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O desenvolvimento do dinheiro como meio de pagamento exige certa acumulação monetária, nas datas de vencimento das somas devidas. En- quanto o entesouramento desaparece como forma autônoma de enrique- cimento, com o progresso da sociedade burguesa, ele, ao contrário, cresce na forma de fundos de reserva dos meios de pagamento. c) Dinheiro mundial Ao sair da esfera interna de circulação, o dinheiro desprende-se das formas locais do padrão de preços, moeda, moeda divisionária e signo de valor, e reassume a forma originária de barras dos metais preciosos. No comércio mundial as mercadorias desdobram seu valor universalmente. Sua figura autônoma de valor se defronta, portanto, aqui também com elas sob a forma de dinheiro mundial. É só no mer- cado mundial que o dinheiro funciona plenamente como mercadoria, cuja forma natural é, ao mesmo tempo, forma diretamente social de realização do trabalho humano em abstrato. Seu modo de existir ajus- ta-se ao seu conceito. Na esfera interna de circulação pode servir como medida de valor e, portanto como dinheiro, somente uma mercadoria. No mercado mun- dial domina dupla medida de valor, o ouro e a prata.212 MARX 261 semanal, como acontece com pobres artesãos e trabalhadores, que recebem e pagam todos os sábados; se, porém os prazos forem trimestrais, conforme nosso costume de pagar ar- rendamento e de coletar impostos, então seriam necessários 10 milhões. Se supusermos, portanto, que os pagamentos geralmente ocorrem em prazos diferentes, entre 1 e 13 semanas, então tem-se de adicionar 10 milhões a 40/52, cuja metade é cerca de 5 1/2 milhões, de modo que 5 1/2 milhões seriam suficientes”. (PETTY, William. Political Anatomy of Ireland, 1672. Edit. Londres, 1691. p. 13-14.)* * Marx cita aqui o escrito de Petty “Verbum sapienti”, que foi publicado como suplemento da obra Political Anatomy of Ireland. (N. da Ed. Alemã.) 212 Daí a inadequação de qualquer legislação que prescreva aos bancos nacionais só entesou- rarem o metal precioso que funciona como dinheiro no interior do país. Os “doces impedi- mentos” assim auto-impostos do Bank of England, por exemplo, são conhecidos. Sobre as grandes épocas históricas da mudança do valor relativo do ouro e da prata, ver MARX, Karl. Op. cit., p. 136 et seqs. — Aditamento à 2ª edição. Sir Robert Peel procurou em sua lei bancária de 1844 remediar esse mal, permitindo ao Bank of England emitir notas ga- rantidas por barras de prata, de tal maneira porém que a reserva de prata nunca fora mais que 1/4 da reserva de ouro. O valor da prata estima-se, nesse caso, segundo seu preço de mercado (em ouro) no mercado de Londres. {À 4ª edição. Encontramo-nos, de novo, numa época de grande mudança do valor relativo do ouro e da prata. Há cerca de 25 anos, a relação de valor do ouro à prata era de 15 1/2: 1, hoje é de aproximadamente 22: 1, e a prata está caindo ainda continuamente em relação ao ouro. Isso é no essencial a conseqüência de uma mudança no modo de produção de ambos os metais. Antigamente, extraía-se o ouro quase exclusivamente por meio da lavagem de camadas aluviais, produtos da erosão de rochas auríferas. Agora já não basta esse método, que foi relegado a segundo plano pelo processamento dos próprios filões auríferos de quartzo, método que, embora bem conhecido dos antigos (DIODOR. III, 12-14), era utilizado antes apenas em segundo lugar. Por outro lado, não apenas descobriram-se novas jazidas imensas de prata a oeste das montanhas Rochosas americanas, mas também estas e as minas de prata mexicanas foram abertas ao tráfego por vias férreas, possibilitando a introdução de maquinaria moderna e de combus- tíveis e, desse modo, a extração de prata em maior escala e a custos mais baixos. Existe, porém, grande diferença quanto ao modo de ocorrência dos dois metais nos filões. O ouro está geralmente em estado puro, mas em compensação disperso no quartzo em quantidades
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