio e proteínas totais. Assinale a alternativa INCORRETA. a) Somatomedina “C” aumenta a capacidade de síntese dos condroblastos e também a multiplicação dessas células promovendo o crescimento das cartilagens. b) Hipervitaminose “A” acelera a ossificação dos discos epifisários. c) A vitamina “C” não tem importância no processo de síntese de colágeno e na formação da matriz óssea. d) Ausência de vitamina “D”, resultando na deficiência de absorção de cálcio e fósforo: proliferação de condrócitos é normal, mas a matriz não se torna verdadeiramente calcificada; resulta em raquitismo. e) Na investigação do raquitismo infantil é extremamente importante o exame raio – Xdas falanges para o diagnóstico e acompanhamento do tratamento. C C E F E B A C D 45 2) Durante uma cirurgia de apendicite supurada o cirurgião fez 6 (seis) perguntas ao seu assistente: 1. Síntese de fibras colágenas? ( ) Macrófagos. 2. Remoção de células mortas? ( ) Plaquetas. 3. Produção de anticorpos? ( ) Fibroblastos. 4. Coagulação sangüínea? ( ) Plasmócitos. 5. Produção de histamina? ( ) Neutrófilos. 6. Destruição bacteriana? . ( ) Mastócitos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA das respostas das perguntas da coluna da direita, de cima para baixo: a) 1, 4, 6, 2, 3, 5. b) 2, 3, 1, 4, 5, 6. c) 2, 4, 1, 3, 6, 5. d) 2, 4, 3, 5, 6, 1. e) 1, 3, 4, 2, 5, 6. 3) Um paciente deu entrada em um pronto-socorro apresentando os seguintes sintomas: cansaço, dificuldade em respirar e sangramento nasal. O médico solicitou um hemograma ao paciente para definir o diagnóstico que apresentou as seguintes informações: Leucócito Total: 15.000/mm3 (VR: 5.000 – 10.000/mm3); Plaquetas: 210.000/mm3 (VR: 150.000 – 400.000/mm3) e Hemoglobina: 10 g/dL (VR: 15 – 18 g/dL). Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com os resultados de seu hemograma, constata-se que: a) O sangramento nasal é devido à baixa quantidade de plaquetas, que são responsáveis pela coagulação sanguínea. b) O cansaço ocorreu em função da quantidade de leucócitos aumentados, que são responsáveis pela defesa imunológica do organismo. c) A dificuldade respiratória decorreu da baixa concentração de hemoglobina, responsáveis pelo transporte de gases no sangue. d) O sangramento nasal é decorrente do aumento do número de leucócitos, que são responsáveis pelo transporte de gases no sangue. e) A dificuldade respiratória e o sangramento nasal ocorreram pela quantidade de plaquetas diminuída e baixa concentração de hemoglobina respectivamente. 4) A osteoporose, principal causa de quedas entre idosos, é resultado da perda gradual da densidade da matriz óssea, que é remodelada por osteoblastos e osteoclastos. Segundo os especialistas, a prevenção contra a osteoporose deve começar na infância, com alimentação rica em cálcio e em vitamina D, exposição diária ao sol e exercícios físicos. Sobre os vários fatores envolvidos na formação do osso, é CORRETO afirmar que: a) A fixação do cálcio no tecido ósseo depende da presença de vitamina D, cuja síntese é diminuída em indivíduos que têm o hábito de tomar sol. b) O excesso de vitamina C pode levar à diminuição da densidade óssea, pois essa vitamina causa degradação das moléculas de colágeno. c) Os osteoblastos e os osteoclastos são células responsáveis, respectivamente, pela captura de cálcio e pela absorção de vitamina D. d) Os osteoblastos e os osteoclastos são células responsáveis, respectivamente, pela produção e pela degradação de componentes da matriz óssea. e) A osteoporose é mais freqüente entre as mulheres, pois durante a menopausa a concentração dos hormônios sexuais diminui e estimula a ação dos osteoblastos. 46 5) O sangue é constituído por uma substância fundamental líquida e pelos elementos figurados. Sobre estes elementos é correto afirmar que: I. As hemácias são células especializadas para o transporte de gases, apresentam o pigmento hemoglobina e são anucleadas em todos os mamíferos. II. Os leucócitos, ao atravessarem as paredes dos capilares, deslocam-se, emitindo pseudópodes, e podem facilmente fagocitar microorganismos. III. As plaquetas consistem de fragmentos celulares e estão diretamente relacionadas com a coagulação do sangue. Assinale a alternativa CORRETA: a) Somente a II. b) Somente I e II. c) Somente I e III. d) Somente II e III. e) I, II e III. 8 - TECIDO MUSCULAR ORIGEM EMBRIOLÓGICA Origem mesodérmica e sua diferenciação ocorre principalmente devido a um processo de alongamento gradativo, com simultânea síntese de proteínas filamentosas. CARACTERÍSTICAS GERAIS FIBRA: célula alongada. SARCOLEMA: membrana plasmática. SARCOPLASMA: citoplasma. MIOFILAMENTOS: actina e miosina. RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO: retículo endoplasmático liso. ENVOLTÓRIOS DE TECIDO CONJUNTIVO: EPIMÍSIO: denso colágeno não modelado. PERIMÍSIO: colágeno menos denso. ENDOMÍCIO: fibras reticulares e lâmina externa (membrana basal). A) CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS MÚSCULO LISO. MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO. MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO. MÚSCULO ESQUELÉTICO Muitas centenas de mioblastos, precursores das fibras musculares esqueléticas, alinham- se, com as extremidades voltadas uma para a outra, fundem-se e formam as células longas, conhecidas como miotubos. Estes miotubos recém-formados produzem os constituintes citoplasmáticos, bem como elementos contráteis, chamados miofibrilas. As miofibrilas são formadas pelo arranjo específico dos miofilamentos, que são proteínas responsáveis pela capacidade contrátil das células. FIBRA MÚSCULO ESQUELÉTICO As fibras musculares esqueléticas são células multinucleadas, com seus núcleos localizados na periferia, logo abaixo da membrana celular. Cada célula muscular é rodeada pelo endomício, cuja as delgadas fibras reticulares se entrelaçam. As células satélites, possuem um único núcleo e atuam como células regenerativas. O arranjo paralelo ordenados das miofibrilas é responsável pelas estriações transversais. 47 Legenda: Músculo estriado esquelético observado no aumento de 400X. A) Fibra muscular estriada esquelética; B) Núcleos e C) Estriações transversais (SETA). ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS MIOFIBRILAS FILAMENTOS FINOS ACTINA: sob a forma de polímeros longos (Actina F) formados por duas cadeias de manômeros globulares (Actina G) torcida uma sobre a outra, em hélice dupla. TROPOMIOSINA: molécula longa e fina, com cerca de 40 nm de comprimento, contendo duas cadeias polipeptidicas, uma enrolada na outra. Localiza-se ao longo do sulco existente entre os dois filamentos de actina F. TROPONINA: é um complexo de três subunidades: - TnT, que se liga fortemente à tropomiosina, - TnC, que tem grande afinidade pelos íons cálcio, - TnI, que cobre o sítio ativo da actina onde ocorre a interação entre actina e a miosina. FILAMENTOS GROSSOS MIOSINA: Molécula grande. Tem forma de bastão com 20 nm de comprimento e 2 – 3 nm de diâmetro, sendo formada por 2 peptídeos enrolados em hélice. É dividida em: meromisiona leve (porção em bastão) e meromisiona pesada (parte globular e pequena porção em bastão). CONTRAÇÃO MUSCULAR DO MÚSCULO ESQUELÉTICO Na contração muscular, os filamentos finos deslizam sobre os filamentos de miosina (grossos). Durante a contração, a banda “I” diminui de tamanho, à medida que os filamentos de actina penetram na banda “A”. Concomitantemente, a banda “H” – parte da banda “A” contendo somente filamentos grossos – também se reduz, à medida que os filamentos finos se sobrepõem completamente aos grossos. C B A A A 48 INERVAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO Cada músculo esquelético recebe pelo menos dois tipos de fibras nervosas, denominadas motoras ou sensoriais. O nervo motor atua permitindo a contração, enquanto as fibras sensitivas passam para os feixes musculares. Cada neurônio motor e as fibras musculares que ele controla formam uma unidade motora. A contração do músculo esquelético segue a lei do tudo ou nada. MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO O músculo cardíaco, outra forma de músculo estriado, é encontrado somente no coração. É originário de massa bem definida de mesoderma esplâncnico, o manto mioepicárdico, cujas células originam o epicárdio e o miocárdio. O músculo cardíaco difere do esquelético e do músculo liso porque possuium ritmo inerente e a capacidade de contração espontânea. Célula muscular cardíaca possui apenas um núcleo central, grande e oval, embora ocasionalmente estejam presentes dois núcleos. As células musculares cardíacas formam junções altamente especializadas, chamadas discos intercalares. Quase metade do volume da célula muscular cardíaca é ocupada por mitocôndrias, devido ao seu grande consumo de energia. O glicogênio e os triglicerídeos na sua maioria formam o suprimento energético do coração. Legenda: Músculo estriado cardíaco observado no aumento de 400X. A) Fibra muscular estriada cardíaca; B) Núcleo; C) Estriações transversais e D) Discos intercalares (SETA). D B A C 49 Legenda: Músculo estriado cardíaco observado no aumento de 400X. A) Fibra muscular estriada cardíaca; B) Núcleo e C) Estriações transversais (SETA). MÚSCULO LISO As células do músculo liso não apresentam estriações, por isso, elas são denominadas lisas. São encontrados nas paredes de vísceras ocas, paredes dos vasos sanguíneos, ductos grandes de glândulas mistas, vias respiratórias e pequenos feixes na derme. O músculo liso é controlado pelo sistema nervoso autônomo, por hormônios (bradicinina) e por condições fisiológicas locais. É formado por células fusiformes, mais espessas no centro e afiladas nas extremidades. O tamanho da célula pode variar de 20 micras na parede dos pequenos vasos sanguíneos até 500 micras no útero grávido. A contração do músculo liso depende do cálcio, o mecanismo de controle difere do encontrado no músculo estriado, porque os filamentos finos do músculo liso são desprovidos de troponina, enquanto os filamentos grossos são formados de miosina. B B A A C B A 50 Legenda: A) Músculo liso; B) Fibroblastos e C) Fibras colágenas. 9 – TECIDO NERVOSO Compreendendo, talvez, mais de um trilhão de neurônios com múltiplas interconexões, forma um sistema complexo de comunicação neuronal no interior do corpo. Certos receptores, produzidos nas terminações dos neurônios, são especializados em receber tipos diferentes de estímulos (por exemplo, mecânico, químico e térmico) e traduzi-lo em impulsos nervosos que podem ser eventualmente conduzidos aos centros nervosos. Estes impulsos são, então, transferidos para outros neurônios para processamento e transmissão para centros superiores, para interpretar sensações ou para iniciar respostas motoras. Para desempenhar essas funções, o sistema nervoso está organizado anatomicamente em: Sistema Nervoso Central (SNC), que inclui o cérebro e a medula; Sistema Nervoso Periférico (SNP), que inclui os nervos cranianos, que nascem do cérebro; os nervos espinhais, que nascem da medula; e os gânglios a eles associados. Funcionalmente, o sistema nervoso está dividido num componente sensorial (aferente), que recebe e transmitem impulsos para o SNC para processamento, e um componente motor (eferente), que se origina no SNC e transmite impulsos para órgãos efetores através do corpo. ORIGEM DO TECIDO NERVOSO A medida que o notocórdio se desenvolve, no início da vida embrionária, ele induz o ectoderma a formar neuroepitélio, que se espessa e forma a placa neural. À medida que as margens desta placa continuam a se espessar, a placa se invagina, formando a goteira neural, cujas bordas continuam a crescer uma em direção à outra até se unem, formando o tubo neural. A extremidade rostral (anterior) desta estrutura desenvolve-se em cérebro; a porção restante (caudal) do tubo neural desenvolve-se em medula. Além disso, o tubo neural origina a neuroglia, o epêndima, os neurônios e o plexo coróide. A C B 51 CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO Podem ser divididas em duas categorias: NEURÔNIOS: responsáveis pelas funções receptivas, integradoras e motoras. CÉLULAS DA NEURÓGLIA: responsáveis pela sustentação e pela proteção dos neurônios. NEURÔNIOS As células responsáveis pela recepção e pela transmissão dos impulsos nervosos p/ e a partir do SNC são os neurônios. Estas células, com um diâmetro variando entre 5 – 150 micras, estão tanto entre as menores quanto entre as maiores células do corpo. Muitos neurônios são constituídos de três porções distintas: um corpo celular, múltiplos dendritos e um único axônio. ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS NEURÔNIOS O corpo celular de um neurônio, também conhecido como pericárdio ou soma, é a porção central da célula, onde estão contidos o núcleo e o citoplasma perinuclear. Normalmente, os neurônios do SNC são poligonais com as superfícies côncavas entre os muitos prolongamentos celulares, enquanto os neurônios do gânglio da raiz dorsal possuem um corpo celular arredondado do qual parte somente um prolongamento. Projetando-se a partir do corpo celular, estão os dendritos, prolongamentos especializados em receber estímulos das células sensoriais, dos axônios, e de outros neurônios. Frequentemente os dendritos possuem múltiplas ramificações e suas extremidades são arborizadas de tal forma que eles podem receber múltiplos estímulos de muitos outros neurônios simultaneamente. Os impulsos nervosos recebidos pelos dendritos são então transmitidos ao corpo. Do lado oposto o ao dendrito, no corpo celular, situa-se o axônio, um prolongamento único que possui diâmetros variados e mais de 100 cm de comprimento. O axônio conduz o impulso do corpo celular para outros neurônios, músculos, ou glândulas. O axônio pode receber, também, estímulos de outros neurônios, modificando, assim, o seu comportamento. CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS Os neurônios podem ser classificados morfologicamente de acordo com sua forma e arranjo de seus prolongamentos em 4 grandes tipos. NEURÔNIOS UNIPOLARES: possuem um único prolongamento e são raros nos vertebrados, exceto no início do desenvolvimento embrionário. NEURÔNIOS BIPOLARES: possuem dois prolongamentos que nascem do corpo celular, um único dendrito e um único axônio. Estão localizados nos gânglios vestibulares, coclear e na cavidade nasal. NEURÔNIOS PSEUDO-UNIPOLARES: possuem somente um único prolongamento que nasce do corpo celular, mas este prolongamento se ramifica mais tarde num ramo periférico e num ramo central. Estão presentes no gânglio da raiz dorsal e alguns dos gânglios dos nervos cranianos. NEURÔNIOS MULTIPOLARES: são os tipos mais comuns de neurônios. Eles possuem vários arranjos de dendritos múltiplos que nascem do corpo celular e um único axônio. Estão presentes no SNC. 52 Fonte: Tratado de Histologia do Gartner. ÓRGÃO: Cérebro. COLORAÇÃO: Impregnação pela prata. AUMENTO: 100 e 400 vezes respectivamente. Legenda: A) Neurônios (SETA). ÓRGÃO: Cerebelo e Medula Espinhal respectivamente. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 400 vezes. A A B A B A B A A B A 53 Legenda: A) Neurônio de Purkinje; B) Neurônio Motor; C) Substância cinzenta; D) Substância branca; E) Camada molecular e F) Camada granulosa (SETA). CÉLULAS NEUROGLIAIS FUNÇÕES: proteção; nutrição, defesa, mielinização e síntese protéica. TIPOS: ASTRÓCITO PROTOPLASMÁTICO: presente na substância cinzenta do SNC. ASTRÓCITO FIBROSO: presente na substância branca do SNC. Eles estabelecem contato com os vasos sanguíneos, formando e mantendo a BHC. OLIGODENDRÓCITO: localizado na substância cinzenta e branca do SNC. São responsáveis pela produção e manutenção da mielina nos axônios do SNC. MICRÓGLIA: atuam como fagócitos na limpeza de resíduos e estruturas danificadas no SNC. Diferente das outras células neurogliais, que são derivadas, embriologicamente, do tubo neural,as células microgliais são originárias na medula óssea. CÉLULAS EPENDIMÁRIAS: CÉLULAS DE SCHWANN: diferentes das outras células neurogliais estão localizadas no SNP, onde envolvem os axônios. Elas podem formar dois tipos de revestimento sobre estes axônios: mielínicos e amielínicos. ESCLEROSE MÚLTIPLA: desmielinização no SNC. ÓRGÃO: Cérebro. COLORAÇÃO: Impregnação pela prata. AUMENTO: 400 vezes. A A A A A A B B C D F E A 54 Legenda: A) Micróglia; B) Astrócito Fibroso; C) Vaso sanguíneo com Astrócito Fibroso e D) Oligodrendrócito (SETA). ÓRGÃO: Cérebro. COLORAÇÃO: Impregnação pela prata. AUMENTO: 400 vezes. Legenda: A) Astrócito Protoplasmático (SETA). SINAPSES E TRANSMISSÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS SINAPSES ELÉTRICAS: íons. Retina e córtex cerebral. SINAPSE QUÍMICA: neurotransmissores. TIPOS: Acetilcolina. Noradrenalina. B C B D B A A A 55 Ácido glutâmico. GABA. Dopamina. Serotonina. Endorfinas. Encefalinas. TIPOS DE CONTATOS SINÁPTICOS ENTRE NEURÔNIOS SINAPSE AXODENDRÍTICA: entre axônio e o dendrito. SINAPSE AXOSSOMÁTICA: entre o axônio e o corpo celular. SINAPSE AXOAXÔNICA: entre dois axônios. SINAPSE DENDRODENDRÍTICA: entre dois dendritos. SISTEMA NERVOSO CENTRAL O cérebro e a medula são constituídos de substâncias branca e cinzenta sem elementos do tecido conjuntivo, por esta razão, o SNC possui a consistência de um gel semifirme. SUBSTÂNCIA BRANCA: é constituída maior parte, de fibras nervosas mielínicas, junto c/ algumas fibras amielínicas e células neurogliais. SUBSTÂNCIA CINZENTA: consiste em agregados de corpos celulares de neurônios, dendritos e células da neuróglia. MENINGES Dura-mater. Espaço subdural. Aracnóide. Espaço subaracnóide. Pia-mater. Artérias e veias. LCR. Cérebro. ÓRGÃO: Medula espinhal. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 vezes. Legenda: A) Substância Cinzenta; B) Substância Branca; C) Canal ependimário; D) Dura-mater; E) Espaço subdural F) Aracnoide; G) Espaço subaracnóideo e H) Pia-máter (SETA). C B A B B B H B F B D B E B G B 56 QUESTÕES PARA REVISÃO DOS ASSUNTOS MINISTRADOS 1) Durante uma aula prática de histologia os alunos montaram um quadro com uma sumária descrição de características observadas em quatro preparações microscópicas. As lâminas 1, 2, 3 e 4 correspondem a quatro diferentes tecidos: Lâmina 1: Células justapostas, com pouca substância intercelular, observando-se projeções da membrana plasmática, e avascular. Lâmina 2: Células com diferentes formas, imersas em grande quantidade de substância extracelular, destacando-se células alongadas, com núcleo oval e grande, e células grandes e de contornos irregulares. Lâmina 3: Células fusiformes, onde são observados vários núcleos dispostos na periferia, observando-se estrias longitudinais e transversais. Lâmina 4: Células grandes que apresentam um corpo celular de onde partem prolongamentos; substância intercelular praticamente inexistente. Esses tecidos são, respectivamente: a) Epitelial, cartilaginoso, nervoso e muscular esquelético. b) Nervoso, muscular esquelético, conjuntivo e epitelial. c) Epitelial, conjuntivo, muscular esquelético e nervoso. d) Conjuntivo reticular, cartilaginoso, nervoso e muscular esquelético. e) Epitelial, conjuntivo, nervoso e muscular esquelético. 2) Em um trabalho de histologia o professor descreveu várias situações e distribuiu para seus alunos com o objetivo de saber o nível de conhecimento dos mesmos e o grau de comprometimento da turma em relação aos assuntos ministrados. Qual desses conteúdos descritos abaixo está INCORRETO. a) O tecido epitelial é constituído por células com forma regular, unidas umas às outras com funções de revestimento e secreções. Possuem uma grande quantidade de material extracelular. b) O tecido nervoso é formado por células com muitos prolongamentos. Os neurônios são especializados em receber estímulos e transmitir impulsos que vão excitar ou inibir outras células. c) A bexiga urinária e outras partes das vias urinárias são revestidas internamente por um epitélio estratificado, cujas células superficiais variam sua forma, conforme o órgão esteja vazio ou distendido. d) O músculo liso é constituído por células alongadas, de extremidades afiladas, com citoplasma rico em miofibrilas delgadas. Possuem contração lenta e involuntária. e) O tecido ósseo é o tecido de sustentação mais resistente, porém muito sensível às deficiências nutricionais provocando distúrbios durante a fase de crescimento de um indivíduo. 3) "Botox" é um produto comercial que consiste da toxina botulínica que age bloqueando a função nervosa. É utilizado no tratamento de pessoas que sofrem de contrações anormais dos músculos, como também no tratamento cosmetológico dos sinais de envelhecimento facial. Esta neurotoxina atua como relaxante muscular e, assim, age: I. Bloqueando a liberação de acetilcolina nas terminações nervosas dos músculos. II. Impedindo que o músculo receba a mensagem do cérebro para se contrair. III. Inibindo a enzima acetilcolinesterase, que destrói a acetilcolina. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Somente III é verdadeira. e) I, II e III são verdadeiras. 4) O nosso corpo é formado por vários tecidos. Um destes, o conjuntivo, tem importantes funções na sustentação e na interação do organismo. São tipos de tecido conjuntivo ou têm esse tecido como principal componente: 57 a) O sangue, os epitélios de revestimento, as glândulas sudoríparas, os tendões, o esqueleto, o pavilhão auditivo. b) O esqueleto, o cérebro, a reserva adiposa, o sangue, os tendões, o revestimento glandular do sistema digestório. c) O esqueleto, a reserva adiposa, o sangue, os tendões, o pavilhão auditivo d) O esqueleto, o revestimento glandular do tubo digestório, os tendões, o sangue, a reserva adiposa. e) O sangue, as glândulas sudoríparas, o coração, os epitélios de revestimento, os tendões, a derme. 5) A. S. A., 21 anos de idade, sexo masculino, retornando de Salinópolis para Belém – Pará, sofreu um acidente automobilístico em alta velocidade, capotando o carro várias vezes. O mesmo ficou preso nas ferragens pelo menos 2 horas até ser socorrido pelos moradores local. Após exames de imagem foi constatado lesão nas vértebras L3 e L4. Analisando o texto acima, assinale a alternativa CORRETA. a) A lesão neuronal nas vértebras L3 e L4 do paciente em questão serão regeneradas, pois o tecido nervoso é ricamente vascularizado e o socorro ocorreu em condições e tempo adequado. b) O sucesso na regeneração no tecido nervoso depende de vários fatores, tais como: grau da lesão, cuidados no atendimento de primeiros socorros e rapidez no inicio do tratamento. c) A lesão envolvendo as vértebras lombares 3 e 4 terão como consequência a perda dos movimentos dos braços e das pernas. d) O tecido nervoso é constituído de células sensitivas e de suporte. Na lesão neuronal as células de suporte neutralizam a região lesionada e melhora a recuperação. e) A reparação neuronal neste paciente será facilitada, pois ele é jovem e os neurônios estão em plena divisão e diferencial celular. 10 - SISTEMA DIGESTIVO É formado de cavidade oral, tubo digestivo e glândulas anexas. Participa na ingestão, mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos.Para desempenhar estas variadas funções, algumas regiões do sistema digestivo são modificadas e possuem estruturas especializadas. CAVIDADE ORAL É revestida pela mucosa oral, constituídade um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, umidificado, e um tecido conjuntivo subjacente. LÁBIOS: lado externo e interno. DENTES: 2 dentições, 20 dentes decíduos que são substituídos pelos 32 dentes permanentes. ESMALTE: é a substância mais dura do corpo, constituída: 96% de hidroxiapatita e 4% de material orgânico. DENTINA: é a segunda substância mais dura do corpo, constituída: 65% de hidroxiapatita, 25% de material orgânico e 10% de água. PALATO DURO: separa a cavidade oral da cavidade nasal, é imóvel. PALATO MOLE: é móvel, e seu núcleo está ocupado por músculo esquelético, responsável por seus movimentos. LÍNGUA: é a maior estrutura na cavidade oral. Sua extrema mobilidade é devida à grande massa de fibra muscular esquelética. PAPILAS LINGUAIS: filiformes, fungiformes, foliáceas e circunvaladas. BOTÕES GUSTATIVOS: aproximadamente 3000. http://www.vegarcez.com.br/erro1.htm http://www.vegarcez.com.br/erro1.htm http://www.vegarcez.com.br/erro3.htm http://www.vegarcez.com.br/erro3.htm http://www.vegarcez.com.br/acerto.htm http://www.vegarcez.com.br/erro3.htm http://www.vegarcez.com.br/erro3.htm http://www.vegarcez.com.br/erro1.htm http://www.vegarcez.com.br/erro1.htm 58 TUBO DIGESTIVO É a continuação da cavidade oral, é a porção tubular do trato digestivo. É nele que o alimento é macerado, liquefeito e digerido. Os alimentos nutritivos e a água são absorvidos e os componentes indigeríveis são eliminados. O trato digestivo, que mede cerca de 9 metros de comprimento, é dividido em regiões identificáveis morfologicamente: esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, colo, reto, canal anal e apêndice). PLANO GERAL DO TUBO DIGESTIVO O tubo digestivo é constituído das seguintes camadas histológicas: CAMADA MUCOSA: luz do tubo digestivo, é revestida por um epitélio, abaixo situa-se um tecido conjuntivo frouxo que abriga glândulas e vasos. CAMADA SUBMUCOSA: tecido conjuntivo denso, fibroelástico, não modulado, abriga glândulas no esôfago e duodeno. CAMADA MUSCULAR: responsável pela atividade peristáltica, que move o conteúdo da luz ao longo do tubo digestivo. CAMADA SEROSA OU ADVENTÍCIA: constituída por uma camada delgada de tecido conjuntivo. ESÔFAGO É um tubo muscular, com um comprimento de 25 cm aproximadamente, que conduz o bolo alimentar da orofaringe para o estômago. MUCOSA: epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. As glândulas cárdicas esofagianas estão localizadas em 2 localidades: próxima à faringe e na junção do estômago. SUBMUCOSA: abriga as glândulas esofagianas propriamente ditas (pepsinogênio e lisosima). MUSCULAR: é arrumada em 2 camadas: circular interna e longitudinal externa. CAMADA ADVENTÍCIA: constituída por uma camada delgada de tecido conjuntivo. ÓRGÃO: Esôfago. COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina. AUMENTO: 100 e 400 vezes. Legenda: A) Camada mucosa; B) Camada submucosa; C) Camada muscular; D) Camada adventícia; E) Vaso sanguíneo e F) Nervo (SETA). A B C D E F 59 Legenda: A) Camada Mucosa: A1) Epitélio de revestimento do esôfago e A2) Muscular da mucosa. B) Camada Submucosa e B1) Glândulas Esofagianas. C) Camada Muscular e D) Vaso sanguíneo (SETA). ESTÔMAGO É a região mais dilatada do tubo digestivo, é uma estrutura em forma de saco que no adulto, em média, pode acomodar aproximadamente 1.500 ml de alimento e suco gástrico. O bolo alimentar passa através da junção gastroesofágica até o estômago, onde é processado e forma um fluído viscoso chamado quimo. O estômago liquefaz o alimento, através da produção de ácido hidroclorídrico e das enzimas pepsina, renina e lipase gástrica e da produção de hormônios parácrinos. CÁRDIA: é uma região estreita na junção gastroesofágica com 2 – 3 cm de extensão. FUNDO: forma de cúpula, frequentemente preenchida com gás. CORPO: é a maior região, responsável pela formação do quimo. PILORO: forma de funil, constituída de um esfíncter pilórico espesso, que controla a liberação intermitente do quimo para o duodeno. PLANO GERAL DO ESTÔMAGO MUCOSA: epitélio simples cilíndrico. Na região do colo estão as glândulas gástrica e fúndica. A glândula fúndica é constituída por 6 tipos celulares: células superficiais, parietais (produtora de ácido hidroclorídrico e fator intrínseco gástrico), de reserva, mucosas do colo, principais (pepsinogênio e lipase gástrica) e enteroendócrinas. SUBMUCOSA: tecido conjuntivo denso, colágeno não modelado. MUSCULAR: está arrumada em 3 camadas. CAMADA ADVENTÍCIA: constituída por uma camada delgada de tecido conjuntivo. INTESTINO DELGADO Tem 7 metros de comprimento, é o segmento mais longo do tubo digestivo. É dividido em: DUODENO, JEJUNO e ÍLEO. A1 A2 A B B1 C D 60 O intestino delgado digere o alimento e absorve os produtos finais do processo digestivo. A fim de desempenhar suas funções digestivas, a primeira região do intestino delgado, o duodeno, recebe enzimas e um tampão alcalino do pâncreas e a bile do fígado. A disposição em vilosidades (dedos) aumentam a área de superfície em 10 vezes e a presença de microvilos nas células de revestimento do intestino delgado aumenta a área de superfície em 20 vezes. TIPOS DE CÉLULAS NO INTESTINO DELGADO CALICIFORME: secretora, facilitando a lubrificação e absorção. CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS: produção de vários tipos de hormônios. CÉLULAS PANETH: produtora de lisozima (ação antibacteriana). INTESTINO GROSSO O intestino grosso constituído pelo ceco, colo (ascendente, transverso, descendente e sigmóide) reto e ânus, possui 1,5 metro de extensão aproximadamente. Sua função é absorver a grande parte da água e íons do quimo que ele recebe do intestino delgado e compactá-lo em fezes para ser eliminado. GLÂNDULAS As glândulas extramurais do sistema digestivo incluem as glândulas salivares principais associadas com a cavidade oral (parótida, submandibular e sublingual), o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. GLÂNDULAS SALIVARES A saliva desempenha muitas funções: lubrificação e limpeza da cavidade oral, atividade antibacteriana (lactoferrina e lisosima), participação na sensação do paladar ao dissolver o alimento, início da digestão, através da ação da amilase e lipase salivar e participação na deglutição. GLÂNDULA PARÓTIDA: a maior glândula salivar, pesa cerca de 20 a 30 gramas, mas produz aproximadamente 30% da produção total de saliva (caxumba). GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: embora pese somente 12 a 15 gramas, produz aproximadamente 60% da quantidade total de saliva diária. Legenda: Intestino Delgado. A) Vilosidade; B) Epitélio Cilíndrico Simples; C) Células Caliciformes e D) Microvilos (SETA). B A D C 61 GLÂNDULA SUBLINGUAL: a menor das três glândulas salivares, forma de amêndoa, pesa de 2 a 3 gramas e produz aproximadamente 5% do volume total de saliva. FÍGADO E VESÍCULA BILIAR Pesa aproximadamente 1.500 gramas, é a maior glândula do corpo, está localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. Está subdividido em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado). O fígado possui tanto função endócrina quanto exócrina. O hepatócito é o responsável pela produção da secreção exócrina do fígado, a bile, e de seus numerosos produtos endócrinos, além disso, os hepatócitos convertem substâncias tóxicas em materiais não tóxicos que são excretados na bile. O fígado humano produz cerca de 600 mL de bile em 24 horas. AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DO FÍGADO SÃO: síntese de proteínas, colesterol, produção da bile, metabolismo de carboidratos, fagocitose e detoxificação de drogas, substâncias em geral e eliminação da amônia presente no sangue, através da
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